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Politicas da natureza: como fazer ciencia na democracia PDF

208 Pages·2004·9.428 MB·Portuguese
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CooraenafiloGeral Politicas da J,r.ElviraMilani Coordena¢oEditorial natureza Ir.JacintaThroIoGarcia Coordena¢oExecutiva LuziaBianchi como fazer ciencia ComiUEditorialAcadtmico Jr.E1viraMilani- President. na democracia GI6riaMariaPa1ma Jr.JacintaThro10Garcia JoseJobsondeAndradeArruda MarcosV1l1llond MariaArmindadoNascimentoArruda , Bruno Latour Traduyao Carlos Aurelio Mota de Souza / EDCiSC \ L L359p Latour,Bruno. Politicasdanatureza: comofazer ci~ncia nademocraciaIBrono Latour;tradu~oCarlosAurelioMotadeSouza.--Bauru,SP:EDUSe, 2004. 412p.;21em.-- (ColelfAoCi~ncias Sodais) Induibibliografia. Tradu~o de: Politiques de 1a',Ilature: comment faire entrer les sciencesendemocratie,c1999. 1.Ecologiapolitica.,I.Titulo.II.Serie. CDD320.5 ISBN2-7071-3078-8(original) Copyright@:MitionsLaDecouverte&Syros,Paris, 1999 9bis,rueAbel-Hovelacque 75013Paris Copyright@ (tr.dulaO)EDUSC,2004 \. Tradu~i\o realizadaapartirdaedi~ao de 199.9 Direitosexclusivosdepublica~ao emlinguaportuguesa para0 Brasiladqu,iridospela EDITORADAUNIVERSIDADEDOSAGRADOCORA<;AO RuaIrmaArminda,10-50 CEP17011-160-B.urn-SP Fone(14)3235-7111-Fax(14)3235-7219 ParaIsabelle Stengers, , e-mail:[email protected] fil6sofa da exigencia. \ \ AGRADECIMENTOS ADVERTl'NCIA Urn livro como este nao ternverdadeiramente urn autor, massobretudoumseeretariodereda<;ao,encarregadodeestabe Todos os termos marcados com urn asterisco sao referi. leeer0 texto edetrazeratermo0 levantamentodasconclusoes. dos no glossario ao fim da obra, p. 369. Como me abstive de oautorse expriminimaispessoalmente nasnotas,nasquaisci qualquerinovayaolingtiistica,sirvo-Illedestesinalparalembrar taraas experienciaseasleituras que partieularmente0 influen. ao leitor que e preciso compreender as expressoes comuns em ciaram; 0 secretario conservanl, no texto principal, aprimeira um sentidoque,progressivamente,fui especializando. pessoadoplural que toea aque!e que fala em nome de um"co laborador"demaiordimensao,eseabsteni,tanto quantopossi vel, de interromper 0 lento elaborioso trabalho coneeitualque apenasdeve monopolizaraaten<;ao doleitor. o Ministerio doAmbiente,pe!o representante de suadi visao de estudos e pesquisas, teve a generosidade de sustentar este projeto nao habitual de pesquisafundamental, que visava, desde0 inicio,aconfee<;aodeumlivro (eontratonO96.060).Do resultado,ele naoe- isto deve serdito-,denenhum modo res ponsave!. Eu me beneficiei, todo 0 tempo, do indispensave! apoio de Claude Gilbert, cujos eontatos permitiram 0 estabele cimentodeumoriginalambientedepesquisasobre0 riscocole tivo.Agrade<;o aos estudantes d~ London School ofEconomics, e I .... • AgTadecimentos particularmente a Noortje Marres, que me assistiram durante, todos oscursossobre apoliticada natureza, eque deram a esta empreitadasua forma definitiva. Tenho a maior gratidao pelos especialistas que aceitaram passar dos meus rascunhos as pri meiras provas, e sobretudo por Marie-Angele Hermitte e Lau rentThevenot. Nomea-lostodos importa em revelar todaa ex SuMARIO tensaodeminhasincompetenciaseminhasdividas.Encontram senas notas suas contribui'roesmais importantes.,:. Este livro nao teriaprogredido senao gra~asaosricos es tudosdeFlorianCharvolin sobre 0 Ministerio doAmbiente, de Remi Barbter sobre os dejetos, de Patricia Pellegrini sobre os animais domesticos, de blizabeth R~my sobre as linhas de alta tensao, de Jean-Pierre Le Bourhis sobre a politica da agua, de INTRODU<;AO Jean-Claude Petit sobre 0 fim do cicio do combustivel nuclear, 11 Quefazer daecologiapolitical deYannickBarthesobre0 soterramentodosdejetosradioativos, e de Volonona Rabehisora e Michel CalIon sobre a Associa~ao CAPITULO 1 25 Porqueaecologiapoliticanaosaberiacon/servaranatureza? francesa contraas miopatias. 27 Deinicio, sairda Caverna Visto que, segundo a celebreexpressao d~ Sully, urn tan 39 Criseeco/6gica ou criseda objetividade? to deturpada, "Pi/hagem e brico/agem siio as duas tetas da d2n 54 0 fim da natureza da", pilhei sem vergonha os Cosmopolitiques de Isabelle Sten- . 65 0 obstticu/o das"representaroessociais"da natureza gers,a'quemdediqueiestaobra,assimcomoaspesquisasdeMi 79 0 fnigil socorro da antrop%gia comparada chelCalIonacercadaantropologiadomercado.Entretanto,nes 91 Conclusiio:qual0 sucessorpara0 co/etivoemduascamaras? tesdoisanos,tivecomo.objetivo,constantemente,fazerjusti~a a 96 Anexo / experiencia verdadeiramente .hist6rica do meu amigo David Western, diretor, em urn m'omento"decisivo, doKenya WildLife CAPITULO 2 , I 107 Como reunir0 coletivo Service, quando mediu perfeitamente a distiincia que separa a 113 Dificuldadespara convocar0 co/etivo politicadanatureza,queredigiemcasa,daquiloqueelepraticou 121 Primeiradivisiio: saberduvidardeseusporta-vozes todos os dias, no campo, no meio dos elefantes,dos Masai, dos 134 Segundadivisiio:asassociaroesdehumanosedeniio-humanos turistas, dos doadores internacionais, dos politicos locais, das 144 Terceiradivisiioentrehumanoseniio-humanos:rea/idadee "tropas de bufalosede gnus- semesquecerseus"caros colegas" reca/dtranda eoutrasespeciescarnivoras... 151 Um coletivo maisou menos bem articu/ado 158 Conclusiio: avoltailpazcivil Sumdrio CAP1TUW3 163 Umanovasepara~aodospoderes 168 Algunsinconvenientesdas no,aesdeJatoedevalor o 179 poderde considera,lioe0 poderdeordenamento 189 Osdoispoderesde representa,lio do coletivo 199 Verifica,lio damanuten,lio dasgarantiasessenciais --206 Concluslio: uma nova exterioridade INTRODUQAO CAPlTuw4 217 Ascompetenciasdo coletivo 221 Aferceira natureza eacontestafiio dosdais "ecopos" 232 Contribui,lio dos corpos de trabalho no equipamento das a:lmaras o 272 trabalho das camaras 295 Concluslio:A casa comum, 0 oikos QUE FAZER DA ECOLOGIA pOLfTICA? CAP1TUW 5 Quefazer daecologiapolitica?Nada.Quefazer? Ecologia 301 Aexplora~ao dosmundoscomuns political 307 Asduasflechas do tempo ' Aprimeiraquestao:todos aquelesque esperaram dapo 316 A traiet6ria de aprendizagem 324 0 terceiropodereaquestlio do Estado. litica danaturezaumarenova0odavidapublicaseveem cons 338 0 exercicioda diplomacia tatando a estagna~ao dos chamados movimentos"verdes". Eles a 352 Concluslio:guerraepazdas ciencias bern gostariam de saberporquea montanhatantasvezes deu luz urn rato. A segunda questao: todo mund<? apesar das apa CONCLUSAO rencias, e obrigado a dar a mesma resposta. N6s nao podemos 359 Que fazer? Ecologiapolitical fuzer de outraforma, visto que nao existe de urnlado a politica ede outro a natureza. Desde a inven~ao dotermo,todapolitica 369 GwssARIO e definida por sua rela~ao coma natureza, de que cada tra~o, cadapropriedade,cadafun~aodependedavontadepoJemicade 387 REFER£NCIASBIBLIOGRAFlCAS limitar,de reformar,defundar, deencurtar caminhos,de ilumi 405 RESUMO DOASSUNTO (para0 leitor apressado) naravidapublica.Em conseqiiencia,naotemosaescolhasobre o que fazer ou nao fuzer com a ecologiapolitica, mas de fuze-lo sub-repticiamente, distinguindo as questaes da natureza e as questaesdapolitica,ouexplicitamente,tratando-ascomoumas6 11 Introdu¢o IntrodUfilo questao que.se prop6e a todos os coletivos. Agora que os movi dasideologiasdoseculo,~ejabater-seaindamaiscorajosamente mentosecol6gicosnosanunciam airrup,ao danaturezanapo para faz~-lotriunfar tal como ai esta. Nos dois casos, os dados litica,serapreciso imaginar, namaioriadasvezes com eles e,al estao lan,.i:'dos, os conceitos marcados, as posi,6es conhecidas. gumas vezes, contra eles, 0 que poderia ser uma politica enfim Voc~s chegam tarde demais a urn debate bastante congelado. livredestaespadade Darnodes:anatureza. Acabamosdepensar.Erapreciso que se agitassemhadezanos. Ja existe, poderilo objetar,umaecologiapolitica. Elatern N6squeremos,neste Iivro,proporumahip6tese diferen inumeraveis nuances, desde a mais profunda ate a mais super te que nos fad, talvez, perdoar por intervir fora de hora. Do ficial, passando portodasasformas ut6picas,razoaveisoulibe pontodevistaconceitual,aecologiapoliticanao comerouainda rais. Quaisquer que sejam as reservas que se possam ter avista aexi~tir;simplesmenteseconjugaramosdoistermos,"ecologia" disso,estascorrentesjatecerammilharesdeliga,6esentreana e"politica",semrepensarinteiramenteoscomponentes;emcon turezaeapolitica.Eistomesmo0 quetodosredamamentresi: seqii~ncia, os desafios, que ate aqui sofreram os movimentos dirigir, enfim, uma politica da natureza; modificar, enfim, a ecoi6gicos,nao provam nada, nem quanto as derrotaspassadas, vidapublicaparaqueelaleveem1contaanatureza; adaptar,en nem quanto a seus possiveis sucessos. A razao deste atraso e fim, nosso sistemade produ,ao as exig~ncias danatureza; pre muitosimples.Acreditou-se,muitodepressa,quebastariareem servar, enfim, a natureza, contra as degrada,6es humanas, por pregartais ou quais conceitosantigos de natureza ede politica, umapoliticaprudente eduravel. Brevemente,sob formas Inul paraestabelecerosdireitose~sformasdeumaecologiapolitica. tiplas, freqiientemente vagas, porvezes contradit6rias, trata-se Ora,oikos,logos,physisepolispermanecemcomoOSverdadeiros ta~to muitobern,desdeja,defazerentrarapreocupa,aocomanatu enigmas, que nao se apresentam'os quatro conceitos em rezanavidapublica. jogodeumas6vez. Acreditou-sepoderfazereconomiadestetra Como poderiamospretenderque existaai umaempreita ballio conceitual, sem perceber que as no,6es de natureza e de danova,que nemsequercome,ou? Pode-se discutirautilidade, politica ja haviam sido desenhadas, ao longo dos seculos, para duvidardesuasaplica,6es,oquenaosepodeefazercomoseela tornarimpossivelqualquerreconcilia,ao,qualquer sintese,qual nao estivesse amplamente come<;ada, ecomo se elanao estives quer combina,ao entre os dois termos. Coisa ainda mais grave, seemgrandeparteacabada.Seaecologiapoliticaestaemxeque, pretendeu-se, no entusiasmo de uma visao ecumenica, "ultra naofoipOrfaltadehavertentadoadimataranaturezaavidapu passar"aautigadistin,aodoshumanosedascoisas,dossujeitos blica. Se ela perde sua influ~ncia,e muito simplesmente, dirao de direito e dos objetos de ci~ncia,sem considerar que eles ha alguns,porqueterncontrasimuitosinteressespoderosos;epor viam sido aparelhados,delineados,esculpidos,parasetornarem que,diraooutros,naotevejamaissubstfulciabastanteparariva pouco apouco incompativeis. lizarcomapoliticadesempre.Emuitotarde,emtodocaso,para Muito longe de"ultrapassar"as dicotomiasdo homem e retomaraquesti'ioanovoscustos.Econveniente,sejaenterrar0 da natureza, do sujeitoe do objeto, dos sistemasde produ,ao e movimentoparaqueeleretorneaocemiterio- bastantecheio- doambiente,afim deencontrar0 maisrapidamentepossivelos 12 13 remediosparaacrise, erapreciso,ao contrario, diminuir0 mo protocolos;elaedistribuida embases de dados; ela eargtimen vimento, tomar seu tempo, suspende-Io, depois descer abaixo tada por intermedio das sociedades de sabios.A ecologia, como a destasdicotomiasparacavarcomo avelhatoupeira. Estee,pelo seunomeindica,naoternacessodiretamente natureza,talqual menos,0 nosso argumento.Emlugardecortar0 n6g6rdio,n6s ela e; e uma"Iogia';como todas as disciplinas cientificas. Sob 0 iremos abala-Io de mil maneiras, ate que se possa introduzir al nomedecienciasencontramosjauma_misturabastantecomple umaconexao,desfazendo certos n6s, afim de renova-Ios diver xa de provas e de operadores da prova.uma Cidade sabia, que samente.Emmateriadefilosofiapoliticadaciencia,eprecisoto agecomoterceiroemtodasasrela<;oescomasociedade.Ora,este mar~eutempo,afim denaoperde-Ia.Osecologistassesentiram terceiro, os movimentos ecol6gicos, procuraram urn atalho, a urn tanto exaltados assirn que lan~ramseu slogan '~ct locally, fim de,justamente,acelerarseusprogressosmilitantes.Aciencia thinkglobally" *('~girloealmente, pensarglobalmente"). Quan permanece,paraeles,comourn espelho do mundo,aponto que to ao global,nenhurn outropensamentoIhesveio senao0 desta sepode,quase sempre,nasualiteratura,tomar naturezaecien naturezaja'composta,jatotalizada,jainstituidaparaneutralizar cia como sin6nimos.1Lam;amosahip6tese, ao contrario,de que a politica. Para pensar "globalmente" era preciso come<;ar por descobrir as institui<;oes, gra<;as as quais se forma lentamente a . \ Coisasurpreendente,agoraqueamaiorpartedosneg6ciosdesencadeados globalidade.Ora,anatureza,comoavamosperceber,presta-sea pelomovimentoecologistadependeinteiramentedascienciasparasetor isso taomal quantapossive!. naremvisiveis,asexce~oesaestaregrapermanecempOUCQnumerosas.Que sepense,porexemplo,no"efeitoestufa",ounodesaparecimentoprogressi· De fato, neste livro vamos avan<;ar como a tartaruga da vodoscetaceos: cadavezmaisasdisciplinasacademicasseencontramna fabula, e como ela, pelo menos 0 esperamos, acabaremos por primeiralinha,0 quenaoe0 casodeoutrosmovimentossaciais.Encon trar-se-aemSergeMoscovici(1977[1968]),Essaisurl'histoirehumainede ultrapassar alebre, que havia decidido, em sua grande sabedo lanature,umadestasexceyoestantomaispreciosaquantoseulivrodetrin ria,queaecalogiapoliticaeraumaquestaoultrapassada,enter taanos.Porem,nolivroseminaldeMichelSerres(1990),LeContratnatu· rada, incapazde fazer pensar, de refondaramoral,a epistemo reI,constaquealigayaoemaisestreitaentre0questionanientodasciencias eas daecologia,peloviesdeumaantropologiaconjuntadodireito edas logiaeademocracia,ouquepretendia,emtressaltos,('reconci ciencias.0 presentetrabalhoproiongaalgunsdosavan~os deSerressobre afunyao contratualdas ciencias.TambemseacharaemUlrichBeck,An liar 0 homem e anatureza". Para foryar-nos adiminuir a mar thonyGiddenseScottLash(1994),ReflexiveModernization, UlrichBecke cha,vamosinteressar-nossimultaneamentepelasciencias,pelas ScottLash (1997),TheReinventionofPolitics. RethinkingModernityin the GlobalSocialOrder.alusoesfreqiientesasociologiadasciencias,comotam naturezas e pelaspoliticas. bernnolivro,importanteparamim,dePierreLascoumes(1994),Eco-pou A produ¢ao cientifica: e essa a primeirasutilezaque en voir.Environnementsetpolitiques.Alias,aexce~aodetrabalhossabreapar contraremos em nosso caminho.Aecologia politicaleva,como ticipayaodopublico (AlanIrwineBrianWynne (1996),Misunderstanding Science? The PublicReconstruction ofScience and Technology; Scott Lash, ('a se diz, natureza em suas relac;6es com a sociedade". Muito BronislawSzerszynskieBrianWynne (1996),Risk,EnvironmentandMo bem. Mas esta natureza torna-se reconhedvel por intermedio dernity:TowardsaNewEcology,asintersec~6es entreaecologiaeosscience studiespermanecem surpreendentemente esporadicas.Ver, entretanto, os dasciencias;elaeformadaatravesdasredesdeinstrumentos;ela trabalhosdeStevenYearley(1991),TheGreenCase:aSociologyofEnviron se define pela interpreta<;ao das profissoes, de disciplinas, de mentalissue.ArgumentandPolitics,deKlausEder(1996),TheSocialCons- 14 15 IntrodUfiW eprecisoremeter0 enigmadaprodu.,aocientificaaocora~aoda decartesianismo francesedeparquesamericanos. Digamosisto ecologia politica. Diminuiremos, talvez, aaquisis:ao de certezas brutalmente: com a natureza, nilo hti nada aJazer. Mais ainda, que deveriam servir de fermento ao combate politico, mas in em algum momento de sua breve hist6rhi, aecologia politica cluiremos, entre a natureza e a sociedade, urn terceiro termo, nao tratou sobre a natureza, sobre sua defesa, sobre sua prote cujopapelvaise revelar capital. .,ao.'Como iremos mostrar no primeiro capitulo,acreditar que Anaturezae0 segundomoderadorqueaecologiapolitica elase interessapelanaturezaeadoen~ainfantildaecologiapo valencontraremseucaminho.Comoanatureza,pode-seobjetar, litica,0 queaimpededesairdesuaincapacidadeemcompreen poderia estorvar urn conjunto de disciplinas sabias e militantes, der, enfim, sua pratica. Esperamos que este desmame, mesmo que trazem 0 seu modo de protege-la, respeita-la,defen:'de-Ia, de que pare~aurn pouco brutal, tenha efeitos mais favoraveis do inseri-lanojogopolitico,defazerdelaurnobjetoestetico,urnsu que manter for~damenteano~ao de natureza como unico ob jeitodeOOeito,enfim,urnapreocupa.,ao?Portanto,edaiquevern jetodaecologiapolitica. adificuldade. Cadavez que seprocuramisturaros fatos cientifi o terceiroobstaculo,0 maisperturbador,0 maisdiscutido, coseosvaloresesteticos,politicos,economicosemorais, nos en vern, evidentemente, da politica. Conliece-se a diferen~ entre a contramosem urnasaidafalsa. Senosentregamosdemaisaosfa ecologiacientificaeaecologiapolitica,entre0 ec6iogo e0 ecolo tos,0 hurnano oscilainteiramente naobjetividade,torna-se uma gistamilitante.Sabe-se,lambem,dadificuldadequeosmovirnen coisacontabilecalculavel, urn balan~eteenergetico, umaespecie tos ecol6gicos sempre tiveram para situar-se no controverso dentre outras.Seseconcededemais aosvalores,a natureza intei cenariopolitico.Adireita?Aesquerda?Aextremadireita?Aextre raoscilanomitoinCerto,napoesia,noromantismo;tudosetor a a maesquerda? Nem OOeita,nem esquerda?Entao,naadminis naalmaeespirito.Sese misturam os fatos eosvalores,vai-se de tra¢o?·Se em parte nenhuma, na utopia?Acima,natecnocracia? malapior,postaque sepriva,deumavez,0 conhecimentoauto as Abaixo,retornan~o fontes? Paraalem,naplenarealiza.,aodesi? noma ea moralindependente.'Nao sesaberajamais,porexem Portodo lado, como 0 sugere a belahip6tese Geia,de umaTerra plo,seitSprevisoesapocaliticas,comasquaisosmilitantesecol6 que,reuniriatodos osecossistemasem urn s6 organismo integra gicosnosamea~am,tern0 poderdossabiossobreospolitic,:>s,ou do?PodeaihaverurnacienciadeGeia,urncultodeGeia,maspo adomina.,ao dospoliticossobreospobressabios. deriaaihaverumapoliticadeGeia?SeviermosadefenderaTerra, Estelivro levantaahip6tese deque aecologiapoliticanao as Mae,elambempolitica?Eseeparaporfim polui~oes, fecharos abrangetudo sobre"anatureza"- estamisturadepoliticagrega, dep6sitosdelixomunicipais,reduzir0 barulhodoseScapamentos, realmentenaovaleapenamoverceuseterras:bastaraurnbornde tructionofNatureedeGeorgeRobertsonetal. (1996),Futurenatural.Na· partamento ministerial. Nossa hip6te,se e que aquiseram colocar ture/Science/Culture. notabuleiropoliticosem redesenharas casas,semredefinirasre- 2 Encontrar-se-anoanexodocapftulo 1,umacartografiadasposiyaesposs( veisquemostrambernainstabilidadedano¢odenatureza. gras,sem remodelarospeoes. \' ! 16 17 IntroduFao Nadaprova, com efeito,que areparti~aodospapeis entre que anatureza, acienciaeapoliticatern a fazer em conjunto.A apoliticahumanaeacienciadascoisas,entreasexigenciasdali for~a. fraqueza, parece-nos,pode levarmaislonge quea berdadeeospoderesdanecessidade,possaserutilizadatalcomo Se naotemosautoridadepr6pria,beneficiamo-nos,entre e,a limdeabrigaraecblogiapolltica.Talvezsejaprecisoirate0 tanto,de umavantagemparticular,eestaea linicaquenos auto ponto de levantar a hip6tese de que nao se definiu jamais a li rela~ao rizaaentrarem com0 leitor:interessamo-nosexatamen_ berdadepoliticadoshumanos,senaoparaentrava-Iacomleisda te tanto pelaprodu~ocientifica quant6 pela produ~opolitica. necessidadenatural.Ter-se-iatornado ademocraciavoluntaria au,moosaindajadmiramostantoospoliticosquantaoscientistas. mente impotente. a homem nasceulivre,portodolado ele estil Que0 leitorpensenisto:esteduplorespeitonaoefrequente.Nos encadeado; 0 contrato social pretende emancipa-Io; s6 0 pode sa ausencia de autoridade oferece justamente a garantia de que fazer aecologia politica, mas nao e0 homem livre que.elapode nao utilizaremos a ciencia paraServiri\ politica, nem da polltica levari\salva~ao. abrigada,paraencontrar'urn ni&o,redefinira paraserviri\ciencia.Estaminusculavantagem,pretendemostor politica e a ciencia, a liberdade e a necessidade, 0 humano e 0 na-Ia0 asdeouro.Paraaquestao- quefazerdae~olOgiapolitical nile-humano,a{cologiapoliticaperdeuacoragem1)0caminho. - naotemosOOndaarespostadefinitiva. Sabemossomentequese Ela acreditou poder apoiar-se sobre a natureza para acelerar a nao se experimenta modificaros termos do debate, reatando di democracia.As duas hoje!hefaltam. Epreciso retomar atarefa ferentemente 0 n6g6rdio dascienciasedaspollticas,aexperien em urn percurso mais longo,moos perigosotambem. cia,emverdadeiragrandeza,nadaprovara,tantoem urn sentido, Dequeautoridadedispomosparafazer aecologiapoliti quanto no outro.Sempreestaraausente urn protocolo adaptado; ca submeter-se a estes tres desafios da produ~aocientlfica, do 50mpregostariamosdeterdeixadopassarachancequeaecologia oferecia,talvez,deredefinirapolltica. abandono da natureza e da redefini~aodo politico? a autor e aqueles em quem 50 inspiram sao militantes ecologistas? Nao. Acrescentemos urn ultimo constrangimento ao qual nos Ec619gosreconhecidos?Tambemnao.Politicosinfluentes,entao? tinhamos desejado submeter. Aindaque devessemos retomar 0 no~oes natu~eza, tema das tres conjuntas de de politica e de Menosainda.Senospudessemosexcetuardequalquerautorida ciencia, nao preferimos utilizarnem otom dadenuncia, nema de,0 leitorganhariatempo,n6s0 compreendemosbern:istopo tom profetico, que muitas vezes acompanhain os trabalhos de deria causar confian~a.Mas nao se trata de ganhar tempo, de ir / moosdepressa,desintetizaras rfiassas dedados, de res~lver r~pi­ ecologia politica. Mesmo que nos preparemos para atravessar p~oblemas a~o umaseriedehip6teses,cadaumamoosestranhaqueapreceden damente os urgentes, de prevenir, por uma ful te,f, no entanta,sabre0 senso comum* que desejamos,antesde minante, achegadade cataclismosigualmentefulminantes. Nao tudo, refletir. Aconteceque ele se opoe, no momento, ao born se trataria mesmo, gra~as a uma erudi~aometiculosa, de fazer sensa,que,parasobreviver,falhano andarlentamenteeao qual, justi~a aospensadores da ecologia. Neste livro, trata-se simples para sersimples, deviamos dar provisoriamente a aparencia.da mente de tornar a perguntar a si mesmo - talvez s6 para si- 0 radicalidade. Nossofim nao e,pois,revolveraordemestabeleci- 18 19

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