Michael W. Apple Políticas Culturais e Educação Michael W. Appls É professor "John Bascom" de Cumculo e Instrução e de Estudos de Política Educacional na Universidade de Wisconsin, em Madison. Antigo professor dos ensinos primário e secundário e antigo presidente de um sindicato de professores, trabalhou com governos, educadores, sindicatos e grupos de activistas e dissi- dentes em todo o mundo, a fim de democratizar a investigação, as políticas e as práticas educacionais. Entre a sua vasta obra, encontram-se Ideology and Curriculum, Education and Power, Teachers and Texts, Oficial Knowledge e Dernocratic Schools. Anita Oliver lecciona na Escola de Educação da Universidade de La Sierra. Christopher Zenk está a fazer um doutoramento e é activista educacional na Universidade de Wisconsin, em Madison. Políticas Culturais e Educação Existe a convicção de que as soluções "liberais" falharam e de que as respostas para os problemas sociais residem num retorno às políticas e aos valores conservadores. A medida que esta ofensiva conservadora vai ganhando força na educação, o pró- prio sistema público de educação tornou-se alvo de ataques. Michael Apple proporciona-nos uma análise profunda dos actuais debates e, consequentemente, faz a denúncia das propostas de mudança apresentadas pelos conservadores. Apple dá-nos a conhecer as causas e os efeitos resultantes da integração das escolas nessa política e mostra quem poderá ser considerado vencedor e vencido à medida que a restauração conservadora se for fortalecendo. Longe de defender o status quo, Apple sustenta que a índole conformista e burocrática de muitos sistemas edu- cativos tem, de facto, empurrado as pessoas para uma política de direita. "Contudo", diz ele, "numa 6poca em que nos confron- tamos com o desmantelamento maciço das conquistas que têm sido alcançadas, no que se refere a segurança social, direitos das mulheres, racismo, sexo, sexualidade e conhecimentos que sobre esses conceitos são ensinados nas escolas, A fundamental assegurarmo-nos de que estas conquistas sejam defendidas". Com esta dupla perspectiva, a presente obra constitui uma defesa eloquente da possibilidade de uma educação pública mais democrática. Na capa: Pintura de Acácio Malhador políticas Culturais e Educação I L ? L E C Ç Ã OC I Ê N C I A S D A EDUCAÇÃO- I ~w+Asc\%o d por Maria Teresa Estrela e Albano Estrela Michael W. Apple k C E Políticas iiltiirais e tliica~ão PORTO EDITORR I ~ítuloP: OLITICAS CULTURAIS E EDUCAÇÃO Autor: Michael W. Apple Tradutor: Joáo Menelau Paraskeva Design gráfico: Isabel Monteiro Capa e frontispício: E. Aires Design Na capa, Pintura de Acácio Malhador Editora: Porto Editora 1 Título da edição original: Cultural Politics and Education Edição original: ISBN 0-8077-3504-3 (cloth). - ISBN 0-8077-3503-5 (pbk.) Publicado por: Teachers College Press 1234 Arnsterdarn Avenue, New York, NY 10027 O 1996 by Teachers College, Colurnbia University 8 PORTO EDITORA. LDA. - 1999 Rua da Restauração, 365 4099-023 PORTO - PORTUGAL Reservados todos os direitos. f Esta publicação náo pode ser reproduzida nem transmitida. no todo ou em parte, por qualquer processo electrónico. mecânico, fotocópia. gravaçáo ou outros. sem prévia autorizaçáo escrita da Editora. NOVI1 999 ISBN 972-0-34153-X PORTO EDITORR. LDn. Intemet (emaill: @pioedii.pi Adm /EscritlArm Rua da Restauraçao, 365 - 4099-023 PORTO t 22608800 Fax 226088301 Livrarias Rua da FBbrica, 90 - 4050-246 PORTO t 22 200 76 69 Pr. de D Filipa de Lencastre, 42 -4050-259 PORTO 8 222007681 D I S T R I B U I D O R E S ZONA CENTRO LIVRARIA ARNADO. LDA. 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Livraria Av Almirante Gago Coutinho, 59 - D - 1700-027 LISBOA 8 21 W0900 1 capítulo i Educação, Identidade e Batatas Fritas Baratas 2 5 "Eles" não são como "nós" 3 1 Culturas hegemónicas 4 1 Políticas culturais e educação 45 Capítulo 2 As Políticas do Conhecimento Oficial: Faz Sentido a Ideia de um Currículo Nacional? 49 53 Entre o neoconservadorismo e o ne 56 Currículo, avaliação e uma cultura comum 6 1 66 68 1 Capítulo 3 Tornar-se "Direita": A Educação e a Formação de Movimentos Conservadores (com Anita Oliver) ........ . ........... 73 Compreendendo os movimentos de "Direita" Formações "acidentais" Um mundo perigos A formação do Est Profissionais e censores A construção de uma D A política de identidade e o Estado Tem que ser deste modo Capítulo 4 Realidades Norte-americanas: Pobreza, Economia e Educação (com Christopher Zenk) . . Encarar seriamente a economia Realidades norte-a A estrutura actual do trabalho assalariado A economia futura A experiência do trabalho assalariado Colocar a culpa em quem a tem Capítulo 5 1 Conclusão: Tirando Proveito da Reforma Educacional 133 Conexões mal interpretadas O prático e o crítico Nem tudo é local L Bibliografia ..... 163 ?C,!* , .. 7 . * , 6% ,,? ' ..; .$C.~~,b Prólogo Um dia, John Dewey escreveu: "O pré-requisito específico para a plena e livre uti- hzação do método de recolha de informação é uma sociedade em que os interesses de classe, decorrentes da experimentação social, se encontrem abolidos. Tal é incom- pativel com toda a actividade e filosofia social e política, bem como com qualquer sis- i3 tema económico que aceite a organização em classes e os direitos adquiridos por essas classes na sociedade."' A análise de Dewey, tanto na forma como no conteúdo, mostra as características cldssicas daquilo que, com toda a justiça, se denomina uma filosofia pública de edu- cação. Durante toda a sua vida de trabalho, Dewey estimulou, incessantemente, uma prática de investigação educacional em que as problemáticas da formação, e da reformação, da vida pública fossem interpretadas através de um raciocínio relaciona1 sobre as conexões existentes entre economia, política, cultura e escolarização, já que os modelos de investigação educativa são distintos, quer quanto ao ponto de partida, quer, geralmente, quanto ao ponto de chegada. Na obra Políticas Culturais e Educação, Michael W. Apple prova, uma vez mais, a sua pertinência como um praticante desta tradição crítica sobre o conhecimento pro- gressista e a educação pública. Inicialmente concebido para a conferência sobre John Dewey, em 1992, Políticas Culturais e Educação centra-se na compreensão do que conduz: a manutenção de determinadas atitudes, historicamente contextualizadas; as tensões existentes entre as consequências globais e locais do capitalismo colectivo internacional; ao desenvolvimento e a formação de movimentos conservadores esta- tais e sociais; a retórica e a política concreta de "reforma" curricular e escolar. A própria análise de Apple, que assenta na abordagem estruturalista e em diver- sas perspectivas pós-modernas, configura um quadro de investigação educacional baseado em relações criativas das tradições teóricas. No centro desta problemática, a sua obra Políticas Culturais e Educação debruça- -se sobre as questões que se vão formulando em torno da teoria e da prática, permi- tindo determinadas formas de educação pública, num mundo que, cada vez mais, celebra a diferença e, simultânea e perniciosamente, a reforça. Porventura, a questão nuclear de todos os estudos críticos sobre a educação repousa no facto de que todas as verdadeiras teorias educacionais são teorias de democracia e todas as verdadeiras teorias democráticas são teorias da educação. Michael Apple retoma esta questão com uma voz original; a voz que espelha uma análise rigorosa e uma preocupação compassiva. Políticas Culturais e Educação é uma obra de valor inestimdvel para todos aqueles que se consideram educadores públicos. James M. Giarelli Co-chair, John Dewey Lecture Commission ' John Dewey, "The Underlying Philosoply of Education", in William H. Kilpatrick (ed.), The Educational Frontier (pp. 316-317). The Century Co., 1933, New York and London.