AZAMBUJA 2025 – UMA ESTRATÉGIA COM UM RIO DE OPORTUNIDADES Estratégia de Desenvolvimento 2025 e Plano de Acção 2030 AZAMBUJA 2025: UMA ESTRATÉGIA COM UM RIO DE OPORTUNIDADES Ficha Técnica: Plano Estratégico de Azambuja Azambuja 2025 Plano de Acção Agosto de 2011 Câmara Municipal de Azambuja Com base no Estudo Técnico elaborado por: Augusto Mateus & Associados – Sociedade de Consultores www.amconsultores.pt e-mail: [email protected] Rua Laura Alves, 12 - 3º Andar 1050-138 Lisboa Tel.: +351 21 351 14 00 Coordenação Global Augusto Mateus Direcção de Planeamento e Desenvolvimento Territorial Paulo Madruga e Vânia Rosa Coordenação Operacional Ricardo Veludo Equipa Técnica Ana Cristina Silva, Ana Caetano, António Marques, Filipa Lopes, Susana Mateus Página 2 de 136 AZAMBUJA 2025: UMA ESTRATÉGIA COM UM RIO DE OPORTUNIDADES Índice INTRODUÇÃO _________________________________________________________________________________________ 7 1. UMA VISÃO PARA A AZAMBUJA _______________________________________________________________________ 8 2. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO PARA A AZAMBUJA _______________________________________________ 17 2.1 Eixo 1: Qualificação e valorização dos espaços empresariais [ Dimensão do Território: para Trabalhar ] _________________ 25 2.2 Eixo 2: Valorização do património cultural e natural [ Dimensão do Território: para Visitar ] ___________________________ 29 2.3 Eixo 3: Qualificação e valorização do território para a função residencial [ Dimensão do Território: para Viver ] ____________ 33 2.4 Dimensão Transversal de Intervenção “Governança e Capacitação” _____________________________________________ 36 2.5 Dimensão Transversal de Intervenção “Sustentabilidade e eficiência” ____________________________________________ 37 2.6 Dimensão Transversal de Intervenção “Marketing Territorial e Promoção” _________________________________________ 39 3. DIAGNÓSTICO PROSPECTIVO DE AZAMBUJA __________________________________________________________ 40 3.1 Uma das principais „Portas” a Norte de Lisboa _______________________________________________________________ 40 3.2 Crescimento migratório acompanhado de envelhecimento da população __________________________________________ 41 3.3 Dinamismo económico e empresarial num território de baixas qualificações _______________________________________ 44 3.4 Atractividade pendular e boas acessibilidades _______________________________________________________________ 55 3.5 Carácter rural e atractividade territorial _____________________________________________________________________ 60 3.6 Azambuja no caminho para a qualificação dos serviços complementares à função residencial _________________________ 72 3.7 Frente Tejo e património cultural – uma oportunidade para o desenvolvimento turístico ______________________________ 75 4. PLANO DE ACÇÃO __________________________________________________________________________________ 81 ANEXOS ___________________________________________________________________________________________ 123 Anexo 1 - Participação pública na construção da estratégia para o concelho de Azambuja ______________________________ 124 Anexo 2 - Orientações e directrizes dos Instrumentos de Planeamento de base territorial superior ________________________ 132 Página 3 de 136 AZAMBUJA 2025: UMA ESTRATÉGIA COM UM RIO DE OPORTUNIDADES Índice de Caixas Caixa 1: Turismo Fluvial e Estuarino – Benchmarking Internacional ____________________________________________________ 30 Caixa 2: Portugal Logístico ____________________________________________________________________________________ 46 Caixa 3: Azambuja – A evolução é natural________________________________________________________________________ 54 Caixa 4: Acessibilidades rodoviárias e ferroviárias ao nível nacional ___________________________________________________ 59 Caixa 5: Gestão do Território em Azambuja – PDM em vigor _________________________________________________________ 65 Caixa 6: Equipamento Escolar – principais valências e características __________________________________________________ 72 Caixa 6: Equipamento de Segurança Social – principais valências e características _______________________________________ 72 Caixa 6: Equipamento de Saúde – principais valências e características ________________________________________________ 73 Caixa 6: Equipamentos Culturais e Recreativos – principais valências e características ____________________________________ 73 Caixa 6: Equipamentos Desportivos – principais valências e características _____________________________________________ 73 Caixa 6: Outros Equipamentos – principais valências e características _________________________________________________ 74 Caixa 7: Orientações nacionais para o sector do turismo ____________________________________________________________ 75 Caixa 8: Áreas urbanas com valor de conjunto ____________________________________________________________________ 76 Caixa 9: Património classificado em Azambuja ____________________________________________________________________ 78 Caixa 10: Frente Tejo – Lezíria e Estuário ________________________________________________________________________ 79 Caixa 11: Eixos Prioritários propostos pelo Programa Operacional Regional do Alentejo, 2007-2013 _________________________ 132 Caixa 12: Directrizes Nacionais (PNPOT) e regionais (PROT-OVT) de Ordenamento do Território – posicionamento de Azambuja _ 133 Caixa 13: Programa de Acção AMO/4LT 2008-2017 _______________________________________________________________ 135 Caixa 14: Programa de Acção Territorial Alenquer / Azambuja _______________________________________________________ 136 Índice de Figuras Figura 1: Dinâmicas e factores estratégicos com impacte no território de Azambuja _______________________________________ 12 Figura 2: Da Visão à Estratégia de Desenvolvimento para a Azambuja _________________________________________________ 17 Figura 3: Estratégia de Desenvolvimento para a Azambuja – encadeamento esquemático de motivações e justificações __________ 20 Figura 4: Estratégia de Desenvolvimento para a Azambuja – síntese conceptual _________________________________________ 21 Figura 5: Enquadramento do concelho face às NUTS III _____________________________________________________________ 40 Figura 6: Mapa esquemático de inserção do município de Azambuja na sua envolvente territorial ____________________________ 40 Figura 7: Densidade Populacional (hab./Km2) _____________________________________________________________________ 41 Figura 8: Taxas de Crescimento Efectivo e Migratório, 2001 _________________________________________________________ 41 Figura 9: Taxas de atracção e de repulsão interna, 2001 ____________________________________________________________ 43 Figura 10: Índices de dependência de jovens e de envelhecimento, 2001 _______________________________________________ 43 Figura 11: Evolução da população por grupos etários _______________________________________________________________ 44 Figura 12: População residente por sector de actividade ____________________________________________________________ 44 Figura 13: Principais culturas permanentes _______________________________________________________________________ 45 Figura 14: Padrão de actividade ________________________________________________________________________________ 48 Figura 15: População empregada por profissão ___________________________________________________________________ 48 Figura 16: População desempregada ___________________________________________________________________________ 48 Figura 17: População sem actividade económica __________________________________________________________________ 48 Figura 18: Evolução do desemprego – Centro de Emprego de V. F. de Xira, Jan. 2004 a Jan. 2010 __________________________ 48 Figura 19: Evolução do desemprego no concelho de Azambuja, Jan. 2004 a Jan. 2010 ____________________________________ 48 Figura 20: População residente por qualificação académica __________________________________________________________ 49 Figura 21. PIB per capita (PT=100) _____________________________________________________________________________ 53 Figura 22: Movimentos pendulares – Entradas e Saídas de Azambuja (Trabalho) _________________________________________ 55 Figura 23: Esquema dos fluxos de entrada e de saída em Azambuja, por sub-região/concelho de origem/destino e motivo. ________ 56 Figura 24: Movimentos na AML, 2001 ___________________________________________________________________________ 58 Figura 25: Integração de Azambuja nas redes rodo e ferroviária ______________________________________________________ 58 Página 4 de 136 AZAMBUJA 2025: UMA ESTRATÉGIA COM UM RIO DE OPORTUNIDADES Figura 26: Relevo do concelho _________________________________________________________________________________ 60 Figura 27: Ocupação do Solo __________________________________________________________________________________ 61 Figura 28: Densidade Pop., 2001 _______________________________________________________________________________ 62 Figura 29: Var. Pop, 91-2001 __________________________________________________________________________________ 62 Figura 30: Tipologia Áreas Urbanas _____________________________________________________________________________ 62 Figura 31: Evolução da população residente no concelho de Azambuja, por naturalidade ___________________________________ 63 Figura 32: Valor médio dos prédios transaccionados – urbanos e rústicos, 2001 __________________________________________ 64 Figura 33: Fogos licenciados (construção nova) para habitação familiar ________________________________________________ 64 Figura 34: Esquema da proposta de ordenamento do PDM em vigor ___________________________________________________ 67 Figura 35: Exercício de projecção da população (Curva Logística) _____________________________________________________ 70 Figura 36: Sistema urbano e acessibilidades _____________________________________________________________________ 133 Figura 37: Modelo Territorial PROT-OVT ________________________________________________________________________ 134 Figura 38: Estratégia Territorial do PAT Alenquer / Azambuja _______________________________________________________ 136 Índice de Fotografias Fotografia 1: Habitação colectiva em (1) V. Nova da Rainha, (2) Virtudes e (3) Azambuja. __________________________________ 68 Fotografia 2: Azambuja - Loteamentos a Nascente _________________________________________________________________ 68 Fotografia 3: Azambuja – Loteamentos perto da EM641 _____________________________________________________________ 68 Fotografia 4: Casais da Lagoa - Loteamento ______________________________________________________________________ 68 Fotografia 5: Casais dos Britos - Loteamento infraestruturado ________________________________________________________ 68 Fotografia 6: Passagem aérea sobre a linha de caminho-de-ferro, Azambuja e Virtudes ____________________________________ 69 Fotografia 7: Soluções existentes / Intervenções recentes a replicar ___________________________________________________ 69 Fotografia 8: Vista do Castro de V. N. S. Pedro sobre a ribeira de Almoster _____________________________________________ 78 Fotografia 9: Workshop „Logística, Indústria, Serviços e Agricultura‟ __________________________________________________ 124 Fotografia 10: Workshop „Sustentabilidade, Ambiente, Qualidade de Vida e Desenvolvimento Turístico‟ ______________________ 128 Índice de Quadros Quadro 1: Leitura do Município de Azambuja à luz das suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (SWOT) _______________ 9 Quadro 2: Modelo de Intervenção Estratégica e Factores Críticos dos Eixos Estratégicos de Desenvolvimento de Azambuja ______ 23 Quadro 3: Modelo de Intervenção Estratégica e Factores Críticos das Dimensões Transversais de Intervenção da Estratégia de Desenvolvimento de Azambuja ___________________________________________________________________________ 24 Quadro 4: Objectivos do Eixo 1: Qualificação e Valorização dos espaços empresariais ____________________________________ 27 Quadro 5: Objectivos do Eixo 2: Valorização do património cultural e natural – Território para Visitar __________________________ 32 Quadro 6: Objectivos do Eixo 3: Qualificação e valorização do território para a função residencial - Território para Viver __________ 35 Quadro 7: Objectivos da Dimensão Transversal – Governança e Capacitação ___________________________________________ 36 Quadro 8: Objectivos da Dimensão Transversal - Sustentabilidade e Eficiência __________________________________________ 37 Quadro 9: „Dimensões Transversais – Marketing Territorial e Promoção‟ Quadro-resumo da estratégia ________________________ 39 Quadro 10: Evolução da população residente, entre 1991 e 2001 _____________________________________________________ 42 Quadro 11: Estabelecimentos e emprego ________________________________________________________________________ 51 Quadro 12: Grau de Especialização do Emprego por Sectores de Actividade ____________________________________________ 52 Quadro 13: Indicadores de mobilidade de Azambuja _______________________________________________________________ 57 Quadro 14: Oferta turística em Azambuja ________________________________________________________________________ 80 Quadro 15: Indicadores de hotelaria, 2007 _______________________________________________________________________ 80 Quadro 15: Projectos que compõem o Plano de Acção, por __________________________________________________________ 82 Página 5 de 136 AZAMBUJA 2025: UMA ESTRATÉGIA COM UM RIO DE OPORTUNIDADES Siglas e Acrónimos AML Área Metropolitana de Lisboa AMO Associação de Municípios do Oeste CIMLT Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo CM | CMA Câmara Municipal | Câmara Municipal de Azambuja CTA Campo de Tiro de Alcochete DGOTDU Direcção-Geral de Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano IGT Instrumento de Gestão Territorial INE Instituto Nacional de Estatística JF Junta(s) de Freguesia LT Lezíria do Tejo LVT Lisboa e Vale do Tejo NAL Novo Aeroporto de Lisboa NERSANT Associação Empresarial da Região de Santarém NUTS Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatísticos OVT Oeste e Vale do Tejo PA AMO/4LT Programa de Acção para os Municípios do Oeste e Quatro Municípios da Lezíria do Tejo 2008 – 2017 PAT Programa de Acção Territorial PDM Plano Director Municipal PENT Plano Estratégico Nacional do Turismo PMOT Plano Municipal de Ordenamento do Território PNPOT Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território PO Plano Operacional PP Plano de Pormenor PRN Plano Rodoviário Nacional PROT Plano Regional de Ordenamento do Território PU Plano de Urbanização QREN Quadro de Referência Estratégico Nacional (2007-2013) RGA Recenseamento Geral de Agricultura SAU Superfície Agrícola Utilizada UE União Europeia Página 6 de 136 AZAMBUJA 2025: UMA ESTRATÉGIA COM UM RIO DE OPORTUNIDADES Introdução “Azambuja 2025 – Uma Estratégia com um Rio de Oportunidades” consubstancia o Plano Estratégico para o Desenvolvimento de Azambuja no horizonte de 2025 e resulta da análise e diagnóstico efectuada ao concelho e de um processo de participação, debate e reflexão promovido pela Câmara Municipal, que permitiu construir e consolidar as bases de uma leitura partilhada sobre os desafios e as oportunidades que se colocam ao concelho e ao seu espaço de inserção regional, e sustentar as opções agora propostas. O Plano Estratégico para o Desenvolvimento de Azambuja representa o resultado da reflexão técnica levada a cabo pela Augusto Mateus & Associados relativamente aos moldes e formatação da estratégia a adoptar pelo município de Azambuja até 2025, tendo por base o conjunto de reuniões efectuadas entre a equipa de trabalho da Augusto Mateus & Associados e a equipa da Câmara Municipal de Azambuja, as directivas delas resultantes, as reuniões realizadas com actores do concelho e espaço supra-municipal, o processo de recolha e tratamento de informação estatística e documental e as workshops, que permitiram não só alargar o espaço de reflexão e discussão a todos os cidadãos interessados em contribuir, mas também recolher contributos empíricos importantes para contextualizar os processos dinâmicos que influenciam o desenvolvimento e posicionamento do concelho. A abordagem deste documento deixa em evidência o espírito de articulação aplicado ao longo deste processo de reflexão estratégica sobre o futuro de Azambuja, considerando aspectos que têm influenciado a formação e progresso do concelho, e aspectos relacionados com o seu posicionamento face ao País (enquanto realidade económica, social e institucional) e face à sua inserção no espaço territorial da Lezíria do Tejo. “Azambuja – uma Estratégia com um Rio de Oportunidades” é o documento onde se apresenta uma Visão para o concelho no horizonte de 2025 suportada por um processo validado e largamente participado de diagnóstico prospectivo. É o documento onde se define a Estratégia de Desenvolvimento consentânea com a operacionalização da Visão delineada, e onde se elencam as linhas directivas do correspondente Plano de Acção, enquanto instrumento que articula intenções de investimento e intervenção. Pretende-se que seja um instrumento ao serviço do desenvolvimento integrado e sustentado de Azambuja, com que todos – dos autarcas à comunidade, dos investidores aos actores económicos – se identifiquem e para o qual contribuam. Este documento está organizado em quatro capítulos – o Capítulo 1 apresenta a Visão definida para a Azambuja no horizonte de 2025, e é suportado pelo diagnóstico e pelas conclusões do Capítulo 3, na análise de instrumentos e programas de âmbito nacional, regional e supra-municipal que influenciam a Azambuja e no resultado do processo de participação, debate e reflexão que resultou das reuniões de trabalho temáticas organizadas, permitindo assim identificar as forças e fraquezas do concelho e as dinâmicas das suas ameaças e oportunidades. No Capítulo 2 apresenta-se o caminho operacional de concretização da Visão, numa Estratégia de Desenvolvimento organizada em torno de três eixos estratégicos de desenvolvimento e três dimensões transversais de intervenção. No Capítulo 4 procede-se à materialização da Estratégia preconizada para o concelho de Azambuja num conjunto de projectos – Plano de Acção - que se pretende contribuam para um melhor posicionamento do concelho no seu espaço alargado, para a capitalização de dinâmicas e recursos internos e para o cabal aproveitamento das vantagens e oportunidades que se colocam ao território em que Azambuja está inserido. Página 7 de 136 AZAMBUJA 2025: UMA ESTRATÉGIA COM UM RIO DE OPORTUNIDADES 1. Uma Visão para a Azambuja A formulação da orientação estratégica que um território pode ou deve assumir (consoante os cenários que se lhe colocam permitam uma postura mais “optativa”, ou recomendem uma postura mais “assertiva”) é suportada por um processo que articula as “diferentes leituras” que se fazem sobre esse território, conjugando a evolução do município e a da região em que este está inserido, com um conjunto alargado de aspectos relacionados com o seu posicionamento actual no contexto nacional e relativamente às NUTS III Lezíria do Tejo, Oeste e Grande Lisboa, com os grandes objectivos e metas de desenvolvimento preconizados em documentos estratégicos de âmbito nacional, regional e supra-municipal e com as recomendações da Administração Local, e com a visão partilhada de actores relevantes e da comunidade local sobre o percurso recente e sobre as opções de desenvolvimento futuro do concelho. A reflexão estratégica para o concelho de Azambuja visa promover a articulação e garantir a coerência da actuação do Município nas suas múltiplas áreas de intervenção, com vista a: Identificar as oportunidades que se apresentam ao território municipal e supra-municipal, aprofundando o conhecimento sobre o posicionamento relativo do município no contexto nacional e regional e articulando a estratégia de desenvolvimento ao nível sub-regional/regional; Promover a potenciação das oportunidades identificadas num quadro de cooperação com os municípios vizinhos, com a Administração Central e com parceiros públicos ou privados, numa lógica de exploração de complementaridades que permita o estabelecimento de redes e circuitos; Identificar eixos estratégicos de intervenção e estabelecer um programa de acção, definindo os espaços e os territórios prioritários de intervenção que garantam o desejável equilíbrio entre as diversas dimensões relevantes – espaço urbano e rural, actividades tradicionais e inovação, áreas habitacionais e empresariais, atracção de população e preservação ambiental, etc.; Focar o investimento em iniciativas que permitam cumprir objectivos prioritários com impacte fundamental em termos económicos e sociais, valorizando a dimensão dos projectos. A visão estratégica de desenvolvimento para o concelho de Azambuja no horizonte 2025 é construída com base num quadro de referência, onde as forças (a potenciar) e as fraquezas (a debelar) identificadas à Azambuja se revelam essenciais à prossecução de uma estratégia coerente de desenvolvimento, suportada por cenários de desenvolvimento que “ponderem os mecanismos” em que as oportunidades que se afiguram ao concelho sejam “utilizadas” como forma de fazer frente às possíveis ameaças que o possam condicionar, numa lógica que se pretende pró-activa. Este referencial de análise (sistematizado no quadro seguinte) resulta de um processo que conjuga a análise e diagnóstico do Concelho (nas dimensões aprofundadas no capítulo 3), os contactos, reuniões e entrevistas havidos com a autarquia e com actores actuantes no seu território alargado, a percepção resultante das visitas realizadas ao concelho, e os resultados dos workshops temáticos efectuados com o objectivo de incorporar os contributos e sensibilidade operativa dos “utilizadores” do território, enquanto efectivos parceiros com intervenção no seu desenvolvimento (ver Anexo 1). Página 8 de 136 AZAMBUJA 2025: UMA ESTRATÉGIA COM UM RIO DE OPORTUNIDADES Quadro 1: Leitura do Município de Azambuja à luz das suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (SWOT) Forças Fraquezas Proximidade à AML/Lisboa - principal pólo de emprego do País e maior Eacxeisstsêinbciliiad adedse releimvapnotretasn tpeasr a oc osnesctrtoarn gloimgíesntitcoos e daeos connísviedle radçãaos mercado de consumo – e posicionamento estratégico junto a importantes da área logística de Azambuja no „Portugal Logístico‟. vias de comunicação (A1/IP1-A2, A1/IP1-A23, A10/A13-A6, A15, IC2, …); Existência de um tecido produtivo atomizado e de carências em termos Enquadramento estratégico do concelho nos instrumentos de planeamento de espaços infraestruturados e qualificados para implantação de PME; de nível superior e supra-municipal (Arco Metropolitano de Lisboa, „Porta Empreendedorismo empresarial pouco expressivo e baixos níveis de Norte de Lisboa‟); inovação e de ligação ao sistema de ensino e investigação; Integração do concelho numa região de Convergência (NUTS II Alentejo), Dificuldades de concertação entre possíveis parceiros; que confere maiores possibilidades de acesso a fundos comunitários do que se se mantivesse a anterior inserção da Lezíria do Tejo (e de Fraca projecção exterior do concelho; Azambuja, por inerência) na NUTS II Lisboa (região em objectivo Atravessamento do concelho por importantes Espaços-Canal que Competitividade Regional e Emprego); condicionam o ordenamento do território; Excelente posicionamento de Azambuja face à procura no sector logístico e Existência de constrangimentos decorrentes da aplicação do Plano industrial; Director Municipal e do seu grau de desajuste; Existência de dinâmica económica e empresarial, criadora de postos de Persistência de importantes debilidades no que se refere à trabalho – Azambuja é receptor líquido de mão-de-obra. escolarização e qualificações do capital humano e falta de alternativas de progressão curricular dos alunos adequadas às necessidades da Actividade agrícola com boa produtividade; estrutura económica local e regional; Baleulveizoan arneast;u ral e valor ecológico do Estuário do Tejo e dos vales Relevante nível de envelhecimento da população e Isolamento e dependência de idosos, particularmente no Alto Concelho; Catrreascctiivmideandtoe repsoidpeunlacciaiol ndaol coanscseolchiaod; o ao dinamismo económico e à Abandono das áreas rurais, particularmente no Alto Concelho; Evolução positiva em matéria de equipamentos colectivos e taxas de Cpareras caim deensteos turrubtuarnaoç ãreoc dean tea cdtiivfuidsaod ee paoguríccoo lae setr uptaurraa doo ,a bqauned coonnot rdibausí cobertura satisfatórias e Existência de associativismo e estruturas áreas centrais dos aglomerados; comunitárias com serviços de apoio à escala local; Existência de património edificado relevante; Eofxeisrttaê ndcei atr adnes pdoertbeilsid paúdbelsic oaso; nível da integração e intensidade na C20re0s1c, iomse anltooj admo etunrtoissm poa rreas uidseon scaiazlo en arel soiud êsnecciuansd sáerciou nadumáreianst a(reanmtr e9 %19)9; 1 e Necessidade de reforçar e qualificar algumas redes de equipamentos e de diversificar a oferta; Existência de uma rede urbana polinucleada. Fraco dinamismo do mercado imobiliário. Existência de diversos PMOT em elaboração; Existência de uma campanha de promoção do concelho. Oportunidades Ameaças Crescimento populacional associado à capacidade de atracção de Incapacidade em qualificar espaços logísticos e empresariais que população e à criação de emprego; possam competir com as novas plataformas logísticas existentes no Planos e projectos para criação, ampliação e qualificação de espaços para País; implantação de novas actividades económicas; Especialização nos serviços pessoais e empresariais de menor Localização numa região elegível no âmbito do objectivo de convergência produtividade, associados a fenómenos de deslocalização do centro da (2007-2013), criando condições para a localização preferencial de AML; actividades económicas e infraestruturas da área de influência de Lisboa; Incapacidade em criar sinergias entre os operadores e empresas de Presença no concelho de importantes empresas e operadores logísticos, maior dimensão e a estrutura empresarial local; ligados à inovação e ao mercado; Concentração do investimento na sede de concelho e em algumas Existência de fortes potencialidades ao nível das actividades associadas ao áreas do concelho, contribuindo para a perda de atractividade relativa sector primário e aos recursos endógenos; dos aglomerados rurais e seu despovoamento; Crescente consciência ambiental e de valorização paisagística, associada à Ocupação das margens ribeirinhas e zonas inundáveis; importância biofísica, beleza natural e potencialidades turísticas da Frente Risco de suburbanização; Tejo e da Lezíria, dos vales aluvionares e do Alto Concelho; Dispersão da ocupação edificada do solo pelas zonas rurais com a Polis Tejo; consequente degradação da paisagem, ocupação de áreas agrícolas e Marketing territorial direccionado para a projecção de uma imagem criação de dificuldades acrescidas à implementação de um sistema de coerente do concelho, valorizadora da sua baixa densidade de ocupação; transportes públicos sustentável; Existência de aglomerados urbanos com valor de conjunto e de projectos Forte dependência relativamente ao transporte individual; para sua valorização e regeneração urbana; Agravamento da tendência de envelhecimento da população; Existência de projectos e planos para expansão planeada dos aglomerados Abandono das áreas rurais (despovoamento, risco de incêndio, urbanos; degradação do território); Construção do Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete e Incapacidade em qualificar e povoar os núcleos antigos dos da linha ferroviária de alta velocidade, potenciando actividades económicas aglomerados urbanos; de suporte directo ao NAL e que valorizem a proximidade de localização; Incapacidade em integrar e desenvolver produtos turísticos de Plano Estratégico da linha do Oeste, em que Azambuja pode posicionar-se excelência em rede com outros municípios que permitam promover os como possível solução na ligação a Lisboa. valores turísticos únicos do concelho e da sua envolvente; Incapacidade em mobilizar os investidores turísticos para se aliarem como parceiros na construção de um caminho comum. Página 9 de 136 AZAMBUJA 2025: UMA ESTRATÉGIA COM UM RIO DE OPORTUNIDADES Identificou-se um conjunto de dinâmicas que influenciam e condicionam o desenvolvimento futuro de Azambuja (esquematizadas na figura seguinte) e que permitem colocar questões a que a estratégia terá que responder operacionalmente, sobre: a relação com Lisboa-Cidade, com Lisboa-AML e com Lisboa-Região: Azambuja poderá posicionar-se como fim de linha (a última paragem da linha de Azambuja, um concelho para lá da fronteira da AML), ou como corredor de ligação, assumindo um papel activo nas dinâmicas empresariais, logísticas e de transportes que se estabelecem com a AML e entre a AML e o exterior (a nível nacional e internacional). A reestruturação que se prevê, nos próximos anos, das lógicas de articulação em torno de Lisboa, permite antecipar um maior equilíbrio nas relações norte-sul, com uma valorização das lógicas nascente-poente que reforçarão a definição de “circulares a partir de Lisboa-Cidade”, atenuando o modelo típico de divisão entre centro e periferia, e criando condições para que a afirmação de cidades pequenas fora da AML seja uma realidade da Lisboa-Região, possibilitada pela mudança dos raciocínios de “medição de distâncias” que os eixos radiais (CRIL, CREL, …) têm vindo a introduzir, dando mais relevância à “medição das distâncias em tempo” e minimizando a “medição das distâncias em km‟s”. a relação com os “vizinhos”: Azambuja tem em comum com as regiões do Oeste e da Lezíria do Tejo (NUTS III) o carácter rural e descongestionado da sua paisagem, o interesse dos valores culturais e patrimoniais e muitas das suas actividades de base, que sugerem a dinamização de sinergias e complementaridades. O Plano Estratégico da Linha do Oeste propõe-se analisar uma possível conexão da Linha do Oeste, a partir da zona de Torres Vedras, a Lisboa, independente da Linha de Sintra. Caberá à Azambuja posicionar-se como solução, garantindo a ligação suburbana a Lisboa, mas também a ligação à linha do Norte e, eventualmente, ao Novo Aeroporto de Lisboa, reconfigurando a relação entre a Lezíria e o Oeste. A relação com o Alentejo (NUTS II) assume relevo particular pelo facto de, do ponto de vista do acesso a fundos estruturais, Azambuja se inserir numa região de convergência que lhe pode proporcionar o acesso a patamares superiores de captação de novos investimentos, induzido pela possibilidade que o concelho tem de oferecer uma localização relativamente próxima a Lisboa, mas que beneficie de taxas superiores de co-financiamento comunitário. A ligação entre o património, o ambiente e a sustentabilidade, como elos de uma imagem de qualidade de vida e com potencial de projecção turística: Azambuja poderá projectar uma imagem consistente de qualidade de vida, associada não só à paisagem rural e à imagem preservada do concelho, mas também a factores estratégicos de atractividade residencial, razão pela qual haverá que investir na qualificação, modernização e inovação das funções inerentes à função residencial, enquanto aposta na melhoria da qualidade de vida das pessoas e na atractividade residencial para uma população jovem e qualificada, numa conjugação de forças entre os concelhos com modelos residenciais coerentes (como Azambuja, Salvaterra de Magos, Arruda dos Vinhos, Alenquer, Sobral de Monte Agraço, Cadaval, Bombarral, Cartaxo, Almeirim e Santarém) que permita reforçar a sua identidade em torno de um modelo residencial característico e contrariar tendências de suburbanização que possam vir a acentuar-se como resultado de pressões associadas ao NAL. 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