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Pessoas extraordinárias: resistência, rebelião e jazz PDF

436 Pages·1998·42.525 MB·Portuguese
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m livro sobre pessoas cujos nomes. IE: geralmente conhecidos apenas. pelos parentes e vizinhos, É assim mes- mo, de forma aparentemente pouco con- vidativa, que Hobsbawm define Pasoas extraordinárias. Afinal, quem estaria inte. ressado na história do sapateiro John Adams, figura muito popular em Kent nos idos de 1830, ou, ainda, em Ned Luda, operário cuja especialidade era destruir máquinas industriais no século XVIII? Certamente, eles eram tão conhecidos quanto Herbert Smith, cuja maior proeza foi cheàg praeferito de Barnsley-sem nunca ter tirado seu boné de mineiro da cabeça, ou quanto Marie Deschamps, camponesa inilidta Caonmtunea de Paris que só ficaria. mais famosa por ser retratada na Liberdade de Delacroix. Seria este, então, mais um daqueles livros sobre as famosas “histórias humanas de gente simples”? Não exatamente. Tais personagens estão aqui compondo um novo parâmetro para a história do pro- letariado e de sua formação, Pois através da redescoberta da realidade concreta do passado, Hobsbawm expõe a emergência de uma classe que se descobre portadora de uma identidade singular. Chamando a coisa pelo nome, trata-se de narraro apa- recimento da Famosa consciência de clave através da recuperação das revoltas co- tídianas das chamadas “pessoas comuns”. Mas, aqui, enat rerssaalva : “comuns” como indivíduos mas “extraordinárias” como agentes de uma ação coletiva. Se, por um lado, seus nomes designam pessoas con- cretas, por outro indicam personificações de impasses, contradições e esperanças de “momentos históricos cruciais. Mas o livro não é só sobre proletários anônimos. Bandidos, músicos, estudantes, cantoras de jazz e até mesmo um “pai PESSOAS EXTRAORDINÁRIAS Resistência, Rebelião e Jazz Eric Hobsbawm PESSOAS EXTRAORDINÁRIAS Resistência, Rebelião e Jazz Tradução de Irene Hirsch Lólio Lourenço de Oliveira D PAZE TERRA OE.) Hobsbawm “Traduzido do original: Uncommon people CIP-Brasil. Catalogação Na-Fonte (Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ, Brasil) Hobsbawm. E. J. (Eric ].), 1917- Pessoas extraordinárias: resistência, rebeliãeo jars/ Eric Hobsbavem; tradução de Irene Hirsch, Lólio Lourenço de Oliveira. - São Paulo: Pae Tzerr a, 1998. ISBN 85-219-0319-7 H599p 1. História. 2, Movimentos sociais, 3, Personalidades. 1 Tírulo. 98-1827 CDD.909 CDU Trechos extraídos de: Os Trabalhadores— ad. Marina Íeão Teixeira V. de Medeiros “Micndos do Traba—l hTroad . Waldea Barcellos e Sandra Bedran Os Revolucionárias — Trad, João cartas Vitor Garcia « Adelângela Saggioro Garcia História do Marxismo — Trad. Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho História Social do faze— Trad. Angela Notanha EDITORA PAZE TERRA SA Rua do 'lriunfo, 177 01212010 — São Paulo-SP Jel.: (011) 223-6522 Rua Dias Ferreira n.º 417 — Loja Parte 22431-050 — Rio de Janeiro-RJ Tel: (021) 259-6946 1998 Impresso no Brasil! Printed in Brasil SUMÁRIO PREFÁCIO. A TRADIÇÃO RADI! 1. THOMAS PAINE o . 2.08 DESIRULDORES DE MÁQUINAS. 11.1. 3. SAPALEIROS POLITIZADOS (em cosantoria com Juan W Score), , 4.TRADIÇÕES OPERÁRIAS ess O FAZER-DAS ECL ASSE OPER1Á870R -I 19A14. ...iccsocooo 6. VALORES VITORIANOS. ..... ce... ns HOMEM E MULHER: IMAGENS DA ESQUERDA. . 143 8, O NASCIMENTO DE UM FERIADO: O PRIMEIRO DE MAIO. 169 9.0 SOCIALISMO E À VANGUARDA, 1880-1914 191 10. O MEGAFONE DA ESQUERDA 207 CAMPONESES 11.05 CAMPONESES E A POLÍTICA. als 12, OCUPAÇÕES DE TERRA POR CAMPONESES 241 13,0 BANDIDO GIULIANO 27 6 ERIC HOBSBAWM HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA 14.0 VIETNÃ E A DINÂMICA DA GUERRA DE GUERRILHAS 289 305 15. MATO DE 1968 16. AS REGRAS DA VIOLÊNG 17. REVOLUÇÃO E SEXO 325 18. EPPLÁFIO PARA UM VILÃO: ROY COHN. . FEM JAZ 19. O CARUSO DO JAZZ 20. COUNT BASIE 21.0 DUKE 22.O JAZZ VAI À EUROPA 23.0 SWING POPULAR 24.0 JAZZ A PARTIR DE 1960 25. BILLIE HOLIDAY 26.0 VELHO MUNDO E O NOVO: QUINTHENTOS ANOS DE COLOMBO ÍNDICE REMISSIVO PREFÁCIO Este livro é quase inteiramente sobre a espécie de pessoas cujos nomes são usualmente desconhecidos de todos excero de sua família, seus vizinhos e, nos Estados modernos, as repartições que registram nascimentos, casa- mentos é mortes. Ocasionalmente essas pessoas são conhecidas tunbém pela polícia e por jornalistas em busca de uma “história humana”. Em alguns casos, seus nomes são inteiramente desconhecidos e impossíveis de conhe- cer, como os dos homens e mulheres que mudaram o mundo com o cultivo de safras no recém-descoberto Novo Mundo, importadas arravés da Europa « África. Alguns desempenharam um papel em pequenas, ou regionais, ce- nas públicas: a rua, a aldeia, à capela, a seção do sindicato, o conselho municipal. Na cra dos modernos media, a música e o esporte conferiram notoriedade pessoal a uns poucos deles que. em épocas anteriores, teriam permanecido anônimos, Essas pessoas constituem a maioria da raça humana. As discussões en- tre os historiadores sobre o quão importante são na história os indivíduos e suas decisões não dizem respeito a clas. Os escritos sobre tais indivíduos ausentes na história deixaram traços pouco significativos na narrativa macro- histórica, A questão de mcu livro não é exatamente se essas pessoas devem ser retiradas do esquecimento ou daquilo que E. P Thompson chamou, em sua frase memorável, “a enorme condescendência da posteridade”. Naturalmente que devem, e espero que alguns capítulos — por exemplo, “ S apateiros poli- tizados” e “Ocupações de terra por camponeses” — tenham ajudado a fazê-lo. Do mesmo modo o velho Joseph Mitchell, do New Yorker, escreveu em protesto contra aqueles que se referiam, embora de modo simpático, à “arraia- miúda”. “Eles são tão grandes quanto você e eu.” Suas vidas têm tanto interesse quanto a sua ou à minha, mesmo que ninguém tenha escrito sobre clas. Minha questão diz respeito, antes, à que, coletivamente, se não como indivíduos, esses homens é mulheres são os principais atores da história. O que realizam e pensam faz a diferença. Pode mudar, e mudou, à cultura c o 8 ERIC HORSBAWM perfil da história, é mais do que nunca no século Xx, Essa é a razão por que dei o título a um livro sobre essas pessoas, tradicionalmente conhecidas como “pessoas comuns”, de Pessoas extemordinárias. Elas não são “desprovidas de personalidade e banais”, como os crimes com os quais Sherlock Holmes encontra uma inusual dificuldade cm lidar. Como são moldadas por seu passado « presente, qual a racionalidade de suas crenças e ações, como, por sua vez, modelam suas sociedades c his- tória: esses são os interesses centrais de meu livro. E espero que lhe dêem uma unidade temática básica. rés das seções do livro tratam de grupos sociais parsiculares ou milicus: “A tradição radical” (capítulos 1-10), com a classe operária e as ideologias associadas a esse movimento; “Camponeses” (capítulos 11-13), com a tra- dicional classe agrária: c o “Jaz=” (capítulos 19-25), como um dos poucos desdobramentos no âmbito das artes maiores totalmente originado no co- tidiano das pessoas pobres. Uma quarta seção, “História contemporânea” (capítulos 14-18), é relevante para meu tema visto que trata principalmente de situações nas quais as intenções humanas conscientes c decisões têm for- te peso, posto que são convencionalmente discutidas nesses termos. Entre- tanto, não posso negar que me deu prazer reimprimir por fim um bem- sucedido exercício de análise contemporânca. Tampouco resisti a incluir uma breve coda sobre o injustamente esquecido vilão dos Estados Unidos na estranha cra da Guerra Fria, publicada na série “Heróis c vilãos” do jovem jormal Badependen. Ela é, naturalmente, baseada no inatacável Cidadão Colm: a vida e à época de Roy Cobn (Nova York, 1988), de Nicholas von Hoffmann. De uma mancira ou de outra, como o demonstram os presentes en- saios, essas questões têm-me preocupado ao longo de toda minha carreira como historiador. Elas seguem as linhas de pesquisa perseguidas em meus primeiros estudos sobre os trabalhadores e em meus primeiros livros, publi- cados quase quarenta anos atrás, Rebeldes primitivos « História social do jazz. Pessoas extraordinárias reúne um número de estudos realizados entre o co- meço da década de 50 « meados da década de 90. Onze dos 26 ensaios apareceram previamente em livros anteriores; Os imabalhadores, Revolucionários e Mundosdo trabalho; os demais não foram previamente publicados em livro sob meu nome, ao menos não na Grá-Bretanha. Detalhes adicionais são fornecidos ao início de cada capítulo. Londres, 1998 Eric Hobsbarom

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