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Pensamento sistêmico: o novo paradigma da ciência PDF

267 Pages·2006·33.041 MB·Portuguese
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EN·SJ.\MENT SIS'l"ÊMI( O NOVO PARADIGMA DA CIÊNCIA i' - - - • j l\/l~riélJC>sé···•··Esteves i i. d)? eF·· V<a.•.sJ/ci······ <o•.• ••••r····· icellos . 1 •• •• i ~----'-=-5ª. EDICÃÓ PAPIRU ______1 .. MARIA JOSÉ ESTEVES DE V ASCONCELLOS PENSAMENTO SISTÊMICO: O NOVO PARADIGMA DA CIÊNCIA PAPIRU S EDITORA Capa: Fernando Cornacchia Projeto gráfico e editoração: Marcos Valério dos Santos Copidesque: Lúcia Helena Lahoz Morelli Revisão: Margareth Silva de Oliveira Tais Gasparetti Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Vasconccllos, Maria José Esteves de Pensamento sistémico: O novo paradigma da ciência/ Maria José Esteves de Vasconcellos. -Campinas, SP: Papirus, 2002. Bibliografia. ISBN 85·308·0681-6 1. Ciência -Filosofia 2. Ciência· História 3. Conhecimento· Teoria 4. Paradigma (Teoria do conhecimento) 5. Teoria dos sistemas 1. Título. 02·3004 CDD-003 indicas para catálogo sistemático: 1. Pensamento sistémico: Paradigma da ciência: Conhecimento 003 5n Edição 2006 Proibida a reprodução total ou parcial da obra de acordo com a lei 9.610/98. Edilora afiliada à Associação Brasileira dos Direitos Reprográficos (ABDR). DIREITOS RESERVADOS PARA A LÍNGUA PORTUGUESA: © M.R. Cornacchia Livraria e Editora Ltda. - Papirus Editora Fane/fax: (19) 3272·4500 - Campinas - São Paulo - Brasil E-mail: [email protected] - www.papirus.com.br SUMÁRIO . APRESENTAÇÃO Juliana Gontijo Aun 7 INTRODUÇÃO 11 PARTEI Rastreando as origens do paradigma de conhecimento científico 1. IDENTIFICANDO AS NOÇÕES DE PARADIGMA E EPISTEMOLOGIA 27 A noÇão de paradigma 29 A noção de epistemologia 40 Equivalência entre as noções de paradigma e epistemologia 43 A noção de paradigma de ciência 46 2. DESTACANDO MOMENTOS MARCANTES NO DESENVOLVIMENTO DA CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO CIENTÍFICO 49 O pensamento dos gregos 53 O pensamento do homem medieval 58 O pensamento do homem moderno 59 - PARTEll Acompanhando as transformações do paradigma da ciência 3. DELINEANDO O PARADIGMA TRADICIONAL DA CIÊNCIA 67 O pressuposto da simplicidade 74 O pressuposto da estabilidade 81 O pressuposto da objetividade 89 As diversas ciências e o paradigma de ciência 94 4. DISTINGUINDO DIMENSÕES NO PARADIGMA EMERGENTE DA CIÊNCIA CONTEMPORÂNEA 101 Pressupondo a complexidade 104 Pressupondo a instabilidade 118 Pressupondo a intersubjetividade 129 As diversas ciências e o paradigma emergente da ciência contemporânea 145 5. PENSANDO O PENSAMENTO SISTÊMICO COMO O NOVO PARADIGMA DA CIÊNCIA: O CIENTISTA NOVO-PARADIGMÁTICO 14 7 PARTE Ili Um adenda necessário: Teorias de sistemas 6. RASTREANDO AS ORIGENS DAS ABORDAGENS TEÓRICAS DOS SISTEMAS 185 Distinguindo a necessidade deste adendo 185 Começando pela Teoria Geral dos Sistemas 195 Passando para a Cibernética 212 Voltando à Teoria Geral dos Sistemas: Especificidades dos sistemas vivos 227 Voltando à Cibernética: Desenvolvimentos novo-paradigmáticos nas duas vertentes da "ciência dos sistemas" 232 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 253 APRESENTAÇÃO Há muito, venho acompanhando o processo de geração das idéias da autora deste livro. Em 1990, o primeiro contato pessoal com Humberto Maturana. Em 1991, a ida a Buenos Aires para o Encuentro Nuevos Paradigmas, Cultura y Subjetividad. Em 1992, a defesa de sua dissertação de mestrado que foi publicada no livro Terapia familiar sistêmica: Bases cibernéticas, em 1995. Ao longo desses 12 anos, assisti a incontáveis apresentações em congressos eco-ministrei com ela várias aulas - sempre estimulantes e prazerosas para mim. E agora tenho o grande prazer de ler e comentar este novo livro. Vou salientar alguns momentos desse processo: Primeiro, o Encuentro Nuevos Paradigmas, Cultura y Subjetividad. Nele, ela estabeleceu contato direto com os pensadores de ponta que questionavam o paradigma tradicional da ciência e que apresentavam suas mais recentes con tribuições - cada um, uma nova contribuição, um novo paradigma. Nessa épo ca, ela já estava com o rascunho de sua dissertação de mestrado quase pronto. Já conhecia os textos da grande maioria daquelas personalidades e agora as conhecia pessoalmente e constatava a coerência entre o que ela estava elabo- Pensamento sislêmico: On ovo paradigma da ciência 1 7 rando e as idéias mais recentes desses autores. Porém, Maria José foi além e brilhantemente foi capaz de articular e sintetizar aqueles vários paradigmas apresentados por cada um dos autores, criando um texto totalmente original. E, mais do que isso, teve ainda a ousadia de propô-lo como um novo paradigma para a ciência e não corno vúrios novos paradigmas como o próprio nome do "Encuentro" sugeria. O segundo momento foi quando, em l 995, atreveu-se a anunciar publ i camente o pensamento sistêmico corno o novo paradigma ela ciência - idéia que jú vinha gestando havia algum tempo e que não é uma idéia trivial. Pelo contrúrio, é uma icléia que traz implicações revolucionúrias e profundas tanto quanto ü atitude científica, como quanto üs atitudes pessoais e que, muito ori ginalmente, não tem nada a ver com o atual reviva/ do misticismo, mas sim com a vicia concreta cotidiana. Finalmente, o terceiro momento é o atual, a publicação deste livro. No anterior, Maria José jú se referia ao pensamento sistêmico como novo paradigma ela ciência, mas dentro cio contexto da terapia de família, o que ofuscou sua contribuição para a ciência em geral. Muitas vezes, apressadamente e tentando manter alguma coerência com o paradigma tradicional, por desatenção üs impli cações contidas no próprio texto e/ou para não perder de todo o pé, as pessoas constroem a idéia linear de que a terapia de família e ele casal é a consequência natural e única desse novo paradigma. Agora, com este livro, não hú mais des culpas. Ele nos apresenta o novo paradigma da ciência - dessa ciência que criou para si mesma a armadilha de separar ciências físicas de humanas, de so ciais; de separar física de química, de psicologia, de sociologia, de biologia ... e que, necessitando urgentemente de agrupá-las para lidar com o que jú existe junto, de integrar o que não tem como coexistir desintegrado, não sabe agora como sair dessa armadilha. O pensamento sistêmico oferece uma linguagem comum, permite uma transdisciplinariclade e é por isso que pode ser apresenta do como o novo paradigma da ciência. Neste livro, Maria José nos conta como isso é possível. Ao longo de minha vida profissional, que é longa - 33 anos-, nunca consegui assumir integralmente apena3 uma das "abordagens"/"linhas"/ "matrizes" do pensamento psicológico. Twnpouco me foi possível separar pes- 8 quisa científica de prática em psicologia. Por outro lado, também nunca me satisfez uma posição eclética. Foi só quando entrei em contato com os auto res sistêmicos e quando compreendi o pensamento sistémico como paradigma da ciência, que me foi possível articular os diversos saberes da ciência que me interessem no momento, transitar entre seus diversos domínios, sem me sentir incoerente. Para chegar a essa posição tão confortável, o convívio com Maria José e com suas idéias foi de importância fundamental. Atualmente, não sei mais dizer se continuo psicóloga. Sei dizer que me sinto profundamente integrada com meus clientes, sejam eles pessoas, redes sociais, famílias, instituições; que não trabalho diretamente com a psique de qualquer um desses clientes; que trabalho com o contexto - com o contexto no qual se inserem as pessoas, as famílias, as instituições, no qual se constituem as redes sociais, no qual se desenvolvem as políticas sociais. Não preciso mais julgar, avaliar, diagnosticar, encontrar o errado, o disfuncional, o doente. Nesse aspecto, adotar o pensamento sistêmico como novo paradigma da ciência me deixa muito mais livre. Por outro lado, essa adoção dirige meu olhar para o con texto, para os recursos dos meus clientes. Nesse sentido, essa adoção é uma coerção. É uma coerção para abdicar da posição "privilegiada do profissional competente" e exigir de mim mesma a competência para criar contextos de auto nomia, nos quais os clientes possam assumir a competência da autoria de suas próprias vidas. Adotar o pensamento sistêmico integralmente, tal como no-lo apresenta Maria José, tem me permitido trabalhar com políticas públicas, resol vendo o dilema que me incomodava profundamente e que creio atazanar muitos dos profissionais da área social - o de agir para propiciar a mudança sem ser o autor da mudança. Adotar o pensamento sistêmico plenamente, como uma nova visão de mundo tal qual nos mostra Maria José, permite-nos, por exemplo, ofe recer um curso transdisciplinar - para enfermeiros, administradores, sociólo gos, pedagogos, ambientalistas, médicos, assistentes sociais, economistas do mésticos, economistas ... e até para psicólogos - em torno do tema família. O que não é pouco! Assim, este não é um livro para aqueles que estão satisfeitos com a ciên cia tradicional; ou para os que aceitam o meio-termo do rigor científico para as ciências humanas/sociais - nem tão rigorosas como a física, mas também não Pensamento sistémico: On ovo paradigma da ciência 1 9 totalmente descompromissadas com o rigor; ou para quem concorda com a idéia de que há uma ciência para o mundo inanimado e outra ciência para o mundo dos seres vivos. Não é um livro para aqueles que acreditam que a melhor solu ção é o meio-termo entre os extremos, ou que, referindo-se às ciências, acredi tam no provérbio "cada macaco no seu galho". Enfim, este é um livro para aqueles que estão dispostos a questionar os pressupostos da ciência e os seus próprios. Questionar coisa tão valiosa só vale a pena para quem está incomodado, insatisfeito, inconformado com a par ticipação que nós - os humanos - estamos tendo nos rumos deste mundo. Para quem desconfia das certezas do pensamento científico, mas que, ainda assim, quer continuar cientista - radicalmente um novo cientista. Para quem está dis posto a fazer a volta auto-reflexiva, isto é, para quem está disposto a aplicar a ciência sobre si mesma para questioná-la e reformulá-la a partir dela mesma. Um último comentário. Sua trajetória fez com que Maria .José fosse cha mada carinhosamente de "nossa epistemóloga" pela comunidade científica cios terapeutas de família do Brasil. Correndo o risco ele ser indiscreta, revelo que inicialmente ela se sentia incomodada com esse apelido, achava que era responsabilidade demais, que ela não o merecia. Aos poucos foi aceitando-o e, com este livro, Maria José vai além, ultrapassa as fronteiras ela comunidade científica dos terapeutas de família e assume, diante cio grande público cien tífico, seu papel ele epistemóloga ela ciência. Na realidade, este é um presente para a comunidade científica, que está longe ele reconhecer a importância dessa proposta e ele dar-lhe a dimensão devida. Trata-se de uma voz latino-americana, brasileira, mineira, feminina, dificilmente ouvida no mundo dos epistemólogos - um mundo predominantemente masculino, constituído pelo eixo norte americano-europeu, com hegemonia da língua inglesa. Mesmo num mundo globalizado, é muito difícil romper essa barreira, infelizmente para a ciência. Que pena! Juliana Gontijo Aun Consultora em Políticas PIÍblicas, terapeula de família e de casal, mestre em Psicologia Social pela UFMG, membro da EquipSIS-Equipe Sistêmica: l\1e11dime/l/o, Formaçüo e Pesquisa em Recursos Sislêmicos e Terapia Fa111ilia1: I \ 10

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