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pelo sul se faz caminho: angola, transculturação e atlântico na obra de manuel rui PDF

245 Pages·2016·1.9 MB·Portuguese
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Luís Mousinho de Magalhães e Meneses de Mascarenhas Gaivão PELO SUL SE FAZ CAMINHO: ANGOLA, TRANSCULTURAÇÃO E ATLÂNTICO NA OBRA DE MANUEL RUI Tese de Doutoramento em Pós-colonialismos e Cidadania Global apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra para obtenção do grau de Doutor Orientadadoras: Prof. Doutora Margarida Calafate Ribeiro e Prof. Doutora Laura Cavalcante Padilha Coimbra, 2015 Luís Mousinho de Magalhães e Meneses de Mascarenhas Gaivão Pelo Sul se faz Caminho: Angola, Transculturação e Atlântico na obra de Manuel Rui Tese de Doutoramento em Pós-colonialismos e Cidadania Global apresentada à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra para obtenção do grau de Doutor Orientadadoras: Prof. Doutora Margarida Calafate Ribeiro Prof. Doutora Laura Cavalcante Padilha Coimbra, 2015 Na capa: Van “Travessias”, técnica mista sobre papel (2000). 57x77 ii DEDICATÓRIA A todos os povos do Sul e aos homens e mulheres com coração do Sul, porque aceitam as diferenças de ser e de pensar como formas naturais de construir um novo/velho mundo, pluriversal e sem hegemonias. Novo, porque radicalmente diferente da caquexia duma globalização dita pós-moderna. Velho, porque rejuvenescido na tradição, humanidade e natureza. Ou será, antes, um mundo velho/novo? Velho, porque irrespirável. Novo, porque mais justo e igualitário? iii iv AGRADECIMENTOS Exprimo a minha gratidão aos Professores do Doutoramento em Pós- colonialismos e Cidadania Global: Margarida Calafate Ribeiro, António Sousa Ribeiro, Boaventura de Sousa Santos, Maria Paula Meneses, José Manuel Mendes, Catarina Antunes Gomes, Bruno Sena Martins e António Aguiló. Foram eles que me incentivaram a percorrer caminhos científicos e processos de investigação inovadores e desafiantes. Um lugar especial de agradecimento para a orientadora desta Tese, Prof. Doutora Margarida Calafate Ribeiro: desde o facto de ter aceite a tarefa, aos comentários, correções e orientações rigorosas que foi realizando e me permitiram concretizar o projeto. À coorientadora Prof. Doutora Laura Padilha, um obrigado pelo incentivo e apoio manifestado. Estou muito grato, também, aos meus colegas de doutoramento: formámos uma equipa fortemente unida pela variedade dos percursos de investigação de cada um, participados com entusiasmo e que facilitou o trabalho. Destacaria, por mais próximos, o Maurício Hashizume, a Isabel Cristina Valentim, o Vico Melo, o Raúl Fernández, a Maria Inês Rodrigues, o Fabrício Rocha e a Eva Chueca, esta fisicamente menos presente pois vive em Barcelona, mas igualmente disponível para a partilha. Não me queria esquecer dos ex-colegas que por razões várias, tiveram que interromper o curso do doutoramento: Esther Moya e Carla Paiva, a quem desejo a conclusão do curso. Sem a minha mulher, Maria Helena, não teria iniciado e muito menos concluído este doutoramento. Foi ela que, certo dia de há quatro anos atrás, colhendo a informação na internet, encontrou o ramo de conhecimento que prometia preencher-me os interesses intelectuais e científicos: os pós-colonialismos e a cidadania global. Agradeço aos meus filhos, netos e irmãos o apoio moral e, no último caso, o logístico. Um muito obrigado, também, à CONDURIL Engenharia SA, que apoiou financeiramente este projeto, nos aspetos logísticos e de transportes. v vi RESUMO Neste trabalho pretendo responder às questões relativas à possível existência de um pensamento “sulano”, ancorado nas muitas epistemologias do Sul (Santos, 2009) na obra recente do escritor angolano Manuel Rui. Para tal, analiso os textos de Manuel Rui Rioseco (1997), Travessia por Imagem (2011), A Trança (2013a) socorrendo-me sobretudo da obra sociológica de Boaventura de Sousa Santos, bem como de pensadores oriundos do Atlântico Sul, ou seja, afro-ibero- americanos. Referências maiores relativas ao pós-colonialismo são Mignolo e Quijano, Mudimbe e Mbembe, e Bhabha e Saïd, para citar sulamericanos, africanos e dois orientais. Mas outras áreas científicas colaboram neste trabalho: os estudos literários, os estudos culturais, a história, a política e a sociologia. Durante a análise aos três romances estabeleci as conexões sócio-histórico- políticas que resultaram numa angolanidade compósita por hibridismos étnicoculturais interiores e exteriores ao território nacional angolano e enquadro essas considerações num cenário mais vasto, relativo aos diversos colonialismos africanos e sul-americanos. Da minha análise concluo que para repensar a modernidade, é essencial a performatividade da hibridação, ou a mistura das misturas que no Atlântico Sul se realiza, apesar do colonialismo e pelo colonialismo. A consideração final é que “descolonizar é preciso”: o eurocentrismo, a ciência, o direito, o Estado-nação “democrático”, o ensino e tudo aquilo que se encontra mergulhado em “colonialidade”. É com o contributo das epistemologias do Sul que os personagens ficcionados na obra de Manuel Rui reencontram as práticas sociais e culturais da “ecologia de saberes” que podem ajudar a resolver as questões da pós-modernidade global. As perspetivas destes pensamentos transculturalizados e alternativos traduzem uma existência sempre inacabada e recusam o essencialismo como paradigma. Manifestam-se abertos à diferença e são, também, ecológicos. É o que apelido de “pensamento sulano”. vii viii

Description:
Mudimbe e Mbembe, e Bhabha e Saïd, para citar sulamericanos, africanos e desenvolvimento agrícola orientado unicamente para benefício das
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