PARIS E SEUS POETAS VISIONÁRIOS Márcio Catunda PARIS E SEUS POETAS VISIONÁRIOS fortaleza /2021 Agradecimentos A Lêdo Ivo, in memoriam. A Ricardo Alfaya, que fez a revisão completa deste livro. A Vianney Mesquita, Anderson Braga Horta, Guilherme Kubiszeski e Fernando Cavalcanti, que fizeram revisões de trechos da obra em português e nas transcrições em francês. t e n r 9 François Villlon 21 André Chénier 37 Alfred de Musset 73 Théophile Gautier 127 Conde de Lautréamo 1159 Stéphane Mallarmé 199 Guillaume Apollinai 231 Prólogo 13 Pierre de Ronsard 29 Victor Hugo 59 Gérard de Nerval 99 harles Baudelaire 151 erlaine e Rimbaud 187 Paul Valéry 213 André Breton C V Sumário s e ar mv Paul Éluard 3259 Max Jacob 295 Jean Cocteau 345 Philippe Soupault 389 Jacques Prévert 431 A respeito de algumaravilhas do Lou 453 Epílogo 249 on275 ud 319 os 363 co 409 au 447 ay 461 Louis Arag Antonin Arta Robert Desn Francis Car Philippe Delave Os esplendores do Museu D’Ors Prólogo C umpre mencionar, de início, que esta monografia decor- re, originalmente, de uma solicitação do meu querido ami- go e mestre Lêdo Ivo, de saudosa memória — ele mesmo um incansável leitor dos poetas franceses —, que me pe- diu, quando me visitou em Madri, escrevesse um ensaio para publicar na Revista da Academia Brasileira de Letras. Para atender à generosa solicitação do inolvidável mestre, escre- vi um remoto esboço do que viria a ser este livro, os rudi- mentos do qual se acham em artigo publicado na Revista da A.B.L., no ano de 2013, por especial obséquio de Mar- co Lucchesi, meses depois do falecimento de Lêdo Ivo em Sevilha. O presente ensaio é dedicado a esse amigo, com quem tanto aprendi sobre a arte de escrever e de viver. Deambular em Paris tem sido para mim uma forma de estudar literatura. Seguindo na cidade as indicações que há, por toda parte, dos locais onde viveram seus grandes poe- tas, passei em frente aos endereços de meus ídolos. Viajei quatro vezes à Cidade-Luz e a percorri, de ponta a ponta, subindo e descendo as escadas do metrô, ou andando a pé, em meio às multidões, exaustivamente, à beira do estresse, márcio catunda 9 debaixo de chuva, no frio, molhado de neve ou no calor causticante dos meses de verão. Depois de ler diversas bio- grafias, localizei lugares onde viveram aqueles visionários, alguns deles há mais de 150 anos. Tracei, então, este perfil lírico-geográfico de Paris. Constatei que transitar pelos vinte arrondissements de Paris, além de proporcionar meu método de pesquisa, foi uma forma de celebrar a vida. Sob os auspícios do céu de Paris, Olimpo dos cultores da cultura, caminhei no turbi- lhão urbano para contemplar os concertos de concreto em que a cidade se divide no tempo da História, entre a urbe medieval, da qual restam poucos dos antigos inventos ar- quiteturais, até a Paris de hoje, que surgiu das simetrias de Haussmann, o Préfet de la Seine, racionalizador do concreto. Paris é um museu universal. Nas noites acesas em co- res e luzes, quando resplandecem as lojas, os restaurantes, os hotéis, os teatros e os faróis das avenidades, no festival de cintilações da vida noturna parisiense, a cidade-vitrine emite seus estrídulos de metais acelerados, que emergem da raiz de suas torres e do Sena, de barcos em trânsito e de pontes abertas à perspectiva visionária. O ar de Paris é sempre inaugural, na velocidade dos seus trens metropo- litanos e no esplendor de seus monumentos que marcam momentos cruciais da história da humanidade. Metrópole coroada pelos arcos cinzentos de Notre-Da- me, Paris resplandece sua apoteose gótica na delicadeza dos portais e na formosura dos lustres e capelas. Belezas que re- nascem qual Fênix, depois do incêndio do dia 15 de abril de 2019. O Panthéon, glacial scaphandre, depois da chuva, ves- tindo um véu de fantasia. As harmoniosas linhas estruturais da nave de Saint-Germain-des-Prés, o gótico flamboyant de Saint-Germain-l’Auxerrois, a fachada clássica de Saint-Ger- vais, o quai Saint-Michel e seus livreiros indolentes. Apre- 10 Paris e seus poetas visionários
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