SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ CAMPUS DE CAMPO MOURÃO PDE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL PARA APRENDER UM POUCO DE HISTÓRIA: AS FONTES HISTÓRICAS COMO PRIMEIRO PASSO Fonte: Acervo pessoal Maria Augusta da Silva FRANCISCO ALVES 2016 Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016 Título: Para aprender um pouco de História: as fontes históricas como primeiro passo Autora: Silvana Calarga Ramos Disciplina/Área: História Colégio Estadual Vicente Tomazini– Ensino Escola de Implementação do Fundamental, Médio e Normal – Francisco Projeto e sua localização: Alves Município da escola: Francisco Alves Núcleo Regional de Educação: Umuarama Professor Orientador: ProfºDr. Fábio André Hahn Instituição de Ensino Superior: UNESPAR – Campus de Campo Mourão Relação Interdisciplinar: Português, Geografia e Sociologia Para a produção do material didático- pedagógica, optou-se pelo desenvolvimento de uma unidade didática instrucional para implementação pelo professor no primeiro semestre do ano de 2017. A turma escolhida para a implementação foi o 6º Ano do Ensino Fundamental do período matutino. As duas etapas a serem realizadas constituem-se por: aplicação de questionário investigativo do perfil dos alunos e o que o sabem a respeito da história do Município de Francisco Alves; intervenção em sala sobre as diferentes fontes históricas e sua análise. As fontes Resumo: utilizadas nesta unidade didática partem desde a história do aluno, de sua família, até recortes de jornais pertencentes ao arquivo da Fazenda Barra Dourada, fotografias e entrevistas com migrantes do Município referente ao período 1950 a 1973. O objetivo, portanto, é o desenvolvimento de metodologias e práticas que promovam a aprendizagem dos alunos e sua integração como sujeitos no entendimento do processo de escrita da História. O aluno será envolvido em atividades de investigação que o leve à compreensão e à criticidade da realidade histórica e do local em que vive. Ensino de História; Fontes históricas; Ensino- Palavras-chave: aprendizagem. Formato do Material Didático: Unidade Didática Público: Alunos do sexto ano. Apresentação A produção didático-pedagógica aqui apresentada é resultado do trabalho proposto pelo Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), da Secretaria de Educação do Estado do Paraná, como Unidade Didática, prevista para intervenção no Colégio Estadual Vicente Tomazini. A Unidade Didática apresenta como proposta a aplicação de atividades que incentivem e melhorem a formação dos alunos, aperfeiçoando a pesquisa, a leitura e a interpretação na compreensão de uma história crítica dos fatos através da sua realidade local e cotidiana, para além do que é encontrado nos livros didáticos mais tradicionais. O material é um instrumental para aplicação pelo professor e composto de atividades diversificadas divididas em quatro capítulos para serem aplicados em uma turma de 6º ano do Ensino Fundamental. O trabalho será desenvolvido com fontes históricas, como: fotografias, entrevistas, jornais e demais objetos que fazem referência a temática do processo de colonização do munícipio de Francisco Alves entre os anos de 1950 à 1973. A intenção com essas fontes não é formar mini historiadores, mas fazer com que os alunos compreendam o processo de construção e escrita da história, da necessidade de fundamento científico para uma explicação, ancorada em um dos princípios fundamentais do campo da história: a fonte histórica. Estimulando, dessa forma, o aluno, espera-se despertar nele o gosto pela investigação, pela curiosidade, pela criatividade, melhorando sua capacidade de reflexão e análise cuidadosa da história. Conforme estudos das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná 2008, a História local apresenta-se como ponto de partida para o ensino e aprendizagem da história, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador, educandos, sociedade e o meio em que vivem e atuam, além de possibilitar o trabalho com fontes históricas próximos da realidade de todos os envolvidos. Nesse contexto, com atividades sobre a história local através do uso de fontes, o aluno terá a possibilidade de compreender sua cidade e pesquisar elementos que retratam a história da sua localidade. Considerando que a construção do conhecimento científico é um processo em movimento, é preciso ter claro que a proposta aqui apresentada não é fechada, mas acompanhada de problematizações e instigações que, além de levar os alunos a produzirem novos conhecimentos, irá estimulá-los ao questionamento dos fatos. capítulo I Fonte: Acervo pessoal Maria Augusta da Silva Vamos aprender o que é história e quem faz parte dela? OBJETIVOS Vamos procurar entender o que é história e quem faz história. Ao realizarmos as pesquisas e coletarmos informações pessoais e familiares entenderemos melhor que todos nós também somos sujeito da história. No entanto é preciso entender que a história somente é escrita a partir de provas, de documentos... Portanto, vamos em busca das histórias pessoais e de nossos ascendentes, procurando compartilhar com os demais colegas de classe e professora os primeiros resultados obtidos. FUNDAMENTANDO AS ATIVIDADES Conforme Elisabete Moraes em um artigo publicado na Revista Latino- Americana de História, destaca que é fundamental que o professor de História desperte no aluno o sentido de pertencimento ao mundo em que vive com a importância de fazer e compreender a história. De acordo que Jaime Pinski e Carla Pinski, em artigo intitulado “Por uma história prazerosa e consequente”, cada estudante precisa se perceber, de fato, como sujeito histórico, e isso só se consegue quando ele se dá conta dos esforços que nossos antepassados fizeram para chegarmos ao estágio civilizatório no qual nos encontramos. Entretanto, estas questões poderão ser operacionalizadas se o professor conhecer o universo social e cultural do aluno. Para isso, torna-se necessário trabalhar com a história pessoal do aluno, relacionando o passado com o presente a fim de que a história tenha sentido para o aprendiz. Este precisa perceber-se como ser social e suas escolhas pode fazer diferença na construção de sua própria história. Segundo os mesmos autores referidos, quanto mais o aluno sentir a História como algo próximo dele, mais terá vontade de interagir com ela, não como uma coisa externa, distante, mas como uma prática que ele se sentirá qualificado e inclinado a exercer. O verdadeiro potencial transformador da História é a oportunidade que ela oferece de praticar a “inclusão histórica” (2010, p.28). Portanto, deve-se buscar na reconstrução da história do aluno a compreensão do mesmo sobre a importância de estudar História. Para tal, considerar-se-á suas experiências vividas, suas relações socioculturais, seus ambientes geográficos, enfim, seus saberes e suas vivências. Segundo Selva Fonseca: “A educação histórica e a formação da consciência histórica dos sujeitos não ocorrem apenas na escola, mas em diversos lugares” (2009, p.116). Isto requer de nós uma relação viva e ativa com o tempo e o espaço do mundo no qual vivemos, por menor que ele seja. O meio no qual vivemos traz as marcas do presente e de tempos passados. Assim, o cotidiano dos alunos pode apresentar ricas possibilidades de investigação, propiciando ao professor uma forma prazerosa de ensinar e aprender. Para o educando, seu universo pode ser banal, mas no momento em que o professor lhe mostra possibilidades de aprendizado vinculadas ao mesmo, torna-o mais significativo para ele. Ao reconhecer seu “mundo” sob outra 1. peArstpivecidtivaad, eos a luno será capaz de amar, preservar e valorizar seu ambiente e suas vivências. Problematizando: 1.1. Instrumentos diagnósticos Aplicação de questionário para avaliar o conhecimento dos alunos sobre o tema proposto e conscientizá-los que serão construtores do seu conhecimento e pesquisadores das fontes históricas locais. O diagnóstico tem o propósito de conhecer os educandos, suas características e seus conhecimentos de História. Ainda cumpre o objetivo de levar os alunos a realizar uma reflexão sobre a importância em estudar o passado, as maneiras como se produz e reproduz a História, o que são fontes históricas, como coletá-las e qual sua relevância para a população de Francisco Alves. Para tanto, a professora de início, instigará os alunos sobre os conhecimentos prévios dos alunos relacionados sobre o que entendem por História e como ela acontece. Em seguida a professora explicará sobre a intervenção pedagógica, onde se pretende que os alunos reconheçam a participação de todos na construção histórica, e em específico do município de Francisco Alves. Para motivar os alunos a se envolverem no estudo, é importante problematizar constantemente o que será estudado e explicitar os objetivos do estudo. Identificação: Qual o seu nome completo? Qual a sua idade? Onde nasceu? Endereço de sua residência: Nome da Instituição de Ensino: Profissão do pai: Profissão da mãe: Incluindo você: o que é a história? Você tem uma História de vida? Conte um pouco de você. As histórias que os nossos familiares contam podem ser consideradas formas de transmitir a História? Para você, para que serve a História? Por que e para que necessitamos estudar o passado? Estudar o passado é importante? Em sua opinião, todos fazem parte da História? Você e seus familiares auxiliam na construção da História? De que maneira? Fontes históricas: formas de produzir a história O que os historiadores fazem para saber da História? Qual a maneira que eles usam para construir a História? Onde e como podemos descobrir as ações de nossos antepassados? Quem produz esses registros? Que objetos ou documentos fazem parte da História do município? O que são as fontes históricas? Para que servem? Quais são elas? Como são produzidos e por quem? Como são interpretadas na escrita da História? História de Francisco Alves e de seus familiares Escreva o que você sabe sobre a história de Francisco Alves: como ocorreu a escolha do nome? E por quê? Qual o nome da rua onde você mora? Qual o motivo de ter recebido esse nome? Você conhece famílias que moram bastante tempo no seu município? Escreva o nome deles. Qual a história da sua família? E há quanto tempo moram nesse município? Qual a razão deles terem vindo morar aqui? Qual o nome do local de onde vieram? Como era a cidade quando eles chegaram? 1.2. Socializando as informações do diagnóstico Após a aplicação do diagnóstico a professora fará a socialização das informações coletadas através da construção de um painel que, depois de ser explorado oralmente pela professora e alunos, ficará em exposição no mural da escola. A partir da exposição oral dos alunos, a professora deve estabelecer relações com a História de vida dos alunos e do município, valorizando elementos culturais e observações a respeito do seu meio social – família e município, despertar nos alunos de 6º ano a reflexão sobre a dimensão da História em suas vidas, possibilitando se reconhecerem como sujeitos ativos, atuantes e constituintes da História e assim percebendo-se como parte da história. Já socializado as questões e respostas do diagnóstico, apresentar aos alunos uma proposta de atividades que os levem a aprofundar suas reflexões e explicar o objetivo da realização do seu trabalho de PDE. Vídeo: O que é História? https://www.youtube.com/watch?v=WiYjmUkrxPU 1.3. Leitura e interpretação de texto O que é história? Quando alguém me pergunta “Quem é você?” eu respondo, meu nome é Silvana Calarga Ramos, brasileira, casada, professora de História, trabalho no colégio Estadual Vicente Tomazini e na Escola Estadual do Campo do Bairro Catarinense, moro no município de Francisco Alves PR. Com isso, estou revelando a minha identidade e meus dados pessoais, enquanto informo alguns traços que me distingue de outras pessoas. Quando eu faço isso, eu estou contando um pouco da minha história. A minha história vai além do meu nome, do meu estado civil, do local onde trabalho e moro. Começou bem antes do meu nascimento. Todas as pessoas tem uma história, assim você também tem a sua. Por isso podemos dizer que somos sujeitos históricos, tudo tem história, a sua casa, a cidade que você mora, as roupas que você veste, os alimentos que você come, a música que você ouve, etc.
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