j b o o j S n ^ p o x e r q o j j nwv aiooavjiv “Aqui se conta a vida de um homem que costumava acordar, quase sempre, em um lugar diferente do que originariamente havia escolhido para dormir. Tinha esse estranho hábito porque, por mais da metade de sua vida adulta, dezessete anos dos trinta que viveu antes de se juntar a uma revolução, havia sido fugitivo da Justiça, bandoleiro, ladrão, assaltante de estrada, bandido. E tinha medo de que a fraqueza das horas de sono fosse sua perdição.” Esta é a biografia de Pancho Villa, um dos maiores revolucionários mexicanos, escrita por Paco Ignacio Taibo II, implacável roman cista e historiador, que se atribuiu a titânica tarefa de narrar-nos a vida do “Centauro do Norte”. A travessia de Villa, temerária e desmedida, saturada de feitos heróicos e trágicos, sempre foi um símbolo atemporal da Revolução Mexicana. Este livro, escrito com o estilo vibrante de Taibo II, conta as peripécias - desde os detalhes mais extravagantes até os momentos mais importantes - de um homem sagaz, abstêmio, de olhar magnético, cuja única lei é a que determinava a si mesmo. Esta biografia é fiel ao espírito villista: “Usa-se primeiro esta - dizia Pancho apontando para a cabeça - e depois estes - segu rando os testículos”. Pancho Villa retrata impecavelmente um complexo personagem que sempre foi perseguido, mesmo depois de morto. 400 • Mais de fotografias • Dados nunca revelados • Imagens inéditas Pancho Villa ocupa o imaginário popular da América Latina. Sempre de chapéu, sua figura marcou uma época em que não existia fronteira entre o heroísmo e a bandidagem. Pancho Villa foi o general iletrado que comandou um exército de cerca de 30 mil homens durante a Revolução Mexicana. À frente da cavalaria, escondia seu tesouro em ouro, prata e dólares em porões, grutas e covas para depois usá-lo na compra da munição que o México não produzia. Suas conquistas são inúmeras e muitas vezes inacreditáveis. Mas as lendas sobre Pancho Villa escondem o verdadeiro revolucionário que pensava como um ladrão de banco. Seus métodos de luta, por exemplo, realmente poderiam ter sido estudados por Rommel e Mao Tse Tung, como normalmente se diz, mas só o foram pelo subcomandante Marcos. Também dizem que Pancho Villa era um bêbado, mas poucos sabem que ele mal provou álcool em sua vida e ainda condenou à morte seus oficiais bêbados e destruiu garrafas de bebidas alcoólicas em várias cidades que tomou. Essas são apenas algumas das deliciosas histórias que Paco Ignacio Taibo II conta sobre o homem contra quem dispararam 150 tiros na emboscada na qual foi morto e que teve sua cabeça roubada depois de enterrado. foio: M arina T aibo Paco Ignacio Taibo II é um popu lar escritor mexicano nascido em Astúrias em 1949, criador do novo romance negro em espanhol com a série protagonizada por Héctor Belascoarán Shayne, e organizador da conhecida Semana Negra em Gijón, realizada todo ano desde 1988. É historiador e autor da bio grafia de Che Guevara mais lida e. publicada em 28 países, bem como de mais de 40 obras em diversos gêneros literários. Incansável ativista social, rece beu o convite do subcomandan- te Marcos para escrever Mortos Incômodos (Planeta do Brasil, 2006), um romance policial a quatro mãos. Alguns romances seus foram cita dos entre os “livros do ano” por The New York Times, Le Monde e Los Angeles Times. Mereceu três vezes o Prêmio Internacional Dashiell Hammett de melhor romance policial. Paco Ignacio Taibo II vniA pancho UMA BIOGRAFIA Tradução Sandra Martha Dolinsky Copyright © 2006, Paco Ignacio Taibo II Título original: Pancho Villa: una biografia narrativa Capa: Ana Paula Dávila Foto de capa: Archivo Revisão; Tulio Kawata Diagramação: Gustavo Abumrad Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Taibo, Paco Ignacio, 1949- Pancho Villa: uma biografia / Paco Ignacio Taibo II; tradução Sandra Martha Dolinsky. - São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2007. Titulo original: Pancho Villa : una biografia narrativa. Bibliografia. ISBN 978-85-7665-329-5 1. Generais - México - Biografia 2. México - História - Revolução, 1910-1920 3. Revolucionários - México - Biografia 4. Villa, Pancho, 1878-1923 I. Título. 07-7151 CDD-972.0816092 índices para catálogo sistemático: 1. Generais : México: História: Revolução, 1910-1920: Biografia 972.0816092 2007 Todos os direitos desta edição reservados à Editora Planeta do Brasil Ltda. Avenida Francisco Matarazzo, 1500 - 3- andar - conj. 32B Edifício New York - 05001-100 - São Paulo-SP www.editoraplaneta.com.br [email protected] Este livro é para Jorge Belarmino Fernández Tomás, que vinha a minha casa pelo menos uma vez por semana para que lhe contasse esta história, afim de impedir que eu a estragasse; e para Pino Cacucci, que, quando soube que eu estava escrevendo uma biografia de Pancho, declarou-se villista eterno. Por um breve período, também os bandidos têm seu reino, sua justiça, sua lei. Ramón Puente 0 cantar de proeza da revolução cavalga no corcel de Villa. Maurício Magdaleno Não o entendem. Farão dele caricaturas, esboços de um detalhe ou de um aspecto de sua pessoa; fabricarão com ele lendas e romances. Ramón Puente T. Roosevelt: Villa é um assassino e um bígamo. John Reed: Bem, eu acredito na bigamia. T. Roosevelt: Alegra-me muito saber que acredita em alguma coisa. É muito necessário para um homem jovem acreditar em alguma coisa. ' (Citado por Granville Hicks) Amigo, a história de minha vida terá que ser contada de diversas maneiras. Pancho Villa SUMÁRIO 0. Entrar na história 11 1. Os que não têm história 18 2. Cuidando da honra a tiros 25 3. wO que tem de atenuante é o sentimentalismo, o que tem de luz é a imaginação” 30 4. Da Sibéria ao Quince Letras 52 5. A revolução 57 6. Ciudad Juárez: a terrível confusão 78 7. Ciudad Juárez: a batalha 91 8. “Este bando de ladrões o fez de bobo” 100 9. Vendo pirâmides 110 10. Indecisões 116 11. A revolta dos colorados . 126 12. Por causa de uma égua 139 13. Atrás das grades 145 14. Criando pombos 156 15. Duas libras de café moido, duas de açúcar, um saco de sal e vários alicates 161 16. A campanha de Chihuahua 167 17. A batalha pelas cidades lagunenses 187 18. Torreón, organizar uma cidade 197 19. Um osso duro de roer 201 20. O trem de Tróia 210 21. Ciudad Juárez: a capital villista 215 22. Tierra Blanca 221 23. Pancho governador 233 24. Ojinaga, um rio cheio de sangue e cavalos mortos 251 25. Gringo velho e o morto incômodo (Bierce e Benton) 258 26. 1914. Restos e medalhas 276 27. As autobiografias, os “autobiógrafos” 284 28. Torreón: o prólogo 289 29. Torreón: a batalha 302 30. A récua de generais 321 31. Desamores 327 32. Paredón 339 33. Telegrafando 350 34. Zacatecas: o vale no meio dos cerros 358 35. Conferenciando 371 36. Fuzilar o safado 384 37. Convenção 399 38. A altura das calçadas 420 39. A conspiração de janeiro 445 40. Consertando o desastre 455 41. A nova burguesia villista 469 42. Celaya: o mito da modernidade 473 43. A segunda batalha de Celaya, as balas de madeira 482 44. A batalha do maneta de Santa Ana 492 45. A última batalha do centro 507 46. A morte de Urbina 517 47. Retratos no meio do caminho 529 48. A aventura sonorense . 532 49. Na derrota 550 50. Depois da derrota 561 51.0 caminho para Columbus. A intervenção mais anunciada 572 52. Columbus 580 53. Atrás dos villistas 589 54. A bala fria 593 55. O boi no barranco 601 56. Ressurreição 620 57. Pancho contra Pancho 637 58. Seqüestrar Carranza vestidos de guardas-florestais 660 59. 1918. O ano da peste 667 60. A volta de Angeles 678 61. Os aguaprietos 703 62. Rendição 708 63. Uma nova vida 724 64. Canutillo: o projeto 729 65. Evitando conflitos 742 66. Recortado contra a luz 754 67. O complô 760 68. O assassinato 766 69. A investigação 776 70. A cabeça perdida 784 71. Quase final . 792 Bibliografia 806