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Outline Of American Literature Portuguese PDF

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Perfil da LITERATURA AMERICANA ¦ EDIÇÃO REVISADA S UMÁRIO LITERATURA AMERICANA EDIÇÃO REVISADA Período InIcIal Publicado Pelo dePartamento de estado e colonIal amerIcano até 1776 3 dos estados unidos da américa orIgens democrátIcas CORPO EDITORIAL e escrItores revolucIonárIos, Escrito por: Kathryn VanSpancKeren 1776-1820 14 Editor ExEcutivo: GeorGe clacK Editor-chEfE: paul MalaMud Editor colaborador: Kathleen huG Período romântIco, 1820-1860: dirEtor dE artE / dEsignEr: ensaístas e Poetas 26 thaddeuS a. MiKSinSKi, Jr. Editor dE imagEns: Joann Stern traduzido por: Márcia Biato Período romântIco, rEvisado por: Vera Galante 1820-1860: FIcção 36 Editor gráfico da tradução: elizaBeth de Souza ascensão do realIsmo: 1860-1914 47 capa: © 1994 Christopher Little o modernIsmo e sobrE a autora a exPerImentação: 1914-1945 60 Kathryn VanSpanckeren é professora de inglês na Universidade de PoesIa amerIcana, Tampa, fez palestras sobre literatura de 1945-1990: a antItradIção 79 americana em vários países e foi diretora do programa de Literatura Americana no Instituto de Verão a Prosa amerIcana, da Fulbright para estudantes de 1945-1990: internacionais. Seus trabalhos publicados incluem poesia e realIsmo e exPerImentação 97 conhecimento. Ela graduou-se pela Universidade da Califórnia, PoesIa amerIcana contemPorânea 121 em Berkeley, e fez doutorado na Harvard University. lIteratura amerIcana contemPorânea 136 glossárIo 157 Índice 163 Os seguintes textos não podem ser reproduzidos sem a permissão do detentor dos direitos autorais: “In a Station of the Metro” [Numa Estação do Metrô] (pág. 63), de Ezra Pound. De Personae, de Ezra Pound. Copyright © 1926 de Ezra Pound. Traduzido e reproduzido com a permissão de New Directions Publishing Cor- poration. “Stopping by Woods on a Snowy Evening” [Parando no Bosque numa Noite de Neve] (pág. 65) de Robert Frost. De The Poetry of Robert Frost [A Poesia de Robert Frost], editado por Edward Connery Lathem. Copyright 1923, © 1969 de Henry Holt and Co., Inc., © 1951 de Robert Frost. Reproduzido e traduzido com a permissão de Henry Holt and Co., Inc. “Disillusionment of Ten O’Clock” [Desilusão das Dez Horas] (pág. 66) de Wallace Stevens. De Selected Poems [Poemas Selecionados] de Wallace Stevens. Copyright 1923 e prorrogado em 1951 por Wallace Stevens. Repro- duzido com a permissão de Alfred A. Knopf, Inc. “The Red Wheelbarrow” [O Carrinho de Mão Vermelho] (pág. 66) e “The Young Housewife” [A Jovem Dona de Casa] (pág 66) de William Carlos Williams.. Collected Poems, 1909-1939. Vol. I. [Coletânea de Poemas, 1909- 1939. Vol.1] Copyright 1938 New Directions Publishing Corp. Reproduzido com a permissão de New Directions. “The Negro Speaks of Rivers” [O Negro Fala de Rios] (pág. 69) de Langston Hughes. De Selected Poems [Coletânea de Poemas], de Langston Hughes. Copyright 1926 de Alfred A. Knopf, Inc.e renovado em 1954 por Langston Hughes. Reproduzido com a permissão do editor. “The Death of the Ball Turret Gunner” [Morte do Artilheiro da Torre de Tiro] (pág. 80) de Randall Jarrell em Randall Jarrell: Selected Poems [Randall Jarrell: Poemas Selecionados]; © 1945 de Randall Jarrell, © 1990 de Mary Von Schrader Jarrell, publicado por Farrar Straus & Giroux. Permissão concedida por Rhoda Weyr Agency, Nova York. “The Wild Iris” [A Íris Selvagem] (pág. 125) de The Wild Iris por Louise Glück. Copyright © 1993 por Louise Glück. Reproduzido com a permissão de HarperCollins Publishers Inc. “Chickamauga” (pág. 126) de Chickamauga por Charles Wright. Copyright © 1995 por Charles Wright. Repro- duzido com a permissão de Farrar, Straus and Giroux, LLC. “To The Engraver of my Skin” [Para o Gravador de minha Pele] (pág. 129) de Source por Mark Doty. Copyright © 2001 por Mark Doty. Reproduzido com a permissão de HarperCollins Publishers Inc. “Mule Heart” [Coração de Mula] (pág. 130) de The Lives of The Heart [As Vidas do Coração] por Jane Hirshfield. Copyright © 1997 por Jane Hirshfield. Reproduzido com a permissão de HarperCollins Publishers Inc. “The Black Snake” [A Cobra Negra] (pág. 131) copyright © 1979 por Mary Oliver. Usado com permissão de Molly Malone Cook Literary Agency. “The Dead” [O Morto] (pág. 132) de Questions About Angels [Perguntas sobre Anjos] por Billy Collins, © 1991. Reproduzido com a permissão de University of Pittsburgh Press. “The Want Bone” [O Osso do Desejo] (pág. 133) de The Want Bone [O Osso do Desejo] por Robert Pinsky. Copyright © 1991 por Robert Pinsky. Reproduzido com a permissão de HarperCollins Publishers Inc. Yusef Komunyakaa, “Facing It” [Encarando-o] (pág. 134) de Dien Cai Dau in Pleasure Dome: New and Collec- ted Poems [Dien Cai Dau na Cúpula do Prazer: Coletânea e Novos Poemas], © 2001 por Yusef Komunyakaa e Reproduzido com a permissão de Wesleyan University Press. Algumas das ilustrações que aparecem neste volume também são protegidas por copyright, conforme indicado na própria ilustração. Estas não podem ser reproduzidas sem a permissão do detentor do direito autoral. As opiniões expressadas nesta publicação não refletem necessariamente as opiniões e políticas do governo dos EUA. 4 CAPÍTULO tras regiões, contavam­se histórias de um deus ou cultura superior. Não há, porém, long os cic los religiosos padronizados em torn o de uma divin­ dade suprema. Os equi va lentes mais pró xi mos das narra tivas espiri tuais do Vel ho Mun do seriam 1 relatos das ini cia ções e viagens dos xamãs. Fora isso, há histó rias sobre he róis cult u rais, como o Ma­na­bozho, da tribo Ojibwa, ou o Coyote, da tribo PERÍODO INICIAL E Navajo. A esses trap aceiros são dados difer entes COLONIAL ATÉ 1776 graus de resp eito. Numa lenda, po dem agir como he róis, enquan to que nou tra, poderão parecer A literatura americana se inicia com a trans­ ego íst as ou tolos. Em bor a autoridades do pas sado, missão oral dos mitos, lendas, histórias como o suíço Carl Jung, tenham desapro vado e letras (sem pre canções) das cul tu ras histór ias sobre trapac eiros, tachando­as de expres­ indígenas. Não havia literatura escri ta nas mais de sões do lado inferior e amoral da psiq ue, ou tros 500 diferentes línguas indí ge nas e culturas tribais estudiosos cont empor ân eos — alg uns, índios ame­ da América do Norte antes da chegada dos pri­ ricanos — ressaltam que Ulisses e Prometeu, heróis meir os europ eus. Como resultado, a liter at ura oral re ve ren ciados pelos greg os, eram, em essência, dos ameri canos nativos é bem diversificada. As trapaceiros também. nar ra ti vas de culturas caçad oras quase nômades, Exemplos de quase todo gênero oral podem co mo os Navajo, diferem das histórias cont a das ser encontrados na literatura indígena americ ana: por tribos agrícolas, como os Acoma, que viviam letras de canções, cânticos, mitos, cont os de fada, em pueblos (aldeias). Histórias dos hab i tantes anedotas, encant amentos, enigmas, provérbios, épi­ dos lagos do Norte, como os Ojib wa, muitas vezes cos e lendas. São muitos os regist ros de migrações diferem radic almente das con ta das por tribos do e de ancestrais, bem como cantos de visões e de deserto, como os Hopi. cura e lendas sobre trapaceiros. Algumas histórias As tribos mantinham sua própria relig ião — ado­ da criação são particularmente popu lares. Numa ravam deuses, animais, plant as ou pes soas sagra­ das mais co nhe cidas, con tada em várias tribos das. Os sistemas de governo incluíam democracias, com variações, uma tartar uga sust ent a o mundo. conselhos de anciãos e até teocrac ias. Essas varia­ Numa versão Cheyenne da lenda, o criador Maheo ções tribais aparecem tam bém na litera tura oral. tem quatro chanc es para modelar o mund o a partir Mesmo assim, é possível fazer algumas gen e­ de um universo aquoso. Ele manda quatro aves ralizações. As histórias indígenas, por exem plo, aquáticas mergulharem para tentar trazer terra do brilham com reverências à natu reza como mãe fundo. O ganso da neve, o mergulhão­do­norte e o espiri tual e física. A natureza está viva e dotada pato selvag em voam até bem alt o e depois mergu­ de forças espiri tuais; os princi pais per so na gens lham, sem conseguir alcançar o fundo; o pequeno podem ser animais ou plan tas ou freq üen temente galeir ão, contudo, que não pode voar, conse gue totens associados a trib os, a grup os ou indivíduos. trazer um pouco de lama em seu bico. Apen as uma Na literatura amer icana mais rec ente, o que mais se criatura, a humilde Vovó Tartar uga, possui as formas apro xima do sen tido sagrado indígena é a “Over- necessárias para sust entar o mundo de lama que Soul” [Sobre­Alma] transcendental de Ralph Waldo Maheo forma sob re seu casco — por isso o nom e Emer son, que permeia toda vida. indígena par a a América, ‘Ilha da Tartaruga’. As tribos mexicanas reverenciavam o divino As canções ou poesias, como as narr ativas, vão Quetzalcoatl, deus dos toltecas e astecas e, nou­ do sagrado ao leve e humor ístico: há cantigas de 5 ninar, cantos de guerra, canções de amor e canções e Mon treal. especiais para jogos infant is, jogos de azar, várias Porém, os primeiros explorad ores da Amér ic a tarefas, cerimônias de magia ou de dança. Em geral, não foram ingleses, espanhóis ou frances es. O pri­ são canções repe titivas. Curtas can ções­poema meiro registro europeu de explor ação da Amér ica receb idas em sonhos podem às vezes transm itir as está numa língua esc and in ava. Vinland­Saga­[A Saga imag ens claras e o clima sutil associados ao haicai de Vinland] conta como Leif Eriksson e um bando japonês ou à poesia imagística influenc iada pelo de nórdicos errantes se fixaram brevem ent e na costa Oriente. Uma canção Chippewa diz: nor dest e da América — talvez na No va Escócia, no Canadá — na primeira décad a do século 11, quase Pensei que fosse um mergulhão 400 anos antes da próxima desco berta européia Mas era o remo registrada do Novo Mundo. do meu amor O primeiro contato conhecido continuado ent re a batendo na água. América e o resto do mundo começou, porém, com a famosa viagem do explorad or italiano, Cristóvão Canções de visões, bem curtas, são outra form a Colombo, financiada pel os reis espanhóis, Fernão e caracte rística. Apar ecendo em sonhos ou visões, Isabela. “Epístola”, o diár io de Colombo, publicado às vezes sem aviso, podem ser canç ões de cura, em 1493, conta o drama da viagem — o terror dos caça ou de amor. Muitas vezes são pessoais, como homens, que temiam monst ros marin hos ou cair da neste canto Modoc: borda do mundo; o quase mot im; como Colombo alterou os diár ios de bordo para que os homens Eu não soubessem quão long e tinham viajado além o canto de qualquer outro; e a prim eir a visão da terra, ao eu caminho aqui. chegarem à América. Bartolomé de las Casas é a mais rica fonte de A tradição oral indígena e sua relação com a informação sobre os primeiros contatos ent re ín­ literatura americana como um todo é um dos temas dios americanos e euro peus. Como jo vem padre, mais ricos e menos explorados nos estudos ameri­ ele ajudou a conquist ar Cuba, transc reveu o diário canos. A contribuição dos índios à América é maior de Colombo e, já no fim de sua vida, produziu a do que se sup õe. As cent en as de palavras indígenas extensa e vivaz History­of­the­Indians [História dos inc orpor ad as ao ing lês incluem ‘canoe’ [can oa], Índ ios], que critica a escravização dos índios pelos ‘to­bac­­co’ [taba co], ‘potato’ [batata], ‘moc­casin’ espa nhóis. [mocassim], ‘moose’ [alce], ‘persimmon’ [caqui], As tentativas inglesas iniciais de colon ização fo­ ‘racoon’ [guaxinim], ‘tomahawk’ [machad inha] e ram desastrosas. A prim eira colônia foi fund ad a em “totem”. A literatura americana indígena cont em­ 1585, em Roanoke, no litoral da Carolina do Norte; porânea, discutida no capít ulo 8, também contém os colonos desapareceram e até hoje contam­se obras de grand e beleza. lendas sobre índios Croat ans de olhos azuis, naquela região. Durou mais a seg und a colônia: Jamestown, A LITERATURA DE EXPLORAÇÃO fundada em 1607. Res ist iu à fome, à brutal idade e Se a história tivesse seguido outro rumo, os ao mau govern o. A literat ura da época, entretanto, Estados Unidos poderiam facilmente ter sido pinta a Amér ica com cores vibrant es, como a terra parte dos grand es im pé rios da Espanha ou das riq uezas e oport unidades. Relat os das coloniza­ França. Seus hab i tantes pode riam falar espanhol ções tornaram­se mundial mente conhe cidos. e formar uma nação com o México ou fran cês e A explo ração do Roanoke foi cuidadosamente unir­se aos fran cófonos cana denses de Quebec regist rada por Thomas Hariot em A­Brief­and­True­ ­ 6 ­Report­of­the­New-Found­Land­of­Virginia [Um O PERÍODO COLONIAL Breve e Verdadeiro Relatório sobre a Terra Rec ém­ NA NOVA INGLATERRA Descoberta da Virgínia]­(1588). O livro de Hariot Talvez não tenha havido na história mun­ logo foi traduz ido para o latim, francês e alemão; o dial outro grupo de colonos tão intelec­ texto e as ilustraç ões, transf orm ados em gravuras, tualizados quanto os Puritanos. Entre 1630 foram reproduzidos por mais de 200 anos. e 1690, havia tan tos colonos diplomados em O principal relato da colônia de Jamest own, os universidades no nordest e dos Estados Unidos, escritos do Capitão John Smith, um de seus líder es, na reg ião da Nova Inglaterra, quant o no país mãe é o opost o do trabalho preciso e cient ífi co de Hariot. — fato notável, considerando­se que a maio ria das Smith, romântico incorr igível, par ec e ter floreado pessoas educadas da épo ca eram aristo cratas suas avent uras. A ele devem os a famosa est ória da pouco dispos tos a arris car suas vidas em con­ jovem índia Pocah ont as. Fato ou ficção, ela está dições primitivas. Os Purit anos au to di datas, que arraig ada no imagin ário histórico americano. A len­ venceram por seus próprios méritos, constit uíam da conta como Pocahontas, filha predil eta do Chefe notável exceç ão. Eles que riam a edu cação para Powhatan, salvou a vida do Capit ão Smith enquanto com preender e executar a von tade de Deus no prision eiro do chefe. Mais tarde, quando os ingle­ pro cesso de colonização da Nova Inglaterra. ses persuad iram Powhatan a ent reg ar Pocahontas A definição puritana de boa leitura era aquela como refém, sua suavidade, inteligência e belez a que transmitia a plena consciência da im por tân ­ impres sio naram os ingleses. Em 1614, ca sou­se com cia de se adorar a Deus e os perigos espir i tu ais John Rolfe, cavalheiro inglês, o que deu início a um enfrentados pela alma na Terra. O estil o pur itano período de paz de oito an os ent re colonos e índios, variava muito — da poesia metafísica e complexa assegurando a sobre viv ênc ia da nova colônia. até diários caseir os e relatos hist ó ricos religiosos No século 17, piratas, aventureiros e explo ­ tremen da mente pedantes. Mas a despeito do radores abriram caminho para uma nova onda de es ti lo ou gêner o, certos tem as eram cons tantes. colonos permanentes, que traziam suas famílias, A vida era vista como pro va; o fracasso levava implementos agrí colas e ferramentas de artesãos. à conde nação eterna e ao fogo do inferno e o A litera tura inicial da ex plo ração, formada por sucesso, recom pen sado com o êx tase celestial. diários, cartas, relatos de viagens, diários de O mundo era a arena de comb ate const ante entre bordo e relatórios aos financiadores dos colonos as forças de Deus e as hostes de Satanás, inimigo — governantes euro peus ou, no cas o da Inglaterra terrível com vá rios disfarces. Muitos Puri ta nos e da Holanda mercantilistas, insti tuições societá­ aguardavam ansios am ente a chegada do “milênio”, rias — foi, aos poucos, subs tituída por relatos dos quando Jesus voltaria à Terra, aca ba ria com a próprios colonos. Como a Inglat erra acabou por miséria humana e inauguraria 1000 anos de paz e apoderar­se das colônias da América do Norte, prosperidade. a literatura mais conhecida e documen tada é a Os estudiosos vêm, há muito, mos tran do a inglesa. Como a literatura das minorias ameri­ ligação entre o purit anismo e o cap it al ism o: amb os canas ainda flo res ce no século 20 e a sociedade fundam ent am­se na amb ição, no trab al ho árduo e americana tor na­se cada vez mais multicultural, na busca incess ante do sucesso. Embora, individual­ os estud io sos estão redescobrindo a importância mente, os Purit anos não pud essem saber, em termos de sua herança cultural mista. Em bora a literatura teológicos, se estavam ‘salvos’ e port anto entre os americana passe agora a concent rar­se nos relatos eleitos ao par a íso, eles tend iam a sentir que o suces­ ingleses, é import ante recon hecer seus primórdios so terr eno era sinal de eleição. Riqueza e status não ricamente cosmopolitas. eram alm ej ados por si sós, mas como reafirm ação de saúde espiritual e prom ess a de vida eterna. 7 Pintura, cortesia da Smithsonian Institution The First Thanksgiving” [O Primeiro Dia de Ação de Graças], quadro de J.L.G. Ferris, retrata os primeiros colonos americanos e os americanos nativos celebrando uma colheita abundante. Além disso, o conceito de consciência admi­ ‘da aliança’ (coven­ant­ed) — que jur a vam lealdade nis trativa estimulava o sucesso. Os Puritanos ao grup o e não ao Rei. Consid er ados traid ores do in ter pretavam todas as coisas e eventos como reino e hereges cond en ados ao inferno, eram muito símbolos de um significado espirit ual mais pro­ perseguid os. Sua separação os le vou finalm ente ao fundo e sentiam que, ao promover seu próp rio Novo Mundo. lu cro e o bem­estar de sua com u nidade, esta vam também levando avante os planos de Deus. Não William­Bradford­(1590­-­1657) distinguiam as esferas secular e reli giosa: toda a Logo após a chegada dos Separatistas, William vida era expres são da vontade divi na — cren ça que Bradford foi eleito governador de Plymouth, na renasce no Trans cen den ta lismo. Colônia de Massachusetts Bay. Era extremamente Ao registrar os eventos comuns para revelar seu piedoso, autodid ata, tendo aprend ido muitas línguas, significado espiritual, os Purita nos muitas vezes até o hebraico, para poder “ver com os próp rios olhos citavam a Bíblia, capí tulo e versículo. A história os antigos orác ulos de Deus em sua bel ez a original.” era um panorama religioso simbólico que levava Seu papel na mig raç ão para a Holanda e na viagem ao triunfo Puritano no Novo Mun do e ao Reino dos do May­flower para Plymouth e seu trabalho como Céus na Terra. govern ador o torn a vam perfeito para ser o primeiro Os primeiros Puritanos da Nova Inglaterra exem­ histor iador de sua colônia. Sua hist ór ia, Of­Plymouth­ plificavam a seried ade do Cristianismo Ref orm ado. Plantation [Sobre a Colônia de Plymouth] (1651) Conhec idos como ‘Peregrinos’, eram um peq uen o descreve com clareza e fasc ínio os primórdios da grupo de fiéis que mi grou da Ingla terra para a colônia. Sua desc riç ão da primeira visão da América Holanda — famosa desde aquel a ép oc a pela tole­ faz juz à fama: rânc ia religiosa — em 1608, época de perseguições. Tendo atravessado o vasto oceano e um mar de difi­ Como a maioria dos Pu ri ta nos, inter pre tavam a culdades... agora não tinham amigos para aco lhê­los Bíblia literalm ent e. Liam e agiam com base na Se­ nem hospedarias para dis trair ou descan sar seus gund a Ep íst ola aos Coríntios — “Saia do meio deles e corpos castigados pelo tempo; nem casas e muito fique sep ar ado, disse o Senhor.” Desilud idos quanto menos cidades para onde ir, para busc ar auxílio... a purificar a Igreja da Inglaterra de dent ro para fora, bárbaros selva gens... esta vam mais dis pos tos a os ‘Separatistas’ formaram igrej as cland est inas — 8 cobri­los de fechadas. Com o era invern o e aqueles Up­in­America [A Décima Musa Recém­Surgida na que conhec em o inverno desse país sab em que são América] (1650) revela a influência de Edmund rigo ro sos e violentos, sujei tos a tem pes ta des cruéis Spenser, Philip Sidney e outros poetas ingle ses. e ferozes... tod os os enfrenta vam com a face crestada Recorria com fre qüên cia a conceitos elaborados pelas intem péries e o país inteiro, cheio de florestas e ou a me tá foras dilatadas. “To­My­Dear­and­Loving­ mata gais, se most rava com um ar selvagem e bravio. Husband” [Para Meu Querido e Amoroso Mar i do] (1678) usa imagens orientais, o tema do amor e a Bradford também registrou o primeiro técnica da comparação, muito popular na Europa documento de autogoverno colonial no da época. No final, a autora reveste seu poema de Novo Mundo inglês, o Mayflower­Compact­ um sentido piedoso: [Acordo de Mayflower], elaborado enquan to os peregrinos ainda estavam à bordo do navio. O Se algum dia dois foram um, então certa mente nós. acordo era precursor da Declaração de Indep en ­ Se algum dia um homem foi amado pela esposa, dência que viria um século e meio depois. en tão você; Os Puritanos reprovavam as diversões secul ares Se alguma mulher já foi feliz com um homem, como dança e jogo de cartas, que associa vam Comparem­se comigo, ó mulheres, se puderem. ao estilo de vida ímpio e imor al dos aristo cratas. Prezo seu amor mais do que minas inteiras de ouro Escrever ou ler livros “le ves” caia na mesma cate­ Ou todas as riquezas que o Oriente possui. goria. As mentes purit anas dedi ca vam suas ener­ Meu amor é tanto, que rios não podem saciá­lo, gias a gêneros pied osos e a lheios à ficção: poesia, Nada além do seu amor pode dar recom pensa. sermões, textos teo ló gicos e relatos históricos. Seu amor é tal, que nada posso para retribuí­lo, Seus diários e meditaç ões íntimas regist ram a rique­ Rogo aos céus que lhe paguem em dobro. za da vida interior dessas pessoas introspectivas e Então, enquanto vivermos, perseveremos no amor intensas. Para, quando já não vivermos, vivermos sempre. Anne­Bradstreet­­(c.­1612­-­1672) Edward­Taylor­(c.­1644­-­1729) O primeiro livro de poesias publicado por um Como Anne Bradstreet, e, de fato, como quas e americano foi também o primeiro livro amer i cano todos os primeiros escritores da Nova Inglat err a, o publicado por uma mul her — Anne Brads treet. Não intenso e brilhante poeta e ministro Edward Taylor é surpresa que tenha sido im presso na Inglat erra, nasceu na Inglat erra. Filho de um pequeno proprie­ dada a falta de prensas tipo gráfi cas nos primórdios tário rural — agricult or independente, dono de suas das colôn ias americ a nas. Nasci da e educada na terras — Taylor foi um professor que pref eriu vir para Ingla terra, Anne Bradstreet era filha do adminis­ a Nova Ing lat erra em 1688 a fazer o juramento de leal­ trador da propri edade de um conde. Emi grou dade à Igreja da Inglat erra. Ele estudou no Har­vard­ com sua família aos 18 anos. Seu marido tornou­se College e, como a maioria dos clérigos trein ad os em gover na dor da Colônia de Massachusetts Bay, que Harvard, conhecia grego, latim e heb raic o. Altruísta for ma ria mais tarde a grand e cidade de Bos ton. e piedoso, Taylor agiu como missionário juntos aos Ela pre feria seus longos poemas religio sos, sobre colonos quando aceit ou a posição vitalícia de pastor temas con ven cio nais, como as esta ções, em bora em Westfi eld, Mass achusetts, cidade de fronteira 160 os leitor es de hoje apreciem mais seus poemas quilôm etros adentro de florestas fechadas. Taylor era curtos e espir i tuosos sobre a vida cotid i ana e suas o mais culto da região e usou sua educaç ão para poes ias caloros as e amorosas dedicadas ao marido servir como pastor, médico e líder cívico da cidade. e aos fil hos. Ela se inspirava na poesia metafí sica Modesto, piedoso e trabalhador, Taylor nunca ingle sa e seu livro The­Tenth­Muse­Lately­Sprung­ pub licou suas poesias, que foram descobertas por 9 volta de 1930. Ele certamente cred itaria a descob erta meta física da América pro tes tan te ain da não foi à pro vid ênc ia divina; os leitores de hoj e devem ser exaurida.) gratos pela exist ênc ia de seus poem as — os melhores Como quase toda a literatura colonial, os pri­ exemplar es da poesia do século 17 na América do meiros poemas da Nova Inglaterra imitam Norte. a forma e técnica do país mãe, emb ora a Taylor escreveu várias obras poéticas: eleg ias paixão religiosa e citações freqüentes de passa­ fune rárias, poemas líricos, um “debat e” medieval gens bíblicas, além do novo cenário, dêem a eles e o Metrical­History­of­Christianity [Hist ór ia Mét rica identidade especial. Os autores isolados do Novo da Cristand ade] de 500 páginas (uma história de Mundo viveram antes do adv en to dos transportes mártires). Sua melhor obra, na opinião dos crí­ rápidos e da comunicação elet rônica. Como resul­ ticos modernos, é a série de curtas meditações tado, os escritores col on ia is imitavam estilos já fora prepara tórias. de mod a na Inglaterra. Portanto, Edward Taylor, o me lhor poeta de sua ép o ca, escreveu poesia me­ Michael­Wogglesworth­(1631­-­1705) ta física quando já havia caído em des uso na Ingla­ Como Taylor, Michael Wogglesworth nasceu terra. Às vezes, como no ca so de Taylor, riqueza e na Inglaterra, era ministro purit ano educ ado em ori gi na li dade nasciam do iso la mento da colônia. Harvard que praticava a medic ina. Foi o terceiro Os escritores coloniais muitas vezes pare ciam poeta de renome na Nova Inglat err a colonial. Dá ignorar grand es aut ores ingleses como Ben Jonson. continuidade aos te mas pur it anos em sua obra mais Alg uns rejeitavam poetas ingleses que pertenciam a conhecida, The­Day­of­Doom [O Dia do Juízo Final] outras seitas, af ast ando­se assim dos melhores mo­ (1662). Uma longa narrat iva que muitas vezes decai del os líricos e dramát icos prod uzidos pela língua para o burlesco, esta popularização aterr adora da inglesa. Al ém disso, muitos colonos perm anec iam dout rina calvinista era o poema mais popular do ignorantes devido à falt a de livros. período colonial. O primeiro bestseller americ ano O grande modelo de escrita, fé e conduta era a é um retrato apa vorante da conden ação ao inferno, Bíblia, numa traduç ão inglesa autorizada já há mui­ em métrica de balada. to desatualizada quand o foi finalment e divulgada. É péssima poesia — mas todos adoravam. Mes­ A idade da Bíb lia, mai or que a da Igreja Roma na, clava o fascínio de uma história de terror com a dava a ela autoridade aos olhos Puri tanos. aut o ridade de Calvino. Por mais de dois sé culos, Os Puritanos da Nova Inglaterra apeg a vam­se às as pessoas decoraram esse longo e pa vo roso histórias dos jud eus no Velho Testament o, crendo monumento ao terror religioso; as cria n ças o re­ que eles, como os judeus, eram pers eg uidos por citavam com orgu lho e os mais ve lhos o cita vam sua fé, eram os únicos a conhecerem o Deus em convers as diárias. Não é grand e a dist ância dos verdad eiro e eram os eleitos para fundar a Nova sofrim ent os atrozes dess e poe m a à chocante ferida Jerusalém — o paraíso na Terra. Os Puritanos esta­ auto­in fligida por Arthur Dimmes dale, o pastor vam cient es dos paralelos entre os antigos judeus pu ritano cul pado, de Nathaniel Hawthorne, em do Velho Testamento e eles próp rios. Moisés lid er ou The­Scarlet­Letter [A Carta Escarlate] (1850), ou os israelitas em fuga da esc ra vidão do Egito, abriu o aleijado Captain Ahab, de Herman Melville, um o Mar Verm elho com a ajuda miraculosa de Deus Fausto da Nova Inglat erra cuja busca pelo conhe­ para que pudessem fug ir e receb eu a lei divina na ci mento proi bido afun da o barco da human idade form a dos Dez Mandam entos. Como Mois és, os ame ric ana em Moby-Dick (1851). (Moby-Dick era líd er es Puritanos criam est ar sal vand o seu povo o romance pre dileto do romancista americano do da corrupção espiritual na Inglaterra, atra vess ando século 20 William Faulkner, cuja obra prof unda miraculos am ente um ocea no bravio com a ajuda e perturbadora sugere que a vi são obs cura e de Deus e criand o no vas leis e formas de go vern o 10

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