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Ouro, posseiros e fazendas de café, a ocupação e a degradação ambiental da região de Cantagalo PDF

116 Pages·2007·9.15 MB·Portuguese
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UFRRJ INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO, AGRICULTURA E SOCIEDADE TESE Ouro, posseiros e fazendas de café. A ocupação e a degradação ambiental da região das Minas do Canta Gallo na província do Rio de Janeiro Mauro Leão Gomes 2004 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE CIÊNICIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO, AGRICULTURA E SOCIEDADE OURO, POSSEIROS E FAZENDAS DE CAFÉ. A OCUPAÇÃO E A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL DA REGIÃO DAS MINAS DO CANTA GALLO NA PROVÍNCIA DO RIO DE JANEIRO MAURO LEÃO GOMES Sob a orientação do professor Dr. Luiz Flávio de Carvalho Costa Tese submetida como requisito parcial para obtenção do grau de doutor em Ciências em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade. Área de concentração em Sociedade e Agricultura. Seropédica, RJ Dezembro de 2004 Dedico este trabalho a meu pai, Antonio José Gomes. Que ele seja uma pequena contribuição ao seu sonho de construir uma realidade mais equilibrada e justa. AGRADECIMENTOS Quero agradecer em primeiro lugar a minha mãe, Dilma Leão Gomes, pelo apoio material e espiritual, sem os quais a realização deste trabalho não teria sido possível. Agradeço também ao Flávio, meu orientador, pelas oportunas correções, pela paciência, pela confiança, pela ajuda na digitalização das imagens e principalmente pela amizade que muito contribuíram para que este objetivo fosse atingido. Agradeço a professora Márcia Motta da UFF, pelas sugestões sobre fontes de pesquisa que representaram um verdadeiro “farol” numa “noite escura” no início da pesquisa. Um agradecimento também ao professor José Ribamar Bessa, da UERJ pelas informações de fontes sobre os povos indígenas. Também quero agradecer aos meus filhos, Pedro, Gabriel e Iamê pela compreensão frente às ausências, ao recolhimento, às recusas a convites para ir à praia, ao cinema, viajar e outras coisas maravilhosas das quais nos privamos neste período. BIOGRAFIA DO AUTOR Mauro Leão Gomes é natural do Rio de Janeiro, onde nasceu em 11 de setembro de 1963. Graduou- se em História pela UFF em 1989 e obteve o título de Mestre em Ciências do Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pelo CPDA/UFRRJ em 2000. Também neste ano começou seu curso de doutorado no CPDA. Foi bancário e professor do ensino médio. Sua tese de doutorado, intitulada Ouro, posseiros e fazendas de café. A ocupação e a degradação ambiental da região de Canta Gallo, na província do Rio de Janeiro, é o resultado de um período de grande dedicação ao estudo de alguns aspectos da história regional e ecológica do estado do Rio de Janeiro. A linha metodológica do trabalho manteve-se próxima aos princípios da História Ambiental, uma nova corrente da historiografia que procura compreender a sociedade humana, também, a partir das suas relações com o meio físico no qual se desenvolve. RESUMO Este trabalho tem como objetivo retratar parte da história da ocupação da região de Cantagalo, no século XIX, na província do Rio de Janeiro, a partir do enfoque da história ambiental. Neste sentido, a narrativa foi construída de modo a incluir variantes ambientais na análise das diferentes ondas de ocupação desta região. Os Sertões do Macacú , ou região das Minas do Canta Gallo, como eram conhecidas estas terras no século XIX, compreendia uma área bem maior do que aquela delimitada, atualmente, pelo município de Cantagalo. Toda esta região havia sido evacuada, por volta de 1765, pelas autoridades governamentais com o objetivo de impedir que ali fossem desenvolvidas atividades clandestinas de garimpo de ouro, o que já vinha sendo feito por um grupo de faiscadores, chefiados por um líder de alcunha Mão de Luva. A partir de 1786, o vice-rei Luiz de Vasconcelos e Souza deu início ao processo de ocupação oficial daqueles sertões, com a distribuição das lavras para as atividades de mineração. Após o garimpo, pequenos e médios posseiros e também grandes fazendeiros de café passariam a ocupar estas terras, permitindo que a cultura ocidental fincasse aí suas raízes, de modo definitivo. A análise destes diferentes movimentos migratórios foi feita com atenção especial ao modo, como cada um destes grupos se relacionava com seu entorno ecológico. Foi dada especial atenção aos níveis de sustentabilidade ambiental, presentes na ação destes novos colonos, que demonstraram ser não muito elevados quando comparados as práticas dos povos ameríndios que habitavam anteriormente este território. Palavras-chave: história ambiental, província do Rio de Janeiro, região de Cantagalo. ABSTRACT This work aims at portraying part of the occupation history of Cantagalo region, in the 19th century, in the Rio de Janeiro province, with basis on the environmental history. Therefore, the narrative was built in order to include environmental variables in the analysis of different occupation movements of this area. The Sertões do Macacú (Macacú backwoods), or region of the Canta Gallo Mines, as these lands were known in the 19th century, comprised a much larger area than that presently delimited by Cantagalo borough. All this region had been evacuated around the year of 1781, by governmental authorities with the objective to prevent the development of clandestine gold mining activities, which was already being done by a group of prospectors under the leadership of a chief nicknamed Mão de Luva (Glove Hand). From 1786 on, Luiz de Vasconcelos e Souza, the vice-king, gave origin to the official occupation process of those backwoods, with the land distribution for mining activities. Following the mining, small and medium-sized land holders as well as powerful coffee farm owners would start to occupy these lands, allowing the western culture to set down roots, in a definitive way. The analysis of these different migration movements was done with special attention to the way that each one of these groups dealt with their ecological surroundings. Special attention was also given to the levels of environmental sustainability, present in the action of these new settlers, which turned out not to be so high when compared with the practices of the native peoples who had previously inhabited this territory. Key-words: environmental history, Rio de Janeiro province, Cantagalo region. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................................1 1.1- Uma breve dissertação sobre a História Ambiental........................................................4 CAPÍTULO I – A região das Minas do Canta Gallo ou Sertões do Macacú na província do Rio de Janeiro.........................................................................................................7 I.1 O meio físico..................................................................................................................9 I.1.1- A vegetação.............................................................................................................10 I.1.2- A fauna....................................................................................................................12 I.2- O garimpo clandestino de ouro e o início da ocupação dos Sertões do Macacú...........14 CAPÍTULO II – Pequenos agricultores livres e sustentabilidade ambiental na serra fluminense do século XIX................................................................................................26 II.1 - Posseiros livres e pobres na região das Minas do Canta Gallo.................................26 II.2 – Cultura e adaptação ambiental..................................................................................33 II.3 – A expansão cultural e biológica da Europa...............................................................37 II.4 - A presença camponesa nos Sertões do Macacú.........................................................42 II.5- A população livre e pobre da serra fluminense na visão de viajantes estrangeiros................................................................................................................................ .....45 II.6- A cultura do milho na serra fluminense......................................................................52 CAPÍTULO III – A grande lavoura cafeeira na serra fluminense................................55 III.1 - A Mata Atlântica sob os pés de café na região do Canta Gallo.................................55 III.2 - A agronomia do café na província do Rio de Janeiro............................................... 61 III.3 - As fazendas de café na região de Cantagalo.............................................................63 III.4- Um fazendeiro cantagalense contra a rotina..............................................................70 III.5- Outras críticas agronômicas e ambientais a rotina de cultivo dos grandes cafeicultores fluminenses............................................................................................................72 III.6- Concentração de terras, controle da força de trabalho e destruição da nature za..........................................................................................................................80 CAPÍTULO IV - Ancestralidade e racionalidade ambiental sustentável: as culturas ameríndias na região das Minas do Canta Gallo...........................................................84 IV.1- Etnobiologia e saber ameríndio.................................................................................84 IV.2- Povos indígenas na região das Minas do Canta Gallo................................................89 IV.3- Índios, conflitos sociais e Estado............................................................................. 98 CONCLUSÃO...............................................................................................................103 FONTES........................................................................................................................111 BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................117 ÍNDICE DAS IMAGENS Floresta primária............................................................................................................pág.10 Floresta primária I..........................................................................................................pág.12 Cartas Topográphicas da Capitania do Rio de Janeiro de 1767.....................................pág.15 Carta Geográphica da Província do Rio de Janeiro de 1823..........................................pág.16 Lavagem de ouro............................................................................................................pág.21 Lavagem de diamantes...................................................................................................pág.22 Lavagem de ouro (próximo a Itacolomi)........................................................................pág.25 Clareira na mata virgem.................................................................................................pág.28 Fazenda de mandioca.....................................................................................................pág.32 Rio Paraíba do Sul..........................................................................................................pág.39 Carregamento de uma mula...........................................................................................pág.58 Pouso de uma tropa de mulas........................................................................................pág.60 Sede da fazenda Areias em Cantagalo...........................................................................pág.65 Fazenda Bemposta em Cantagalo...................................................................................pág.71 Porto da Estrela..............................................................................................................pág.74 Aldeia dos índios Coroados............................................................................................pág.86 Festa de embriaguez dos Coroados................................................................................pág.90 Índios Puris.....................................................................................................................pág.91 Dança dos Puris..............................................................................................................pág.93 Família de Botocudos.....................................................................................................pág.94 Índios Coroados..............................................................................................................pág.96 Índios Botocudos............................................................................................................pág.98 Família de Botocudos...................................................................................................pág.102

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moradores numa inércia estúpida, mas sempre prontos a pedir esmola.242 crescente exigência no uso de fertilizantes químicos, os quais são
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