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Os Dízimos no Final do Antigo Regime PDF

232 Pages·2011·2.3 MB·Portuguese
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ESTUDOS DE HISTÓRIA RELIGIOSA Volumes publicados 1. Pedro Penteado – Peregrinos da Memória: O Santuário de Nossa Senhora de Nazaré Lisboa, 1998. ISBN: 978-972-8361-12-9 2. Maria Adelina Amorim – Os Franciscanos no Maranhão e Grão-Pará: Missão e Cultura na Primeira Metade de Seiscentos. Lisboa, 2005. ISBN: 978-972-8361-20-4 3. Colóquio Internacional A Igreja e o Clero Português no Contexto Europeu – The Church and the Portuguese Clergy in the European Context. Lisboa, 2005. ISBN: 978-972-8361-21-1 4. António Matos Ferreira – Um Católico Militante Diante da Crise Nacional: Manuel Isaías Abúndio da Silva (1874-1914). Lisboa, 2007. ISBN: 978-972-8361-25-9 5. Encontro Internacional Carreiras Eclesiásticas no Ocidente Cristão (séc. XII-XIV) – Ecclesiastical Careers in Western Christianity (12th-14th c.). Lisboa, 2007. ISBN: 978-972-8361-26-6 6. Rita Mendonça Leite – Representações do Protestantismo na Sociedade Portuguesa Contemporânea: Da exclusão à liberdade de culto (1852-1911). Lisboa, 2009. ISBN: 978-972-8361-28-0 7. Jorge Revez – Os «Vencidos do Catolicismo»: Militância e atitudes críticas (1958-1974. Lisboa, 2009. ISBN: 978-972-8361-29-7 8. Maria Lúcia de Brito Moura – A «Guerra Religiosa» na I República. Lisboa, 2010. ISBN: 978-972-8361-32-7 9. Sérgio Ribeiro Pinto – Separação Religiosa como Modernidade: Decreto-lei de 20 de Abril de 1911 e modelos alternativos. Lisboa, 2011. ISBN: 978-972-8361-35-8 10. António Matos Ferreira e João Miguel Almeida (Coord.) – Religião e Cidadania: Protagonistas, Motivações e Dinâmicas Sociais no Contexto Ibérico. Lisboa, 2011. ISBN: 978-972-8361-36-5 11. Ana Isabel López-Salazar Codes – Inquisición y política: El gobierno del Santo Oficio en el Portugal de los Austrias (1578-1653). Lisboa, 2011. ISBN: 978-972-8361-39-6 12. Daniel Ribeiro Alves – Os Dízimos no Final do Antigo Regime: Aspectos Económicos e Sociais (Minho, 1820-1834). Lisboa, 2012. ISBN: 978-972-8361-42-6 OOss DDíízziimmooss nnoo FFiinnaall ddoo AAnnttiiggoo RReeggiimmee AAssppeeccttooss EEccoonnóómmiiccooss ee SSoocciiaaiiss ((MMiinnhhoo,, 11882200--11883344)) Daniel RibeiRo alves OOss DDíízziimmooss nnoo FFiinnaall ddoo AAnnttiiggoo RReeggiimmee AAssppeeccttooss EEccoonnóómmiiccooss ee SSoocciiaaiiss ((MMiinnhhoo,, 11882200--11883344)) Lisboa 2012 APRESENTAÇÃO O livro agora publicado corresponde, com algumas alterações, a uma tese de mestrado concluída em 2001. Ao longo dos anos que, entretanto, decorreram foi sempre com pena que encarei o facto desta dissertação não ter sido editada e de não estar, assim, acessível a um público mais vasto do que o dos investigadores que normalmente consultam este tipo de textos académicos. O meu sentimento decorria da qualidade e do interesse que atribuía e atribuo a este trabalho. Conforme o autor explica na Introdução, os estudos sobre os dízimos iniciaram-se na Europa na década de 1960 e abrangeram um conjunto diversificado de países e de perspectivas. Em Portugal, Aurélio de Oliveira foi o pioneiro deste tema, através dos seus próprios trabalhos e dos que impulsionou. Todavia, na década de 1990 havia ainda muito por estudar sobre esta matéria, em particular quanto ao período do final do Antigo Regime. Ao mesmo tempo, por estes anos, o então recente movimento de investigação em História Contemporânea de Portugal dava também algum relevo à História da Igreja e à época da Revolução Liberal. É neste contexto historiográfico que este trabalho se insere. Mesmo para uma tese de mestrado como as que se faziam nos anos 90 do século XX, esta assumiu uma dimensão talvez excessiva, fruto do entusiasmo do seu autor. Ela fundamenta-se numa boa recolha bibliográfica, detalhada no caso espanhol, e numa vasta colecção de fontes primárias, depositadas nos arquivos nacionais, regionais e locais. Saliente-se ainda a metodologia cuidada e rigorosa que foi seguida. A este propósito queria destacar que foi no âmbito do projecto de investigação em que esta tese inicialmente se enquadrou, conforme é referido nos Agradecimentos, que demos início à aplicação dos Sistemas de Informação Geográfica à História de Portugal, acompanhando algumas tentativas que na altura se faziam nalguns países europeus e nos EUA. Esta linha de investigação, em que o meu colega e amigo Daniel Ribeiro Alves sempre me acompanhou, produziu  OS DízIMOS NO FINAl DO ANTIGO REGIME: ASPECTOS ECONóMICOS E SOCIAIS (MINhO, 1820-1834) e continua a produzir os seus frutos, traduzindo-se numa nova atenção dada à dimensão espacial dos fenómenos históricos e num contributo para a inovação dos métodos de investigação em História. Foi com o recurso aos Sistemas de Informação Geográfica que, neste trabalho, foi possível estudar de forma adequada um inquérito lançado em 1836, que recolhia dados referentes aos anos de 1827 a 1831, anteriores à mudança radical da divisão administrativa do país. Veja-se a este respeito o capítulo 2. O interesse de Os Dízimos no Final do Antigo Regime decorre do facto de estudar esta prestação, não na perspectiva de uma determinada instituição religiosa ou secular, num espaço restrito, mas antes de analisar o dízimo numa escala regional relativamente ampla, numa visão integrada, assente em várias dimensões: a da produção agrícola, a dos múltiplos beneficiários deste rendimento e a das formas de cobrança, com relevo especial para o arrendamento e para os negócios a que este dava origem. No final do Antigo Regime, os dízimos assentavam nas produções agrícolas mais significativas da região (cereais e vinho). Qualquer que seja a comparação feita (ver ponto 3.3), esta prestação, mesmo subavaliada no inquérito de 1836, tinha um valor várias vezes superior ao da décima, o imposto directo lançado pelo Estado. Este dado aponta para a importância quantitativa do rendimento do produto da terra absorvido pelos dízimos e para a debilidade da cobrança fiscal do Estado. Neste trabalho está bem descrita a multiplicidade de beneficiários e as diversas formas de acesso ao produto dos dízimos. É verdade que, na sua maior parte, este estava destinado a uma variedade de instituições eclesiásticas, mas uma fracção significativa (vinte por cento) era apropriada por leigos, em especial pela alta nobreza. Os grandes prejudicados eram os membros do clero paroquial – cuja hierarquia em termos de rendimento também está aqui analisada com clareza – os quais, devido à diminuição dos seus proventos, exerciam uma pressão acrescida sobre os seus paroquianos, através da exigência de outros direitos. Cerca de um quarto dos interessados no produto dos dízimos não residia na área de cobrança dos mesmos, o que implicava a extracção de uma parte do produto da terra para fora da região. Por último, este livro mostra, de forma muito bem documentada, como uma prestação destinada originalmente a sustentar o culto e a socorrer os pobres, através do arrendamento da sua cobrança, dava origem a um negócio, assente na procura do lucro, que envolvia sociedades de homens de negócio que operavam à escala nacional a partir de Lisboa, negociantes e lavradores de importância regional, sedeados em Braga ou Guimarães, ou pequenos rendeiros, trabalhando a nível local, que apresentavam uma certa diversidade de profissões, incluindo alguns artesãos. Nos casos extremos, entre o camponês e o proprietário da dizimaria chegavam a interpor-se três ou quatro intermediários. A elite dos  APRESENTAçãO rendeiros de importância regional e os que residiam na capital do país tinham uma actividade diversificada que abrangia a contratação de impostos do Estado e de taxas municipais, o empréstimo de dinheiro e a propriedade de fábricas e de terras. Ou seja, esta antiquíssima prestação destinada ao culto, no começo do século XIX alimentava uma actividade capitalista, em que até alguns membros do clero participavam. O mesmo, de resto, acontecia com as finanças do Estado. O valor que o dízimo representava, a importância das instituições e pessoas eclesiásticas e laicas que dele beneficiavam, e a actividade de negócio que, nesta região e nos anos estudados, chegou a envolver cerca de quinhentos indivíduos, dão bem uma ideia dos interesses feridos pela Revolução Liberal, quando em 1832 pôs fim a toda esta situação, medida que a sociedade pressentia desde 1820. Se tivermos presente que a extinção dos dízimos foi somente um aspecto da mudança que o liberalismo trouxe, mudança que se estendeu a praticamente todas as áreas da sociedade, ficamos com uma percepção mais clara do significado da Revolução Liberal na nossa História, enquanto momento fundador da modernidade. Este livro, numa região delimitada, mas com uma grande riqueza de informação e de exemplos, ajuda-nos a perceber isso. luís Espinha da Silveira 

Description:
material, contribuindo as populações com as primícias, as oblatas, 2901,574. TOTAL. 61008,315. % no rend. total dos interessados. 24,72.
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