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Os Crimes de Napoleão - Atrocidades Que Influenciaram Hitler PDF

203 Pages·2008·3.23 MB·Portuguese
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C l a u d e RIBBE Os crimes de Sapoleào é um desalio à visão tradicional de Xapoleão como um génio militar e fundador da França moderna." Le Monde Diplomatique Os crimes de NapoLeão •______=. c ATROCIDADES QUE INFLUENCIARAM HITLER Cento e quarenta anos antes do Holocausto nazista, Napoleão Bonaparte utilizou câmaras de gás embrio­ nárias para exterminar a população civil das Antilhas, criou campos de concentração na Córsega e em Alba e restabeleceu o tráfico de escravos, provocando a morte de mais de 100 mil africanos nas colónias fran­ cesas. Neste polémico Os crimes de Napoleão, o histo­ riador Claude Ribbe expõe as atrocidades pioneiras praticadas pelo imperador da França, anos depois as­ similadas por ditadores como Adolf Hitler. ISBN 978-85-01-07758-5 8501 077585 A partir de 1802, uma série de atrocidades contra os africanos e as populações de origem africana nas colónias francesas teve início. Por ordem do imperador Napoleão Bonaparte, milhares foram torturados, massacrados e escravizados. Apesar de a Revolução ter tornado ilegais a escravidão e 0 tráfico de escravos oito anos antes, Napoleão não hesitou em mantê- los em suas possessões antilhanas. E como a resistência dos haitianos, após a luta heróica dos guadalupenses, impossibilitou a aplicação de seu programa na principal daquelas colónias, então denominada Saint-Domingue. ele perpetrou massacres cujo caráter genocida não somente é inquestionável, como prefigura de modo óbvio — em especial devido aos métodos empregados — a política de extermínio executada contra judeus e ciganos durante a Segunda Guerra Mundial, quase um século e meio depois. Ribbe argumenta que alguns dos homens de Napoleão recusaram-se a seguir suas ordens e mais tarde descreveram os massacres em jornais e diários. Em Os crimes de Napoleão, o historiador incorpora esses relatos relegados pela história oficial e desenvolve uma tese polémica. Quando foi lançado na França, onde a figura de Napoleão é emblemática, o livro foi motivo de intenso debate. "Quero que os franceses saibam exatamente 0 que aconteceu naquele período”, esclareceu o autor em entrevista a um jornal britânico. "Quanto ao que Napoleão fez de bom, isto é irrelevante. Hitler fomentou a construção de auto-estradas e o desenvolvimento da indústria automobilística; devemos por isso desculpá-lo por seus crimes de guerra?" Em Os crimes de Napoleão, Glaude Ribbe detalha os métodos brutais empregados pelo soberano francês para conter as revoltas de escravos. O objetivo era "exterminar todos os negros com mais de 12 anos”. Entre os expedientes utilizados, 0 afogamento, a asfixia em câmaras de gás embrionárias e os massacres em campos de concentração. Em um relato perturbador, Ribbe narra casos particulares e expõe 0 lado mais sombrio de um dos baluartes da França. Claude Ribbe é historiador, filósofo e defensor da memória dos escravos. Durante três anos. integrou a Comissão Nacional dos Direitos do Homem francesa. CAPA: SÉKGIO GAMPANTE Imagem de capa: Napoleão Bonapabte por Andrea Appiani Claude RIBBE Os Crimes^ deNapoLeao Tradução de S. DUARTE ______________ A ______________ E D I T O R A R E C O R D RIO DE JANEIRO • SÃO PAULO 2008 CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. Ribbe, Claude, 1954- R364c Os crimes de Napoleão / Claude Ribbe; tradução de S. Duarte. - Rio de Janeiro: Record, 2008. Tradução de: Le crime de Napoléon ISBN 978-85-01-07758-5 1. Napoleão I, Imperador dos franceses, 1769-1821 - Crime contra o escravo. 2. Napoleão I, Imperador dos franceses, 1769-1821 - Influência. 3. Imperadores - França - Biografia. 4. Escravos - Antilhas - História - Século XIX. I. Título. CDD - 306.3620944 08-0228 CDU - 316.344 Título original em francês: LE CRIME DE NAPOLÉON Copyright © Editions Privé, 2005 para Le crime de Napoléon Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, armazenamento ou transmissão de partes deste livro através de quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito. Proibida a venda desta edição em Portugal e resto da Europa. Direitos exclusivos de publicação em língua portuguesa para o Brasil adquiridos pela EDITORA RECORD LTDA. Rua Argentina 171 -Rio de Janeiro, RJ-20921-380-Tel.: 2585-2000 que se reserva a propriedade literária desta tradução Impresso no Brasil ISBN 978-85-01-07758-5 PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL Caixa Postal 23.052 Rio de Janeiro, RJ - 20922-970 EDITORA AFILIADA Aos que resistem, aos escravos fugitivos, aos que escaparam nos bosques de Guadalupe e aos rebeldes antilhanos da liberdade. tu, posteridade! Dedica uma lágrima a nossas desgraças, e morreremos contentes. Louis Delgrès I Napoleão, criminoso? Imagine só! A idéia é tão cho­ cante quanto a palavra. Dizem que o número de livros es­ critos a respeito dele é igual ao número de dias que se passaram depois de sua morte. Será que nenhum desses li­ vros trata de seus crimes? Muitas dessas obras se destinam às crianças. Seria possível que um criminoso lhes servisse de exemplo? E os tratados de história nada diriam a respei­ to disso? E todos esses institutos, fundações e associações que se apegam ruidosamente à perpetuação da memória do imperador: seria possível imaginar que os eminentes académicos que os sustentam teriam coragem de louvar um culpado? E que dizer desses filmes, no cinema, na tele­ visão, realizados com altas somas do dinheiro público proveniente de impostos ou de adiantamento sobre a re­ ceita, que fazem de Napoleão um herói sem defeitos, um modelo para os franceses? Se Napoleão tivesse cometido algo grave, alguém ousaria negá-lo com tal impudência, com tanto desprezo por suas vítimas? 9 CLAUDE RIBBE No entanto, esta não é uma provocação. Nem sequer uma brincadeira. Napoleão, infelizmente, é mesmo um criminoso. E mais: um criminoso da pior espécie, porque o crime não é pequeno. É um crime contra a humanidade — um crime tríplice. Não nos equivoquemos, esta não é uma acusação contra os delitos de um homem já contro­ vertido sob muitos aspectos: a quantidade de mortos que ficou nos campos de batalha, os crimes de guerra cometi­ dos sistematicamente durante as campanhas, os assassina­ tos, o enriquecimento pessoal. Escritores e artistas — e às vezes não insignificantes: Tolstoi, Goya—já desbravaram o caminho. O crime de que falo é precisamente o que foi cometi­ do a partir de 1802 contra os africanos e as populações de origem africana deportados, escravizados e massacrados nas colónias francesas. Nelas, Napoleão restaurou a escravidão e o tráfico que a Revolução havia colocado fora da lei oito anos antes. E como a resistência dos haitianos, após a luta heróica dos guadalupenses, tomou impossível a aplicação de seu programa na principal da­ quelas colónias, a de Saint-Domingue,* ele perpetrou massacres cujo caráter genocida, como veremos, não so­ * Assim se chamava a colónia francesa estabelecida na ilha que é hoje compartilhada por dois países independentes: Haiti e República Domi­ nicana. O tradutor conservou a denominação Saint-Domingue nas refe­ rências à colónia, pois na época ainda não existiam aqueles dois países. Manteve também os topónimos originais, exceto os mais conhecidos no Brasil, como, por exemplo, Porto Príncipe. (N. do T) 10

Description:
Ele conquistou dois terços da Europa e se transformou no mais glorioso herói militar da França. Dizem que o número de livros escritos sobre sua vida é superior ao de dias decorridos após sua morte. O fascínio que o nome de Napoleão Bonaparte exerce esconde grande controvérsia: a quantidade
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