Nesse último volume da trilogia sobre Alexandre, o Grande, chegamos à apoteose definitiva e à morte precoce, aos 33 anos, do jovem rei fundador do maior império que já existiu. Depois de "O sonho de Olympias" e de "As areias de Amon", "Os confins" do mundo retoma a formidável galeria de personagens, eventos e emoções responsável pelo enorme sucesso dessa saga, perfeitamente equilibrada entre a rigorosa documentação histórica e um vibrante ritmo de romance. Figuras de valorosos soldados ao lado de políticos pusilânimes, heroísmo e traição, amizade, lealdade e violência desfilam ao longo de páginas densas e movimentadas, em tensão constante, das quais emergem os sentimentos mais nobres e também os mais repugnantes da alma humana. O inesquecível cavalo Bucéfalo, o cão Péritas, o médico Filipe, a belíssima Roxana e muitos outros são os personagens descritos com vigor e nitidez que acompanham a definitiva vitória sobre o império persa, a viagem aos extremos confins do mundo e a morte de Alexandre, em um final grandioso e comovente. O autor reconhece que esta última parte das aventuras do rei macedônio talvez tenha sido a mais complexa e difícil de interpretar. Há vários trechos obscuros, mesmo nas fontes originais. O conquistador, no entanto, é sempre representado de forma fiel, mesmo nos momentos mais escabrosos e menos honrosos da sua história. Aos personagens femininos, que nas fontes antigas mal chegam a ser mencionados, o autor deu consistência e reconstruiu, na base de considerações lógicas, a presença dessas mulheres e a influência que tiveram sobre os acontecimentos da história. De batalha em batalha, os três volumes chegam até a morte de Alexandre. Esta também foi uma morte misteriosa. Falou-se de um envenenamento por arsênico, se bem que um artigo publicado no New England Journal of Medicine atribui a morte a uma febre tifóide. O corpo de Alexandre foi transportado para o Egito, como queria o oráculo de Amon. Mas ninguém sabe onde está sua tumba. Em 1850, um funcionário do consulado russo em Alexandria disse ter visto, nos subterrâneos de uma mesquita, um esqueleto no trono, cercado por armas e papiros. O que é bem provável é que Alexandre ainda reine em alguma parte do universo, sobre uma legião de anjos ou demônios.