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Os batalhadores brasileiros - Nova classe média ou nova classe trabalhadora PDF

406 Pages·2012·1.421 MB·Portuguese
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OS BATALHADORES BRASILEIROS NOVA CLASSE MÉDIA OU NOVA CLASSE TRABALHADORA? UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS REITOR Clélio Campolina Diniz VICE-REITORA Rocksane de Carvalho Norton EDITORA UFMG DIRETOR Wander Melo Miranda VICE-DIRETOR Roberto Alexandre do Carmo Said CONSELHO EDITORIAL Wander Melo Miranda (presidente) Antônio Luiz Pinho Ribeiro Flavio de Lemos Carsalade Heloisa Maria Murgel Starling Márcio Gomes Soares Maria das Graças Santa Bárbara Maria Helena Damasceno e Silva Megale Roberto Alexandre do Carmo Said J S ESSÉ OUZA COLABORADORES Brand Arenari |Djamilla Olivério Emerson Rocha | Fabrício Maciel Felipe Cavalcante Barbosa | Márcio Sá Maria de Lourdes Medeiros Ricardo Visser | Roberto Torres Tábata Berg OS BATALHADORES BRASILEIROS NOVA CLASSE MÉDIA OU NOVA CLASSE TRABALHADORA? 2ª edição revista e ampliada Belo Horizonte Editora UFMG 2012 © 2010, Jessé Souza © 2010, Editora UFMG © 2012, 2ª ed. rev. e ampl. Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização escrita do Editor. Souza, Jessé. S729b Os batalhadores brasileiros : nova classe média ou nova classe trabalhadora? 2. ed rev. e ampl. / Jessé Souza ; colaboradores Brand Arenari... [et al.]. – Belo Horizonte : Editora UFMG, 2012. 404 p. – (Humanitas) Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-7041-921-7 1. Classe média – Brasil. 2. Classes sociais – Brasil. 3. Brasil – Aspectos sociais. I. Arenari, Brand. II. Título. III. Série. CDD: 305.55981 CDU: 316.343-58.13(81) Elaborada pela DITTI – Setor de Tratamento da Informação Biblioteca Universitária da UFMG DIRETORA DA COLEÇÃO Heloisa Maria Murgel Starling COORDENAÇÃO EDITORIAL Danivia Wolf ASSISTÊNCIA EDITORIAL Eliane Sousa e Euclídia Macedo COORDENAÇÃO DE TEXTOS Maria do Carmo Leite Ribeiro PREPARAÇÃO DE TEXTOS Maria do Rosário A. Pereira e Michel Gannam REVISÃO DE PROVAs Danivia Wolff, Nathalia Campos e Simone Ferreira COORDENAÇÃO GRÁFICA Cássio Ribeiro PROJETO GRÁFICO Glória Campos - Mangá FORMATAÇÃO, MONTAGEM DE CAPA E PRODUÇÃO GRÁFICA Diêgo Oliveira EDITORA UFMG Av. Antônio Carlos, 6.627 – CAD II / Bloco III Campus Pampulha – 31270-901 – Belo Horizonte/MG Tel.: +55 (31) 3409-4650 Fax: + 55 (31) 3409-4768 www.editora.ufmg.br [email protected] AGRADECIMENTOS A pesquisa que deu origem a este livro foi realizada em todas as grandes regiões brasileiras graças ao apoio do CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, e da Fapemig (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Minas Gerais), através do projeto Pronex EDT 464 e pelo projeto PPM 319/09, e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), através do projeto 472381/2008-3. Nosso agradecimento maior, no entanto, dirige-se a Roberto Mangabeira Unger, então ministro extraordinário de assuntos estratégicos, que foi o principal estimulador deste estudo. Desde o momento em que nos perguntamos acerca de nossa sociedade (...) não podemos deixar de perceber que as formas de classificação são formas de dominação, a sociologia do conhecimento é inseparável de uma sociologia do reconheci- mento e do desprezo, ou seja, de uma sociologia da dominação simbólica. Pierre Bourdieu S U M Á R I O PREFÁCIO 09 Roberto Mangabeira Unger INTRODUÇÃO UMA NOVA CLASSE TRABALHADORA BRASILEIRA? 19 1 P A R T E PERFIS DE BATALHADORES BRASILEIROS CAPÍTULO 1 A FORMALIDADE PRECÁRIA Os batalhadores do telemarketing 61 CAPÍTULO 2 O BATALHADOR FEIRANTE E SUA ADMINISTRAÇÃO 85 CAPÍTULO 3 BATALHADORES EMPREENDEDORES RURAIS Unidade familiar, unidade produtiva 105 CAPÍTULO 4 O BATALHADOR E SUA FAMÍLIA 123 CAPÍTULO 5 BATALHADORES FEIRANTES O Ver-o-Peso de Belém e a Feira de Caruaru 149 CAPÍTULO 6 BATALHADORES E RACISMO 173 2 P A R T E A ECONOMIA POLÍTICA DO BATALHADOR CAPÍTULO 7 POPULISMO OU MEDO DA MAIORIA? Como transformar em tolice as razões da massa 199 CAPÍTULO 8 ENTRE A GLORIFICAÇÃO DO OPRIMIDO E A LEGITIMAÇÃO DA OPRESSÃO, HÁ UMA ALTERNATIVA? 257 CAPÍTULO 9 AS ESTRUTURAS SOCIAIS DO MICROCRÉDITO 269 3 P A R T E A RELIGIÃO DO BATALHADOR CAPÍTULO 10 OS BATALHADORES E O PENTECOSTALISMO Um encontro entre classe e religião 311 CONCLUSÃO O ELO ORGÂNICO ENTRE PATRIMONIALISMO E RACISMO DE CLASSE A nova classe média no discurso liberal/conservador 349 POSFÁCIO 369 Jessé Souza NOTAS 375 REFERÊNCIAS 393 SOBRE OS COLABORADORES 403 P R E F Á C I O OS BATALHADORES E A TRANSFORMAÇÃO DO BRASIL A publicação de Os batalhadores, de Jessé Souza, marca um avanço no entendimento que o Brasil tem de si mesmo. Ao mesmo tempo, ajuda a apontar rumo para o pensamento social brasileiro. Um dos acontecimentos mais importantes no Brasil das últimas décadas é o surgimento, ao lado da classe média tradicional, de uma segunda classe média. Morena, vinda de baixo, refratária a sentir-se um pedaço do Atlântico norte desgarrado no Atlântico sul, essa nova classe média compõe-se de milhões de pessoas que lutam para abrir ou para manter pequenos empreendimentos ou para avançar dentro de empresas constituídas, que estudam à noite, que se filiam a novas igrejas e a novas associações, e que empunham uma cultura de autoajuda e de iniciativa. Quase des- conhecida das elites do poder, do dinheiro e da cultura, já estão no comando do imaginário popular. Representam o horizonte que a maioria de nosso povo quer seguir. A revolução brasileira hoje seria o Estado usar seus poderes e recursos para permitir à maioria do povo brasileiro trilhar o caminho dessa vanguarda de emergentes. Para consegui-lo, porém, seria preciso fazer o que raramente fizemos em nossa história nacional: reconstruir as instituições, inclusive as instituições que organizam a economia de mercado e a democracia política. Só essa reconstrução institucional abriria caminho para a estratégia nacional de desenvolvimento fundada em democratização de oportunidades para aprender, para trabalhar e para produzir. Debaixo dessa classe média emergente e do número rela- tivamente pequeno de assalariados relativamente estáveis e quali- ficados, há uma massa de trabalhadores pobres que, em outra obra, Jessé Souza chamou a ralé brasileira – vítima ainda de incapacitações e de inibições que não se limitam à falta de oportunidades econômicas. Incluem os ônus que resultam de famílias desestruturadas, tipicamente conduzidas por uma mãe sozinha, que tem de combinar o trabalho ocasional ou instável com a luta para resguardar os filhos; comunidades desorganizadas, que não conseguem, portanto, fazer as vezes das famílias desfal- cadas; e crenças que naturalizam o sentimento de impotência, resignação e fuga. Para muitos membros dessa ralé, a vida parece bloqueada. Dentro da ralé brasileira, surge, porém, surpreendentemente,um grupo que se soergue. Saídos do mesmo meio pobre e constran- gedor, abraçados com os mesmos obstáculos enfrentados por seus pares do Brasil pobre, esses resistentes levantam-se. Comumente, têm mais de um emprego. Podem, por exemplo, trabalhar como faxineiros durante o dia e vigias à noite. Lutam, ativamente, com energia e engenho, para escapar da ralé e entrar noroldapequena burguesia empreendedora e emergente. Exibem qualidades que Euclides da Cunha atribuía aos sertanejos. Existem, também, aos milhões, sobretudo nas partes mais pobres do país. São eles, os batalhadores, o tema deste livro. A realidade dos batalhadores e da nova classe média a que se querem juntar não se desvenda apenas à luz de ambições materiais.Entre eles,comoem tantosoutros aspectosdavidadas sociedades contemporâneas, ressoa a ideia que há tempos sacode a humanidade, tanto em forma secular como em forma sagrada: a ideia da participação de cada homem e de cada mulher nos atributos que os crentes identificam em Deus e a esperança de aumentar a parte que lhes cabe nesses atributos. Não se trata apenas de assegurar certo grau de prosperidade e de independência. Trata-se, também, de construir uma subjetividade densa, digna da vida retratada na cultura romântica popular e mundial. Junto com o projeto da democratização das sociedades, representada historicamente pelas doutrinas do liberalismo e do socialismo, tal cultura representa uma das duas grandes forças revolucionárias no mundo de hoje. Para entender quem são e o que querem os 10

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