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Ordens de Amor PDF

284 Pages·2014·7.89 MB·English
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Bert Hellinger 1 Bert Hellinger ORDENS DO AMOR Um Guia Para o Trabalho com Constelações Familiares Tradução NEWTON DE ARAÚJO QUEIROZ Revisão técnica ELOISA GIANCOLI TIRONI TSUYUKO JINNO-SPELTER EDITORA CULTRIX São Paulo Ordens do Amor 2 Título do original: Ordnungen der Liebe. Ein Kurs-Buch Copyright © 2001 Bert Hellinger. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive fotocópias, gravações ou sistema de armazenamento em banco de dados, sem permissão por escrito, exceto nos casos de trechos curtos citados em resenhas críticas ou artigos de revistas. O primeiro número à esquerda indica a edição, ou reedição, desta obra. A primeira dezena à direita indica o ano em que esta edição, ou reedição foi publicada. Edição ________ Ano 2-3-4-5-6-7-8-9-10-11-12 04-05-06-07-08-09-10 Direitos de tradução para a língua portuguesa adquiridos com exclusividade pela EDITORA PENSAMENTO-CULTRIX LTDA. Rua Dr. Mário Vicente, 368 - 04270-000 - São Paulo, SP Fone: 6166-9000 - Fax: 6166-9008 E-mail: [email protected] http://www.pensamento-cultrix.com.br que se reserva a propriedade literária desta tradução. Impresso em nossas oficinas gráficas. Bert Hellinger 3 Este livro fala de destinos humanos e da possibilidade de transformá-los. Em suas páginas são reproduzidos textualmente vários cursos terapêuticos de Bert Hellinger, que documentam e explicam os procedimentos por ele empregados, sobretudo seu trabalho específico com as Constelações Familiares. Para finalizar, o autor convida o leitor a acompanhá-lo no caminho do conhecimento que leva à compreensão das ordens aqui descritas, explicando, numa entre- vista, as etapas do longo trabalho que resultaram na criação do seu método de cura. BERT HELLINGER, nascido na Alemanha em 1925, formou-se em Filosofia, Teologia e Pe- dagogia. Como membro de uma ordem de missionários católicos, estudou, viveu e trabalhou durante 16 anos no sul da África, dirigindo várias escolas de nível superior. Posteriormente, tornou-se psicanalista e, por meio da Dinâmica de Grupos, da Terapia Primal, da Análise Transacional e de diversos métodos hipnoterapêuticos, desenvolveu sua própria Terapia Sis- têmica e Familiar. Seu entendimento das leis segundo as quais os membros de um sistema familiar ficam tragica- mente implicados, assim como sua maneira de configurar as Constelações Familiares visando uma solução imediata, valeram a Hellinger o reconhecimento como uma das figuras-chave do mundo psicoterapêutico atual. Uma introdução extensa ao pensamento e ao trabalho de Bert Hellinger pode ser encontrada em suas obras anteriores, A Simetria Oculta do Amor e Constelações Familiares, publicadas pela Editora Cultrix. Peça catálogo gratuito à EDITORA CULTRIX Rua Dr. Mário Vicente, 368 — Ipiranga 04270-000 - São Paulo, SP E-mail: [email protected] http://www.pensamento-cultrix.com.br Ordens do Amor SUMÁRIO 4 Prefácio à edição brasileira ............................................................... 5 Introdução.. .............................................................................. 6 Agradecimentos ....................................................................... 8 A compreensão por meio da renúncia ....................................... 9 Os envolvimentos sistêmicos e sua solução ........... ....................... 14 (de um curso de vivência pessoal e aperfeiçoamento) Vínculos familiares de crianças adotadas .................................... 177 (de um curso para profissionais de orientação familiar) O que faz adoecer nas famílias e o que cura ................................ 195 (de um curso para enfermos, terapeutas e médicos durante um congresso internacional sobre Medicina e Re- ligião) Perguntas a um amigo .................................................................. 270 (Entrevista com Norbert Linz) Bert Hellinger PREFÁCIO À EDIÇÃO BRASILEIRA 5 Estou certo de que este livro ajudará muitas famílias a encontrar a solução para os problemas que sempre lhes pareceram insolúveis. Então o amor poderá unir de novo todos os membros da família. O dia-a-dia de muitas famílias mostra que não basta que nos amemos reciprocamente. O amor também precisa de uma ordem, para que possa se desenvolver. Essa ordem nos é preestabelecida. Somente quando sabemos al- go sobre as ordens do amor é que podemos superar os obstáculos que, apesar da boa vontade de todos os envol- vidos, muitas vezes se colocam no nosso caminho. Este livro mostra em muitos exemplos o caminho que leva até lá. Alegra-me que também no Brasil e em Portugal estejam sendo oferecidos muitos cursos onde os participantes podem configurar suas famílias. Assim eles experimentam, de forma imediata, como atuam as ordens do amor e como podem aplicar essas experiências à situação das próprias famílias. Para aqueles que ainda não têm essa possibilidade, este livro indica o caminho para entenderem o que é decisivo e o realizarem por si mesmos. Newton Queiroz traduziu este livro para o português com muito cuidado e profundo conhecimento de seus con- textos. Agradeço a ele pela tradução, e agradeço a Ricardo Riedel por ter acolhido este livro na programação editorial da Cultrix. Desejo, caros leitores, que este livro traga bênçãos para vocês e suas famílias. BERT HELLINGER (Janeiro de 2002) Ordens do Amor INTRODUÇÃO 6 No decorrer dos últimos anos, este livro se converteu numa obra que, ultrapassando em muito os limites da psi- coterapia, oferece ajuda a muitas pessoas na vida cotidiana. Assim, depois de sua quinta edição, chegou o mo- mento de fazer uma revisão deste livro, levando em conta o crescente número de leitores. O texto foi reformu- lado e, em algumas partes, ampliado. Um novo capítulo sobre o caminho do conhecimento mostra como um olhar sem preconceitos para a realidade nos proporciona a intuição liberadora e curativa. O tema deste livro são as ordens preestabelecidas para o amor nas relações humanas. Seu conhecimento é ne- cessário para que sejamos bem-sucedidos nesse amor. O amor cego e inconsciente, que desconhece essas or- dens, frequentemente nos desencaminha. Mas o amor que as conhece e respeita realiza o que almejamos, pro- duzindo em nós e ao nosso redor efeitos benéficos e curativos. Este livro reproduz textualmente, se bem que de forma abreviada, três cursos terapêuticos. O primeiro deles versa sobre os envolvimentos sistêmicos e sua solução. Foi um curso de vivência pessoal e aperfeiçoamento, aqui reproduzido praticamente na íntegra. Ele introduz ao trabalho com as constelações familiares, ajudando a revelar o que nos enreda nos destinos de outros membros da família e do grupo familiar, bem como os efeitos desses envolvimentos. Traz à luz, sobretu- do, quando, como e de acordo com que leis é possível desprender-se de tais enredamentos. Manifesta-se aí que na família e no grupo familiar existe uma necessidade de vínculo e de compensação, parti- lhada por todos, que não tolera a exclusão de nenhum membro. Quando ela acontece, o destino dos excluídos é inconscientemente assumido e continuado por membros subsequentes da família. É isso que entendemos aqui por envolvimento. Quando, porém, os membros remanescentes reconhecem os excluídos como pertencentes à família, o amor e o respeito compensam a injustiça que foi cometida contra eles, e seus destinos não precisam ser repetidos. E isso que chamamos aqui de solução. O envolvimento sistêmico obedece a uma ordem que estabelece que algo nefasto seja expiado por meio de algo nefasto e que os “pequenos”, inocentes, paguem e expiem pelos “grandes”, culpados. Por outro lado, a solução obedece a uma outra ordem que atende, de forma salutar, à necessidade de vínculo e de compensação. Ambas são “ordens do amor”, sendo que a primeira causa infortúnios e a segunda proporciona a cura. O segundo curso foi dirigido a profissionais da área de orientação familiar. Dele foram selecionados os trechos que mostram qual é o lugar dos filhos que perderam um dos pais, ou ambos, e as consequências que advêm quando os pais entregam filhos para adoção ou quando estranhos adotam uma criança sem necessidade. O terceiro curso foi dirigido a doentes, terapeutas e médicos. Nele, os pacientes configuraram suas famílias de origem ou atuais, diante de centenas de observadores participantes. Esse trabalho tomou visível para as pessoas diretamente envolvidas, assim como para os colaboradores e espectadores, aquilo que na comunidade de desti- no constituída pela família e pelo grupo familiar provoca doenças graves, acidentes ou suicídios, e o que pode reverter tais destinos. Este livro é, em vários sentidos, um guia: — Em primeiro lugar, reproduz literalmente os cursos terapêuticos selecionados, permitindo que o leitor participe da busca de soluções, como se estivesse pessoalmente presente, e talvez que também encontre cami- nhos para superar as próprias crises e a cura para doenças condicionadas pela alma. — Em segundo lugar, apresenta e esclarece importantes procedimentos terapêuticos. Isso se aplica sobre- tudo às constelações familiares que, de forma simples, trazem à luz envolvimentos e mostram soluções. Aplica- se também à retomada do movimento amoroso para a mãe ou o pai, o que possibilita a cura ou o abrandamento de medos e danos sofridos por causa de uma prematura separação ou perda dos pais. Bert Hellinger — Em terceiro lugar, quem, além disso, se interessa também pelo caminho do conhecimento que conduz à 7 percepção das ordens aqui descritas, poderá experimentar em si mesmo, na leitura deste livro, que a intuição li- beradora e curativa, que nasce do simples olhar centrado, fulgura de repente como um raio na escuridão e atin- ge o alvo (psicoterapia fenomenológica). Foram alterados os nomes dos participantes e eliminadas as indicações de lugares. As constelações familiares são graficamente registradas em todos os seus passos. Capítulos intermediários es- clarecem os procedimentos terapêuticos e descrevem os padrões recorrentes, eventualmente contando histórias ou agregando pontos dispersos. A entrevista no final do livro (“Perguntas a um amigo”) contribui para melhor entendimento da prática aqui descrita. Ela mostra as diversas etapas de minha evolução como terapeuta e escla- rece as intuições e os propósitos que estão por trás dos procedimentos mais importantes que, de outra forma, ofereceriam a algumas pessoas dificuldade de compreensão. Finalmente, desejo que esta leitura lhes proporcione alegria, o reconhecimento das ordens do amor e a seguran- ça de que, conhecendo essas ordens, alcançarão êxito nesse amor. BERT HELLINGER Ordens do Amor AGRADECIMENTOS 8 Gostaria de agradecer a muitos amigos por suas sugestões e ajuda. O Dr. Gunthard Weber e o Dr. Norbert Linz me acompanharam durante todas as fases da redação deste livro e não descansaram enquanto não consegui organizar e apresentar, de maneira clara e compreensível, o grande vo- lume de dados. O Prof. Dr. Michael Angermaier e Heinrich Breuer ajudaram-me na coleta dos dados, prepararam o primeiro curso aqui apresentado e o gravaram em vídeo. O segundo curso foi documentado por Friedrich Fehlinger e o terceiro por Verena Nitschke. O Prof. Michael Angermaier, Felizitas Betz, Heinrich Breuer, o Dr. Otto Brink, a Dra. Marianne Krüll, Jakob Schneider e o Dr. Gunthard Weber leram as provas, completando e melhorando o texto com numerosas suges- tões. O Dr. Norbert Linz cuidou da redação final e também realizou a entrevista “Perguntas a um amigo”, que encer- ra este livro. A todos eles o meu cordial agradecimento. De modo especial agradeço a Herta, minha mulher, por ter-me concedido o espaço exigido por este trabalho e por tê-lo acompanhado com paciência e compreensão. Bert Hellinger A COMPREENSÃO 9 POR MEIO DA RENÚNCIA Para começar, uma história: O conhecimento Alguém se decide afinal a saber. Monta em sua bicicleta, pedala para o campo aberto, afastando-se do cami- nho habitual e seguindo por outra trilha. Como não existe sinalização, ele tem de confiar apenas no que vê com os próprios olhos diante de si e no que mede com seu avanço. O que o impulsiona é, antes de tudo, a alegria de descobrir. E o que para ele era mais um pressentimento, agora se transforma em certeza. Eis, porém, que o caminho termina, diante de um largo rio. Ele desce da bicicleta. Sabe que, se quiser avançar, deverá deixar na margem tudo o que leva consigo. Perderá o solo firme, será carregado e impulsionado por uma força que pode mais do que ele, à qual precisará entregar-se. Por isso hesita e recua. Pedalando de volta para casa, dá-se conta de que pouco conhece do que poderia ajudar e dificilmente conse- guirá comunicá-lo a outros. Já tinha vivido, por várias vezes, a situação de alguém que corre atrás de outro ciclista para avisá-lo de que o para-lama está solto: “Ei, você aí, o seu para-lama está batendo! — “O quê?” — “O seu para-lama está batendo!” — “Não consigo entender”, responde o outro, “o meu para-lama está ba- tendo!” “Alguma coisa deu errado aqui”, pensa ele. Pisa no freio e dá meia-volta. Pouco depois, encontra um velho mestre e pergunta-lhe: “Como é que você consegue ajudar outras pessoas? Elas costumam procurá-lo, para pedir-lhe conselho em assuntos que você mal conhece. Não obstante, sentem- se melhor depois.” O mestre lhe responde: “Quando alguém para no caminho e não quer avançar, o problema não está no saber. Ele busca segurança quando é preciso coragem e quer liberdade quando o certo não lhe deixa escolha. Assim, fica dando voltas. O mestre, porém, não cede ao pretexto e à aparência. Busca o próprio centro e, recolhido nele, espera por uma palavra eficaz, como quem abre as velas e aguarda pelo vento. Quando a outra pessoa chega, encontra-o no mesmo lugar aonde ela própria deve ir, e a resposta vale para ambos. Ambos são ouvintes. ” E o mestre acrescenta: “No centro sentimos leveza.” O caminho científico e o caminho fenomenológico do conhecimento Dois movimentos nos levam ao conhecimento. O primeiro é exploratório e quer abarcar alguma coisa até então desconhecida, para apropriar-se e dispor dela. O esforço científico pertence a esse tipo e sabemos quanto ele transformou, assegurou e enriqueceu o nosso mundo e a nossa vida. O segundo movimento nasce quando nos detemos durante o esforço exploratório e dirigimos o olhar, não mais para um determinado objeto apreensível, mas para um todo. Assim, o olhar se dispõe a receber simultaneamen- te a diversidade com que se defronta. Quando nos deixamos levar por esse movimento diante de uma paisagem, por exemplo, de uma tarefa ou de um problema, notamos como nosso olhar fica simultaneamente pleno e vazio. Pois só quando prescindimos das particularidades é que conseguimos expor-nos à plenitude e suportá-la. As- sim, detemo-nos em nosso movimento exploratório e recuamos um pouco, até atingir aquele vazio que pode fa- zer face à plenitude e à diversidade. Esse movimento, que inicialmente se detém e depois se retrai, eu chamo de fenomenológico. Ele nos leva a co- nhecimentos diferentes dos que podemos obter pelo movimento do conhecimento exploratório. Ambos se com- pletam, porém. Pois também no movimento do conhecimento científico exploratório, precisamos às vezes parar

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