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Ordem e História: Israel e a Revelação PDF

531 Pages·2015·2.83 MB·Portuguese
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Ordem e História Volume 1 Israel e a Revelação - Eric Voegelin Editora Loyola 1ª Edição (1 de janeiro de 2014) ISBN-10: 8515009633 ISBN-13: 978-8515009633 Epub by Ruriak InK. “Israel e a revelação é o primeiro volume de Ordem e História, obra de Eric Voegelin. O livro traça a história da ordem na sociedade humana e examina as civilizações do antigo oriente próximo como pano de fundo para a discussão do lugar histórico da ordem em Israel. O autor coloca o leitor em sintonia com todos os parceiros na comunidade do ser: Deus, homens, mundo e sociedade.” - Sinopse Editora Loyola. “O fio condutor de Ordem e História é a experiência da realidade - pessoal, social, histórica, cósmica - investigada segundo suas articulações por meio de símbolos. O princípio básico da investigação é de que a realidade da experiência é autoevidente, pois, ao servir-se de símbolos para expressar suas experiências, os homens fazem deles a chave para a compreensão dessas experiências. A intuição de que a ordem é a estrutura da realidade experimentada pelo homem e os símbolos são expressão da sintonia do homem com a ordem cósmica guia a convicção voegeliniana de que a história da ordem é a ordem da história.” - Texto da contracapa do livro. In consideratione creaturarum non est vana et peritura curiositas exercenda; sed gradus ad immortalia et sempre manentia faciendus (No estudo das criaturas não se deve exercer uma curiosidade vã e passageira, e sim ascender em direção ao que é imortal e duradouro.) Sto. Agostinho, De Vera Religione Prefácio A ordem da história emerge da história da ordem. Todas as sociedades carregam o fardo de, sob condições concretas, criar uma ordem que atribua ao fato de sua existência um significado, em termos de metas divinas e humanas. E a busca pelas formas simbólicas que expressam adequadamente este significado, enquanto imperfeita, não constitui uma série de fracassos. Pois as grandes sociedades, começando com as civilizações do antigo Oriente Médio, criaram uma seqüência de ordens, ligadas inteligivelmente entre si como avanço, ou recuos, até uma simbolização adequada da verdade sobre a ordem do ser da qual a ordem da sociedade é uma parte. Isto não significa dizer que cada ordem sucessiva é claramente discernível como um progresso ou um regresso em relação às ordens precedentes. Pois novas intuições sobre a verdade da ordem podem ser alcançadas em alguns aspectos, ao mesmo tempo em que o próprio entusiasmo e paixão do avanço projetam uma penumbra sobre as descobertas do passado. A amnésia em relação a conquistas passadas é um dos fenômenos sociais mais importantes. Porém, apesar de que não há um padrão simples de progresso ou de ciclos ao longo da história, o processo como um todo é inteligível como a busca da ordem verdadeira. Esta estrutura inteligível da história, no entanto, não será encontrada na ordem de qualquer uma das sociedades concretas que participa do processo. Não é um projeto para a ação humana ou social, mas sim uma realidade que só pode ser vista em retrospecto, no fluxo de eventos que se estende, através do presente do observador, indefinidamente até o futuro. Os filósofos da história se referiram a esta realidade como a Providência, quando ainda viviam na órbita do Cristianismo, ou como a List der Vernunft, quando foram afetados pelo trauma do iluminismo. De qualquer maneira, eles se referiam a uma realidade além dos planos de seres humanos concretos – uma realidade cuja origem e fim são desconhecidos e que por esta razão não pode ser gerenciada por ações finitas. O que é conhecível é apenas a parte do processo que se desenvolveu no passado; e esta parte é conhecível apenas na medida em que ela é acessível aos instrumentos de cognição que emergiram a partir do próprio processo. O estudo sobre a Ordem e a História, do qual se apresenta aqui o primeiro volume, é uma investigação sobre a ordem do homem, da sociedade, e da história, na medida em que ela se tornou acessível à ciência. Os tipos principais de ordem, assim como a sua auto-expressão em símbolos, serão estudados em sua sucessão ao longo da história. Estes tipos de ordem e forma simbólica são os seguintes: (1) As organizações imperiais do antigo Oriente Médio, e a sua existência na forma do mito cosmológico; (2) o Povo Eleito, e sua existência na forma histórica; (3) a pólis e seu mito, e o desenvolvimento da filosofia como a forma simbólica da ordem; (4) os impérios multicivilizacionais desde Alexandre, e o desenvolvimento do Cristianismo; (5) os estados nacionais modernos, e o desenvolvimento da Gnose como a forma simbólica da ordem. O assunto será distribuído por seis volumes. Um volume lidará com as ordens do mito e da história; dois volumes serão dedicados à pólis e à forma da filosofia; um quarto volume lidará com os impérios multicivilizacionais e o Cristianismo; e os dois volumes remanescentes lidarão com os estados nacionais e a forma simbólica da Gnose. Os títulos dos seis volumes serão: I. Israel e Revelação II. O Mundo da Pólis III. Platão e Aristóteles IV. Império e Cristianismo V. Os Séculos Protestantes VI. A Crise da Civilização Ocidental A investigação sobre os tipos de ordem e suas formas simbólicas será, ao mesmo tempo, uma investigação sobre a ordem da história que emerge a partir desta sucessão. O primeiro volume, este volume sobre ‘Israel e a Revelação’, vai explorar não apenas as formas cosmológica e histórica da ordem, mas também a emergência do Povo Eleito a partir dos impérios cosmológicos circundantes. Uma verdade sobre a ordem do ser, vista vagamente através dos símbolos compactos das sociedades mesopotâmicas, egípcias, e cananéias, se torna articulada com a formação de Israel, até o ponto de claridade no qual o Deus transcendente ao mundo se revela como a fonte original e derradeira da ordem no mundo e no homem, na sociedade e na história, ou seja, em todo o ser imanente ao mundo. Sob este aspecto da dinâmica da história, o estudo que poderia ser autônomo sobre a ordem cosmológico adquire a configuração de um pano de fundo para a emergência da história como a forma da existência em resposta à Revelação, adquirida pelo êxodo de Israel da civilização da forma cosmológica. Os volumes sobre a pólis e a filosofia, também, não lidarão apenas com a forma filosófica da ordem como desenvolvida por Platão e Aristóteles, mas explorarão o processo pelo qual esta ordem se desenvolveu a partir da matriz da variante helênica do mito, e antes ainda da forma minóica e micênica da ordem cosmológica. As formas simbólicas mais antigas, além disso, não são simplesmente descartadas em face de uma nova verdade sobre a ordem, e sim retêm sua validade sobre áreas que não estão no âmbito das descobertas mais recentes – mesmo se consideramos que os seus símbolos sofrem mudanças de significado quando se movem para dentro da órbita da forma mais recente e agora dominante. A ordem histórica de Israel, por exemplo, chega a uma crise, tanto espiritual como pragmática, quando se torna óbvio que as exigências da existência no mundo são negligenciadas em uma ordem dominada pela Revelação do Sinai. O simbolismo cosmológico reflui para dentro da ordem de Israel com o estabelecimento de um governo permanente com reis, que não estava previsto na palavra de Deus no Sinai; e os conflitos entre as duas experiências da ordem e seus simbolismos ocupa a maior parte da história de Israel. A investigação, portanto, deve ser estendida até uma classe considerável de outros fenômenos, ou seja, as interações entre as formas simbólicas. Esta parte do estudo alcançará proporções bem grandes, a partir do quarto volume, quando os impérios multicivilizacionais constituem a arena para o combate entre as formas cosmológicas babilônicas e egípcias, o mito romano da pólis, a forma helênica da filosofia, e os símbolos israelitas da história e (posteriormente) judaicos do apocalipse; quando todos os tipos listados de ordem iniciam o grande embate com a nova ordem do Cristianismo; e quando desta mistura de limitações e invalidações mútuas emerge o composto da ordem medieval ocidental. E dois volumes, finalmente, serão necessários para descrever a dissolução do composto medieval através de uma Gnose que havia sido reduzida a um pequeno gotejar de movimentos sectários durante o princípio da Idade Média, assim como as conseqüências desta dissolução. O leitor que enfrenta o prospecto de seis volumes deve esperar, com boa justificativa, uma palavras no prefácio sobre a situação intelectual que, na opinião do autor, tornam uma empreitada desta natureza tanto possível como necessária. Esta expectativa só pode ser atendida até certo modo – pois o tamanho da obra é causado pela complexidade da situação, e as respostas às perguntas que se impõem só podem ser dadas pelo desenrolar do próprio estudo. Ainda assim, alguns breves comentários podem ser feitos. Esta obra pôde ser feita em nossa época, em primeiro lugar, porque o avanço das disciplinas históricas na primeira metade deste século forneceu a base material. A enorme distensão de nosso horizonte histórico através de descobertas arqueológicas, edições críticas de textos, e uma torrente de interpretações monográficas é um fato tão notório que não é necessário elaborar. As fontes estão à mão; e as interpretações convergentes de orientalistas e semitólogos, de filólogos clássicos e historiadores da antiguidade, de teólogos e medievalistas, facilitam e estimulam a tentativa de se usar as fontes primárias como a base de um estudo filosófico da ordem. O estado da ciência nas diversas disciplinas, assim como a minha própria posição sobre as questões fundamentais, serão detalhados ao longo do estudo. No que diz respeito ao presente volume sobre ‘Israel e a Revelação’, eu chamo a atenção do leitor para as digressões sobre o estado da crítica bíblia (Cap. 6, § 1) e sobre a interpretação dos Salmos (Cap. 9, § 5). A segunda razão para que a obra pudesse ter sido feita em nossa época é menos tangível do que a primeira, já que só pode ser descrita negativamente, como o desaparecimento dos antolhos ideológicos no trabalho da ciência. Estou falando do clima de opinião no qual um estudo crítico da sociedade e da história era praticamente impossível porque as variedades de ideologias nacionalistas, progressivas e positivistas, liberais e socialistas, Marxianas e Freudianas, de métodos neo-Kantianos em imitação às ciências naturais, de ideologias cientísticas como o biologismo e o psicologismo, a moda Vitoriana de agnosticismo e as modas mais recentes do existencialismo e do teologismo impediam não apenas o uso de padrões críticos mas também a aquisição do conhecimento necessária para a formação destes padrões. A asserção de que este parasita da vida do espírito e do intelecto desapareceu deve ser moderada, entretanto, pela percepção de que as forças da era Gnóstica ainda são poderes sociais e políticos no cenário mundial, e continuarão sendo poderes formidáveis por muitos anos ainda. O ‘desaparecimento’ deve ser entendido como o fato de que em decorrência das guerras e revoluções de nosso tempo, a sua autoridade se esvaziou. As suas concepções do homem, da sociedade, e da história são muito obviamente incongruentes com a realidade que está ao alcance de nosso conhecimento empírico. Desta forma, enquanto elas ainda são poderes, elas exercem a sua força apenas sobre aqueles que não voltam a sua face para outros lados e buscam campos mais verdejantes. Nós adquirimos uma nova liberdade na ciência, e é uma alegria usá-la. As reflexões sobre o parasita ideológico nos levam da possibilidade até a necessidade do estudo sobre Ordem e História. É uma obrigação do homem entender a sua condição; parte desta condição é a ordem social na qual ele vive; e esta ordem hoje se tornou mundial. Esta ordem mundial, além disso, não é nem recente nem simples, mas contém, como forças socialmente eficazes, os sedimentos da luta milenar pela verdade da ordem. Isto não é uma questão de teoria, mas sim de fato empírico. Como prova, podemos citar fatos óbvios como a relevância, para as nossas vidas, de uma China ou de uma Índia que estão lutando para ajustar uma ordem basicamente cosmológica às condições políticas e tecnológicas produzidas pelo Ocidente. Eu prefiro, no entanto, chamar a atenção do leitor para o problema metastático no presente volume sobre ‘Israel e a Revelação’ (Cap. 13, § 2.2), e ele verá imediatamente que a concepção profética de uma mudança na constituição do ser está na raiz de nossas crenças contemporâneas sobre a perfeição da sociedade, seja através do progresso, seja através de uma revolução comunista. Não apenas os antagonistas aparentes são revelados como irmãos de sangue, como descendentes Gnósticos tardios da fé profética em uma transfiguração do mundo; evidentemente também é importante entender a natureza da experiência que se expressa em crenças deste tipo, assim como as circunstâncias sob as quais ela surgiu no passado e das quais ela retira a sua força no presente. A fé metastática é uma das grandes, se não a principal, fonte de desordem no mundo contemporâneo; e é uma questão de vida ou morte para todos nós entender o fenômeno e buscar remédios contra ele antes que ele nos destrua. Se hoje em dia o estado da ciência permite a análise crítica destes fenômenos, é óbvio que o erudito tem uma obrigação de realizar este estudo para sua própria instrução e de divulgar os resultados aos seus semelhantes. Ordem e História deve ser lido, não como uma tentativa de explorar as curiosidades do passado distante, mas sim como uma investigação sobre a estrutura da ordem sob a qual vivemos hoje. Eu falei de remédios contra a desordem de nosso tempo. Um destes remédios é a própria investigação filosófica. A ideologia é a existência em rebelião contra Deus e o homem. Ela é a violação do Primeiro e do Décimo mandamentos, se quisermos usar a linguagem da ordem israelita; ela é o nosos, a doença do espírito, se quisermos usar a linguagem de Ésquilo e Platão. A filosofia é o amor ao ser através do amor do Ser divino como a fonte de sua ordem. O Logos do ser é o objeto próprio da investigação filosófica; e a busca da verdade sobre a ordem do ser não pode ser conduzida sem a diagnose dos modos de existência na inverdade. A verdade da ordem tem que ser conquistada e reconquistada na luta perpétua contra a queda para fora dela; e o movimento em direção à verdade começa com a percepção do homem de sua própria existência na inverdade. As funções diagnóstica e terapêutica são inseparáveis na filosofia como forma de existência. E desde que Platão, na desordem de seu tempo, descobriu esta conexão, a investigação filosófica tem sido um dos meios de se estabelecer ilhas de ordem em meio à desordem da época. Ordem e História é uma investigação filosófica sobre a ordem da existência humana na sociedade e na história. Talvez ela tenha um efeito terapêutico – na medida modesta que, no decorrer apaixonado dos eventos, cabe à Filosofia. ERIC VOEGELIN 1956

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Israel e a revelação é o primeiro volume de Ordem e História, obra de Eric Voegelin. O livro traça a história da ordem na sociedade humana e examina as civilizações do antigo oriente próximo como pano de fundo para a discussão do lugar histórico da ordem em Israel. O autor coloca o leitor
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