Escreveu Augusto Comte estes diversos ensaios entre 22 e 28 anos de idade. Enfeixam eles a mensagem de um moço à mocidade de todos os tempos. Apoderem-se dela os jovens brasileiros! Leiam-na em suas universidades, em seus clubes, em seus partidos, discutam-na, batam-se por ela e unam.se para pôr em execução o plano dos trabalhos necessários à reorganização da sociedade. Pesem o valor das idéias que o jovem filósofo lançou, numa antevisão de gênio, dos problemas que hoje dilaceram o mundo; comparem as medidas que ele sugere em moldes de alto rigor científico com as ruidosas e vãs doutrinas que agravam os nossos males, Ao apelo à violência, substituam o apelo à razão! A ciência social não lhes regateará seus frutos, como os que não regateiam as ciências físicas e naturais. Fechem, pois, os ouvidos aos propagadores de panaceias a golpes de força. A renovação econômica, política e moral indispensável dá sobrevivência da humanidade requer, antes de tudo, o concurso de todas as classes civis e militares, dos homens de ciência e dos artistas, dos trabalhadores e dos industriais, dos filósofos e das mulheres. A criação desse consenso é o primeiro objetivo desses Opúsculos, pois nenhuma reforma é possível sem o acordo prévio das opiniões e das vontades. Ao enviar esses primeiros trabalhos a um dos seus amigos, disse-lhe Augusto Comte tratar-se de uma doutrina a pregar e difundir em toda a parte como o fora, em seu tempo, o Evangelho. É este o alto sentido dos textos que ora se publicam em nossa língua: manifestos de paz contra a guerra, da ordem contra a anarquia, da prosperidade contra a miséria, da liberdade contra a tirania.