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Obras Completas Volume 15 - Psicologia das Massas e Análise do Eu e outros textos (1920-1923) PDF

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SIGMUND FREUD OBRAS COMPLETAS VOLUME 15 PSICOLOGIA DAS MASSAS E ANÁLISE DO EU E OUTROS TEXTOS (1920-1923) TRADUÇÃO PAULO CÉSAR DE SOUZA SUMÁRIO ESTA EDIÇÃO PSICOLOGIA DAS MASSAS E ANÁLISE DO EU (1921) I. INTRODUÇÃO II. A ALMA COLETIVA SEGUNDO LE BON III. OUTRAS ABORDAGENS DA VIDA ANÍMICA COLETIVA IV. SUGESTÃO E LIBIDO V. DUAS MASSAS ARTIFICIAIS: IGREJA E EXÉRCITO VI. OUTRAS TAREFAS E DIREÇÕES DE TRABALHO VII. A IDENTIFICAÇÃO VIII. ENAMORAMENTO E HIPNOSE IX. O INSTINTO GREGÁRIO X. A MASSA E A HORDA PRIMEVA XI. UM GRAU NO INTERIOR DO EU XII. COMPLEMENTOS SOBRE A PSICOGÊNESE DE UM CASO DE HOMOSSEXUALIDADE FEMININA (1920) [PSICANÁLISE E TELEPATIA] (1941 [1921]) SONHO E TELEPATIA (1922) SOBRE ALGUNS MECANISMOS NEURÓTICOS NO CIÚME, NA PARANOIA E NA HOMOSSEXUALIDADE (1922) UMA NEUROSE DO SÉCULO XVII ENVOLVENDO O DEMÔNIO (1923) [PREFÁCIO] I. A HISTÓRIA DO PINTOR CHRISTOPH HAITZMANN II. O MOTIVO DO PACTO COM O DEMÔNIO III. O DEMÔNIO COMO SUCEDÂNEO DO PAI IV. OS DOIS PACTOS V. O CURSO POSTERIOR DA NEUROSE “PSICANÁLISE” E “TEORIA DA LIBIDO” (1923) I. PSICANÁLISE II. TEORIA DA LIBIDO PREFÁCIOS E TEXTOS BREVES (1920-1922) 4/300 CONTRIBUIÇÃO À PRÉ-HISTÓRIA DA TÉCNICA PSICANALÍTICA A ASSOCIAÇÃO DE IDEIAS DE UMA GAROTA DE QUATRO ANOS O DR. ANTON VON FREUND PREFÁCIO AADDRESSES ON PSYCHOANALYSIS, DE JAMES J. PUTNAM APRESENTAÇÃO DETHE PSYCHOLOGY OF DAY-DREAMS, DE J. VARENDONCK PREFÁCIO ALA MÉTHODE PSYCHANALYTIQUE, DE RAYMOND DE SAUSSURE ALGUMAS PALAVRAS SOBRE O INCONSCIENTE A CABEÇA DA MEDUSA ESTA EDIÇÃO Esta edição das obras completas de Sigmund Freud pretende ser a primeira, em língua portuguesa, traduzida do original alemão e organizada na sequência cronológica em que apareceram origin- almente os textos. A afirmação de que são obras completas pede um esclareci- mento. Não se incluem os textos de neurologia, isto é, não psic- analíticos, anteriores à criação da psicanálise. Isso porque o próprio autor decidiu deixá-los de fora quando se fez a primeira edição completa de suas obras, nas décadas de1920e30. No ent- anto, vários textos pré-psicanalíticos, já psicológicos, serão in- cluídos nos dois primeiros volumes. A coleção inteira será com- posta de vinte volumes, sendo dezenove de textos e um de ín- dices e bibliografia. A edição alemã que serviu de base para esta foiGesammelte Werke[Obras completas], publicada em Londres entre1940e 1952. Agora pertence ao catálogo da editora Fischer, de Frankfurt, que também recolheu num grosso volume, intituladoNachtrags- band[Volume suplementar], inúmeros textos menores ou inédi- tos que haviam sido omitidos na edição londrina. Apenas alguns deles foram traduzidos para a presente edição, pois muitos são de caráter apenas circunstancial. A ordem cronológica adotada pode sofrer pequenas alterações no interior de um volume. Os textos considerados mais import- antes do período coberto pelo volume, cujos títulos aparecem na página de rosto, vêm em primeiro lugar. Em uma ou outra ocasião, são reunidos aqueles que tratam de um só tema, mas não foram publicados sucessivamente; é o caso dos artigos sobre 6/300 a técnica psicanalítica, por exemplo. Por fim, os textos mais cur- tos são agrupados no final do volume. Embora constituam a mais ampla reunião de textos de Freud, os dezessete volumes dosGesammelte Werkeforam sofrivel- mente editados, talvez devido à penúria dos anos de guerra e de pós-guerra na Europa. Embora ordenados cronologicamente, não indicam sequer o ano da publicação de cada trabalho. O texto em si é geralmente confiável, mas sempre que possível foi cotejado com aStudienausgabe[Edição de estudos], publicada pela Fischer em1969-75, da qual consultamos uma edição revista, lançada posteriormente. Trata-se de onze volumes organizados por temas (como a primeira coleção de obras de Freud), que não incluem vários textos secundários ou de conteúdo repetido, mas incorporam, traduzidas para o alemão, as apresentações e notas que o inglês James Strachey redigiu para aStandard edition (Londres, Hogarth Press,1955-66). O objetivo da presente edição é oferecer os textos com o máx- imo de fidelidade ao original, sem interpretações ou interferên- cias de comentaristas e teóricos posteriores da psicanálise, que devem ser buscadas na imensa bibliografia sobre o tema. Tam- bém informações sobre a gênese e a importância de cada obra podem ser encontradas na literatura secundária, principalmente na biografia em três volumes de Ernest Jones (lançada no Brasil pela Imago, do Rio de Janeiro) e no mencionado aparato editori- al daStandardinglesa. A ordem de publicação destasObras completasnão é a mesma daquela das primeiras edições alemãs, pois isso impli- caria deixar várias coisas relevantes para muito depois. Decidiu- se começar por um período intermediário e de pleno 7/300 desenvolvimento das concepções de Freud, em torno de1915, e daí proceder para trás e para diante. Após o título de cada texto há apenas a referência bibliográfica da primeira publicação, não a das edições subsequentes ou em outras línguas, que interessam tão somente a alguns especialis- tas. Entre parênteses se acha o ano da publicação original; hav- endo transcorrido mais de um ano entre a redação e a pub- licação, a data da redação aparece entre colchetes. As indicações bibliográficas do autor foram normalmente conservadas tais como ele as redigiu, isto é, não foram substituídas por edições mais recentes das obras citadas. Mas sempre é fornecido o ano da publicação, que, no caso de remissões do autor a seus próprios textos, permite que o leitor os localize sem maior di- ficuldade, tanto nesta como em outras edições das obras de Freud. As notas do tradutor geralmente informam sobre os termos e passagens de versão problemática, para que o leitor tenha uma ideia mais precisa de seu significado e para justificar em alguma medida as soluções aqui adotadas. Nessas notas são reproduz- idos os equivalentes achados em algumas versões estrangeiras dos textos, em línguas aparentadas ao português e ao alemão. Não utilizamos as duas versões das obras completas já apareci- das em português, das editoras Delta e Imago, pois não foram traduzidas do alemão, e sim do francês e do espanhol (a primeira) e do inglês (a segunda). No tocante aos termos considerados técnicos, não existe a pre- tensão de impor as escolhas aqui feitas, como se fossem abso- lutas. Elas apenas pareceram as menos insatisfatórias para o tradutor, e os leitores e psicanalistas que empregam termos 8/300 diferentes, conforme suas diferentes abordagens e percepções da psicanálise, devem sentir-se à vontade para conservar suas opções. Ao ler essas traduções, apenas precisarão fazer o pequeno esforço de substituir mentalmente “instinto” por “pulsão”, “instintual” por “pulsional”, “repressão” por “recalque”, ou “Eu” por “ego”, exemplificando. No entanto, essas palavras são poucas, em número bem menor do que geralmente se acredita. Esta edição não pretende ser definitiva, pelo simples motivo de que um clássico dessa natureza nunca recebe uma tradução definitiva. E, tendo sido planejada por alguém que se aproximou de Freud pela via da linguagem e da literatura, destina-se não apenas aos estudiosos e profissionais da psicanálise, mas a todos aqueles que, em vários continentes, leem e se exprimem nessa que um grande poeta português chamou de “nossa clara língua majestosa” e um eminente tradutor e poeta brasileiro qualificou de “portocálido, brasilírico idiomaterno”. p.c.s. PSICOLOGIA DAS MASSAS E ANÁLISE DO EU (1921) TÍTULO ORIGINAL:MASSENPSYCHOLOGIE UND ICH-ANALYSE. PUBLICADO PRIMEIRAMENTE EM VOLUME AUTÔNOMO: LEIPZIG, VIENA E ZURIQUE: INTERNATIONALER PSYCHOANALYTISCHER VERLAG [EDITORA PSICANALÍTICA INTERNACIONAL], 1921, 140 PP. TRADUZIDO DEGESAMMELTE WERKEXIII, PP. 71-161; TAMBÉM SE ACHA EMSTUDIENAUSGABEIX, PP. 61-134. I. INTRODUÇÃO A oposição entre psicologia individual e psicologia social ou das massas,*que à primeira vista pode parecer muito significativa, perde boa parte de sua agudeza se a examinamos mais detida- mente. É certo que a psicologia individual se dirige ao ser hu- mano particular, investigando os caminhos pelos quais ele busca obter a satisfação de seus impulsos instintuais, mas ela rara- mente, apenas em condições excepcionais, pode abstrair das re- lações deste ser particular com os outros indivíduos. Na vida psíquica do ser individual, o Outro é via de regra considerado en- quanto modelo, objeto, auxiliador e adversário, e portanto a psicologia individual é também, desde o início, psicologia social, num sentido ampliado, mas inteiramente justificado. As relações do indivíduo com seus pais e irmãos, com o objeto de seu amor, com seu professor e seu médico, isto é, todas as re- lações que até agora foram objeto privilegiado da pesquisa psic- analítica, podem reivindicar ser apreciadas como fenômenos sociais, colocando-se em oposição a outros processos, que de- nominamosnarcísicos, nos quais a satisfação dos instintos es- capa à influência de outras pessoas ou a elas renuncia. A oposição entre atos psíquicos sociais e narcísicos — Bleuler diria talvezautísticos— situa-se inteiramente, portanto, no domínio da psicologia individual, e não se presta para distingui-la de uma psicologia social ou de massas. Nas mencionadas relações com os pais e irmãos, com a amada, o amigo, o professor e o médico, o indivíduo sempre so- fre a influência de apenas uma pessoa, ou um número mínimo delas, cada uma das quais adquiriu para ele significação ex- traordinária. Quando se fala de psicologia social ou de massas,

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