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O trágico antigo e o moderno PDF

50 Pages·2015·0.62 MB·Portuguese
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Gilmário Guerreiro da a Examinamos, neste livro, t Costa é Professor do os a relação entre o estudo da departamento de Filosofia C tragédia como gênero literário e da Universidade Católica Os ensaios que compõe esta obra ofe- a O trágico antigo e a análise filosófica do conceito d de trágico. Seguimos algumas de Brasília (UCB). Pós- recem estudos acerca da tragédia o possibilidades que sugerem ser doutorando na Universidade r gre-ga mediante o diálogo entre fi- i o moderno e insuficiente a limitação do tema de Brasília (Cátedra r losofia e literatura – ou mais especificamente, es- r exclusiva-mente ao espaço da UNESCO Archai) e e u tragédia, pois, se por um lado no Centro de Estudos tética e teoria da literatura. Foi seguida a hipótese G Ensaios sobre filosofia e literatura este gênero concede vi-sibilidade Clássicos e Humanísticos da o de que o trágico, mais do que uma prerrogativa i a um problema de interesse Universidade de Coimbra r á estético e existencial, por outro da tragédia enquanto gênero literário, é uma ca- (bolsista CAPES). m lado não o esgota. Em termos l tegoria estética. Disso decorre a possibilidade de i G estéticos, o tema desborda os se encontrarem elementos trágicos em expressões limites dos gêneros literários e n suscita ângulos importantes para literárias e artísticas diversas. Trabalhos mais teó- o o estudo das diversas expres-sões n ricos se fizeram acompanhar de análises cerradas r artísticas; em termos existenciais, e d explicita o plano múltiplo de de textos literários, com o objetivo de articular o o m parado-xos e contradições em que plano imanente das obras com o contexto mais o os homens por vezes imergem, amplo no qual se inserem. Semelhante multiplici- e devido à finitude com que a sua o ação e consciência se deparam. g dade de procedimentos permitiu resistir às limi- ti Entretanto, se a filosofia do n tações inevitáveis de uma análise microestrutural, a Gilmário Guerreiro da Costa trágico significou avanço o consistente na compreensão bem como aos excessos de abstração de determi- c gi dessas questões, não é menos nadas expressões da filosofia do trágico. á r evidente que tenha chegado a t O impasses consideráveis. Ao longo dos ensaios, buscamos sublinhar os avanços e as dificuldades dessa linha de investigação, para a qual a análise concreta de algumas 9 789892 609188 obras literários revelou-se crucial. Versão integral disponível em digitalis.uc.pt O t r á g i c o a n t i g o e o m o d e r n o : E n s a i o s s o b r e f i l o s o f i a e l i t e r a t u r a Versão integral disponível em digitalis.uc.pt Coleção As origens do pensamento ocidental Direção Gabriele Cornelli Conselho Editorial: André Leonardo Chevitarese Delfim Leão Fernando Santoro A coleção Archai é espelho do trabalho do grupo Archai: as origens do pen- samento ocidental, agora promovido a Cátedra UNESCO Archai. Há mais de dez anos, desde 2001, o grupo Archai – desde 2011 Cátedra UNESCO Archai – promove investigações, organiza seminários e publicações (entre eles a revista Archai) com o intuito de estabelecer uma metodologia de tra- balho e de constituir um espaço interdisciplinar de reflexão filosófica sobre as origens do pensamento ocidental. A presente coleção – parte do selo editorial Annablume Clássica – quer contribuir para a divulgação no Brasil de produções editoriais que busquem compreender, a partir de uma perspectiva cultural mais ampla, nossas origens. Nesse sentido, visando uma apreensão rigorosa do processo de formação da filosofia, e, de modo mais amplo, do pensamento ocidental, as obras que aqui são apresentadas procuram confrontar uma tradição excessiva- mente presentista de contar a história do processo de formação da cultura oci- dental. Notadamente daquela que pensa a filosofia como um saber “estanque”, independente das condições de possibilidade históricas que permitiram a aparição desse tipo de discurso. Enraizando o “nascimento da filosofia” na cultura antiga, contrapondo-se às lições de uma historiografia filosófica racionalista que, ana- cronicamente, projeta sobre o contexto grego valores e procedimentos de uma razão instrumental estranha às múltiplas formas do logos antigo, a coleção Archai pretende contribuir para o lançamento de um olhar novo sobre os primórdios do pensamento ocidental, em busca de novos caminhos hermenêuticos de nossas identidades intelectuais, éticas, artísticas e culturais. Conheça os títulos desta coleção no final do livro. Versão integral disponível em digitalis.uc.pt O t r á g i c o a n t i g o e o m o d e r n o : E n s a i o s s o b r e f i l o s o f i a e l i t e r a t u r a Gilmário Guerreiro da Costa Versão integral disponível em digitalis.uc.pt Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP O48 Costa, Gilmário Guerreiro da. O Trágico Antigo e o Moderno: Ensaios sobre Filosofia e Literatura. / Gilmário Guerreiro da Costa. – São Paulo: Annablume Clássica, 2014. (Coleção Archai: as origens do pensamento ocidental). 14x21 cm, 418 p. ISBN 978-989-26-0918-8 (IUC) 978-85-391-0534-2 (Annablume) ISBN Digital 978-989-26-0919-5 (IUC) DOI http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-0919-5 Depósito Legal ....../14 1. Filosofia. 2. Literatura. 3. Estudos Clássicos. 4. Antiguidade. 5. Modernidade. 6. Tragédia. I. Título. II. Série. III. Selo Annablume Clássica. CDU 101 CDD 100 Catalogação elaborada por Jonatas Rafael Alvares O TRÁGICO ANTIGO E O MODERNO: ENSAIOS SOBRE FILOSOFIA E LITERATURA annablume editora Imprensa da Universidade de Coimbra Projeto, Produção e Capa Coletivo Gráfico Annablume Jonatas Rafael Alvares Rodolfo Pais Nunes Lopes Revisão técnica e científica Rodolfo Lopes Impressão e acabamento Simões e Linhares annablume clássica Conselho editorial Gabriele Cornelli Luiz Armando Bagolin Mário Henrique D´Agostino Mônica Lucas Editor executivo José Roberto Barreto Lins A presente obra contou com o apoio da Cátedra UNESCO Archai: as origens do pensamento ocidental - Universidade de Brasilia 1ª edição: Dezembro de 2014 © Gilmário Guerreiro da Costa ANNABLUME editora . comunicação www.annablume.com.br Imprensa da Universidade de Coimbra http//www.uc.pt/imprensa_uc Versão integral disponível em digitalis.uc.pt APRESENTAÇÃO A marca da experimentação revela, nestas páginas, a figura de seu Autor: Gilmário Guerreiro da Costa. Com a coragem e a serenidade de quem muito leu e muito mais viu, Gilmário entrou um dia na ponta dos pés pela porta da sala da Cátedra UNESCO Ar- chai e abraçou imediatamente a intuição fundamental dela, seu estilo de trabalho, os valores acadêmicos que inspiram há quase 15 anos o Archai. Imediatamente, como pesquisador colaborador, se colocou ao serviço dos mais novos pesquisadores; carregou junto com o grupo muitos desafios, editoriais e organizativos; e finalmente decidiu que era a hora de dar um salto, por assim dizer, na generosa contribuição que vinha mantendo com a Cátedra, entregando à Coleção um manuscrito que reunia o percurso das pesquisas que Gilmário vinha compartilhando conosco ao longo destes anos. i Versão integral disponível em digitalis.uc.pt Recordo um dos primeiros seminários que ele minis- trou para a equipe da Cátedra. O que mais impres- sionou a todos foi a beleza do tecido de suas palavras. Gilmário, como o leitor poderá em breve perceber por si mesmo, se distingue por um uso da língua portu- guesa jamais óbvio ou burocrático, sempre profun- damente refletido em todas suas nuances. Costumo brincar com ele, confessando que, em cada seminário ou novo texto, acabo por apreender (eu, filho adotivo da língua portuguesa) mais dois ou três novos vocá- bulos e usos. À elegância de seus argumentos, Gilmário alia uma abordagem analítica das questões impecável e precisa. De fato, o mencionado caráter experimental dele não está somente na consciência da necessidade de uma aproximação plural ao tema do trágico, que engloba diversas metodologias e épocas históricas nas quais o fenômeno se revelou ao longo da história da filosofia e da literatura. Os ensaios aqui reunidos, como especi- fica o Sumário, não podem ser senão jam sessions, para citar uma das paixões de Gilmário, aquela para a mú- sica jazz. Para as quais Gilmário convida para tocarem juntos, na pluralidade de seus estilos, Sófocles e Wal- ter Benjamin, Platão e Guimarães Rosa; todos juntos pelo desejo de compreender a essência mais própria da experiência da tragédia, que reside na precarieda- de da existência humana em sua irreduzível falta de nitidez. O ser humano, e não só o moderno (como parecem testemunhar as tragédias gregas) parece pade- cer, de fato, de uma inquietude radical. É o que sugere ii Versão integral disponível em digitalis.uc.pt Guimarães Rosa, mestre de imagens e ideias, numa metáfora filosoficamente audaciosa: “Ô senhor... mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram termi- nadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Isso que me alegra, montão. (...) A pois: um dia, num curtume, a faquinha minha que eu tinha caiu dentro de um tanque, só caldo de casca de curtir, barba- timão, angico, lá sei. – ´Amanhã eu tiro...´ - falei, comigo. Porque era noite, luz nenhuma eu não disputava. Ah, então, saiba: no outro dia, cedo, a faca, o ferro dela, estava sido ro- ído, quase por metade, por aquela aguinha escura, toda quieta. Deixei, para mais ver. Es- tala, espoleta! Sabe que foi? Pois, nessa mesma tarde aí: da faquinha só se achava o cabo... O cabo, por não ser de frio metal, mas de chifre de galheiro. Aí está: Deus... Bem, o senhor ouviu, o que ouviu sabe, o que sabe me en- tende.” (G. Rosa. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro, José Olympio Ed., 1976, XI ed., p. 21). O curtume da crise trágica da modernidade parece não deixar intactas nem as estruturas mais ferrenhas. É este sentimento de desgaste, de perene inacabado, da trági- ca falta de chão que define tanta literatura e filosofia contemporâneas. Já o grande Ludwig Wittgenstein se iii Versão integral disponível em digitalis.uc.pt perguntava: “será que é sempre vantajoso trocar um retrato pouco claro por outro bem nítido? Não será o retrato pouco nítido exatamente aquilo de que pre- cisamos?” (Investigações filosóficas, 71). As páginas a seguir responderão, creio, brilhantemente ao mestre analítico por excelência. Nas páginas deste livro há muita história da filosofia, especialmente Platão e Aristóteles, e muita história da literatura trágica. O leitor ávido irá apreciar as finas interpretações do Autor e as belas sínteses. Mas há também muita teoria estética e da literatura contem- porâneas, experimentadas com coragem e lucidez em propostas comparativas originalíssimas, como é o caso do extraordinário capítulo final dedicado a Platão em Guimarães Rosa. A Coleção Archai entrega, desta forma, aos seus leitores uma obra que, é ao mesmo tempo, espelho da filosofia de trabalho da Cátedra e desafio para trilhar novos ca- minhos metodológicos, entre a filosofia e a literatura, logos e mythos, sentido e mistério, história e presente. Gabriele Cornelli Brasília, novembro de 2014 iv Versão integral disponível em digitalis.uc.pt AGRADECIMENTOS Ae scrita deste volume beneficiou-se da amizade e apoio de muitas pessoas e instituições. A suges- tão para fazê-lo veio do Prof. Gabriele CorneIli (Uni- versidade de Brasília), após ouvir-me em uma das se- ções dos seminários internos da Cátedra UNESCO Archai. Sendo responsável pela minha supervisão de pós-doutorado, julgou que o material que apresentei, ainda bastante incipiente, seria passível de desdobrar- se em livro. Com o seu entusiasmo característico, des- fez as minhas resistências e hesitações. Também tive a oportunidade de usufruir de esclarecimentos e su- gestões bibliográficas da Profa. Maria do Céu Fialho, minha supervisora de pós-doutorado na Universidade de Coimbra. Reconheço ainda o meu débito ao de- partamento de Filosofia da Universidade Católica de Brasília, em especial ao seu diretor, Prof. Paulo Afonso Quermes, e ao seu assessor, Prof. Luiz Cláudio Batista. Auxiliaram-me com a sua competência, sabedoria e 5 Versão integral disponível em digitalis.uc.pt

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O problema da linguagem na tragédia é revisitado numa importante .. (1632-5), conforme Prometeu lhe insinuara antes. (1135). Sela-se então o
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