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o texto literário PDF

76 Pages·2014·2.06 MB·Portuguese
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Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE I I OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014 Título: O Texto Literário: Caminhos e percursos no discurso da Semiótica. Autor: Andréa Capote Mendes Disciplina/Área: Língua Portuguesa Escola de Implementação do E scola Estadual Dona Macária- Ens. Fundamental- Projeto e sua localização: Rua Dr. Natel de Camargo, 141. Município da escola: Conselheiro Mairinck Núcleo Regional de Educação: Ibaiti Professor Orientador: Tania Regina Montanha Toledo Scoparo Instituição de Ensino Superior: UENP- Universidade Estadual do Norte do Paraná- Campus Jacarezinho. Relação Interdisciplinar: História, Arte O Projeto de Intervenção Pedagógica ―O Texto Resumo: Literário: Caminhos e percursos no discurso da semiótica utilizará dos conceitos básicos da Teoria e Metodologia da Semiótica Gremaisiana, atualizada pelo semioticista contemporâneo francês Denis Bertrand. Este trabalho faz um percurso fundamentado na teoria semiótica de Algirdas Greimas, embasando- se também em autores como: Fiorin, Barros, Discini, entre outros. A Produção Didático-pedagógica aqui apresentada funcionará como uma abertura de caminhos para que se desenvolva com mais atenção uma reflexão sobre o texto (enunciado), o texto literário, o discurso, a teoria semiótica (como uma metodologia), no seu nível discursivo (temas e figuras), o enunciador e o enunciatário, suas relações e principalmente utilizar-se destes como estratégias de leitura fundada na realidade do enunciado e do discurso. Palavras-chave: Leitura. Interpretação. Textos Literários. Temas. Figuras. Formato do Material Didático: Unidade Didática ANDRÉA CAPOTE MENDES O TEXTO LITERÁRIO: CAMINHOS E PERCURSOS NO DISCURSO DA SEMIÓTICA JACAREZINHO- PARANÁ 2014 ANDRÉA CAPOTE MENDES O TEXTO LITERÁRIO: CAMINHOS E PERCURSOS DO DISCURSO DA SEMIÓTICA Produção Didático-Pedagógica apresentada à SEED- Secretaria de Estado da Educação, como parte integrante do PDE- Programa de Desenvolvimento Educacional, sob orientação da professora Doutoranda Tania Regina Montanha Toledo Scoparo, da Universidade Estadual do Norte do Paraná- UENP. JACAREZINHO- PARANÁ 2014 1 APRESENTAÇÃO Por que ―estudar‖ o texto Literário? Para quê? O que se deve estudar? Pode se perguntar ainda, porque, muitas vezes, no discurso didático, escola, professores e/ou livros didáticos têm dificuldade de cumprir com eficiência sua função de ensinar aos alunos a ler com competência e criticidade estes tipos de textos? Estaríamos formando leitores capazes de levar o aluno a perceber os sujeitos presentes no texto, interpretar os textos literários, percebendo as informações implícitas, suas ―verdades‖, posicionar-se diante do mesmo como um leitor crítico? Segundo Soares (2003, p. 43) Os objetivos de leitura e estudo de um texto literário são específicos a este tipo de texto, devem privilegiar aqueles conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à formação de um bom leitor de literatura: a análise do gênero, dos recursos de expressão e de recriação da realidade das figuras autor-narrador, personagem, ponto de vista (no caso da narrativa), a interpretação de analogias, comparações, metáforas, identificação de recursos estilísticos, poéticos, enfim, o ―estudo‖ daquilo que é textual e daquilo que é literário. E quanto à escola, qual é o seu papel na formação do leitor? Em Walty (1999, p.52), vamos encontrar a seguinte afirmação: Importa perguntar qual é o papel da escola na formação do leitor. Não o leitor obediente que preenche devidamente fichas de livros ou reproduz com propriedade enunciados textuais. Mas o leitor que, instigado pelo texto, produz sentidos, dialoga com o texto que lê, seus intertextos e seu contexto, ativando sua biblioteca interna, jamais em repouso. Um leitor que paradoxalmente, é capaz de se safar até mesmo das camisas de força impostas pela escola e pela sociedade, na medida em que produz sentidos que fogem ao controle inerente à leitura e à sua metodologia. Estaríamos nós formando leitores capazes de levar o aluno a perceber os sujeitos presentes no texto, interpretar os textos literários, percebendo as informações implícitas, suas ―verdades‖, posicionar-se diante do mesmo como um leitor crítico? A escola exerce papel decisivo na formação do leitor, pois cabe a ela ensinar e orientar os caminhos que o aluno deve percorrer para compreender, entender e interpretar os implícitos do texto, assim, torna-se necessário que busquemos estratégias, instrumentos e/ou metodologias que contribuam na formação de um leitor crítico e atuante. É neste sentido que as atividades, os textos propostos nessa Unidade Didática pretendem levar os alunos a visualizar os textos literários, através das análises de figuras da semântica discursiva, definida como o estudo do significado ou teoria da significação, apresentando como a leitura e interpretação destes textos pode ser ensinada através de alguns conceitos básicos da Teoria Semiótica Gremaisiana, fundamentando-se principalmente no seu nível discursivo (semântica discursiva). A teoria será aplicada como um instrumento, uma estratégia de leitura e interpretação de textos literários, levando os alunos de 8º ano do ensino fundamental a encontrar, com auxílio da análise semântica discursiva, os temas subjacentes aos textos, através das análises de figuras que concretizam esses temas; reconhecer, através da análise dos temas parciais, o tema central; interpretar o texto entendendo a linguagem nas dimensões do saber crer ―verdades‖ do texto literário, e do saber fazer, posicionando-se diante do mesmo como um leitor crítico, conquistando uma maior capacidade de fruição e utilização da literatura, tornando-se um leitor competente. Todos os textos serão trabalhados partindo da leitura semiótica (nível discursivo) seguindo algumas estratégias de leitura: 1º Leitura superficial: decodificação linguística (FAZER SABER) tem a intenção de informar, comunicar, transmitir, fornecer dados para o leitor; 2º Leitura profunda: análise interna (elementos do texto, informações explícitas, implícitas, encontrar os temas a partir das figuras, a veridicção a ―verdade‖ do texto (FAZER CRER) intenção de manipular, convencer, persuadir... o leitor. Aqui se encontra o leitor crítico. A semiótica insere-se neste passo). 3º Leitura ideológico-argumentativa: (centrada no leitor), onde o mesmo argumenta, opina, posiciona-se diante do texto (SABER FAZER), como o enunciatário age, assume, transforma diante do enunciado. A unidade didática aqui apresentada será desenvolvida numa turma de 8º ano da Escola Estadual Dona Macária, Ensino Fundamental, da cidade de Conselheiro Mairinck, Estado do Paraná. A escolha desse formato de material é que o planejamento de Ensino por Unidades Didáticas supõe uma organização de ações de ensino e aprendizagem que requerem a atenção do professor, o ensino por unidades expressa uma proposta de organização e desenvolvimento do ensino pelo professor e da aprendizagem pelo aluno. Sintetizando, esses estudos por unidades têm a função de, por possuir um conteúdo coerente, promover adaptações de aprendizagens e desenvolver experiências e estudos de uma forma em que isso atue na vida do aluno. É nesse sentido que as atividades propostas nesse trabalho pretendem contribuir para formação de leitores competentes e autônomos. Semiótica... O caminho A palavra semiótica provém da raiz grega semeion‟, que denota signo. Assim, desta mesma fonte, temos „semeiotiké‟, a ―arte dos sinais‟. Esta esfera do conhecimento existe há um longo tempo, e revela as formas como o indivíduo dá significado a tudo que o cerca. Ela é, portanto, a ciência que estuda os signos e todas as linguagens e acontecimentos culturais como se fossem fenômenos produtores de significado, ela lida com os conceitos, as ideias. A Semiótica Discursiva, fundada por Algirdas Julien Greimas (1917–1992), linguista lituano radicado na França, tem filiação saussuriana e hjelmsleviana; por isso está ancorada numa teoria da linguagem de postulados estruturais e na concepção de que a língua é uma instituição social, que concebe o texto como um simulacro do mundo real, uma vez que nele são representados sujeitos, fatos, objetos, valores que retratam o mundo. Greimas (2008, p.197) procura explicar o sentido do texto pelo exame de seu plano de conteúdo, baseando-se nos seus princípios, ―considera-se que um texto é o produto da união entre plano da expressão (aparência) e plano do conteúdo (imanência do conteúdo), a significação do texto se dá pela união desses dois planos‖. Bertrand define a semiótica como: ―teoria do signo e do sentido‖, pois tal definição segundo o autor está longe do reducionismo a que a mesma foi enquadrada como sistemas de signos reduzidos aos códigos de sinais de caráter informativo e referencial, visto que ―[...] o sentido e o valor [dos signos] são literalmente filtrados e selecionados pelos crivos conotativos de leitura, significações secundárias que na realidade ocupam o primeiro plano na comunicação social‖. (BARTHES apud BERTRAND, 2003, p. 14). Para o mesmo autor (BERTRAND, 2003, p.16) ―Sua primeira preocupação será, pois, explicitar, sob a forma de uma construção conceitual, as condições da apreensão e da produção do sentido‖. Percurso Metodológico Na introdução do seu Livro Caminhos da Semiótica Literária (BERTRAND, p. 11) nos afirma que ―O objeto da semiótica é o sentido‖, nos revela também que o objetivo maior do seu livro é ―apresentar de maneira metódica, a semiótica geral, em sua origem e em seus desenvolvimentos mais atuais focalizando um de seus campos de exercícios privilegiado: o discurso literário‖. Diante do que foi dito podemos entender que a semiótica evoluiu teoricamente e metodologicamente numa ciência da linguagem, num produto interdisciplinar. Um discurso ―com vocação científica‖ sobre o sentido tem necessariamente ligação com a linguagem que o estrutura com as produções significantes e transculturais da sociedade [...].De resto essa contextualização visa também a sugerir aberturas para numerosos textos que embora não fazendo parte diretamente do domínio da análise literária são passíveis de esclarecer-lhe o método e a prática. (BERTRAND, 2003, p. 22) De acordo com o mesmo autor, o objetivo do teórico que acabamos de ver é Pôr em prática um percurso metodológico para a análise dos textos literários, e a partir daí, propor prolongamentos e discussões críticas para um estudo da literatura centrado, segundo nosso postulado inicial, na realidade textual e discursiva. Esta iniciação está portando inserida num campo de especificidade: a literatura. Isso não deve ocultar a amplitude muito maior dos domínios de investigação da semiótica: de um lado, a teoria da linguagem e sua incessante busca epistemológica; de outro, os universos do discurso, verbais ou não verbais (notadamente visuais), dos quais há análises feitas por semioticistas [...] Nosso método consiste pois, inicialmente, em nos atermos ao texto propriamente dito, em reconhecer sua autonomia relativa de objeto significante. Ele considera o texto como um ―todo significação‖ que produz em si mesmo, ao menos parcialmente, as condições contextuais de sua leitura. Uma das propriedades sempre reconhecidas no texto dito ―literário‖ é que, diferentemente do conto oral, do artigo de imprensa ou de outras formas de discurso, ele incorpora seu contexto e contém em si mesmo o seu ―código semântico‖: ele integra assim, atualizado por seu leitor e independente da intenção de seu autor, as condições suficientes para a sua legitimidade. [...] (BERTRAND, 2003, p. 23) Pensando numa abordagem semiótica, devemos então inserir nessa Unidade Didática orientações teóricas que conduzam a metodologias. A semiótica privilegia quatro dimensões: a narrativa, a passional, a figurativa e a enunciativa. De acordo com Denis Bertrand, a dimensão narrativa se ocupa das estruturas actanciais que são definidas por uma composição modal: querer, dever, saber, poder, ser ou fazer. O desfecho se dá como nos contos populares com a sanção final: recompensa do herói e punição do vilão. Já na dimensão passional, é ativado nos sujeitos, o processo por que estes passam na dimensão narrativa: na passagem da pobreza à riqueza, do sucesso ao fracasso, por exemplo, vê-se que os objetos são trocados ou perdidos; tem-se a transformação dos ―estados de coisas‖. A dimensão do sensível dá origem à dimensão discursiva que é revestida por figuras que representam no discurso uma correspondência entre as figuras semânticas e as figuras do mundo para o leitor. Esta propõe o acesso imediato ao sentido. Ela se ocupa em verificar como se dá a inscrição do sensível na linguagem e no discurso. A dimensão figurativa coloca o leitor, bem como o expectador de um quadro ou de um filme, de frente com o seu mundo para ver, sentir e experimentar. A última, dimensão enunciativa que se apresenta no fim do percurso ocupa-se de um sujeito pressuposto pelo dito num dado enunciado, o qual se evidencia nos traços que simulam sua presença, no interior de um texto, através do narrador, do observador, dos interlocutores. (BERTRAND, 2003, p. 27, 28, 29 e 30). As dimensões apresentadas resumidamente acima podem ser melhores entendidas a partir do percurso gerativo de sentido, pois para a teoria semiótica, o sentido de um texto é concebido de acordo com este percurso, o qual inscreve-se em três etapas: Nível Fundamental, Nível, Narrativo (definido no Projeto de Intervenção Pedagógica) e Nível Discursivo ( foco dessa Unidade Didática) Os Percursos do Percurso Gerativo do Sentido A Semiótica Discursiva servirá como uma teoria/ metodologia alternativa às nossas leituras de modo que a mesma analisa o texto literário em níveis, no que chamam de Percurso Gerativo do Sentido (Fiorin, 2003, p. 17-44). A semiótica oferece nesse trajeto metodológico, dentre outros, recursos de grande utilidade para a análise dos enredos narrativos, para a compreensão dos efeitos produzidos pela enunciação, e hoje nos ajuda a restaurar o exame dos percursos narrativos que o texto não explicita, isto é, a análise do que está implícito e pode ser pressuposto com segurança sem que isso se transforme num desvio de interpretação do leitor. O Percurso Gerativo do Sentido é o responsável por conduzir o leitor à compreensão global do texto analisado. Segundo a semiótica greimasiana, esse percurso é dividido em três níveis: o fundamental, o narrativo e o discursivo (grifo nosso). Cada um possui uma organização própria e complementar entre si, denominada sintaxe e semântica, sendo que a primeira é responsável pela materialidade da segunda. Ainda, segundo Fiorin (2006, p. 2), o primeiro nível de organização é um ―conjunto de regras que regem o encadeamento de formas de conteúdo na sucessão do discurso‖, enquanto que o segundo é mais autônomo que o primeiro, pois é nesse nível que os valores semânticos são investigados enquanto organização composicional para produção de sentido. Quando falamos de Percurso Gerativo do Sentido, podemos nos remeter às palavras de Fiorin: [...] a rigor se está falando de plano de conteúdo. No entanto, não há conteúdo lingüístico sem expressão lingüística, pois um plano de conteúdo precisa ser veiculado por um plano de expressão, que pode ser de diferentes naturezas: verbal, gestual, pictórico, etc. O percurso gerativo é um modelo que simula a produção e a interpretação do significado, do conteúdo. Na verdade, ele não descreve a maneira real de fabricar um discurso, mas constitui, para usar as palavras de Denis Bertrand, um ―simulacro metodológico‖, que nos permite ler, com mais eficácia, um texto. Esse modelo mostra aquilo que sabemos de forma intuitiva, que o sentido do texto não é redutível à soma dos sentidos das palavras que o compõem nem dos enunciados sem que os vocábulos se encadeiam, mas que decorre de uma articulação dos elementos que o formam: que existem uma sintaxe e uma semântica do discurso. (FIORIN, 1999, p. 31) Baseando-se no percurso gerativo do sentido, os sentidos do texto se constroem nos níveis: Fundamental, Narrativo, Discursivo; este último nosso foco de estudo e aplicação nesta Unidade. Nível Discursivo O nível discursivo é o mais superficial do percurso gerativo da significação. Segundo Barros (2005, p. 53), ―as estruturas discursivas são as mais específicas, mas também mais complexas e enriquecidas semanticamente, que as estruturas narrativas e fundamentais". Fiorin define que é no nível discursivo que [...] as formas abstratas do nível narrativo são revestidas de termos que lhe dão concretude. Assim, a conjunção com a riqueza aparecerá no nível discursivo como roubo de jóias, recebimento de uma herança, descoberta de mina de ouro, jogo bem-sucedido na Bolsa de Valores, acerto da quina da Loto, etc. (FIORIN, 1999, p. 29)

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na teoria semiótica de Algirdas Greimas, embasando- influenciou gerações de crianças com suas lindas histórias ricas em conceitos . uma selva escura‖ diz respeito a A Divina Comédia de Dante Alighieri, Florença- ―Dante relata sua viagem pelos três reinos do outro mundo: o Inferno, o v
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