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o segredo de galois PDF

285 Pages·2011·1.06 MB·Portuguese
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O SEGREDO DE GALOIS Flaulles Boone Bergamaschi 1 Para Eliane, meu único amor... 2 Prólogo Paris, maio de 1832 - Pegue sua arma Galois, qualquer que seja sua escolha você não terá chance. – Galois olhou para seu oponente e pegou a arma que estava à sua esquerda. À esquerda como sempre. Imaginou. Ao longe, entre algumas árvores, dois homens observam e se preparavam. - Veremos! - Muito bem. Apenas 25 passos e nada mais. - É o suficiente pra mandar você para o inferno! - respondeu Galois. Os dois homens começaram a caminhar e antes do décimo passo um tiro quebrou o silencio: um homem caiu. - Herbinville...covarde... – Suspirava Galois no chão. - Não atirei. – gritou Herbinville enquanto outros dois tiros cruzaram o céu em direção a Galois, um acertou um tronco próximo dele e o outro passou de raspão em Herbinville. - Maldito Bourbon. – Disse Galois praguejando o Rei. - Corra e tente proteger Chevalier. -Herbinville saiu em disparada para se salvar. Herbinville não sabia quem poderia estar atirando, mas quem quer que fosse estava tentando matar os dois. Ninguém sabia do duelo. Imaginou. - Aquele idiota não nos interessa. Vamos voltar. – disse um dos homens entre os arbustos. 3 Jonas sempre fazia este trajeto, seus pais possuíam um pequeno sitio nas proximidades de Paris, guiando uma carroça, levava alguns produtos para serem entregues a comerciantes no centro da cidade. De repente seu cavalo deu uma guinada e Jonas pode observar um corpo caído, era um homem de baixa estatura, magro e pouca idade. Aparentava vinte anos, e tinha um ferimento próximo ao abdômen. - Meu Deus, o que é isto. – ele colocou Galois, em sua carroça e o levou até o Hospital Cochin, onde Galois recebeu os primeiros socorros. Alfred nunca concordou com a vida agitada do irmão, mas conservava um profundo respeito por sua capacidade intelectual. O pai sempre dizia que Galois, era o filho preferido. Agora vendo Galois naquela situação, podia sentir uma mistura de sensações invadindo seu corpo. Uma delas podia ser visível em seus olhos. Inesperadamente Galois acorda. - Alfred! - Não faça força Galois, você precisa descansar. - Não, preciso lhe contar...- Galois respirava com dificuldade. - Fique tranqüilo meu irmão, você já está sendo atendido por um bom médico e Pe. Antonio já está a caminho. - quando Alfred falou no padre Galois juntou forças para falar. - Não Alfred! Eles mataram nosso pai, lembra? - Galois disse irritado -, você precisa... Por um momento Galois achou que poderia confiar a tarefa ao irmão. Mas Alfred não tinha o perfil. 4 Alfred sabia que o irmão havia se envolvido demais com a política, e isso poderia provocar sua morte. Sentia-se irritado com a vida desregrada que o irmão levava. Mas agora a situação era outra. - Preste atenção... vá e procure Chevalier, preciso falar com ele rápido. Antes que eu... - Meu irmão posso dar o recado fique tranqüilo, deve descançar. - Não entende...-Galois falou com dificuldade e irritado. Alfred nunca aceitou isso, Galois confia mais nos outros que em mim. Com muita dificuldade Galois, tenta dizer algo, mas não consegue, inclinando a cabeça para o lado. Alfred sentiu uma sensação estranha. Sentindo que seu irmão partiria a qualquer momento. Vendo-o naquela situação, ele colocou a mão sobre o rosto de Galois, sentiu que ele ainda respirava, mas estava inconsciente, se lembrou de todas as coisas que passaram juntos. Não podia acreditar que o irmão estava próximo de partir. Preciso ir. Alfred saiu rapidamente do quarto. Onde vou encontrar Chevalier. Assim como Galois, Chevalier era um perseguido político, não seria tarefa fácil encontrá-lo. Talvez nem fosse necessário, Alfred viu a situação do irmão, o médico já lhe havia preparado. Voltou a olhar para Galois, e se despediu. Adeus Galois, que Deus te proteja. 5 CAPÍTULO 1 Rio de Janeiro, junho de 2009. O professor Jacob observava os alunos enquanto aguardava o fim do teste. Já havia passado duas horas. - Atenção, vocês têm apenas trinta minutos para finalizar. –disse ele. Carla, como sempre tranqüila, sabia que esta era mais uma de tantas avaliações que fizera durante a vida. Apesar da pouca idade, apenas vinte e três anos, começara cedo seus estudos. Sua mãe nunca concordou com o país que havia escolhido para estudar. - Minha filha, por quê? – Já conversamos sobre isso. –respondeu Carla com uma leve irritação no olhar. Carla já havia conversado com a mãe sobre sua ida para o Brasil. As duas viviam juntas a mais de cinco anos desde que seu pai partiu. - Não entendo como você pode optar por ficar tão longe. Você tem tantas oportunidades por aqui. - Mãe... Fundado em 1951, o Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada) tinha apenas o caráter de promover a pesquisa cientifica. Com a expansão das Universidades Federais Brasileiras, a demanda por professores qualificados cresceu muito e em 1962 o Impa iniciou seus programas de mestrado e doutorado. Hoje com um quadro docente formado nas mais diversas áreas do conhecimento Matemático e uma biblioteca de fazer inveja a grandes centros de pesquisa, o Impa se 6 consolidava como o maior centro de pesquisa em Matemática da América Latina. Carla conhecia bem o instituto que escolhera para estudaar. A Matemática sempre esteve ao seu lado, isto era visível desde sua infância, os primeiros anos na escola foram complicados, pois Carla só tinha olhos para a Matemática e as outras disciplinas ficavam em segundo plano. Pouco tempo depois Carla já estava na Universidade. A Universidade de Paris foi fundada aproximadamente no ano de 1170, a partir da escola da catedral de Notre-Dame. Era comum haver escolas junto às catedrais na França na época. O bispo nomeava os professores e controlava o ensino por meio de seu Chanceler ou Secretário Geral do Bispado. Devido ao crescente número de estudantes, a escola de Notre-Dame se tornou insuficiente, os professores particulares foram autorizados a abrir escolas ao redor da catedral. Estes mestres, para defender seus interesses e suas idéias, se reuniram e se associaram formando a sua "corporação", uma "Universitas", um modo de união semelhante aos modernos sindicatos. Assim surgiu, por volta do ano de 1170, a Universidade de Paris. Cada mestre, ou grupo de mestres, tinha sua própria escola; quando a corporação tinha que deliberar sobre algum assunto de interesse comum, eles em geral se reuniam em uma ou outra igreja. A organização dessas reuniões bem como a representação dos mestres perante a Igreja e o governo fez surgir o posto e a figura do Reitor. Os assuntos, disciplinas e necessidades comuns a várias escolas terminaram por promover o agrupamento em escolas maiores, as faculdades. Abelardo, um dos grandes intelectuais da Idade Média, veio ensinar em Paris, sua fama atraiu milhares de estudantes para a Universidade, 7 vindos de todos os países do mundo cristão. As escolas se expandiram para a outra margem do rio Sena, no monte Sainte Geniève, onde Abelardo ensinava. Lá se encontra ainda a famosa rue du Fouarre, no quartier Latin (bairro latino), onde os mestres da Faculdade de Artes tinham suas escolas. Com o apoio do Papa, a Universidade de Paris tornou-se o grande centro de ensino teológico. Durante os anos 1220, as ordens Cristãs dominaram o ensino na Universidade que, ao final do século XIII e durante o século XIV foi o maior centro de ensino de toda a cristandade, particularmente em Teologia. Entre seus professores mais famosos contam-se, além de Abelardo o famoso São Tomás de Aquino. A universidade ficou dividida em quatro faculdades: três "superiores" compreendendo a de Teologia, a de Direito Canônico, e a de Medicina, e uma "inferior", a Faculdade de Artes. Nos séculos XVI e XVII a universidade de Paris tornou-se um conglomerado de colégios. Os colégios foram inicialmente pensionatos de estudantes, aos quais se acrescentaram depois salas de aula onde os mestres vinham ensinar. Com a Revolução Francesa (1789-99) a universidade foi reorganizada para fins de aplicação do saber, deixando para traz o modelo jesuítico de debates teológicos e estudo de línguas mortas. Foram criadas escolas superiores especializadas e independentes. Surgiram, sucessivamente, o Museu de História Natural, a Escola politécnica, a Escola Normal, três escolas de Saúde e a escola de Línguas, e o ensino tornou-se secular, independente de doutrinas religiosas ou políticas, mas a faculdade de teologia somente foi fechada em 1886. Nos anos de 1960 a universidade de Paris, mediante uma política de tolerância acadêmica capaz de atrair o ingresso maciço de jovens 8 estrangeiros vindos de países mais atrasados, tornou-se um centro mundial de difusão do socialismo, do marxismo, do comunismo, do anarquismo. Superando neste item a própria Universidade Patrice Lumumba, que fora criada especificamente para esse fim em Moscou no início da mesma década. A França certamente deveria sofrer as conseqüências dessa política, quando suas estruturas se viram ameaçadas pelo levante estudantil de Maio de 1968, que também desencadeou uma onda de rebeldia estudantil ao redor do mundo. Nessa fase, o número de estudantes da Universidade havia subido a mais de 115.000. Após a crise, o governo de direita procedeu uma reforma geral e profunda na organização do ensino superior francês, através do Ato de Reforma da Educação Superior, do mesmo ano de 1968. Com base nesse ato, a partir de 1970 a Universidade de Paris passou a compreender uma série de 13 faculdades de altos estudos, autônomas e financiadas pelo Estado, localizadas principalmente em Paris, eram as Paris de I a XIII. Carla estudou na Paris VI chamada “Pierre & Marie Curie” onde se ensina Matemática, Física e Geociências. O nome da universidade não poderia ser diferente Pierre Curie. Ele iniciou suas investigações científicas dedicadas ao estudo das radiações infravermelhas. Em 1895 casou-se com a jovem polonesa Marie Sklodowska e com ela, descobriu materiais radioativos diferentes do urânio. Juntos conseguiram isolar o polônio e o rádio. Após a morte de Pierre, atropelado por um veículo, Marie prosseguiu com suas investigações. O casal Curie recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1903, e Marie recebe o de Química em 1911. A paixão pela ciência cobraria seu preço. Marie faleceu de uma leucemia produzida pela sua excessiva exposição a substâncias radioativas. Foi um duro golpe na ciência, mas outros cientistas continuariam seu trabalho. O ambiente frio das universidades francesas agora dava lugar ao sol radiante do Rio de Janeiro que brilhava praticamente todos os dias do ano. 9 Como alguém pode se concentrar em fórmulas e números num lugar tão lindo? Perguntavam alguns cientistas que passaram por ali. Ao contrário de Carla, Mateus ainda estava nos bancos da universidade, cursava o sétimo semestre do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal Fluminense, localizada em Niterói. Mesmo estando no fim do curso ainda não sabia muito bem o que fazer, sua escolha ainda era um drama. Filho de pais separados morava com a mãe em um bairro que tinha o mesmo nome de seu time de futebol favorito, o Flamengo. Ele sempre gostou de história, mas na época do vestibular foi influenciado por sua mãe, professora de matemática do ensino fundamental. Sempre estudou em escolas públicas e julgava-se não preparado para concorrer uma vaga no curso de história. Mateus enfrentou muitas dificuldades, sua identificação com o curso de matemática só veio quando começou a estudar a História da Matemática. A história dessa velha ciência empolga qualquer estudante, pois ela começa muito antes do nascimento de Cristo, nos primórdios das civilizações. Fatos que ficaram gravados em ossos de animais a mais de oitos mil anos, informando com traços o número de caças abatidas. Logo no início do curso Mateus ficou encantado com as chamadas tábuas de argila, onde os babilônios antigos escreviam seus feitos matemáticos e os famosos papiros egípcios. As conquistas matemáticas sempre estiveram lado a lado com a evolução humana e isso deixava Mateus ainda mais encantado. CAPÍTULO 2 Carla levantou bem disposta, tomou café e deixou as amigas ainda dormindo. Ela morava na Rua Barão de Jaguaripe em Ipanema e ficava a 10

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Pegue sua arma Galois, qualquer que seja sua escolha você não terá chance. – Galois olhou para seu oponente e pegou a arma que estava à sua.
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