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O Sábado PDF

301 Pages·2009·2.54 MB·English
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O Sábado ~~~ ou ~~~ O Repouso do Sétimo Dia Sua história, seu objetivo e seu problema atual. ~~~ GUILHERME STEIN JR. ~~~ Original em Português, 1919 Segunda edição revista e comentada em 1995 por Ruy Carlos de Camargo Vieira Versão impressa editada pela SOCIEDADE CRIACIONISTA BRASILEIRA Versão digital editada por Marllington Klabin Will Belém, 2009. O Sábado ou o Repouso do Sétimo Dia 1 ÍNDICE GERAL Índice Geral 1 Apresentação 4 Nota sobre Citações Bíblicas 6 Nota sobre a Versão Digital 7 INTRODUÇÃO: O Hexameron — Seis dias literais; O processo da criação segundo o Gênesis; Energia versus tempo; A revelação não visa instruir sobre ciências naturais; O objeto propriamente dito do hexameron. 8 CAPÍTULO I: Instituição do Sábado — Definição da palavra sábado; Os três atos fundamentais da instituição do sábado; O descanso de Deus no sétimo dia, extensão e significação desse ato; A bendição do dia sétimo, sua conseqüência e seu fim. A santificação do sétimo dia, significação e alcance desse ato. 22 CAPÍTULO II: Como o Sétimo Dia Devia Definir-Se no Seu Caráter de Repouso de Deus — Modo primitivo de calcular os dias da semana; Donde se originou o nosso atual sistema; Confusão a que deu origem a palavra ―feira‖. Origem do costume observado em toda a Europa de se realizarem feiras aos domingos; Quando devia começar para o homem a contagem dos dias; único processo lógico a seguir e o que ele devia prevenir; O sábado como dia definido não se extravia; Concordância observada no cálculo dos dias da semana entre os povos, os mais afastados entre si pelo espaço e pelo tempo; A nomenclatura astronômica dos dias da semana não alterou a sua ordem primitiva; Prova daí resultante para a sua origem legítima; Novas divisões do tempo introduzidas em diferentes épocas e sua duração; Exemplos curiosos que oferece a China; Testemunho de um eminente rabino sobre a hipótese de se ter extraviado o legítimo dia sétimo. 27 CAPÍTULO III: Por Quem, Por Causa de Quem e Porque o Sábado Foi Feito — Para que não foi feito o sábado; O sábado como memória da criação; Um preventivo contra a idolatria; O sábado como sinal do Deus vivo; Quem foi propriamente o autor do sábado; Quem é honrado na observância do sábado. 37 CAPÍTULO IV: O Sábado Como Memória da Redenção — A redenção, uma nova criação; A obra da redenção não afeta senão favoravelmente o repouso original do sétimo dia; Sem redenção não há observância possível do sábado de Deus; Perpetuidade do sábado; A função do sábado no decálogo como selo da lei. 47 CAPÍTULO V: O Sábado Como Pedra de Toque — Sua relação com o Velho Testamento. O novo concerto; Relação particular do sábado com o Novo Concerto. 57 CAPÍTULO VI: Cristo e o Sábado — O importante objeto de Sua missão; Ignorância dos fariseus quanto ao legítimo caráter do sábado; O constante O Sábado ou o Repouso do Sétimo Dia 2 empenho de rCisto com relação ao sáb;a Cdoristo guarda o sábado conforme a lei; Cristo não mudou o sáb;a dToestemunho peremptório de Cristo acerca da imutabilidade da lei e de cada um de seus preceitos, ainda o mais ins;i gnificante Nenhum outro dia afora o sétimos fasazt ios termos da ;l eAi invalidação do sábado invalida o seu preceito e com ele; Ca rilsetio arreda para longe de si a responsabilidade de um tal delito. Cristo não só guarda como ensina a guardar o sábado; Seu especial cuidado pela igreja se revelaé mta mnob tocante ao sába; do Mudariam o sábado os apósto;l odse?monstração da impossibilidade de uma tal idéia; O testamento confirmado com o sangue precioso de Cristo não admite qualquer alteração póstuma da; Olesi discípulos mostram ignorar uma tal mudanç.a 80 CAPÍTULO VII: A Universalidade do Sábado — A universalidade e a obrigatoriedade do sábado proclamadas à vista da salvação e da justiça a serem trazidas por Cristo; A reforma do sábado tornada condição indispensável de preparação para o primeiro advento de Cristo. Promessa especial feita aos estrangeiros que atenderem a este sinal do concerto de Deus, observando-o devidamente; Cumprimento da promessa; O apóstolo confirma a vigência da observância do sábado na nova dispensação. 99 CAPÍTULO VIII: Quem Mudou o Sábado? — Investigações conscienciosas feitas por autoridades eminentes revelam que o sábado continuou a ser observado na igreja cristã até o quinto século de nossa era; A falta de probidade intelectual em reconhecer este fato; A igreja primitiva jamais reconheceu ao domingo caráter de sábado; A transferência gradual para o domingo das prerrogativas do sábado, que se acusa de um certo tempo em diante, revela a intentada mudança do legítimo sábado de Deus; O que a Bíblia predisse a esse respeito; Indícios seguros do autor dessa intentada mudança; O testemunho da história com relação ao autor indigitado; O autor indigitado confessa o seu delito, revelando que o propósito que levou em abolir o sinal do Deus vivo foi estabelecer o sinal de sua própria autoridade; Marcha progressiva da intentada mudança; Evolução gradual do sistema que a devia levar a efeito, e que o apóstolo denomina ―o iníquo‖; O mistério da iniqüidade; União ilícita da Igreja com o Estado; Os obstáculos que se opunham à sua manifestação precoce. 109 CAPÍTULO IX: A Besta — Supressão e restituição do sábado; A besta como símbolo representativo de governos políticos-religiosos; O caráter desses governos opõe-se ao do governo de Deus; O verdadeiro princípio da religião de Cristo; A igreja primitiva afasta-se desse princípio, consorciando-se com o Estado e dando em resultado esse sistema representado sob a figura de uma besta; Conseqüências fatais desse sistema; Como sob esse sistema o sábado foi sendo gradualmente suprimido; Vestígios da guarda do sábado por parte de cristãos em todos os séculos da história; O exemplo da igreja de Irlanda; O caso da igreja de Abissínia; Os tomasianos da Índia; Começo de revivescência do sábado na Europa; O movimento na Escandinávia e na Holanda; O movimento de reforma do sábado na Inglaterra; O movimento transfere-se para o Novo Continente, e daí transplanta-se para os demais países do mundo; Novo movimento suscitado para combater o primeiro. 137 O Sábado ou o Repouso do Sétimo Dia 3 CAPÍTULO X: Outra Besta — Feitura de uma imagem da primeira besta para imposição do seu sinal a todo o mundo; Identidade dessa besta; Seu caráter de Cordeiro; Renúncia final desse caráter; Agita-se novamente o mistério da iniqüidade; Seu desenvolvimento e manifestação final; A fala do dragão; Imposição do sinal da besta sob pena de morte; Mensagem de advertência contra esse movimento. 153 CAPÍTULO XI: O Sinal da Besta e Sua Imposição — Em que consiste esse sinal e como é ele imposto; Uma questão de princípio e de verdade; Que significa adorar a besta e aceitar o seu sinal; O sábado e o domingo como símbolos materiais de duas autoridades opostas; Cada qual será obrigado a definir a sua atitude em face da questão. 206 CAPÍTULO XII: O Advento do Profeta Elias — A obra reformadora do profeta Elias em paralelismo com a obra do evangelho a partir de João Batista. Sua obra final, seu triunfo e últimos sucessos representando o movimento final de reforma sobre a terra; Interessantes pontos de contacto; Decisão a que todo o mundo será fatalmente impelido. 226 APÊNDICE: Estudo etimológico das palavras ―sábado‖ e ―sete‖ em diferentes idiomas; Porque, na nomenclatura astronômica, coube ao sétimo dia o nome de Saturno. 234 Glossário das Palavras Latinas 240 Glossário das Palavras Assírias 244 Glossário das Palavras Árabes 246 Glossário das Palavras Chinesas 247 Referências 247 O Sábado ou o Repouso do Sétimo Dia 4 APRESENTAÇÃO Até há bem pouco tempo supunha-se que este havia sido o primeiro livro escrito por autor adventista do sétimo dia brasileiro, publicado em 1919 pela imprensa denominacional. A partir de pesquisas recentes realizadas junto aos Arquivos da Associação Geral de Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Washington, concluiu-se que este na realidade foi o segundo livro, o primeiro tendo sido ―Sucessos Preditos da História Universal‖, também da lavra de Guilherme Stein Jr., publicado em 1909 pela ―Sociedade Internacional de Tratados no Brasil‖, antecessora da atual Casa Publicadora Brasileira. Em seu conjunto, estes dois livros abordam temas intimamente ligados às raízes do Movimento Adventista mundial, apresentados sob uma perspectiva histórico-profética que o aponta como o legítimo sucessor dos movimentos que o precederam, na busca de um retorno às verdades que tão bem caracterizaram a igreja apostólica. Esgotada a sua primeira edição, e não tendo sido realizadas reedições posteriores, tornou-se ―O Sábado on o Repouso do Sétimo Dia‖, uma verdadeira raridade bibliográfica. A publicação desta sua segunda edição, sob os auspícios do Programa Editorial da Imprensa Universitária Adventista, vem, portanto, preencher uma lacuna sentida de longa data no âmbito denominacional. De fato, além deste, poucos outros livros publicados em Português pela imprensa denominacional adventista do sétimo dia cobrem de maneira suficientemente ampla a problemática da observância do sábado com uma profundidade que pudesse permitir ao leitor comum tirar real proveito de sua leitura. Embora sendo verdadeiramente uma obra de erudição, este livro de Guilherme Stein Jr. apresenta todos os seus capítulos de uma forma didática, concisa, objetiva, com seu linguajar peculiar, por um lado perfeitamente compreensível ao leitor comum, mas ao mesmo tempo, por outro lado, primando pela elegância e precisão. Aliás, a própria estruturação dada à obra indica também essas mesmas qualidades, que enfim sem dúvida caracterizam a pessoa do autor. Surpreendente é saber que o autor foi um autodidata, com apenas cinco anos de educação primária formal, como bem explicitado em sua biografia recentemente (1995) publicada pela Casa Publicadora Brasileira no livro ―Vida e Obra de Guilherme Stein Jr. — Raízes da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil‖. Nesse mesmo livro é destacada a atuação de Guilherme Stein Jr. como redator da ―Sociedade Internacional de Tratados no Brasil‖ praticamente durante duas décadas, período em que, a par da sua intensa atividade editorial, foi sendo formada a sua concepção da história universal em face do panorama profético, e da inserção da problemática da observância do repouso semanal no contexto da luta pelo domínio da consciência do ser humano, no decorrer dos séculos. O Sábado ou o Repouso do Sétimo Dia 5 Fruto desta sua concepção são as duas já citadas publicações de sua lavra, que mantêm entre si também íntima conexão, -psoed ednizdeor que na primeira delas é estaebceildo um pano de fundo para o desenvolvimento mais minucioso do objetivo visado na seg unda. Nesta reedição de ―O Sábado ou o Repouso do Sétimo Dia‖, os Editores tentaram elaborar o que poderia ter sido o Apêndice da primeira edição, baseando-se em documentação adicional deixada pelo próprio autor. Tendo em vista também facilitar ao leitor o acesso aos verbetes citados pelo autor em hebraico, grego, latim e outras línguas, foram elaborados pelos Editores Glossários dessas línguas com os respectivos verbetes. Foi também anexada cópia da ―Carta da Semana‖ de William Mead Jones, que sem dúvida terá valor ilustrativo bastante grande, já que citada também pelo autor no seu texto. Com estas contribuições específicas suas, bem como com a inserção de numerosas notas de rodapé e algumas figuras, esperam os Editores ter colaborado efetivamente para trazer à luz esta importante obra de Guilherme Stein Jr. revestida de nova roupagem, mas conservando fielmente o texto original. A expectativa dos Editores é que este texto possa ser útil para o devido esclarecimento da importância do sábado, ou do repouso do sétimo dia, especialmente na conjuntura atual, no limiar da passagem do século. Os Editores. O Sábado ou o Repouso do Sétimo Dia 6 NOTA SOBRE CITAÇÕES DE PASSAGENS DA BÍBLIA Nesta publicação são feitas citações de numerosas passagens bíblicas, utilizando-se várias diferentes traduções em português e em algumas outras línguas. O autor utiliza normalmente em seu texto a tradução de João Ferreira de Almeida publicada na época pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. Faz também, com certa frequência, referência à versão de Antonio Pereira de Figueiredo de 1896 e à Tradução Brasileira. Esta última, mais recente, foi concluída em 1917, tendo sido preparada sob a coordenação das Sociedades Bíblicas Americana e Britânica e Estrangeira. A tradução de João Ferreira de Almeida foi aprimorada no Brasil pelos trabalhos de uma comissão da Sociedade Bíblica do Brasil iniciada em 1945, dando origem a uma edição revista e corrigida comumente chamada de ―Almeida velha‖, e posteriormente a uma edição revista e atualizada (RA), conhecida como ―Almeida nova‖. Todas as citações de textos bíblicos constantes das notas de rodapé introduzidas pelos editores foram retiradas desta última versão. Muitas citações originais do autor, fazendo uso das traduções de Figueiredo e Brasileira em busca de maior clareza e precisão, coincidem com o texto da edição revista e atualizada de Almeida, que é considerada pelos especialistas muito superior à ―Almeida antiga‖. O autor cita também algumas passagens bíblicas fazendo referência às traduções de Van Ess e Berlenburg, e à ―Bíblia Paralela‖. Em alguns casos o próprio autor traduz diretamente do hebraico ou grego, procurando esclarecer melhor o contexto. Em uma ocasião os editores fazem referência à ―Bíblia de Jerusalém‖, nova edição revista, publicada em português em 1985 pelas Edições Paulinas. Os Editores. O Sábado ou o Repouso do Sétimo Dia 7 NOTA SOBRE A VERSÃO DIGITAL Serão apresentados a seguir alguns pontos peculiares desta versão digital do livro e ponderações de interesse do leitor, feitas por Marllington Klabin Will, colaborador da Sociedade Criacionista Brasileira, que se dispôs a digitalizá-la e editá-la. A ordem da numeração nas notas de referências foi alterada para melhor sintonizar-se, reiniciando a contagem a cada capítulo, não estando ao final de cada página, como é feito na versão impressa. A seqüência das páginas da versão digital também não corresponde com a da versão impressa, porém esta numeração permanece muito próxima ao origi- nal. O Índice foi reajustado para atender a nova paginação. A figura da capa é própria desta versão, assim como algumas outras figu- ras que também foram substituídas para melhor visualização do leitor, estando todas em correspondência com as originais da versão impressa. A figura 1 foi reformulada pela própria Sociedade Criacionista Brasileira, que também inseriu nova figura correspondente à estrela ―Nova de Perseu‖. A numeração de todas as figuras também foi alterada. Devido à resolução e à qualidade das imagens, foi decidido não fazer re- presentação nesta versão digital da ―Chart of the Week‖ (Mapa da Semana) que é apresentada a partir da página 238 da versão impressa. Contudo, o leitor que se interessar em ver esse documento, pode obtê-lo dando um duplo clique no se- guinte ícone, que é um arquivo zipado: Infelizmente, o recurso acima só está disponível à versão digital do li- vro em arquivos DOC ou DOCX. Os leitores que só possuem a versão em PDF deste livro poderão encontrar uma versão transliterada para download no seguin- te endereço eletrônico, onde é apresentado dados parciais do documento: < http://www.seventh-day.org/chartweek.htm > Quanto ao Glossário, como os léxicos de grego e hebraico são encontra- dos com certa facilidade, nesta versão digital foram colocados somente os glos- sários das palavras latinas, assírias, árabes e chinesas. É aconselhado ao leitor que estiver interessado em pesquisar as expressões gregas e hebraicas para con- sultar o léxico de Strong, que pode ser encontrado no endereço eletrônico do se- guinte web site: < http://www.bibliaonline.net/acessar.cgi?pagina=avancada&lang=BR > Marllington Klabin Will. O Sábado ou o Repouso do Sétimo Dia 8 INTRODUÇÃO (1) O HEXAMERON A instituição do sábado ou do repouso do sétimo dia tem sua justificação no hexameron ou na obra de seis dias da criação. Assim rezam as Escrituras: ―O sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus … porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra … e ao sétimo dia descansou … por isso abençoou o Senhor o dia sétimo e (2) o santificou‖ . É isto, do ponto de vista bíblico, um fato que não admite nenhuma contestação. A dificuldade, porém, que modernamente contra ele se tem suscitado, é que, segundo os resultados de investigações científicas e de descobertas modernas, feitas mormente no domínio da geologia, esses dias não podem ser interpretados como dias literais, devendo representar períodos mais ou menos longos. Não é aqui o lugar para entrarmos na apreciação das teorias que levaram a esta conclusão, muitas das quais, seja isto dito de passagem, exigem um maior esforço de fé para ser acreditadas ou tomadas a sério do que a narração genesíaca dos seis dias literais. Elas têm sido de sobra discutidas e ventiladas em todos os seus aspectos, quer os mais graves e mais ou menos aceitáveis, como os absurdos e cômicos. Escusado é nos referirmos também aos múltiplos erros, reconhecidos ou não, a que essas teorias têm dado lugar, e às profundas divergências por elas determinadas entre os próprios cientistas, com relação aos chamados períodos geológicos, alguns dos quais, de concessão em concessão, têm chegado a estabelecer para o mundo uma idade bastante aproximada da que (3) lhe assina a Bíblia . A este respeito seja-nos permitido citar aqui um significativo exemplo. Como é sabido, a ciência geológica se serve para tais cálculos de diversos cronômetros, entre os quais também o da erosão praticada pelas águas dos rios nos leitos rochosos que (4) percorrem . O Sábado ou o Repouso do Sétimo Dia 9 Transferido esse cronômetro para o Niágara, Desor, geólogo suíço, calculou em doze polegadas de profundidade, cada século, a erosão praticada pelas águas no boqueirão desse rio, fazendo remontar assim o seu começo a três milhões e quinhentos mil anos! (5) Lyell, ajudado pelo mesmo cronômetro, entendeu dever fazer uma concessão bastante razoável: calculou o máximo da erosão em doze polegadas por ano, de sorte a estabelecer para esse rio a idade (6) de trinta e cinco mil anos, o que já não é pouco . Bakewell e outros geólogos de nomeada, por sua vez, acharam melhor aumentar mais um pouco a potência erosiva das águas ou diminuir a resistência do seu alvéolo rochoso, acelerando assim a marcha o seu cronômetro: elevaram ao triplo a marcha da erosão e (7) reduziram a dez ou quinze mil anos a idade desse rio . Ultimamente L. K. Gilbert do ―U. S. Geological Survey‖ e R. S. Woodward, de Washington, depois de mais acuradas observações e estudos, fixaram a proporção média da erosão em sessenta polegadas por ano; e agora Mr. Gilbert, cuja competência ninguém contesta, afirma que o máximo de tempo decorrido desde a formação dessa catarata não excede de sete mil anos, e que mesmo (8) essa medida pode merecer ainda considerável redução! Dawson (9) chegava ultimamente quase à mesma conclusão . É de esperar, pois, que, com o tempo, também os demais cronômetros venham a experimentar idêntica retificação, e finalmente os nossos cálculos estarão com a Bíblia. Figura 1 — Cataratas do Niágara, (a) Ilustração da recessão verificada na crista.

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