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O que nos faz bons ou maus PDF

210 Pages·2014·1.38 MB·Portuguese
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TRADUÇÃO Eduardo Rieche 1ª edição Rio de Janeiro | 2014 CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Bloom, Paul, 1963- B616q O que nos faz bons ou maus [recurso eletrônico] / Paul Bloom; tradução Eduardo Rieche. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Best Seller, 2014. recurso digital Tradução de: Just babies Formato: ePub Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions Modo de acesso: World Wide Web Apêndice Prefácio, notas, agradecimentos ISBN 978-85-7684-877-6 (recurso eletrônico) 1. Ficção americana. 2. Psicologia. 3. Livros eletrônicos. I. Título. 14-14800 CDD: 813 CDU: 821.111(73)-3 Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Título original JUST BABIES Copyright © 2013 by Paul Bloom Copyright da tradução © 2014 by Editora Best Seller Ltda. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, sem autorização prévia por escrito da editora, sejam quais forem os meios empregados. Direitos exclusivos de publicação em língua portuguesa para o Brasil adquiridos pela EDITORA BEST SELLER LTDA. Rua Argentina, 171, parte, São Cristóvão Rio de Janeiro, RJ – 20921-380 que se reserva a propriedade literária desta tradução Produzido no Brasil ISBN 978-85-7684-877-6 Seja um leitor preferencial Record. Cadastre-se e receba informações sobre nossos lançamentos e nossas promoções. Atendimento e venda direta ao leitor: [email protected] ou (21) 2585-2002 Dedicado a Elaine Reiser e a Murray Reiser, pelo amor e apoio O destino do homem é viver em sociedade. Sua moralidade, portanto, teve de ser moldada a este objetivo. Sua percepção inata de certo e errado está exclusivamente relacionada a isso. Este sentido faz parte de sua natureza, tanto quanto os sentidos da audição, da visão e do tato; ele é o verdadeiro fundamento da moralidade. (...) O senso ou a consciência moral faz parte do homem tanto quanto uma perna ou um braço. Todos os seres humanos o possuem em maior ou menor grau, da mesma forma que seus membros têm maior ou menor força. Ele pode ser fortalecido com o exercício, como qualquer outro membro específico do corpo. — THOMAS JEFFERSON, 1787 SUMÁRIO Prefácio 1. A VIDA MORAL DOS BEBÊS 2. EMPATIA E COMPAIXÃO 3. EQUIDADE, STATUS E PUNIÇÃO 4. OS OUTROS 5. OS CORPOS 6. A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA 7. COMO SER BOM Agradecimentos Notas PREFÁCIO Em 2005, uma escritora que mora em Dallas ficou sabendo que uma conhecida sua estava sofrendo de uma doença renal. Sem a realização de um transplante, Sally Satel logo estaria em diálise, presa a uma máquina que filtraria o seu sangue três dias por semana. Depois de fazer algumas pesquisas e conversar com seu marido, Virginia Postrel voou para Washington, D.C., e doou seu rim direito para Sally. Normalmente, transplantes renais ocorrem entre membros da mesma família, mas Virginia e Sally não eram nem sequer amigas íntimas. Ainda assim, Virginia afirmou que sentia empatia pela situação de Sally, e que gostava da ideia de ser capaz de ajudar de uma forma direta. Outros vão ainda mais longe: cadastram-se em sites como o matchingdonors.com e organizam a doação de seus rins e outros órgãos para indivíduos completamente desconhecidos. Algumas pessoas veem esse tipo de altruísmo como evidência de um código moral implantado por Deus. Entre elas, estão cientistas proeminentes como Francis Collins, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde, que argumenta que tais atos de altruísmo provam que nossos juízos e ações morais não podem ser totalmente explicados pelas forças da evolução biológica. Eles exigiriam uma explicação teológica. Ao lado dessa transcendente amabilidade, porém, existe uma crueldade assustadora. Esta manhã, li no jornal sobre um homem que foi rejeitado pela namorada; mais tarde, ele a perseguiu e jogou ácido em seu rosto. Lembro-me da primeira vez que ouvi falar do Holocausto, quando eu era criança, de câmaras de gás, médicos sádicos e crianças que eram transformadas em sabão e cúpulas de abajur. Se a nossa maravilhosa amabilidade é uma evidência de Deus, seria a nossa capacidade de provocar um mal devastador uma prova do Diabo? E ainda existem os atos mais mundanos de gentileza e crueldade. No meu caso, são as coisas ruins que mais me marcam. Algumas das escolhas que fiz no passado ainda me causam embaraço (se isto não acontece com você, então você é uma pessoa muito melhor do que eu — ou muito pior). Alguns foram erros honestos, com base no que eu achava que era certo naquele momento. Em outros casos, porém, eu sabia qual era a coisa certa a fazer, mas escolhi fazer outra. Como Yoda parece ter afirmado, “forte é o poder do lado negro”. Ainda assim, ao mesmo tempo que confesso ter preservado meus dois rins, sacrifiquei-me para ajudar os outros e corri riscos em nome de causas que considerei corretas. Sob todos esses aspectos, sou perfeitamente normal. A moralidade nos fascina. As histórias de que mais gostamos, sejam de ficção (como nos romances, programas de televisão e filmes) ou reais (como no jornalismo e em relatos históricos), são contos sobre o bem e o mal. Queremos que os mocinhos sejam recompensados — e queremos, realmente, que os bandidos sofram. Nosso apetite pela punição pode chegar a extremos. Na Inglaterra, há alguns anos, um gato foi encontrado preso dentro de uma lixeira, depois de ter sido dado como desaparecido havia muitas horas. O dono do gato descobriu o que havia acontecido pelas imagens de uma câmera de segurança voltada para a rua. Uma mulher de meia-idade havia pegado o gato, olhado ao redor, aberto a lixeira e jogado o animal lá dentro. Em seguida, ela fechou a lixeira e foi embora. O dono postou esse vídeo no Facebook, e a mulher, Mary Bale, foi rapidamente identificada. Ora, não é difícil perceber por que a ação de Bale seria perturbadora para o dono do gato (e para o gato, obviamente), mas milhares de pessoas se sentiram muito abaladas pelo que viram. Elas queriam sangue. Alguém criou uma página no Facebook chamada “Morte a Mary Bale”, e a mulher teve que ser colocada sob proteção policial. De fato, pessoas já foram assassinadas por multidões que as consideraram responsáveis por atos imorais — incluindo atos que outros acreditam ser moralmente aceitáveis, como ter relações sexuais antes do casamento. Como podemos compreender melhor nossas naturezas morais? Muitos concordam com Collins que esta é uma questão teológica, enquanto outros acreditam que a moralidade é melhor compreendida pelas ideias de romancistas, poetas e dramaturgos. Alguns preferem abordar a moralidade a partir de uma perspectiva filosófica, levando em consideração não o que as pessoas pensam e como elas agem, mas questões de ética normativa (grosso modo, como se deve agir) e de metaética (grosso modo, a natureza do bem e do mal). E também existe a ciência. Podemos explorar nossas naturezas morais usando os mesmos métodos empregados no estudo de outros aspectos de nossa vida mental, como a linguagem, a percepção ou a memória. Podemos observar o raciocínio moral através das sociedades ou explorar a forma como as pessoas são diferentes em uma mesma sociedade — liberais e conservadores nos Estados Unidos, por exemplo. Podemos examinar casos incomuns, tais como os psicopatas de sangue frio. Poderíamos nos perguntar se criaturas como os chimpanzés têm algum aspecto que possamos identificar como moralidade, e podemos nos concentrar na biologia evolutiva para explorar como um senso moral pode ter evoluído. Os psicólogos sociais podem investigar como as características do ambiente estimulam a gentileza ou a crueldade, e os neurocientistas podem analisar as partes do cérebro que estão envolvidas no raciocínio moral. Abordarei todos esses aspectos nas páginas que se seguem. Entretanto, como psicólogo do desenvolvimento, estou interessado, primordialmente, em pesquisar a moralidade sob a ótica de suas origens em bebês e crianças pequenas. Argumentarei que a pesquisa desenvolvimentista contemporânea nos revela algo impressionante sobre nossas vidas morais. Ela comprova que Thomas Jefferson estava certo quando, em uma carta a seu amigo Peter Carr, escreveu: “O senso ou a consciência moral faz parte do homem tanto quanto uma perna ou um braço. Todos os seres humanos o possuem em maior ou menor grau, da mesma forma que seus membros têm maior ou menor força.” A visão de Jefferson, de que temos um senso moral arraigado, foi compartilhada por alguns dos filósofos iluministas de seu tempo, incluindo Adam Smith. Quando eu estava em Edimburgo, no verão anterior à conclusão deste livro, fiquei extasiado com A teoria dos sentimentos morais. A maioria das pessoas conhece Smith por sua obra mais famosa, A riqueza das nações, mas ele próprio considerava seu primeiro livro melhor. A obra é muito bem escrita, séria e generosa, com ideias perspicazes sobre a relação entre a imaginação e a

Description:
Em O que nos faz bons ou maus, Paul Bloom, importante cientista cognitivo, afirma que um os seres humanos já vêm ao mundo com uma noção de moralidade. Baseando-se em pesquisas inovadoras realizadas na Universidade de Yale, Bloom demonstra que, antes mesmo de poderem falar ou andar, os bebês jul
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