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o que busca uma alma inquieta? PDF

100 Pages·2011·1.2 MB·Portuguese
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O QUE BUSCA UMA ALMA INQUIETA? Maria Das Graças Ramos Del Corso la-memoire Ser[clínico] surrealista é barrar da mente todas as lembranças do que já vimos e ser capaz de procurar o que nunca foi... ( R.Magritte). 0 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Maria das Graças Ramos Del Corso O QUE BUSCA UMA ALMA INQUIETA? MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA SÃO PAULO 2011 1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Maria das Graças Ramos Del Corso O QUE BUSCA UMA ALMA INQUIETA? MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Psicologia Clínica- Psicanálise Laboratório de Psicopatologia Fundamental, sob a orientação do Prof. Doutor Manoel Tosta Berlinck. SÃO PAULO 2011 2 Banca Examinadora ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ ________________________________________ 3 Dedico este trabalho aos pacientes que se encontram em constante estado de inquietude, cuja escuta da singularidade de suas almas conduziu-me aos caminhos deste trabalho. 4 AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Manoel Tosta Berlinck, orientador deste trabalho durante minha caminhada de dois anos e meio, junto ao Laboratório de Psicopatologia Fundamental, agradeço pela oportunidade da sua orientação e dos comentários precisos, além da grande motivação ao comentar cada trabalho, despertando e semeando em cada um de nós a vontade de fazer pesquisa. À Profa. Dra. Regina Fabbrini, pela atenção e receptividade com que recebeu meu convite para integrar a Banca Examinadora. À Profa. Dra. Ana Cecília Magtaz, pelo apoio carinhoso e competente nos encontros no Laboratório de Psicopatologia Fundamental, bem como pelas sugestões precisas ao texto quando do Exame de Qualificação e por fazer parte desta Banca. À Profa. Dra. Silvana Rabello, pela leitura cuidadosa e direção do trabalho no momento do Exame de Qualificação. À Profa. Dra. Paula Regina Peron, o meu muito obrigado pela disponibilidade em participar do processo de defesa deste trabalho. À Profa. Dra. Karin de Paula, pela atenção e competência na colaboração das questões do presente texto. Aos colegas pesquisadores do Laboratório de Psicopatologia Fundamental, pela leitura e comentários fecundos que muito contribuíram para a pesquisa em construção. A minha família, pela paciência, suporte e colaboração. 5 RESUMO Este trabalho teve origem na vivência clínica de atendimentos de crianças diagnosticadas como portadoras de problemas psicopatológicos. A partir das diversas configurações diagnósticas, muitas vezes indefinidas, e das recomendações terapêuticas, foi conduzida uma investigação que pretendeu ir além do campo da sintomatologia. O objetivo em pauta foi pensar o quadro no qual os fenômenos adotados como prova da existência de problemas psicopatológicos são apenas signos de uma realidade invisível, que se revela em comportamentos, como “não parar”, “não ficar quieto/a”, “fazer por fazer”, ou seja, atos sempre acompanhados de excessos, e de um “não pensar”. A proposição deste trabalho é a da necessidade de tentar entender a que estes fenômenos estão a serviço e suas implicações. Tomando como eixo condutor a psicanálise articulada à psicopatologia fundamental, o trabalho aponta para a necessidade de realizar uma leitura desse estado inquieto não só como significado, mas principalmente como um significante que precisa ser interrogado a cada caso. PALAVRAS-CHAVE: Alma. Inquietude. Hiperatividade. Psicanálise. Psicopatologia Fundamental. 6 ABSTRACT This work results from clinical experiences with children diagnosed with psychopathological problems. Looking at the different diagnostic configurations, often undefined, and at the therapeutic recommendations, the investigation intended to go beyond the field of symptomatology. The goal at play was to think about the framework where the phenomena that are usually taken as proofs of the psychopathology constitute mere signs of an invisible reality , which manifests itself through behaviors such as “ non-stop movements”, “never being quiet”, “doing for the sake of doing”, that is, actions always accompanied by excesses, and by a “lack of thinking”. The work proposes the necessity of understanding at the service of what these phenomena occur, and of their implications. Based on psychoanalysis articulated the fundamental psychopathology, the work indicates the need of reading an uneasy state not only in its content – e.g. as signified, but mainly as a signifier that has to be addressed case by case. KEYWORDS: Soul. Restlessness. Hyperactivity. Psychoanalysis. Fundamental Psychopathology. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 12 1 TRANSITANDO NAS FRONTEIRAS DO DESCONHECIDO..................................... 25 2 A HISTÓRIA DE UMA ALMA INQUIETA................................................................... 35 3 A INQUIETUDE DA ALMA............................................................................................ 75 4 O QUE BUSCAVA ESTA ALMA INQUIETA... .......................................................... 88 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................. 93 8 APRESENTAÇÃO Há ainda a dificuldade de saber se as afecções da alma são todas comuns àquilo que possui alma ou se há alguma afecção própria à alma tão-somente.1 O presente trabalho de pesquisa nasceu através da atividade clínica, a partir das inquietações manifestadas nos atendimentos de crianças com queixa de hiperatividade. Desde o início tive a preocupação de configurar uma situação analítica de pesquisa, tendo como base para o referencial teórico e norteador a psicanálise em toda sua construção. Em 2000, no Instituto de Psicologia da USP, fui aluna do curso de especialização “Teoria, Técnica e Estratégias Especiais em Psicanálise”, lato sensu. No último semestre do curso, os alunos começavam a atender na própria clínica da USP. O caso clínico a mim designado ajudou-me a pensar um pouco mais sobre a questão da hiperatividade como diagnóstico, visto que o paciente chegou ao atendimento com este diagnóstico e com uma certa inquietação como se queixavam seus pais. O mesmo havia utilizado medicamentos com a intenção de conter sua inquietude e deixá-lo mais tranquilo, o que naquela época chamou muito minha atenção. A partir daí comecei a perceber o quanto essas crianças já faziam uso de medicamentos e muitas vezes chegavam aos tratamentos terapêuticos encaminhados pela própria escola carregando o rótulo de hiperatividade. Naquele mesmo ano comecei a interessar-me pelo assunto e também percebia na minha clínica a facilidade com que tal diagnóstico era aplicado a essas crianças. Na escola onde estudavam, tinham um lugar, um nome e eram conhecidas como hiperativas. Aliado a isso, no próprio trabalho como psicóloga, desenvolvido no serviço de Saúde – Ersa-8 no Estado de São Paulo, era comum chegarem à Unidade Básica de Saúde (UBS) crianças com diagnóstico de hiperatividade. O que mais se destacava era que os pais das crianças quietinhas e tímidas não procuravam atendimento, mas os das mais ansiosas, inquietas, esses sim, procuravam e com o respaldo da própria escola, que muitas vezes, sem saber como lidar com elas, tratavam logo de excluí-las do grupo ou até mesmo do próprio ambiente escolar. Essas questões começaram a reverberar em mim, e foi aí que comecei a interessar-me pelo assunto. Cada vez que retomo as reflexões que decorreram das inquietações sobre o tema, elas me parecem atuais, porém, ao mesmo tempo me dou conta de que já se passaram 1 Veja na página 32 do texto [DA.403a3]. ARISTÓTELES. 384-322 a.C. De Anima. Apresentação, trad. e notas de Maria Cecília Gomes dos Reis. São Paulo: Ed. 34, 2006. p. 47.

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“A inquietude da alma”, a discussão sobre a hiperatividade como forma de justificou dizendo: “Já que você irá tratá-la não precisaria de outra
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