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O processo grupal como resistência ao sofrimento e ao adoecimento docente PDF

270 Pages·2015·2.33 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSICOLOGIA LUCIETE VALOTA FERNANDES O processo grupal como resistência ao sofrimento e ao adoecimento docente: um estudo à luz da perspectiva histórico-dialética São Paulo 2015 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSICOLOGIA LUCIETE VALOTA FERNANDES O processo grupal como resistência ao sofrimento e ao adoecimento docente: um estudo à luz da perspectiva histórico-dialética (Versão original) Tese apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo para obtenção do título de doutor em Psicologia Área de Concentração: Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano Orientador: Profa Dra Maria Isabel da Silva Leme São Paulo 2015 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. Catalogação na publicação Biblioteca Dante Moreira Leite Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo Fernandes, Luciete Valota. O processo grupal como resistência ao sofrimento e ao adoecimento docente: um estudo à luz da perspectiva histórico- dialética / Luciete Valota Fernandes; orientadora Maria Isabel da Silva Leme. -- São Paulo, 2015. 270 f. Tese (Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Área de Concentração: Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano) – Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. 1. Psicologia histórico-cultural 2. Perspectiva histórico-dialética de grupos 3. Trabalho docente 4. Sofrimento psicossocial e adoecimento I. Título. LB1051 FERNANDES, L. V. O processo grupal como resistência ao sofrimento e ao adoecimento docente: um estudo à luz da perspectiva histórico-dialética. Tese apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade da São Paulo para obtenção do título de Doutor em Psicologia. Aprovada em: Banca Examinadora Prof. Dr. ________________________ Instituição: ________________________ Julgamento:______________________ Assinatura: ________________________ Prof. Dr. ________________________ Instituição: ________________________ Julgamento:______________________ Assinatura: ________________________ Prof. Dr. ________________________ Instituição: ________________________ Julgamento:______________________ Assinatura: ________________________ Prof. Dr. ________________________ Instituição: ________________________ Julgamento:______________________ Assinatura: ________________________ Prof. Dr. ________________________ Instituição: ________________________ Julgamento:______________________ Assinatura: ________________________ Aos professores participantes deste trabalho que remam todo dia contra a maré. Aqueles professores brasileiros que insistem em remar. AGRADECIMENTOS À Professora Isabel, minha orientadora, por acreditar no meu trabalho e no meu potencial. Pelo imenso respeito com que me tratou neste tempo de parceria e colaboração. Agradeço a presteza e a ajuda na construção desta pesquisa. Enfim, por sempre me apoiar nos projetos diferenciados e nos momentos de dificuldades no percurso de elaboração desta tese. Ficam registradas minha singela gratidão e admiração. Aos professores Oriosvaldo e Sueli Terezinha, pelas ricas e incomensuráveis contribuições proporcionadas na constituição desta pesquisa. Aos professores Pablo Del Río e Amelia Álvarez, pela carinhosa e atenciosa recepção na Espanha durante o Doutorado Sanduíche. Agradeço as preciosas orientações e as aprendizagens no decurso do estágio. Vocês são exemplos do valioso ensinamento de que o conhecimento pode ser proporcional à humildade. Ao Loiro (Marcelo Dalla Vecchia), que generosamente aceitou meu pedido de colaboração na construção da análise dos dados desta tese. As aprendizagens decorrentes das nossas conversas foram essenciais no desenvolvimento do complexo processo analítico e da dissertação dos resultados deste trabalho. Gratidão a perder de vista pelas orientações que certamente permanecerão na memória. À Flávia Asbahr, pela ajuda e pelas dicas significativas no que diz respeito ao Doutorado Sanduíche e por aceitar gentilmente o convite de participação na banca examinadora da defesa da tese. Aos professores Cecilia Pescatore, Leny Sato, Nilma Renildes, Flávia Gonçalves e Marta Kohl, por aceitarem gentil e prontamente o convite de participação como suplentes na banca examinadora da defesa. Aos colegas do LIEPPE, pelas ricas discussões e estudos da teoria vigotskiana e marxiana. Agradeço em especial à Elenita e à Celinha. Às amigas Drilouro, Aline e Cintila, cúmplices e parceiras de caminhada. Irmãs que a vida me agraciou, tenho muita sorte de tê-las como amigas. Obrigada pelo apoio e pela torcida incondicionais na realização deste trabalho e no projeto-sanduíche. Aos amigos Luzimar e Maria do Carmo, pelo alento, aconchego e alegria que somente as verdadeiras amizades proporcionam. Agradecimento especial pela revisão gramatical deste trabalho. À Suzana Marcolino, por sempre estarmos juntas nesta caminhada acadêmica, pela troca de conhecimentos e experiências e pela amizade construída durante anos com carinho. Aos anjos que apareceram na etapa final desta tese: Julia, Cristiana e Johnny. Sem vocês a conclusão do trabalho seria mais difícil. Obrigada. À minha família, pela ajuda e amor incondicionais em todas as etapas desta jornada e principalmente nos momentos de dificuldades. Em especial aos meus queridos e amados pais. À Ju Dornelles, com quem compartilhei apartamento na Espanha. Obrigada pela acolhida afetuosa e por ouvir minhas lamúrias de saudades do Brasil. À Terezinha, obrigada pelo carinho, atenção e torcida incansáveis durante a realização deste trabalho e desde sempre. À querida Tiemi, que realizou o trabalho árduo de transcrição de todo material empírico da pesquisa. Muito obrigada pela sua imprescindível colaboração. Aos professores participantes do grupo da pesquisa, obrigada pela paciência e indescritível colaboração. Saibam que vocês me colocaram muitos desafios que me transformaram e me ensinaram a ser coordenadora de um processo grupal, com todos os tropeços possíveis. Esta experiência pedagógica e científica (e de vida!) tem um valor inexprimível em palavras e jamais será esquecida! Ao Felipe, meu companheiro de vida. Obrigada por estar presente nos momentos de alegria e de tristeza. Pela paciência nos períodos de dedicação integral à tese e na espera do retorno da Espanha. À Capes, pelas bolsas de estudo concedidas. FERNANDES, L. V. O processo grupal como resistência ao sofrimento e ao adoecimento docente: um estudo à luz da perspectiva histórico-dialética. 2015. 270 f. Tese (Doutorado) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. RESUMO Este trabalho objetiva investigar se e como o processo grupal pode ser um instrumento de resistência ao sofrimento, ao adoecimento e à alienação na relação com o trabalho docente. Apresenta como referenciais teóricos basilares a psicologia histórico-cultural e a perspectiva histórico-dialética dos grupos humanos, representada primordialmente pelos autores Silvia Lane, Martín-Baró e Arthur Petrovski. Tem, ainda, como postulado teórico nuclear, o método materialista histórico e dialético, o qual norteia as aproximações analíticas sucessivas do objeto fundamental desta tese. Uma abordagem materialista e dialética de grupo busca explicá-lo em sua historicidade, movimento e síntese de multideterminações sociais, logo, como processo grupal. O estudo abrange, como métodos investigatórios, uma palestra interativa sobre a “Saúde do Professor”, entrevistas de esclarecimento e principalmente o processo grupal com professores da rede estadual paulista. No percurso ontológico do grupo, os educadores primaram pela discussão e reflexão de temas substanciais em torno da realidade singular-particular da escola e do cenário da educação pública do estado e país, tendo como centralidade o trabalho docente em seus nexos essenciais com os processos de saúde, de sofrimento psicossocial e de adoecimento. As categorias da dialética materialista de totalidade, contradição e mediação balizaram o método aproximativo de captação do grupo como objeto real e concreto via mediação das abstrações teóricas forjadas a partir das representações empíricas obtidas. As principais categorias psicossociais extraídas nesse procedimento analítico e interpretativo foram a Atividade Grupal, a Afetividade Grupal e a Identidade Grupal. Estas iluminaram a análise das situações singulares, cuja dinâmica resultou em um conjunto de sínteses teórico-empíricas apreendidas nas complexas interconexões entre os professores e o grupo. A reflexão coletiva sobre os elementos singulares e gerais da negatividade e da positividade do trabalho docente produzem contradições e avanços nas consciências pedagógicas. As dimensões negativas predominantes baseiam-se no poder autocrático imediato e mediato da administração escolar, na desvalorização financeira e social do magistério, na crescente precarização das condições de trabalho, que impossibilitam a concretização plena da atividade educativa e o contato permanente com as produções humano-genéricas. As dimensões positivas estão atreladas fundamentalmente às análises grupais acerca das perspectivas tênues de objetivação de uma atividade de ensino potencialmente geradora de sentido pessoal, que reavivam ideais de uma educação superadora da particularidade alienada e ensejam afetos positivos. O processo grupal engendra a satisfação de múltiplas necessidades humanizadoras que se transformam em motivos estimuladores das atividades individuais, quais sejam: motivos terapêuticos, motivos reveladores das dificuldades docentes, motivos de aprendizagem, motivos do trabalho coletivo, motivos reflexivos do processo saúde-doença e motivos afetivo-emocionais. A satisfação das necessidades humanizadoras, obliteradas no plano concreto da realidade escolar e social, geram afetos positivos nos participantes. O grupo adquire uma nova qualidade na hierarquia motivacional da estrutura da consciência/atividade de determinados professores, revelada pelas análises da discrepância entre as Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo da escola e o grupo consolidado. Uma identidade coesa entendida como momento importante para o desenvolvimento ulterior e superior de uma identidade menos institucionalizada e mais emancipada foi detectada na produção grupal. Essas constatações teórico-empíricas autorizam a defesa da tese supracitada, não obstante a superação integral da alienação pedagógica está determinada pela superação desta totalidade concreta, na direção de uma sociabilidade omnilateral. Palavras-chave: Psicologia histórico-cultural. Perspectiva histórico-dialética de grupos. Trabalho docente. Sofrimento psicossocial e adoecimento. FERNANDES, L. V. The group process as teacher’s resistance to suffering and disease: a historical dialectical study. 2015. 270 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. ABSTRACT This thesis aims at investigating if and how the group process may be an instrument of resistance to suffering, disease and alienation related to teacher’s work. It has as its theoretical basis cultural-historical psychology and a historical dialectical perspective of human groups, represented mainly by the authors Silvia Lane, Martín-Baró and Arthur Petrovski. It also has as its core postulate the historical dialectical materialistic method which guides the successive analytical approaches to the fundamental object of this thesis. This dialectical materialistic approach intended to explain the group in its historicity, movement and synthesis of multiple social determinations, and, therefore, as a group process. The study comprises, as investigative methods, an interactive lecture about “The health of the teacher”, enlightenment interviews and, mainly, group processes with public state teachers in São Paulo. The prevailing discussions and reflections among the educators through the ontological movement of the group were about substantial themes of the particular reality of schools and of the situation of public education in the country, having as its centrality the teaching activity and its connections to health, psychosocial suffering, and disease processes. The dialectical- materialist categories of totality, contradiction and mediation were the basis of the approximative method of group formation as a concrete and real object via mediation of theoretical abstractions forged by the empirical representations obtained. The main psychosocial categories extracted from this analytical and interpretive process were Group Activity, Group Affection and Group Identity. These categories shed light into the analysis of the dynamics of particular situations that resulted in a number of theoretical and empirical syntheses captured in the complex interconnections between the teachers and the group. The collective thoughts about the particular and general elements of the negativity and positivity of the teaching career produce contradictions and advancements in teaching awareness. The negative aspects are predominantly related to the immediate autocratic power of the school administration, to the financial and social depreciation of the teaching career, to the increasing depreciation of work conditions, that incapacitate the complete concretion of the educational activity and the permanent contact with generic human productions. The positive aspects were fundamentally related to the group analysis around the slender perspectives of substantiation of a teaching activity that could potentially create personal meaning and revive ideals of an education that could overcome alienated particularities and bring positive affects. The group process satisfies multiple humanization needs that become motivating causes for the individual activities, which were: therapeutic motives; motives revealing of the difficulties of teaching; learning motives; collective work motives; reflection on the process of health and disease; and emotional affective motives. The satisfaction of humanization needs, obliterated in the concrete plan of school and social reality, generates positive affects in the participants. The group acquires a new quality in the motivational hierarchy of the structure of the awareness/activity of certain teachers, revealed by the analysis of the discrepancies between the collective pedagogical work classes (Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo – ATPC) and the consolidated group. A coherent identity understood as an important moment for the ulterior and superior development of a less institutionalized and more emancipated identity was detected into the group production. Although, these theoretical-empirical findings authorize the defense of the aforementioned thesis, the complete solution of the pedagogical alienation is determined by the overcoming of this concrete totality towards omnilateral sociability.

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Pichón-Rivière pode ser uma referência nesse sentido. 35 [3] Editorial “Além da Reforma Curricular”, publicado no Diário Catarinense em.
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