André Rodrigues da Silva Licenciado em Ciências da Engenharia do Ambiente O potencial da norma ISO 13009:2015 nas praias de Peniche: um contributo para a aplicabilidade nas praias portuguesas. “Serviços de turismo e afins – Requisitos e recomendações para operar numa praia” Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia do Ambiente – Perfil de Sistemas Ambientais Orientador: Professor José Carlos Ribeiro Ferreira, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa Júri: Presidente: Prof. Doutora Lia Maldonado Teles Vasconcelos Arguente: Prof Doutor Carlos Pereira da Silva Vogal: Prof. Mestre José Carlos Ribeiro Ferreira julho 2016 ii O potencial da norma ISO 13009:2015 nas praias de Peniche: um contributo para a aplicabilidade nas praias portuguesas. “Serviços de turismo e afins – Requisitos e recomendações para operar numa praia” COPYRIGHT © André Rodrigues da Silva, FCT/UNL, UNL, 2016 A Faculdade de Ciências e Tecnologia e a Universidade Nova de Lisboa tem o direito, perpétuo e sem limites geográficos, de arquivar e publicar esta dissertação através de exemplares impressos reproduzidos em papel ou de forma digital, ou por qualquer outro meio conhecido ou que venha a ser inventado, e de a divulgar através de repositórios científicos e de admitir a sua cópia e distribuição com objetivos educacionais ou de investigação, não comerciais, desde que seja dado crédito ao autor e editor. iii iv Aos meus pais v vi AGRADECIMENTOS Ao Professor José Carlos Ferreira, pela orientação, disponibilidade, apoio e incentivo demonstrados ao longo deste trabalho. Agradeço-lhe ainda, a sua proximidade e partilha de conhecimento no decorrer da minha formação na Faculdade de Ciências e Tecnologia. O seu entusiasmo nas questões de planeamento sustentável e proteção do litoral é contagiante; À Câmara Municipal de Peniche, em especial ao Presidente da Câmara, António José Correia, ao Engenheiro Nuno Cativo e ao Engenheiro Nuno Carvalho, por me terem recebido e colaborado no acesso à informação essencial para o trabalho e, também, pelo entusiasmo e motivação demonstrados; Ainda na Câmara Municipal de Peniche, à Raquel, à Sara e ao Vítor, que durante cerca de um mês, não só partilharam comigo o seu local de trabalho, mas também, me transmitiram força e entusiasmo, sendo diversas vezes decisivos na partilha de contactos; À Engenheira Margarida Nunes da Agência Portuguesa do Ambiente pelo brainstorming, na sua hora de almoço, aos vários caminhos possíveis de seguir no desenvolvimento do trabalho; A todos os concessionários das praias de Peniche, pela disponibilidade e sinceridade, tornando exequível um dos objetivos específicos deste trabalho; Aos meus pais, aos quais sem eles não era possível chegar até aqui. Por acreditarem sempre em mim. Pelo amor incondicional e por todos os valores que me incutiram, um sincero obrigado; À minha família, e em especial à minha avó por me acolher na sua casa em Lisboa durante estes últimos anos; À Sara, pelo pilar que representa. Por atravessar comigo esta longa etapa. Pela sua paciência, dedicação, apoio e motivação. Pelas suas palavras, correções, ou simplesmente pela sua presença, um muito obrigado; Ao Horácio, à Vitoria, ao João e à minha quatro patas, Puppie, por todas as vivências partilhadas; Ao meu amigo Adriano, pelo seu interesse e revisão dos capítulos; A todos os meus amigos, que quer seja na casa de uns ou de outros, no café, no campo da bola, na partilha de areal e de ondas, nas boleias para Lisboa, nas férias, ou, mais recentemente, nos grupos do Whatsapp são uma fonte de apoio e de alegria, contribuindo para o meu bem-estar e influenciando os meus comportamentos, atitudes e trabalho. vii viii RESUMO O Município de Peniche, como muitos outros Municípios costeiros, apresenta todos os anos um grande número de turistas e visitantes, adeptos do turismo balnear. O surf e outros desportos de ondas, assim como o efeito das alterações climáticas e o consequente aumento dos dias quentes, registados ao longo do ano, fazem com que esses visitantes e turistas procurem os ecossistemas costeiros, não só nos períodos planeados para época balnear, mas também fora deles. Tornando-se imperativo uma gestão sustentável e mais alargada, por forma a manter uma qualidade do serviço e da satisfação dos utilizadores da praia, oferecendo condições de segurança, e, paralelamente, criando o menor impacto no ambiente e nos serviços dos ecossistemas. A vulnerabilidade ambiental e administrativa torna a gestão de uma praia muito desafiante, de tal forma que os seus instrumentos de gestão, ainda que com carácter voluntário, tornam-se fundamentais para uma gestão sustentável. A norma ISO 13009:2015 – “Serviços de turismo e afins – Requisitos e recomendações para operar numa praia” pretende ser mais um instrumento, a contribuir para a sustentabilidade das praias, numa perspetiva de monitorização e melhoria contínua. O cumprimento de uma norma internacional permite ainda a certificação da praia, tornando o reconhecimento de uma gestão sustentável, uma ferramenta de divulgação e dinamização da economia local. Pretendeu-se analisar o potencial da norma, no auxílio na gestão das praias e dos aspetos ambientais envolventes, utilizando o caso de Peniche como contributo para a aplicabilidade da norma nas praias portuguesas. Para alcançar o objetivo, procedeu-se, numa primeira fase e posteriormente à interiorização do instrumento em estudo, a pesquisa e revisão bibliográfica. Numa segunda fase, comparou-se a norma ISO 13009 com o Prémio Qualidade de Ouro, a Reserva Mundial de Surf, o Plano de Ordenamento da Orla Costeira, o Programa Praia Acessível, a ISO 14001/EMAS e com o Programa Bandeira Azul. Inquiriu-se os 14 concessionários de praia, existentes em Peniche, questionando-os sobre a Bandeira Azul e sobre o compromisso disposto a assumir quanto ao envolvimento nos requisitos da ISO 13009. Destes inquéritos surgiram diversas conversas informais que foram guiadas à volta do tema de gestão de praias. Por fim, através de recolha de informação e visitas ao local, confrontaram-se os diversos requisitos da norma ISO 13009 com a realidade da Unidade Balnear da praia do Medão – Supertubos, em Peniche. Em suma, o trabalho permite concluir que existe um nível alto de aplicabilidade do novo instrumento de gestão e certificação de praias, em Portugal. O seu âmbito internacional, torna o instrumento mais detalhado, com certos requisitos cumpridos a priori pela regulamentação costeira existente em Portugal. As praias já galardoadas com a Bandeira Azul apresentam um maior potencial de aplicação da norma, a curto prazo, podendo a norma substituir ou atuar em conjunto com este galardão, contribuindo de uma forma mais completa e contínua para a sustentabilidade da praia. Também os agentes envolvidos na gestão da praia se mostram a favor. A maioria dos concessionários de praias do Município de Peniche apresentam interesse na certificação, sendo que 7 dos 14 concessionários (50%) utilizaram os dois níveis máximos de compromisso para exprimir a sua posição relativamente à manutenção e monitorização dos requisitos da norma. No entanto também manifestaram conflitos que devem ser resolvidos, na aplicação de instrumentos voluntários e no modelo de vigilância e salvamento. A norma ISO 13009:2015 apresenta espaço para melhorias numa próxima revisão ou passagem a norma nacional. A definição do âmbito de aplicação do instrumento não é claro, concluindo-se pelo trabalho que deve ser aplicado a uma unidade geográfica em detrimento da aplicação a Unidades Balneares sem barreiras físicas. Palavras-chave: Gestão de praias, Instrumentos de gestão de praias, Sustentabilidade, Certificação ISO 13009, Serviços turísticos, Bandeira Azul. ix x
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