o poder da arte miolo_poder da arte f3.indd 1 9/2/10 7:26 PM tradução hildegard feist miolo_poder da arte f3.indd 2 9/2/10 7:26 PM o poder da arte simon schama miolo_poder da arte f3.indd 3 9/2/10 7:26 PM Copyright 2006 © by Simon Schama. Simon Schama garantiu seu direito de ser identificado como autor desta obra conforme o Copyright, Designs and Patents Act, de 1988. Publicado originalmente em 2006 por BBC Books, Grã-Bretanha, um selo da Ebury Publishing (divisão do Grupo Random House). Originalmente pu- blicado para acompanhar a série de TV Simon Schama’s Power of Art, criada pela BBC Arts e exibida pela primeira vez em 2006 pela BBC2. Diretor de criação: Mark Harrison / Produtor executivo: Basil Comely / Produtor: Clare Beavan. Copyright das obras de Mark Rothko © 1998 by Kate Rothko Prizel e Christopher Rothko / Copyright dos escritos de Mark Rothko © 2004 by Kate Rothko Prizel e Christopher Rothko Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida de nenhuma forma, eletrônica ou mecânica, nem arquivada ou disponibilizada através de sistemas de informa- ção, sem a expressa permissão do detentor do copyright. Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009. título original Power of art projeto gráfico Raul Loureiro Claudia Warrak preparação Cacilda Guerra índice remissivo Luciano Marchiori revisão Isabel Jorge Cury Erika Nakahata Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Schama, Simon O poder da arte / Simon Schama; tradução Hildegard Feist. — São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Título original: Power of art. ISBN 978-85-359-1665-2 1. Arte — História I. Título. 10-03089 CDD-709 Índice para catálogo sistemático: 1. Arte: História 709 [2010] Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA SCHWARCz LTDA. Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 32 04532-002 – São Paulo – SP Telefone (11) 3707-3500 miolo_poder da arte f3.indd 4 9/2/10 7:26 PM Fax (11) 3707-3501 www.companhiadasletras.com.br miolo_poder da arte f3.indd 5 9/2/10 7:26 PM para clare Beavan, sem quem isto seria impossível e sem quem a televisão — e a vida — seria muito mais sem graça. 6 miolo_poder da arte f3.indd 6 9/2/10 7:26 PM miolo_poder da arte f3.indd 7 9/2/10 7:26 PM A arte é uma mentira que nos faz perceber a verdade. paBlo picasso A arte é perigosa; sim, ela nunca pode ser casta; se é casta, não é arte. paBlo picasso miolo_poder da arte f3.indd 8 9/2/10 7:26 PM apresentação 10 caravaggio 18 a pintura ganha corpo Bernini 82 o criador de milagres remBrandt 132 o tosco na sala dos ricos david 190 registrando a revolução turner 248 tempestade como tema van gogh 320 pintura que vem de dentro picasso 386 a arte moderna se torna política rothko 434 a música do além na cidade do glamour agradecimentos 484 créditos 486 indicações BiBliográficas 489 índice remissivo 493 miolo_poder da arte f3.indd 9 9/2/10 7:26 PM ApresentAção A grande arte tem péssimos modos. A silenciosa reverência da gale- ria pode levar você a acreditar, enganosamente, que as obras-primas são delicadas, acalmam, encantam, distraem — mas na verdade elas são truculentas. Impiedosas e astutas, as maiores pinturas lhe apli- cam uma chave de cabeça, acabam com sua compostura e, ato con- tínuo, põem-se a reorganizar seu senso da realidade. Não foi para isso que você entrou, foi? Ali está você, plantado no museu, domingo à tarde, pronto para receber uma dose exata de beleza — um tempo inocentemente passado com a magia de ilusões bidimensionais. Será que você não poderia simplesmente comer os morangos daquela travessa de prata? Sentir o aroma dos pinheiros naquela dourada encosta provençal? Ouvir o arroto daqueles beber- rões holandeses? Tocar aquele chamalote? Afagar o flanco reluzente daquele corcel? Não, você não poderia. Mas seria errado imaginar, regalar-se com tais delícias, entregar-se à fantasia? Você entra na ro- tina, deixa a cor se aproximar, corre os olhos pelo desenho. Talvez siga as instruções dos fones de ouvido: um passo para o lado, olhar, escutar, andar; um passo para o lado, olhar, escutar, andar, a aten- ção conduzida pela voz confortantemente autoritária, uma voz de homem num terno caro, as informações enunciadas com certo pe- dantismo e racionadas com cuidado para você não se cansar tanto que deixe de visitar a loja de suvenires. Mas então, por algum motivo, você sai do rumo, deixa a zona dos fones — e acontece: o estranho momento. Não há algo de in- comodamente errado com a fruteira de Cézanne, assim torta sobre a mesa? Aliás, o tampo da mesa parece inclinado, em vez de hori- zontal, convidando a uma queda vertiginosa — um movimento que nunca se inicia realmente, mas também nunca para realmente. O que é que está havendo? Ou aqueles olhos de Rembrandt, num rosto que lembra um pudim desmoronado, fitando você? É um clichê, uma piada batida, uma projeção sentimental: o observador observado. Mesmo assim, você não consegue parar de olhar, sentindo-se acua- do, incriminado, como se a culpa fosse sua. Desculpe, Rembrandt. As pessoas desaparecem. A parede da galeria desaparece. Você está nas mãos de um hipnotizador barato. Você se esforça para se safar, continua andando e dá uma espiada — por que não? — naquele nu de Ticiano, deitado diante de ondulosas colinas, e — epa — alguma coisa começa a acontecer, e não só em seus olhos. Ou então você se detém diante de uma colagem cubista, o tipo de coisa que você nunca entendeu bem e ainda não consegue entender, pelo menos do 10 apresentação miolo_poder da arte f3.indd 10 9/2/10 7:26 PM
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