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O Olho de Deus PDF

394 Pages·2013·1.43 MB·Portuguese
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SINOPSE A visão apocalíptica de um futuro anunciado por um passado distante. Numa área remota da Mongólia, cai um satélite de pesquisa, desencadeando uma busca frenética por sua valiosa carga: o projeto de um físico que estuda a energia negra - e uma imagem chocante de destruição da Costa Leste dos EUA. Ao Vaticano, chega uma encomenda contendo dois estranhos objetos: uma caveira com gravações em aramaico antigo e um livro encadernado em pele humana. Os testes de DNA revelam que pertenceram ao mesmo corpo: o rei mongol Gengis Khan. O comandante Gray Pierce e a Força Sigma preparam-se para descobrir uma verdade ligada à decadência do Império Romano e a um mistério que remonta ao início da Cristandade, assim como a uma arma escondida há séculos e que encerra o futuro da humanidade. A diferença entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão obstinadamente persistente. ALBERT EINSTEIN NOTAS DO ARQUIVO HISTÓRICO O que é a verdade? Quando se refere ao passado, é uma pergunta difícil de responder. Winston Churchill disse uma vez que «a história é escrita pelos vencedores». Caso ele tenha razão, quais são então os documentos históricos em que podemos confiar? O que foi assente data de há uns seis mil anos e segue apenas o rasto de alguns breves passos da humanidade neste planeta. E até mesmo esse registo está cheio de lacunas, transformando a história numa tapeçaria esfarrapada e esburacada pelas traças. O mais notável de tudo é que muitos dos grandes mistérios da história desapareceram por esses buracos abaixo e estão à espera de ser redescobertos — incluindo acontecimentos que marcam mudanças essenciais na história, momentos únicos que modificam as civilizações. Um desses momentos ocorreu no ano 452 da era cristã, quando as hostes devastadoras de Átila, o Huno, invadiram o Norte da Itália, destruindo tudo à sua passagem. Roma encontrava-se praticamente indefesa perante o assalto bárbaro e temia-se que não resistisse. O papa Leão I saiu de Roma a cavalo e encontrou-se com Átila nas margens do lago Garda. Falaram em privado, em segredo, e não existe registo escrito do que se passou. Após o encontro, Átila virou as costas a uma vitória certa e ao saque de Roma pelos seus soldados, e abandonou prontamente a Itália. Porquê? Que levou Átila a desistir? A História não oferece nenhuma resposta. Vire esta página para descobrir como estivemos perto da destruição, um momento perdido no tempo em que a civilização ocidental esteve a ponto de ser mortalmente ferida pela ponta de uma espada — uma lâmina conhecida como Espada de Deus. NOTAS DO ARQUIVO CIENTÍFICO O que é a realidade? Trata-se simultaneamente da pergunta mais simples e mais difícil, e ao longo dos séculos tem desconcertado filósofos e físicos. Em A República, Platão descreveu o mundo real como nada mais que uma sombra vacilante projetada na parede de uma caverna. Milhares de anos mais tarde, e por estranho que pareça, os cientistas chegaram à mesma conclusão. A própria página em que isto está escrito (ou o e-reader na sua mão) é feita sobretudo de nada. Olhe mais profundamente para o que parece sólido e descobrirá uma realidade feita de átomos. Separe-os e encontrará um minúsculo núcleo duro de protões e neutrões, rodeado por invólucros vazios com uns quantos eletrões em órbita. Mas até mesmo essas partículas fundamentais podem ser divididas: em quarks, neutrinos, bosões, etc. Aventuremo-nos a maior profundidade e penetraremos num estranho mundo ocupado apenas por vibrantes cordas de energia, as quais talvez sejam a verdadeira fonte do fogo que projeta as sombras de Platão. A mesma singularidade ocorre quando se olha para fora, para o céu noturno, uma imensidão que ultrapassa o entendimento, um vazio sem limites pontilhado por milhares de milhões de galáxias. E essa vastidão pode ser apenas um universo entre muitos que se expandem infinitamente. E então o nosso próprio universo? A mais recente teoria é que tudo o que experimentamos — da mais pequena corda de energia a vibrar à maior galáxia a girar em volta de um turbilhão de buracos negros que dilaceram a realidade — talvez não seja mais do que um holograma, uma ilusão tridimensional na qual, de facto, talvez estejamos todos a viver numa simulação artificial. Poderá isso ser possível? Podia Platão ter tido razão: não vemos a realidade à nossa volta e tudo o que sabemos nada mais é do que a sombra vacilante projetada na parede de uma caverna? Vire esta página (caso seja realmente uma página) e dê conta da assustadora verdade. PRÓLOGO VERÃO, 453 D.C. REGIÃO CENTRAL DA HUNGRIA O rei demorou a morrer no seu leito nupcial. A assassina debruçou-se sobre ele. Filha de um príncipe da Borgonha, era a sétima mulher do rei. Unida a este senhor bárbaro pela intriga, casara-se na noite anterior. O nome dela, Ildiko, significava guerreira feroz no seu idioma. Porém, não se sentia feroz ali ao lado do moribundo, um tirano sanguinário que tinha ganhado a alcunha Flagelum Dei, o Flagelo de Deus, o qual, segundo rezava a lenda, empunhava a espada do deus cita da guerra. A simples menção do seu nome — Átila — abria os portões de fortalezas e as cidades cercadas rendiam-se. Mas, agora, nu e a morrer, não era mais temível que qualquer outro homem. Pouco mais alto era do que ela, mas possuía os músculos fortes e os ossos pesados do seu povo nómada. Os olhos — afastados e encovados — lembravam-lhe os de um porco, especialmente quando a fitavam, velados, de noite. Olhos congestionados pelas muitas taças de vinho bebidas durante a festa do casamento. Era agora a sua vez de olhar para ele, avaliando a sua respiração cada vez mais ofegante e perguntando a si mesma quanto tempo a morte demoraria a levá- lo. Percebia que fora demasiado parca com o veneno que o bispo de Valença lhe tinha dado. Veneno esse cedido pelo arcebispo de Viena com plena aprovação do rei Gondioc da Borgonha. Receando que o tirano sentisse o gosto amargo do veneno, ela percebia agora que lhe administrara uma dose pequena de mais. Apertou o frasco meio vazio contra o peito, pressentindo que havia gente mais poderosa do que o rei Gondioc envolvida nesta conspiração, e amaldiçoou o facto de tamanho fardo ter vindo parar às suas pequenas mãos. Como podia uma mulher com apenas catorze verões de idade ser responsável pelo destino do mundo? No entanto, fora prevenida da necessidade desta ação por uma figura envolta num manto que tinha surgido à porta do pai há meia lua. Apesar de já estar prometida ao rei bárbaro, tinham-na levado nessa noite diante desse estranho. Vira de relance o anel de ouro de cardeal na sua mão e ele tinha-lhe contado então que, há apenas um ano, o exército bárbaro de Átila conquistara Pádua e Milão, cidades do Norte da Itália, massacrando toda a gente — homens, mulheres e crianças. Somente os que conseguiram refugiar-se nas montanhas e nos pântanos do litoral tinham sobrevivido para dar testemunho da sua crueldade. «Roma estava condenada a cair sob a sua espada ímpia», tinha-lhe explicado o cardeal à beira da lareira fria da sala dos pais. «Sabendo o destino que os esperava quando os bárbaros se aproximassem, Sua Eminência, o papa Leão, montou a cavalo e foi encontrar-se com Átila nas margens do lago Garda. E pela força do seu poder eclesiástico o pontífice conseguiu escorraçar o impiedoso huno.» Mas Ildiko sabia que não fora somente o poder eclesiástico que afastara os bárbaros — mas também o terror supersticioso do seu rei. Cheia de medo, lançou um olhar à caixa depositada sobre um estrado aos pés da cama. Era uma oferta, assim como uma ameaça, que recebera da parte do pontífice nesse dia. Não era mais comprida nem mais alta do que o seu antebraço, mas ela sabia que continha no interior o destino do mundo. Receava tocar-lhe ou abri-la — mas fá-lo-ia logo que o marido tivesse realmente morrido. Só conseguia lidar com um terror de cada vez. Olhou a medo para a porta fechada da câmara nupcial. Pela janela, o céu a leste empalidecia com a promessa de um novo dia. Os homens do rei em breve entrariam no quarto. O rei tinha de estar morto antes de eles chegarem. Ficou a ver o sangue borbulhar das narinas do moribundo a cada respiração ofegante. Escutou o arquejar que lhe vinha do peito. O sangue que uma tosse rouca fazia aflorar aos seus lábios escorria pela barbicha pontiaguda e acumulava-se na base da garganta, a qual palpitava a cada batimento cada vez mais débil do coração. Rezou para que ele morresse — depressa. Arde nas chamas do Inferno onde pertences… Como se o Céu tivesse ouvido a sua prece, um último suspiro escapou da garganta ensanguentada de Átila, e depois o peito afundou-se de vez e não tornou a elevar-se. Ildiko soltou um pequeno gemido de alívio e as lágrimas vieram-lhe aos olhos. A missão estava cumprida. O Flagelo de Deus tinha finalmente desaparecido e já não podia continuar a devastar o mundo. O que já não era sem tempo. Em casa do seu pai, o cardeal tinha relatado o plano de Átila para voltar a atacar a Itália. Ela ouvira boatos semelhantes na festa de casamento, ameaças gritadas em vozes roucas quanto ao próximo saque de Roma e planos para arrasar a cidade e matar os seus habitantes. A brilhante luz da civilização corria o risco de ser apagada para sempre pelas espadas bárbaras. Mas graças ao ato sanguinário de Ildiko, o presente estava salvo. No entanto, ainda não tinha acabado. O futuro permanecia em perigo. Levantou-se e aproximou-se do cofre aos pés da cama com mais medo do que quando envenenara a bebida do marido. A caixa exterior era de ferro preto, de lados planos e tampa com dobradiças. Com exceção de um par de símbolos gravados, não tinha enfeites. Desconhecia aquela escrita, mas o cardeal explicara-lhe que tinha que ver com o idioma dos distantes antepassados de Átila, tribos nómadas que viviam no Leste longínquo. Tocou numa das inscrições feita de linhas simples. — Árvore — murmurou, tentando reunir coragem. O símbolo parecia-se, de certo modo, com uma árvore. Tocou no que estava ao lado — uma segunda árvore — com grande respeito. E só então teve coragem para pousar os dedos na tampa da caixa e abri-la. No interior, havia uma segunda caixa de prata brilhante. A inscrição era igualmente grosseira, mas feita com grande determinação. As linhas simples significavam ordem ou instrução. Sentindo a pressão do tempo, acalmou os dedos trémulos e levantou a tampa da caixa de prata, revelando uma terceira caixa de ouro no interior. À luz dos archotes, a superfície cintilava como uma substância líquida. O símbolo gravado parecia reunir os caracteres anteriores e formava uma nova palavra O cardeal revelara-lhe o seu significado.

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A visão apocalíptica de um futuro anunciado por um passado distante. Numa área remota da Mongólia, cai um satélite de pesquisa, desencadeando uma busca frenética por sua valiosa carga: o projeto de um físico que estuda a energia negra - e uma imagem chocante de destruição da Costa Leste dos
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