O LIVRO VERMELHO – MAO TSE TUNG O Livro Vermelho entusiasmou milhões de pessoas na China e em outras partes do mundo, era considerado pelos chineses a verdade, as pessoas podiam morrer por ele ou seguindoo. é uma coletânea de máximas e dissertações sobre a guerra, a política , a organização do estado socialista, literatura e arte. Uma obra interessante para quem quer vencer uma guerra, desconcertante quando lida à luz de tantos atos cruéis cometido por Mao TSE Tung e em seu nome. O Livro Vermelho expressa com objetividade a Lina de raciocínio desse líder, sua elevação intelectual, a forma com que controlava a Chinas e mantinha o Partido Comunista, o povo e o exército estimulados com a revolução e a sua absoluta falta de compaixão e respeito à vida humana. BIOGRAFIA DO AUTOR Mao Tse Tung ou Mao Zedong nasceu em 26 de dezembro de 1893 e morreu em 09 de Setembro de 1976. Foi um político revolucionário e governante comunista da República Popular da China. Nasceu na Aldeia de Shaoshan, província de Hunan, China, filho de camponeses, frequentou a escola até os 13 anos de idade, quando foi trabalhar como lavrador. Por desavenças com o pai, saiu de casa para estudar em Changsha, capital da província. Conheceu as idéias políticas ocidentais e especialmente as do líder nacionalista Sun Zhongshan Sun Yat Sen. Em 1911, no mês de outubro iniciouse a revolução contra a dinastia Manchu que dominava o país. As lutas estenderamse até Hunan. Mao alistouse como soldado no exército revolucionário até o início da nova República da China, em 1912. De 1913 a 1918 estudou na Escola Normal de Hunan, aprendeu filosofia; história e literatura chinesa. Continuou estudando e assimilando o pensamento ocidental e política. Começou logo a ser um líder estudantil com participação em várias associações, mudouse para Pequim em 1919, onde iniciou seus estudos universitários, trabalhou na Biblioteca Universitária, conheceu Chen Tu Hsiu e Li Ta Chao fundadores do Partido Comunista Chinês. Participou do Movimento Quatro de Maio contra a entrega ao Japão de regiões chinesas que haviam estado em poder da Alemanha; em função deste aderiu ao marxismo leninismo, 1921, Mao Tsetung participou da fundação do Partido Comunista Chinês. Em 1927, Chiang Kai Shek assumiu o poder e se voltou contra os comunistas, e Mao fugiu para as montanhas de Jinggang iniciando a guerrilha que durou 22 anos. Em outubro de 1934, Mao e seu exército seguiram para o noroeste do país, iniciando a chamada Grande marcha, transformandose líder do Partido Comunista Chinês. Na Grande marcha apenas uma ínfima parte dos membros sobrevive à guerrilha, ao cansaço e à fome. Mao mantémse implacável perante o sofrimento dos seus companheiros, motivando a continuação da fuga das forças de Chiang Kai Shek. Quando a China foi invadida pelos japoneses em 1935, os comunistas e os nacionalistas uniramse novamente, e no término da guerra o exército revolucionário tinha em torno de um milhão de soldados; os comunistas controlavam politicamente noventa milhões de chineses. De 1936 e 1940 Mao fez oposição à tese dos comunistas prósoviéticos, e conseguiu impôr o seu ponto de vista, afastando do partido os seus oponentes, e seguindo a técnica de Stalin de domínio unipessoal do aparelho partidário. Em 1949, derrotou o Kuomintang. Em 01 de Outubro desse ano proclama na Praça Tiananmen, em Pequim, a República Popular da China; em Dezembro foi proclamado presidente da república. Em 1956, Tsetung lançou a campanha das cem flores que visava a liberdade de expressão, aproveitava idéias para fortalecer o enriquecimento do padrão de vida no país, aumentou a produtividade para libertar a China da dependência soviética, tornandoa auto suficiente econômica e politicamente. Entre 1957 e 1958, iniciou uma política de desenvolvimento chamada de grande salto em frente, marcando o distanciamento da ideologia do comunismo chinês, assente no campesinato, ao modelo soviético, mais assente no proletariado industrial. Entre 1966 e 1969 iniciou a revolução cultural, imposta pelo líder, com a intenção de eliminar as separações entre os intelectuais e o povo, para alterar a política do Partido Comunista, extremamente burocrático e centralizado. Foram criados os guardas vermelhos que se fundamentavam no chamado livrinho vermelho que continha citações de Mao. Perante os excessos (intelectuais executados ou aprisionados, destruição do patrimônio, abandono de práticas agrícolas milenares, deslocação forçada de camponeses, perseguição religiosa, etc.) o movimento foi encerrado em abril de 1969 no IX Congresso do Partido Comunista Chinês. Como escritor é considerado um dos grandes teóricos do marxismo e da guerra revolucionária e escreveu diversas obras sobre a estratégica da guerra chinesa. Escreveu cerca de 2 300 publicações, tendo sido impressos 740 milhões de exemplares das suas Citações. Ao adaptar o comunismo às condições chinesas, Mao acentuou a necessidade de as revoluções asiáticas se alicerçarem nas zonas rurais e não nas urbanas, a necessidade de reduzir as diferenças entre o campo e a cidade e de existirem revoluções perpétuas a fim de evitar o aparecimento de novas elites. Como poeta, não se deixou impressionar pelo “ estilo tradutor” usado pelo grande número de maus poetas comunistas. Sua poesia se igualava aos versos do chileno Pablo Neruda, um dos maiores poetas do século XX. A China foi governada por Mao até 9 de setembro de 1976, data em que faleceu em Pequim, aos 82 anos. Mao TséTung disputa, com Hitler e Stalin, o ignóbil título de maior monstro do século XX. Capítulo I O Partido Comunista “A força núcleo que dirige a nossa causa é o Partido comunista da China, a base teórica que guia o nosso pensamento é o marxismoleninismo” “Sem os esforços do Partido Comunista da China, sem os comunistas chineses como pilar principal do povo chinês, a independência e a libertação não são possíveis, assim como não será possível a industrialização e a modernização da agricultura da China” “Constitui tarefa muito árdua assegurar uma vida melhor às várias centenas de milhões de chineses e fazer do nosso país, econômica e culturalmente atrasado, um país prospero, poderoso e com alto nível de cultura. Capítulo II As Classes e a luta de classes “Luta de classes, umas classes triunfam e outras são eliminadas. Assim é a história, assim é a história da civilização, desde há milhares de anos. Interpretar a partir desse ponto de vista é materialismo histórico; sustentar o ponto de vista contrário é idealismo histórico.” “ O inimigo não morrerá por si só. Nem os reacionários chineses nem as forças agressivas do imperialismo norteamericano na China se retirarão por si mesmos da cena histórica” “ A revolução não é um convite para um jantar, é uma insurreição, é um ato de violência pela qual uma classe derruba a outra.” “ É mau se uma pessoa, partido, escola não é atacado por um inimigo, pois, seguramente desceu ao nível dele. É bom se formos atacados pelo inimigo, isso prova que traçamos uma clara linha de marcação entre nós e eles” “Depois da eliminação dos inimigos armados, ficarão ainda os inimigos sem armas, os quais travarão inevitavelmente uma luta de morte contra nós, razão por que jamais devemos subestimalós.” “ Todas as idéias errôneas, todas as ervas venenosas, todos os monstros devem ser submetidos à crítica; em circunstância nenhuma devemos deixálos crescer livremente. Contudo, a crítica deve ser inteiramente fundada, analítica e convincente, e nunca grosseira, burocrática, metafísica ou dogmática” Capítulo III Socialismo e Comunismo “O sistema socialista acabará por substituir o sistema capitalista: essa é uma lei objetiva, independente da vontade do homem. Por muito que os reacionários tentem impedir o avanço da roda da história, tarde ou cedo a revolução se fará e conquistará inevitavelmente a vitória.” “ Atualmente nós realizamos uma revolução não apenas social, transformação da propriedade privada em propriedade pública, mas também na técnica, transformação da produção artesanal em grande produção mecanizada.” “ São muito poucos os intelectuais hostis ao nosso Estado. Eles não gostam do nosso Estado de ditadura do proletariado, e suspiram pela velha sociedade. Sempre que surge uma oportunidade, fomentam desordens, tentam derrubar o Partido Comunista e restaurar a velha China. Tais indivíduos encontramse nos círculos políticos, industriais, comerciais, educacionais, científicos, tecnológicos e religiosos, e são reacionários em extremo.” “Entre as características dos seiscentos milhões de chineses destacase o fato de estarem na pobreza e em branco. Aparentemente isso é uma coisa má, mas na realidade é uma coisa boa. A pobreza provoca o desejo de mudança, de ação e revolução e, numa folha em branco é possível pintar os mais frescos e belos caracteres, os mais frescos e belos quadros.” “ O nosso Estado é uma ditadura democrática popular. A sua primeira função é reprimir classes e os elementos reacionários, bem como os exploradores que no nosso país resistem à revolução socialista, reprimir aqueles que tentam sabotar a nossa construção socialista, quer dizer, resolver as nossas contradições internas, entre nós e os nosso inimigos. Por exemplo, prender, julgar e condenar certos contrarevolucionários, bem como privar por certo tempo os senhores de terras e os capitalistas burocráticos do direito do voto e da liberdade de palavra, tudo isso entra na esfera da nossa ditadura.” Capítulo IV A Justa solução das contradições no seio do povo “Nós estamos confrontados com dois tipos de contradições sociais, as que existem entre nós e o inimigo, e as que existem no seio do povo.” “ Para compreender essas duas contradições, nós devemos ser bem claros na definição de povo e inimigo. Na etapa atual de construção do socialismo, todas as classes, camadas e grupos sociais que aprovam, apóiam e trabalham pela causa socialista, entram na categoria de povo, enquanto todas as outras classes, grupos sociais que resistem à revolução socialista e hostilizam ou sabotam a edificação socialista são inimigos do povo.” “ A questão da eliminação dos contrarevolucionários é uma questão de luta entre nós e o inimigo, uma contradição entre nós e o inimigo.” “ A única via de resolver as questões de natureza ideológica ou as controvérsias no seio do povo é o uso do método democrático, da discussão, da crítica, persuasão e da educação, e nunca o uso do método de coerção ou repressão.” “É necessário criticar os defeitos do povo...,mas ao fazêlos, é preciso partir verdadeiramente da posição do povo e agir inspirado no desejo ardente de defendêlo e educálo. Tratar os camaradas como nosso inimigo é assumir a posição do inimigo.” “ A rebelião na Hungria em 1956, foi um caso em que os reacionários, dentro de um país socialista, explorando as contradições no seio do povo, fomentaram a dissensão e criaram desordens, tentando atingir os seus objetivos conspirativos.” Capítulo V Guerra e paz “ A guerra é a continuação da política. Nesse sentido a guerra é a política e é, em si mesma, um ato político; desde os tempos antigos, nunca houve uma guerra que não tivesse caráter político.” “ Então a guerra é uma continuação da política, por outros meios. Quando a política se desenvolve para uma certa etapa além da qual já não pode progredir por meios habituais, a guerra estala para remover do caminho os obstáculos....Quando os obstáculos são removidos e o objetivo político alcançado, a guerra termina. Mas se os obstáculos não são completamente removidos, a guerra ainda tem que continuar. Pode se dizer que a política é a guerra sem o derramamento de sangue, e a guerra, a política sangrenta. “ A história mostra que as guerras se dividem em dois tipos: as justas e as injustas. Todas as guerras progressivas são justas, e todas as guerras que impendem o progresso são injustas. Nós, os comunistas, opomonos a todas as guerras injustas que impedem o progresso, mas não nos opomos às guerras progressistas, justas. E não só não nos opomos às guerras justas, como também fazemos parte delas. Como por exemplo de guerra injusta temos a Primeira Guerra Mundial, onde as duas partes lutaram por interesses imperialistas, razão porque os comunistas do mundo inteiro se opusseram a ela. O modo de se opor a uma guerra é fazer o possível para que ela não estale, mas se chegar a estalar, o modo de se opor a ela é combater a guerra com guerra.” “ Todos os comunistas devem compreender a seguinte verdade: O poder político nasce do fuzil.” A tarefa central e a forma suprema da revolução é a conquista do poder pol´tico pelas armas, é a solução desse problema pela guerra. Esse princípio revolucionário do marxismoleninismo é válido universalmente, tanto na China como em todos os outros países.” “ O nosso país e todos ou outros países socialistas querem a paz. O mesmo acontecem com os povos de todos os países do mundo. Os únicos que aspiram à guerra e que não querem a paz são certos grupos capitalistas monopolistas que, nuns quantos países imperialistas, enriquecem por meio da agressão.” “ Para estabelecer uma paz durável no mundo, devemos desenvolver ainda mais a nossa amizade e cooperação com todos os países irmãos no campo socialista e reforçar a nossa solidariedade com todos os países amantes da paz. Devemos apoiar ativamente o movimento de libertação e independência nos países da Ásia, África e América Latina, assim como o movimento pela paz e as justas lutas em todos os países do mundo.” “ Nós desejamos a paz. Contudo, se o imperialismo insistir em fazer a guerra, nós não teremos outra saída senão a firme resolução de lutarmos até o fim antes de avançarmos na edificação de nosso país.” “ Provocar desordens, fracassar, voltar a provocar desordens, fracassar de novo..até sua própria ruína, eis a lógica do imperialismo e de todos os reacionários do mundo em relação à causa do povo; jamais eles marcharão contra tal lógica. Quando dizemos que o imperialismo é feroz, nós queremos dizer que a sua natureza nunca mudará, que os imperialistas jamais abandonarão o seu facalhão de carniceiros, jamais se transformarão em budas, e seguirão assim até sua própria ruína. Capítulo VI O imperialismo e todos os reacionários são tigres de papel “Todos os reacionários são tigres de papel. Na aparência, os reacionários são terríveis, mas na realidade não são assim tão poderosos. Vendo a longo prazo, não são os reacionários mas sim o povo quem é realmente poderoso.” “ Levantar uma pedra para deixalá cair depois nos seus próprios pés, é um ditado chinês que descreve o comportamento de certos tontos. Os reacionários de todos os países são tontos desse tipo. No fim das contas as várias perseguições que promovem contra os revolucionários apenas servem para acelerar a revolução popular numa escala ainda bem maior.” “ Na guerra, as batalhas só podem ser travadas uma a uma e as forças inimigas só podem ser destruídas pedaço por pedaço. As fábricas só podem ser construídas uma a uma. Os camponeses só podem lavrar a terra parcela por parcela. O mesmo é verdade quando se come. Estrategicamente, não temos medo de tomar um refeição: nós sabemos que podemos comêla por completo. Na prática, porém, nós só comemos bocado por bocado. Seria impossível engolir de uma só vez o banquete inteiro. A isso chama solução uma a uma. Em linguagem militar dizse esmagar o inimigo unidade por unidade.” Capítulo VII Ousar lutar e ousar vencer “ Povos de todo o mundo, univos e derrotai os agressores norteamericanos e todos