F . R E , . . R ENAUD SCANDE O P ( ) DIRECÇÃO O LIVRO NEGRO DA REVOLUÇÃO FRANCESA Título original: Le Livre Noir de la Révolution Française © 2010, Fr. Renaud Escande Todos os direitos de publicação em Portugal reservados por: ALÊTHEIA EDITORES Escritório na Rua do Século, n.° 13 1200-433 Lisboa, Portugal Tel.: (+ 351) 21 093 97 48/49, Fax: (+ 351) 21 096 48 26 E-mail: [email protected] www.aletheia.pt Tradução: Maria José Miranda Mendes e João Miranda Mendes Revisão: Helder Marques Impressão e acabamento: Várzea da Rainha Impressores, Óbidos www.vri.com ISBN: 978-989-622-238-3 Depósito Legal: 315479/10 Agosto de 2010 ÍNDICE Prefácio (Fr. Renaud Escande, O.P.) PRIMEIRA PARTE – OS FACTOS Capítulo I – A Secularização dos Bens da Igreja: Significado Político e Consequências Económicas (Pierre Chaunu) Capítulo II – O 14 de Julho de 1789: Espontaneidade om Premeditação (Jean- Pierre Brancourt e Isabelle Brancourt) Capítulo III – O Massacre de 10 de Agosto (Ghislain de Diesbach) Capítulo IV – A Revolução Intermitente: Fragmentos Intempestivos de Historiografia Pós-Revolucionária (Grégory Woimbée) Capítulo V – Luís XVI e a Revolução da Soberania 1787-1789 (Jean-Christian Petitfils) Capítulo VI – A Morte de Luís XVI (Henri Beausoleil) Capítulo VII – O Meu Nome era Marie-Antoinette Lorraine d’Autriche (Jacques Charles-Gaffiot) Capítulo VIII – Paixão e Calvário de um Menino Rei de França (Padre Jean Charles-Roux) Capítulo IX – Saint-Just Fascista? (Frédéric Rouvillois) Capítulo X – A Perseguição Anti-Religiosa (Jean de Vigueire) Capítulo XI – A Guerra da Vendeia: Guerra Civil, Genocídio, Memoricídio (Reynald Secher) Capítulo XII – O Vandalismo Revolucionário (Alexandre Gady) Capítulo XIII – Bibliotecas e Revolução Francesa (Jean Dumaine) Capítulo XIV – E a Armada Real foi Destruída? (Tancrède Josseran) Capítulo XV – A Questão do Direito Revolucionário (Xavier Martin) Capítulo XVI – A Divisão Revolucionária do Território, entre Utopia e Tecnocracia (Christophe Boutin) Capítulo XVII – Revolução, Metereologia, Subsistências 1787-1789 (Emmanuel Le Roy Ladurie) Capítulo XVIII – A Iconografia Contra-Revolucionária (Bruno Centorame) Capítulo XIX – Bonaparte e a Revolução Francesa (Jean Tulard) Capítulo XX – A Herança do Terror no Século XIX (Marc Crapez) Capítulo XXI – As Incidências da Revolução Francesa: um Requisitório (Dominique Paoli) Capítulo XXII – Da Revolução Francesa à Revolução de Outubro (Stéphane Courtois) Capítulo XXIII – Os Judeus e a Revolução Francesa (Michaël Bar Zvi) Capítulo XXIV – «Liberdade, Igualdade, Fraternidade» ou a Impossibilidade de ser Filho (Fr. Jean-Michel Potin, O.P.) Capítulo XXV – Festejar-se-á o Tricentenário da Revolução? (Jean Sévillia) SEGUNDA PARTE – O GÉNIO Capítulo I – Malesherbes, Advogado da Tolerância e Inventor dos Direitos do Homem (Jean des Cars) Capítulo II – Rivarol, «o Tácito da Revolução» (Arnaud Odier) Capítulo III – Joseph de Maistre (Pierre Glaudes) Capítulo IV –Verdadeira Luz e Falsas Luzes. Louis de Bonald, um Pensador das Bases 1754-1840 (Jacques Alibert) Capítulo V – Chateaubrian: o Enchanteur contra os Panfletários. Uma Estética do Desgosto (Sarah Vadja) Capítulo VI – Balzac, Crítica Orgânica da Revolução Francesa (Jacques de Guillebon) Capítulo VII – Donoso Cortés, Observador da Revolução na Europa (Frédéric Morgan) Capítulo VIII – O Sentido Metafísico da Revolução na Obra do Filósofo. Antoine Blanc de Saint-Bonnet 1815-1880 (Jonathan Ruiz de Chasternet) Capítulo IX – O outro Baudelaire (Pierre-Emanuel Prouvost d’Agostino) Capítulo X – Barbey d’Aurevilly e a Revolução Eterna (Pascale Auraix- Jonchière) Capítulo XI – Léon Bloy ou os Paradoxos de um Imprecador (Jean-François Galinier-Pallerola) Capítulo XII – Nietzsche contra o Instinto Democrático (Paul-Augustin d’Orcan) Capítulo XIII – Villiers de Lisle-Adam, um Olhar Cavalheiresco sobre as Revoluções Contemporâneas (Alain Nery) Capítulo XIV – Hippolyte Taine ou a Revolução Francesa considerada na sua Unidade sobre as Origens da França Contemporânea 1876-1894 (Fr. Renaud Silly, O.P.) Capítulo XV – Augustin Cochin e a «Nova História» da Revolução (Philippe Lavaux) Capítulo XVI – Jacques Bainville. A Revolução Francesa não aconteceu (Dominique Decherf) Capítulo XVII – Charles Maurras (Stéphane Giocanti) Capítulo XVIII –Charles Péguy: Revolução, República, Democracia (Rémi Soulié) Capítulo XIX – A Revolução «a retomar» ou o Sonho Desapontado de Georges Bernanos (Bernard Fixes) Capítulo XX – O Terror pela Piedade: Hannah Arendt e a Revuloção (Fabrice Adjadj) TERCEIRA PARTE – ANTOLOGIA Capítulo I – Instalação do Terror: as Jornadas dos dias 5 e 6 de Outubro de 1789 Capítulo II – Setembro de 1792 Capítulo III – O Processo de Luís XVI Capítulo IV – As Guerras da Vendeia, Lyon, Toulon Capítulo V – Teorias Políticas Capítulo VI – Psicologia Revolucionária Capítulo VII – Guerra e Revolução Capítulo VIII – Perseguições Religiosas Capítulo IX – As Artes e a Educação Capítulo X – As Eleições sob a Revolução Capítulo XI –Diversos NOTAS PREFÁCIO Legítimos e gloriosos, festivos e fraternais, os amplos frutos de uma «razão» aguardada durante séculos: é assim que são habitualmente apresentados os acontecimentos do que constituiu também um dos períodos mais sangrentos da história, inaugurando tragicamente uma sucessão de revoluções e de conflitos que marcaram a Europa até meados do século XX. Toda e qualquer nação assenta sobre uma mitologia que a fundamenta e unifica, proporcionando-lhe as chaves de interpretação da sua própria história e do seu projecto, permitindo-lhe compreender-se e identificar-se face a outra e fornecendo-lhe, finalmente, uma língua comum. A nação francesa tem os seus mitos fundacionais. Um dos mais notáveis é, sem sombra de dúvida, a Revolução Francesa. A sua cronologia, os seus actores, os seus acontecimentos, os seus turiferários fazem parte desta grandiosa gesta, épica, majestosa, fazendo-a crer que nasceu de qualquer coisa e em algum lugar. É sempre do interesse de uma nação fazer brilhar os seus mitos fundacionais e é, também, do interesse daqueles que conquistaram o poder mascarar a violência e o arbitrário sobre os quais assentaram o seu domínio. Mas a história não se escreve como a mitologia e a sua exigência de verdade não deveria deixar-se embaraçar pelos interesses e intuitos utilitaristas. A ideia de um Livro Negro da Revolução Francesa nasceu há dois anos, por ocasião de um encontro entre o editor e um dos autores deste trabalho. O seu projecto consistiu em estabelecer num acto único e pela pena dos melhores especialistas simultaneamente uma «súmula» e um «breviário»: súmula histórica sobre «os bastidores da história e da historiografia revolucionária», valendo-se da análise de alguns episódios chave – ao mesmo tempo fundadores e destruidores; breviário filosófico e político reunindo os perfis e o modo de pensar daqueles que se opuseram à Revolução e cujas perspectivas, longe de serem arcaicas, iluminam os tempos totalitários e democráticos de uma forma tão inesperada quanto pertinente. Uma antologia, enfim, que atesta a violência cega da ideologia revolucionária. FR. RENAUD ESCANDE, O.P. Editor
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