O Livro de Ouro das REVOLUÇÕES O Livro de Ouro das REVOLUÇÕES Movimentos políticos oue mudaram o mundo Mark Almond Tradução de Gilson B. Soares HarperCollins Brasil Rio de Janeiro, 2016 Do original UPRISING Copyright © 2002 by Octopus publishing group LTD. Copyright da tradução © 2003 by Ediouro Publicações S.A. Direitos de edição da obra em língua portuguesa no Brasil adquiridos pela Casa dos Livros Editora LTDA. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão do detentor do Copyright. Rua Nova Jerusalém, 345 - Bonsucesso - 21042-235 Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (21) 3882-8200 - Fax: (21) 3882-8212/8313 CIP-BRASIL CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ A456I Almond, Mark O livro de ouro das revoluções: movimentos políticos que mudaram o mundo/Mark Almond; tradução Gilson B. Soares. - 2. ed. - Rio de Janeiro : HarperCoIlins Brasil, 2016. 256 p.:il.; 23 cm Tradução de: Uprising Inclui bibliografia e índice ISBN 978.85.698.0968-5 1. Revoluções - História. I. Soares, Gilson B. II. Título. 16-31037 CDD: 303.6409 CDU: 316.423.3(09) SUMÁRIO INTRODUÇÃO O PODER DA IDEOLOGIA OS PAÍSES BAIXOS, 1585 INGLATERRA, 1642-1649 AMÉRICA, 1776 FRANÇA, 1789 OS EFEITOS DE 1789 RÚSSIA, 1917 REVOLUÇÕES FRACASSADAS, 1918 ALEMANHA, 1933 CHINA, 1911-1949 IRÃ, 1978-1979 AFEGANISTÃO, 1979-2001 INSURREIÇÕES POPULARES RÚSSIA, 1905 MÉXICO, 1910-1919 HUNGRIA, 1956 CUBA, 1959 PRAGA, 1968 AMÉRICA CENTRAL, DÉCADA DE 1970 QUEDA DO COMUNISMO, 1989 ALEMANHA ORIENTAL ROMÊNIA UNIÃO SOVIÉTICA SÉRVIA, 2000 GOLPES DE ESTADO ITÁLIA, 1922 ESPANHA, 1936-1939 CHILE, 1973 PORTUGAL, 1974 INSURREIÇÕES NACIONAIS GRÉCIA, DÉCADA DE 1820 EUROPA, 1848 IRLANDA, 1916-1922 VIETNÃ, 1945-1975 ARGÉLIA, 1956-1962 ÁFRICA DO SUL, DÉCADA DE 1980 FIGURAS-CHAVE BIBLIOGRAFIA CRÉDITO DAS ILUSTRAÇÕES LINHA DO TEMPO INTRODUÇÃO Por que os povos se revoltam? Quais são as raízes da revolução? Como algumas insurreições são bem-sucedidas em transformar a sociedade enquanto outras fracassam? O descontentamento civil é tão antigo quanto a sociedade humana. A história foi pontuada por insurreições. Injustiça e ambição alimentaram a ânsia de transformar a sociedade. Na maior parte da história registrada, a grande maioria da humanidade constituiu-se de camponeses labutando em benefício de uns poucos senhores. Uma vez satisfeitas as exigências do senhor local, pouco restava para suprir as necessidades básicas dos camponeses. Ainda assim, raramente a revolta levava a mudanças fundamentais. Insurreições deixam marcas na história tal como fazem com frequência as suas brutais repressões, mas revoluções bem-sucedidas foram raras até os tempos modernos. O SEXO DA POLÍTICA Revoluções bem-sucedidas estão entre os desdobramentos mais dramáticos e poderosos em nosso passado. Somente em séculos recentes é que rupturas súbitas e completas de um sistema político abriram o caminho para a sublevação social e para uma transformação da ordem socioeconômica a partir de baixo. Para justificar o nome, uma revolução deve fazer mais do que mudar as pessoas no topo ou entender a participação num sistema político; tem que abolir o velho regime na política, na sociedade e na economia. Mudança evolucionária, na sociedade como na natureza, pode muito bem produzir alterações fundamentais sobre o tempo, mas as revoluções não são graduais: assemelham-se mais a pulos súbitos. Guerra e conquista externa com frequência produziram resultados similares, porém nada é mais dramático do que uma sublevação interna que estilhaça a ordem social e a reconstrói. O que torna estas insurreições possíveis é a fé na possibilidade de mudança bem-sucedida. Mesmo os movimentos revolucionários ostensivamente ateus, como o comunismo no século XX, confiavam em instilar nos seus adeptos um comprometimento e uma disposição quase religiosos para o autossacrifício. De muitas maneiras, a disseminação de ideais revolucionários, como aqueles da Revolução Francesa ou da Revolução Russa, assemelha-se à gigantesca maré da primeira conversão islâmica no século XVII. Hoje em dia seria desnecessário lembrar que o Islã ainda possui enorme potencial de apelo ao autossacrifício para a causa de transformar o modo de vida da sociedade. Descrentes tanto da religião quanto da ideologia arriscam-se ao descartar o fanatismo como absurdo. A história está repleta de seus triunfos e da derrota da razão afável. Esperanças revolucionárias têm todas, com muita frequência, aberto caminho à tragédia e à decepção amarga. O mais íntimo colaborador de Karl Marx entre os primeiros comunistas, Friedrich Engels, reconhecia a ironia potencial de seu próprio projeto: “As pessoas que se gabam de ter feito uma revolução sempre percebem no dia seguinte que não sabiam o que estavam fazendo, que a revolução que fizeram era inteiramente diferente daquela que pretenderam fazer.” Cada vez mais, os ideais revolucionários têm resultados amargos no contato com a realidade, mas o impulso para a mudança fundamental nunca morreu — embora seu obituário tenha sido escrito prematuramente.
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