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O jovem Marx e outros escritos de filosofia PDF

255 Pages·2007·3.03 MB·Portuguese
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pensamentoÇrítico 9 UFRJ Reitor AloisTieoix eira Vice-Reitora SylvViaar gas Coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura BeatrRiezs ende Editora UFRJ Diretor CarlNoesl soCno utinho Coordenadora de Edição de Texto LisSat uart Coordenadora de Produção JaniDsuea rte Conselho Editorial CarlNoesl soCno utin(hpor esidente) CharlPeess sanha DianMaa u!d eC arvalho JosLéu íFsi ori JosPéa ulNoe tto LeandKroon der VirgínFioan tes Gyorgy Lukács O JOVEM MARX E OUTROS ESCRITOS DE FILOSOFIA ORGANIZAÇÃO, APRESENTAÇÃO E TRADUÇÃO DE Carlos Nelson Coutinho e José Paulo Netto 2ª edição Editora UFRJ Rio de Janeiro 2009 Copyright © 2007 by Editora UFRJ Os direitos autorais sobre a organização e a tradução desta obra foram cedidos gratuita­ mente por Carlos Nelson Coutinho e José Paulo Netto à Editora UFRJ. Ficha Catalográfica elaborada pela Divisão de Processamento Técnico - SIBI/UFRJ L954j Lukács, Gyêirgy, 1885-1971 O jovem Marx e outros escritos de filosofia. / Carlos Nelson Coutinho e José Paulo Netto, organização, apresentação e tradução. -2. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009. (Pensa­ mento Crítico ; v. 9) 256 p.; 14 x 21 cm 1. Marx, Karl, 1818-1883 - filosofia. 2. Filosofia marxista. 1. Coutinho, Carlos Nelson, Org. II. Netto, José Paulo, Org. III. Título. CDD: 146.32 ISBN 978-85-7108-318-9 Revisão Simone Brantes Capa, Projeto Gráfico Ana Carreiro Editoração Eletrônica J anise Duarte Universidade Federal do Rio de Janeiro Fórum de Ciência e Cultura Editora UFRJ Av. Pasteur, 250 / sala 107 Praia Vermelha 22290-902 Rio de Janeiro -RJ Tel./Fax: (21) 2542-7646 e 2295-0346 (21) 2295-1595 r. 210, 224 e 225 http://www.editora.ufrj.br Apoio � Fundação Universitária 1 José Bonifácio SUMÁRIO Apresentação 7 Cronologia da vida e da obra de Lukács 15 1. Concepção aristocrática e concepção democrática do mundo 25 1. A crise da filosofia burguesa 27 2. Pessimismo aristocrático e otimismo democrático 35 3. Afirmação e négação da razão 39 4. Humanismo e democracia 44 5. Os caminhos do desenvolvimento democrático 47 II. As tarefas da filosofia marxista na nova democracia 55 1. A nova democracia 56 2. Problemas gerais da cultura 61 3. Problemas da tradição 67 4. Problemas da ética 71 5. Problemas da religião 76 6. Problemas da nação 80 III. O jovem Hegel. Os novos problemas da pesquisa hegeliana 89 IV. O jovem Marx. Sua evolução filosófica de 1840 a 1844 121 l. A tese de doutorado 123 2. A Gazeta Renana 131 3. Crítica da filosofia do Estado e do direito de Hegel 141 4. Da democracia revolucionária ao socialismo proletário 156 5. Os Anais franco-alemães 164 6. Os Manuscritos econômico-filosóficos 179 V. A responsabilidade social do filósofo 203 VI. As bases ontológicas do pensamento e da atividade do homem 225 Bibliografia de Lukács no Brasil 247 ��M��� li APRESENTAÇÃO O conjunto de textos de Gyõrgy Lukács ( 1885-1971) aqui coli­ gidos, apresentados em ordem cronológica, reúne materiais inéditos no Brasil (com uma única exceção: a conferência "As bases ontoló­ gicas do pensamento e da atividade do homem"). Todos centrados sobre problemáticas de natureza essencialmente filosófica, cobrem um largo período da vida do pensador húngaro' -na verdade, quase três décadas e meia, do imediato pós-guerra (1946) ao fim dos anos sessenta (1969), pouco antes de sua morte. A sempre complexa evolução intelectual de Lukács sofreu inflexões no curso deste período, embora nenhuma das quais com a magnitude e a profundidade das que anteriormente marcaram a sua trajetória teórica e política. 2 Com efeito, o filósofo que retorna à Hungria após a libertação e a derrota do fascismo já tem o seu perfil inteiramente definido: aos 60 anos, sua assimilação do legado de Marx e Engels está substantivamente concluída. Lukács, porém, nunca foi um pensador cuja radical coerência possa ser confundida com imobilismo ou apego a posições fechadas; ao contrário, esteve sempre atento às novas realidades da vida e da história e sempre procurou, no marco das limitações políticas a que esteve subordinado, respostas e soluções para elas. Conhecem-se tais limitações: desde 1929, quando realizou, no interior do movimento comunista, a sua primeira autocrítica,3 ele solidarizou-se com a "teoria do socialismo num só país" e jamais foi tentado a tornar-se um "dissidente". Nunca vacilou: entre a fácil "liberdade" que o Oci­ dente lhe oferecia e a difícil e onerosa luta no interior das fronteiras do que seria depois designado como "socialismo real", escolheu a se­ gunda alternativa. Os custos desta escolha não foram apenas formais, como os que aparecem nas citações "protocolares" de Stalin, na referência a ele como um "clássico" do marxismo etc., ou ainda na utilização, sobretudo nos primeiros anos da Guerra Fria, de uma linguagem 8 • GYORGY LUKÁCS virulenta (aliás, observável em passagens de alguns dos textos reuni­ dos neste volume), o que permitiu a desafetos e a leitores desavisados apor-lhe o carimbo de "stalinista".4 Esta escolha afetou até mesmo a dinâmica da sua reflexão: não são poucos os analistas que, mesmo aceitando suas concepções metodológicas gerais, atribuem a tal esco­ lha implicações mais estruturais.5 Lukács, aliás, esteve entre dois fo­ gos: stalinistas e associados jamais o consideraram um dos seus, antes vendo nele um "revisionista". 6 No lapso temporal compreendido entre as datas dos textos aqui coligidos, como dissemos, verificam-se algumas inflexões na elabo­ ração lukacsiana. O fim da Segunda Guerra Mundial e o período que imediatamente se lhe segue encontra um Lukács otimista quanto ao futuro, acreditando na possibilidade de uma grande "aliança" ou fren­ te antifascista em escala mundial e na alternativa da construção do so­ cialismo a partir da "nova democracia". Esse otimismo está nitidamen­ te expresso na conferência que abre a nossa coletânea, "Concepção aristocrática e concepção democrática do mundo", apresentada nos Encontros Internacionais de Genebra, ocorridos em setembro de 1946, do qual participaram importantes pensadores europeus, como Karl Jaspers, Maurice Merleau-Ponty, Julien Benda, Georges Bernanos e outros.7 Esta conferência antecipa, em muitos pontos, temas que seriam aprofundados em A destruição da razão, 8 que se dedica à reconstrução da trajetória do irracionalismo de Schelling até Hitler. Nestes anos, além do otimismo referido, Lukács revela a sua preocupação com a necessidade de consolidar a vitória bélica sobre o fascismo operando a erradicação das suas bases ideológicas (aliás, A destruição da razão direciona-se neste sentido), preocupação que também comparece em "Concepção aristocrática e concepção demo­ crática do mundo". Mas é na projeção de um novo caminho para o so­ cialismo que tal otimismo ganha forma mais precisa, como se cons­ tata na conferência que, em 20 de dezembro de 1947, Lukács pronun­ ciou em francês, num congresso de filósofos marxistas realizado em Milão, na Itália, também incluída nesta coletânea: ''As tarefas da filo­ sofia marxista na nova democracia". 9 Por "nova democracia", Lukács entendia a construção de regi­ mes democráticos que, com base na participação popular, condu- APRESENTAÇÃO + 9 ziriam ao socialismo; um conceito análogo foi elaborado por Palmira Togliatti, o dirigente comunista italiano, quando falava na mesma época em "democracia progressiva". Lukács acreditava então que esta "nova democracia" estava sendo construída nos países do Leste europeu libertados do nazismo pelo exército soviético; depois da eclosão da Guerra Fria, porém, estes países seguiram um outro cami­ nho, reproduzindo fielmente o modelo "estatolátrico" já aplicado na União Soviética. No início dos anos 1950, os stalinistas condenaram duramente as "ilusões democratistas" do pensador húngaro. Ainda que as esperanças de Lukács numa "nova democracia" não tenham se confirmado, nem no Ocidente nem no Leste, esta conferência apre­ senta perspectivas de integração entre socialismo e democracia que podem interessar ainda hoje. Além disso, sugere importantes aspec­ tos do modo pelo qual a filosofia marxista deve tratar de questões co­ mo a arte, a cultura, a nação, a religião etc. O terceiro texto que coligimos é a conferência, pronunciada em 29 de janeiro de 1949, em Paris, sob o patrocínio da Société fran­ çaise de philosophie. Da sua transcrição e dos debates que se seguiram (dos quais participaram importantes estudiosos de Hegel, como Jean Hyppolite e Jean Wahl), resultou o texto aqui apresentado como "O jovem Hegel. Os novos problemas da pesquisa hegeliana".10 Nele, Lukács apresenta resumidamente os principais temas desenvolvidos no livro O jovem Hegel. Sobre as relações entre dialética e economia, pu­ blicado em 1948.11 Concluído dez anos antes, quando ainda estava exilado na União Soviética, Lukács julgou prudente não tentar publi­ cá-lo na época, já que suas teses principais entravam em aberta con­ tradição com as teorias dominantes na União Soviética, segundo as quais Hegel seria um filósofo reacionário, defensor da Restauração e do Estado prussiano. Estes três textos são expressivos do período 1946-1949. O oti­ mismo que neles transparece não inibe a firmeza teórico-metodoló­ gica: como o leitor observará, mesmo quando aposta numa "grande aliança" contra as raízes do fascismo, Lukács não minimiza as suas críticas às ideologias burguesas. Nem faz concessões de princípio ao novo taticismo que alguns marxistas esboçam em face de reais ou even­ tuais aliados políticos situados, por exemplo, no campo da religião. 1 o • GYôRGY LUKÁCS Dos anos de abertura da Guerra Fria -a que corresponde, na União Soviética e também na Hungria, o endurecimento do poder político pretensamente exercido em nome do proletariado -até 1956, Lukács é obrigado a retirar-se da cena pública: o ponto de fuga é uma nova "autocrítica" (1951), que tanto ele quanto seus adversários sabiam puramente "formal". Nos textos essenciais que publica neste período, cede na forma e pouco concede no conteúdo; é paradigmá­ tico disso o já citado A destruição da razão. Destes anos, recolhemos aqui (e trata-se do texto mais longo da nossa coletânea) o notável ensaio "O jovem Marx. Sua evolução filosófica de 1840 a 1844".'2 Neste ensaio modelar, analisando com rigor filológico e teóri­ co o percurso que vai da tese marxiana de doutorado sobre Demócrito e Epicuro até os Manuscritos econômicoLfilosóficos, Lukács reconstrói o movimento que leva Marx da assimilação (sempre crítica) de Hegel e de Feuerbach até a definitiva elaboràção da dialética materialista e histórica, um movimento marcado e condicionado pela sua crescente adoção do ponto de vista revolucionário do proletariado. Neste tra­ balho, Lukács demonstra com maestria a relação marxiana de conti­ nuidade e de ruptura com a herança filosófica clássica, retirando as­ sim qualquer suporte às interpretações que pensam Marx como sim­ plesmente "invertendo" a dialética hegeliana, mas também àquelas que o vêem rompendo radicalmente com Hegel. O XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética ' (PCUS) e a crise que envolve o Partido e o Estado na Hungriapõem novamente Lukács no olho do furacão: ele intervém na denúncia do regime de Rakosi, participa ativamente na tentativa de refundar o Partido e democratizar o Estado. É derrotado nas duas iniciativas, ambas redundando num breve exílio e, no regresso, cautelosa mas firmemente, na progressiva conquista de novos espaços (nacionais e internacionais) de atuação intelectual e teórica. -Recolhido a uma espécie de otium cum dignitate, o último Lukács vai dedicar-se -sem os constrangimentos que antes lhe eram postos pelas limitações políticas já referidas -, como ele mesmo declara na abertura da sua Estética, "às obras em que penso reunir os principais resultados de minha evolução filosófica, minha ética e minha estética". Agora, ainda que sem deixar de lado intervenções

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