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O harém ao rés do chão Imaginário europeu e representações médicas sobre o lugar-segredo ... PDF

389 Pages·2015·3.15 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL Marina Juliana de Oliveira Soares O harém ao rés do chão Imaginário europeu e representações médicas sobre o lugar-segredo, 1599-1791 (Versão corrigida) São Paulo 2015 Marina Juliana de Oliveira Soares O harém ao rés do chão Imaginário europeu e representações médicas sobre o lugar-segredo, 1599-1791 (Versão corrigida) Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- graduação em História Social do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de doutora em História. Orientador: Prof. Dr. Henrique Soares Carneiro São Paulo 2015 Para Rodrigo, companheiro de viagem. Agradecimentos Agradeço ao Prof. Dr. Henrique Soares Carneiro, por ter aceito orientar esta pesquisa, cujo tema soa tão exótico dentre os historiadores ainda hoje. Sou grata também à Prof.ª Dra. Arlene Clemesha, pela solicitude, pelo apoio e pela confiança, que tem propiciado um espaço sempre aberto de diálogo sobre o “Orientalismo”. À Prof.ª Dra. Sara Albieri, que me acolheu desde o momento em que a procurei e que não mediu esforços em ajudar. A bolsa de pesquisa que financiou parcialmente esta tese é resultado da sua disposição para o aprimoramento do meu projeto de pesquisa. Ao Prof. Dr. André Gustavo de Melo Araújo, pelas aulas, pelo auxílio e pelo estímulo a reflexões dentro do meu trabalho. Ao Prof. Dr. André Mota, pelas profícuas observações e indicações feitas durante a defesa da tese, cujo teor servirá de estímulo para futuras pesquisas sobre o tema da história e medicina. Não poderia deixar de agradecer, ainda, ao Prof. Dr. Mamede Mustafa Jarouche, que me orientou no Mestrado e que acompanha, desde então, os resultados das minhas pesquisas sobre sexualidade islâmica. Esta tese é resultado de uma série de conversas, trocas, encontros. Por isso, o meu agradecimento às pesquisadoras e amigas Thais Rocha da Silva, Isabelle Somma, Carol Cruxen, Camila Rodrigues e Aline Midori. A sua ajuda acadêmica, aliada à generosidade e ao apoio, foram de grande valor ao longo deste processo. Agradeço também a todas as pesquisadoras e aos pesquisadores do grupo de estudos sobre “Edward Said e a crítica ao Orientalismo”, coordenado pela Prof.ª Arlene Clemesha, que contribuíram para o desenvolvimento das discussões presentes aqui. Agradeço aos meus pais, Lucia e Vilson, que me ensinaram o valor da educação e que não me deixaram esquecer o quanto ela pode ser transformadora; à minha irmã, Natalia, por todo o entusiasmo pelo meu trabalho, e à minha tia Marlene, pelas conversas e pelo zelo. Às amigas e aos amigos de todos os tempos, pelo estímulo e pela alegria. Ao Rodrigo, pelo amor, pelos sonhos, pela inspiração e por transformar as palavras em poesia. Por fim, para alguém que não pôde apreciar uma viagem empírica para falar sobre a viagem, há que se celebrar a possibilidade de “navegar” por um mar de informações em rede. Ou como canta Gilberto Gil, pude aproveitar “a vazante da infomaré”. A pesquisa recebeu fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico [CNPq], a partir de julho de 2013. “Et à dire le vray, qu’est-ce que nostre vie, sinon un voyage perpetuel, qui a son entrée & sa sortie aux deux grandes portes de la nature, la naissance & la mort?”. Le Blanc, Advis au Lecteur Apud M. Harrigan “To travel is the best way to learn and empower yourself”. Yasmina, avó de Fatima Mernissi Apud F. Mernissi, Scheherazade goes West Resumo SOARES, M. J. de O. O harém ao rés do chão: Imaginário europeu e representações médicas sobre o lugar-segredo, 1599-1791. 2014. 389 f. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Propôs-se investigar nesta pesquisa de que modo os autores europeus no período moderno conceituaram e representaram o harém islâmico. Para tanto, foi examinado um conjunto de narrativas de viagem produzidas entre os fins do século XVI e o século XVIII, além de dicionários e enciclopédias da mesma época. Aquelas eram resultado das viagens de europeus – com perfis e projetos distintos – para o Império Otomano, para a Pérsia e para o Norte da África, cujos relatos foram publicados originalmente em língua inglesa e francesa. Dentre os dezesseis relatos de viagem principais analisados aqui, o último deles, publicado em 1791, descrevia a experiência de um médico inglês em dois haréns do Reino de Marrocos. Diante disso, o debate sobre os pressupostos médicos europeus – em contato com as práticas médicas mouras – recebeu especial atenção. Após o exame deste cenário textual, e das indicações sobre a luxúria característica das sociedades islâmicas, buscou-se responder a seguinte questão: em que medida as representações construídas por estes autores teriam incitado um imaginário – sobretudo sexual – acerca do harém? Palavras-chave: Harém islâmico. Narrativa de viagem. Período moderno. Sexualidade. Imaginário. Abstract SOARES, M. J. de O. The closer harem: European Imaginary and medical representations of place-secret, 1599-1791. 2014. 389 f. Doctoral Thesis - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. The purpose of this research is to investigate how the European authors in the modern period conceptualized and represented the Islamic harem. In this sense, we examined a set of travel narratives, produced between the late sixteenth century and the eighteenth century, as well as dictionaries and encyclopedias from the same era. The former were the result of travels undertaken by Europeans – with different profiles and projects – towards the Ottoman Empire, Persia and North Africa, whose accounts were originally published in English and French. Among the sixteen main travel reports analyzed here, the last one published in 1791 described the experience of an English doctor in two harems of Morocco. Thus, the debate about the European medical assumptions – in contact with the Moorish medical practices – received special attention. After examining this textual scenario, and of indications on the characteristic lust of Islamic societies, we sought to answer the following question: the representations constructed by these authors would have incited an imaginary – especially sexual – about the harem? Keywords: Islamic harem. Travel narrative. Modern period. Sexuality. Imaginary. Observações diversas Para fins de esclarecimento, deve-se lembrar que os nomes das cidades descritas pelos viajantes europeus foram grafados conforme são apresentados nas obras, incluindo-se os nomes atuais, quando era este o caso. Ademais, a grafia adotada nos títulos e no interior das narrativas de viagem foi aqui integralmente reproduzida, ainda que isso configure um descompasso em relação à grafia contemporânea destes idiomas. Da mesma maneira, preservou-se a grafia das cidades em que foram publicados os livros consultados nesta pesquisa. Além de ser uma orientação da ABNT, a consulta a tais obras se torna mais fácil. As palavras de origem árabe que estão dicionarizadas em língua portuguesa foram registradas conforme consta do dicionário Houaiss. Quando isso não ocorria, optei por fazer a transliteração de acordo com padronização sugerida por Safa Abou-Chahla Jubran, no artigo “Para uma romanização padronizada em termos árabes em textos de língua portuguesa”. Todas as outras palavras estrangeiras citadas no corpo do texto receberam destaque em itálico. Em virtude do amplo emprego de fontes de viagem ao longo desta pesquisa, optei por traduzir os trechos mencionados para o português. O mesmo foi feito em relação aos dicionários e às enciclopédias utilizados. Os textos originais são citados em nota ao final de cada página. Sumário Introdução............................................................................................................................... 11 CAPÍTULO 1. O harém nas narrativas de viagem ao Levante nos fins do século XVI e no século XVII......................................................................................................................... 20 1.1. O Oriente e o harém nos dicionários europeus.................................................................. 21 1.2. As várias faces do “outro”................................................................................................. 27 1.3. As viagens ao Levante....................................................................................................... 30 1.3.1. Os viajantes ingleses.................................................................................................... 35 1.3.2. Os viajantes franceses.................................................................................................. 56 CAPÍTULO 2. O harém nas narrativas de viagem ao Levante no século XVIII............. 83 2.1. Harém e serralho nos dicionários europeus....................................................................... 83 2.2. Harém e serralho nas narrativas de viagem....................................................................... 88 2.2.1. Narrativas escritas em inglês....................................................................................... 88 2.2.2. Narrativas escritas em francês..................................................................................... 106 2.3. O “outro” na construção da identidade europeia............................................................... 132 CAPÍTULO 3. As narrativas de viagem: estrutura, circulação, representação e imaginário................................................................................................................................ 141 3.1. As viagens em textos impressos........................................................................................ 143 3.2. As similaridades entre os registros de viagem................................................................... 153 3.3. Leituras sobre o harém nas narrativas de viagem.............................................................. 162 3.4. Circulação das ideias......................................................................................................... 165 3.5. Impressões orais nas narrativas de viagem........................................................................ 186 3.6. Do texto às representações autônomas.............................................................................. 195 3.7. Do imaginário.................................................................................................................... 203 CAPÍTULO 4. Um médico no harém: ciência, corpo e poder............................................ 213 4.1. O médico inglês no Reino de Marrocos............................................................................ 214 4.2. A ciência médica: pressupostos mouros, observações europeias...................................... 217 4.3. A luxúria como causa de doenças...................................................................................... 224 4.4. A medicina europeia: práticas leigas, influência árabe e ‘revolução científica’............... 233

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islâmicas, com uma produção literária tão intensa, e com ambições culturais não encontradas antes, então Seu filho, Al-Um'ayyad Muammad (1582–1644), conseguiu expulsar os otomanos da região [Respublica litteraria] – cuja “língua franca” era o latim898, não era formada maciçam
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