Por mais de 3 mil anos, o mar Mediterrâneo foi um dos grandes centros da civilização. Dos tempos de Troia a meados do século XIX, as atividades humanas no mar e em seu entorno moldaram decisivamente o curso da história. O grande mar é o primeiro relato completo do que aconteceu no Mediterrâneo e imediatamente ao seu redor, da construção dos misteriosos templos de Malta, por volta de 3500 a.C., à recente reinvenção da costa como destino turístico. O foco do livro está nos lugares e nos indivíduos, mostrando o grau em que os seres humanos afetaram este ambiente extraordinário. David Abulafia descreve as fervilhantes cidades portuárias que foram particularmente influentes e representativas durante certos períodos — cidades como Amalfi, Alexandria, Veneza, Trieste e Salônica —, as quais, ele argumenta, prosperaram por conta de sua habilidade em permitir que diferentes povos, religiões e identidades coexistissem, às vezes dentro de espaços bastante limitados, até o século XX. O Grande Mar engloba extraordinários período de tempo e geografia, de Gibraltar a Jaffa, de Gênova à Túnis. Em vez de impor uma falsa unidade no mar e na atividade humana que ele sustentou, o livro enfatiza a diversidade — étnica, linguística, religiosa e política —, e traça como ele se tornou “provavelmente o mais vigoroso espaço de interação entre diferentes sociedades da face da Terra”. O autor não fala de política ou de guerra, mas fundamentalmente de seres humanos.