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O GOZO DE DEUS PDF

241 Pages·2010·3.61 MB·Portuguese
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Maruzania Soares Dias O GOZO DE DEUS – Uma análise lacaniana da experiência mística na obra de Marguerite Porete – MESTRADO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO São Paulo 2010 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Maruzania Soares Dias O GOZO DE DEUS – Uma análise lacaniana da experiência mística na obra de Marguerite Porete – Dissertação apresentada à Banca Examinadora como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências da Religião, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Luiz Felipe Pondé. São Paulo 2010 ii Banca Examinadora ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ iii Aos meus pais, que me deram existência antes mesmo do ser e, ao desejarem, lançaram-me na falta-a-ser para que eu mesma pudesse desejar. Às IENS, cuja expressão viva do carisma fundacional, alimenta a audácia da construção da unidade na diversidade e sustenta o enfrentamento dos desafios de nossa sociedade tão fragmentada. iv AGRADECIMENTOS A conclusão desse processo de investimento só foi possível pela rede colaborativa formada por pessoas que também apostaram no trajeto que escolhi para a continuidade de minha formação. Expresso minha profunda gratidão: Aos meus familiares, pelos laços de amor que nos unem, pelo incentivo e pela compreensão quanto às minhas ausências em momentos importantes da vida familiar, nesse período de intensas atividades. Às Irmãs Escolares de Nossa Senhora, especialmente Albânia, Izabel, Marinez, Nadir e Vanete, pelo apoio, carinho e solidariedade no dia-a-dia desse tempo em que necessitei me retirar muitas vezes, para a solidão das leituras e escrita. Aos amigos de todas as horas: Lígia Daher, Mariana Dias, Carmen Ávila, Inês Camiran, Elisabeth Saporiti, Cristina Melchior, Sílmia Sobreira, Sílvia Franco, Silvana Mantelatto, Sandra Bossetto, Rita Vogelaar, Ana Mazzurana, Waldo Schneider, Clélia Alves, Dolores Weber, Maria Mourão, Mazé Santos, Teresinha Meirelles, que me deram suporte e tornaram mais leves os momentos críticos. Dentre estes amigos, um agradecimento especial à Elisabeth pela valiosa contribuição na banca de qualificação desta pesquisa e também pelas traduções e bibliografias indicadas; à Lígia e Cristina por correções do texto. Aos colegas do NEMES (Núcleo de pesquisa de mística e santidade) pelas ricas trocas de idéias, importantes à pesquisa acadêmica, especialmente a Maria José Amaral que fez uma leitura cuidadosa e crítica para o debate de minha pesquisa, quando de sua apresentação no Nemes. Também minha imensa gratidão a Luis Louceiro, pela contribuição com traduções. v Aos colegas do Fórum do Campo Lacaniano – São Paulo, pelos estudos, debates e produções que muito contribuem para a formação contínua do psicanalista e para a transmissão da psicanálise. À Dominique Fingermann, cuja postura ética faz valer o desejo de analista, provocando assim, efeitos de destituição subjetiva. Aos colegas do Instituto Acolher – ITA, que muito investem na construção da clínica analítica. Aqui um especial agradecimento a Pe. João Edênio Valle que, além de dar sustentação à organização dessa instituição, não se cansa de incentivar seus membros a uma contínua formação. À querida Andréa, secretária do departamento de Ciências da Religião, pela disponibilidade e pela generosidade em atender às minhas solicitações e de tantos outros que, diariamente, passam por sua sala e lá encontram um espaço de verdadeira acolhida. Aos Professores do Programa Ciências da Religião, pela seriedade com que desenvolvem suas linhas de pesquisa e pelo espaço sempre aberto para o debate. Ao caro Orientador Luiz Felipe Pondé, de quem muito recebi antes mesmo do primeiro “empurrão” para o retorno à vida acadêmica. Sua sagacidade impulsiona e sua sabedoria desconserta. Quem tiver ouvidos, ouça! Também minha imensa gratidão à instituição que me concedeu a bolsa de estudos, possibilitando assim a realização do mestrado. Embora essa instituição prefira manter o anonimato, quero expressar publicamente que seu ato de generosidade e investimento na formação de lideranças, foi fundamental para meus estudos. Ainda um agradecimento às pessoas que não foram nomeadas, mas que se fizeram presente de diversas maneiras. vi RESUMO A presente dissertação analisa, pela abordagem da psicanálise lacaniana, o gozo de Deus na obra de Marguerite Porete, O Espelho das Almas Simples e Aniquiladas e que Permanecem Somente na Vontade e no Desejo do Amor. O objetivo foi compreender o gozo místico como uma face do gozo feminino e averiguar a hipótese de ser o gozo místico na obra de Porete um gozo estabelecido numa posição ética. A mística encontrada neste livro instigante, escrito na linguagem do Amor Cortês e desenvolvido numa alegoria que aborda o itinerário da protagonista Alma em sua busca da perfeita união com Deus, é sustentada pelos pressupostos da mística apofática – dinâmica da mística cristã que se expressa como experiência de esvaziamento. Sem nada reter de seu, a Alma torna-se nada. A experiência do êxtase místico permite, por um breve momento, o gozo de Deus, o gozo dessa glorificação, onde tempo e eternidade se fundem como um istmo que vincula o criado e o incriado. Ao demonstrar a centralidade do gozo na economia subjetiva, a psicanálise lacaniana estabeleceu o campo do gozo e reformulou a diferença entre os sexos possibilitando um lugar até então inexistente para o feminino: a lógica do não-todo fálico, onde há um mais-gozar, um gozo que vai além da referência fálica. Dado que esse gozo do Outro é impossível de simbolizar, temos o amor como suplência à inexistência da relação sexual, uma vez que a lógica lacaniana vai nos mostrar que , enquanto categoria universal, “A Mulher não existe”, que é correlato do enunciado “não há relação sexual”, isto é, “não há proporção sexual”. Palavras-chave: Gozo. Gozo de Deus. Gozo místico. Ética do gozo. Nadificação. A Mulher não existe. Não há relação sexual. Lacan. Marguerite Porete. vii ABSTRACT This dissertation examines, from the perspective of Lacanian psychoanalysis, the jouissance of God in the work of Marguerite Porete, The Mirror of Simple Souls. The aim was to understand the mystical jouissance as a face of jouissance feminine and to investigate the hypothesis of the mystical jouissance in the work of Porete considered as ethical jouissance. The mystique found in this compelling book, written in the language of Courtly Love and developed as an allegory that addresses the itinerary of the protagonist Alma in her search of the perfect union with God, is sustained by the assumptions of apophatic mysticism - the dynamics of Christian mystical experience that is expressed as of empty budget. With nothing to hold her, the soul becomes nothing. The experience of mystical ecstasy allows, for a brief moment, the jouissance of God, the jouissance of this glorification, where time and eternity come together as a causeway linking the created and uncreated. By demonstrating the centrality of jouissance in the subjective economy, Lacanian psychoanalysis has established the field of jouissance and reformulated the difference between the genders providing a place that, until now, never existed for females: the logic of all-non phallic, where there is a plus-de-jouir, a jouissance that goes beyond the phallic reference. As this Other's jouissance is impossible to symbolize, we have the love as a substitute to the lack of sexual relationship between sex, given that logic Lacanian will show us that “Woman does not exist”1, while universal category, which is a correlate of the enunciation “there is no sexual relationship”, therefore, “that is no sexual proportion”. Keywords: Jouissance. Jouissance of God. Mystic jouissance. Ethics of jouissance. Nihilation. Woman does not exist. There is no sexual relationship. Lacan. Marguerite Porete. 1 "Woman does not exist" (la femme n'existe pas), it can be rephrases as "there is no such thing as Woman" (il n'y a pas La femme). viii Sei que há um prazer violento que se chama gozar. Adivinhei-o noutros tempos, num momento de embriaguez... é quando a alma se conhece a si própria. Paul Valéry2 2 VALÉRY, Paul. In Disponível em: http://www.pensador.info/poemas_paul_valery/ (acesso: 12/08/2010) ix SUMÁRIO Pág. Introdução .................................................................................................................... 1 Capítulo I – Espiritualidade na Idade Média Ocidental: o lugar da mulher na tradição mística ...................................................................................... 16 1.1. Introdução .....................................................................................................16 1.2. Gênese da Espiritualidade Medieval ............................................................19 1.3. Volta ao Antigo Testamento .........................................................................20 1.4. Uma civilização da liturgia e o moralismo carolíngio ..................................23 1.5. Religiosidade popular e espiritualidade cristã ..............................................25 1.6. Espiritualidade monástica e feudal ...............................................................26 1.7. Os novos tempos e suas repercussões na vida espiritual ..............................30 1.8. Beguinas e seu papel no florescimento da mística .......................................40 Capítulo II – Itinerário Místico na obra de Marguerite Porete ......................................49 2.1. Introdução .....................................................................................................49 2.2. Marguerite Porete: mulher que renasce das cinzas pela Letra ......................52 2.3. O Espelho das Almas Simples e Nadificadas ...............................................59 2.4. A Alma e seu itinerário .................................................................................79 2.5. O Espelho: Imago Dei ..................................................................................85 2.6. Fazer Um em Deus .......................................................................................90 Capítulo III – O Gozo para o Sujeito do Inconsciente ...................................................95 3.1. Introdução .....................................................................................................96 3.2. Verdade, saber e constituição do sujeito .......................................................98 3.3. Inconsciente e linguagem ...........................................................................101 3.3.1. Saber sobre o não-sabido .............................................................101 3.3.2. Sujeito de um significante e seu eco no corpo .............................103 3.3.3. Relações do sujeito com a rede significante e com o gozo ..........108 3.4. Linguagem e gozo ......................................................................................113 x

Description:
das mãos, passa a fazer uso da unção (ritual encontrado no Antigo Tetamento, Números 3,3), tornando o os bispos que lhe conferem a unção exercem ascendência sobre ele. A realeza Souls as „those who are planted by the Father‟ and who come into this world descending from perfection to.
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