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O gênero Casearia no estado do Rio de Janeiro, Brasil PDF

2007·12.7 MB·Portuguese
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O gênero Casearia no estado do Rio de Janeiro, Brasil1 Ronaldo Marquete23 & Angela Maria Studart da Fonseca Vaz2 Resumo (O gênero Casearia no estado doRiode Janeiro, Brasil) O tratamento taxonômico das espécies do gênero Casearia ocorrentes no estado do Rio de Janeiro é apresentado. Foram realizadas observações de campo, coleta de material botânico e análise de coleções de herbários nacionais e internacionais. São apresentados chave de identificação, descrições, ilustrações, dados sobre distribuição geográfica, floração e frutificação, nomesvulgaresecomentáriosarespeitodecadatáxon.Dozeespéciesforamreconhecidas: Caseariaarbórea, C. commersoniana, C. decandra,C. lasiophylla, C. luetzelburgii, C. melliodora,C. obliqua, C. oblongifolia, C.pauciflora, C. selloana, C. sessiliflorae C. sylvestris. C. luetzelburgiie C. selloana sãoregistradascomo novasocorrências noRiodeJaneiro, enquanto C. sessilifloraéendêmicaparaoestado. Casearia sylvestris var. lingua foi tratadacomo sinônimo de Casearia sylvestris. Palavras-chave:Florística,Flacourtiaceae,Taxonomia,Salicaceae,Samydaceae. Abstract (The genus Casearia inthe StateofRiodeJaneiro, Brazil) The taxonomictreatmentofthegenus Casearia Jacq.intheStateofRiodeJaneiro,Brazil,ispresented.Thestudyisbasedonfieldworkaswellasonnational andintemationalherbariumcollections.Descriptions,identificationkey,illustrations,geographicdistribution, floweringandfruitingtimes,vernacularnamesandcommentsabouteachtaxonarepresented.Twelvespecies were recognized: Casearia arbórea, C. commersoniana, C. decandra, C. lasiophylla, C. luetzelburgii, C. melliodora, C.obliqua,C. oblongifolia C.pauciflora,C. selloana,C.sessiliflora,C. sylvestris.Furthermore, , CasearialuetzelburgiiandC. selloanaarenewrecordsforRiodeJaneiro,whileC. sessilifloraisendemicto the state. Casearia sylvestris var. lingua was treated as a synonym ofCasearia sylvestris. Keywords:Floristics,Flacourtiaceae,Taxonomy,Salicaceae,Samydaceae. Introdução Flacourtiaceae, enquanto Sleumer (1950, Flacourtiaceae senso lato, compreende 1953 e 1980) manteve-o em Flacourtiaceae, cerca de 86 gêneros e mais de 800 espécies, excluindo porém, os gêneros Bixa e distribuídas nas Américas, África, Ásia, Cochlospermum. Judd etal. (2002) e APG II Malásia, Austrália e ilhas do Pacífico (Klein (2003), com base em estudos de biologia & Sleumer 1984). No Brasil, afamíliapossui molecular,reconhecemas diferentes tribos de 21 gêneros e 117 espécies distribuídas nos Flacourtiaceae em nível de família. Alford diferentesecossistemasbrasileiros,comgrande (2003), por sua vez, apresenta uma nova capacidade de adaptação ao meio (Klein & circunscrição em Flacourtiaceae mantendo Sleumer 1984). Berberidopsidaceae, Lacistemataceae, OgêneroCaseariatemsidosubordinado Samydaceae (incluindo Casearia), Salicaceae adiferentesfamílias,doséculoXIXaosnossos e outras famílias à parte. dias, de acordo com conceitos diferenciados OgêneroCaseariafoidescritoporJacquin adotadosporváriosautores.DeCandolle(1825) (1760), sob o basiônimo de Samyda nitida L. eHooker(1867)oconsideraramcomoumgênero e foi incluído na tribo Casearieae. Além de de Samydaceae; Eichler (1871) de Bixaceae; ser bem representado na flora brasileira, este Warburg(1894),Gilg(1925)eMacbride(1941) gênero destaca-se por sua importância incluíram, também, os gêneros Bixa e econômica. São plantas com uso medicinal Cochlospermum na circunscrição da família (Siqueira1981, 1988),utilizadascomodepurativas Artigorecebidoem02/2006.Aceitoparapublicaçãoem02/2007. 'PartedaDissertação deMestradodoprimeiroautordesenvolvidanaENBT/JBRJ. 3InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística/PesquisadoresdoConvênioIBGE/JBRJ,noInstitutodePesquisasJardim BotânicodoRiodeJaneiro. 3Correspondência:RuaPachecoLeão915,22460-030,RiodeJaneiro-RJ,Brasil,[email protected] SciELO/ JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 .. 706 Marquete R & Vaz A M S F , . , . . . . do sangue e, também, o suco de suas folhas vegetacionais e para as legendas usadas no & servempara mordeduras de cobras (Torres quadro de distribuição geográfica foram Yamamoto 1986; Borges 1997). Segundo utilizadososconceitosdeVelosoetal.(1991). Sanchotene (1989) podem ser utilizadas em logradouros públicos, por apresentarem porte Resultados e Discussão médio e sistema radicular profundo, não Tratamento Taxonômico afetando as calçadas. Sua madeira tem Casearia Jacq., Enum. Syst. Pl. 4:21.1760; utilidadecomercial,podendoserutilizadacomo Select. Stirp. Amer. Hist. 132, t.85. 1763; lenha, construção civiletambémtrabalhos de Eichler in C.P. von Martius, Fl. bras. 13(1): marcenaria (Marchiori 1997). 457. 1871; Gilg in Engler & Prantl, Nat. Do ponto de vista da interação planta- Pflazenfam. ed. 2,21: 451. 1925; Sleumer, Fl. animal, asespéciessãodispersasporavesque Neotrópica22: 280. 1980. consomemsuas sementes (Sanchotene 1989). Isto provavelmente, explica sua grande Espécie tipo: Casearia nitida (L.) Jacq. dispersão pelo neotrópico. Suas flores Arvores,arbustosousubarbustos,tronco apresentam néctar aromático o que atrai uma de casca lisa a fissurada; ramos cilíndricos, grande quantidade de visitantes (insetos). patentes, levemente flexuosos a eretos, cor Este trabalho apresenta o estudo do acinzentadaouamarronzada;estipulasovadas gênero Casearia no estado do Rio deJaneiro, a subuladas, caducas ou persistentes; folhas explorandoaspectostaxonômicos,morfológicos dísticas, alternas, com ou sem pontos etraços e a distribuição das espécies nas diferentes translúcidos,pecíolosubcilíndricoacilíndrico formações vegetacionais. ou canaliculado; inflorescências axilares, fasciculadasouemglomérulos,multiflorasou MaterialeMétodos paucifloras; flores hermafroditas, pequenas, Foram analisados as coleções dos pedicelos não articulados a articulados acima seguintes herbários: G, K, BM, NY, F, P, R, da base, esverdeadas, sépalas 5, livres ou RB, S, A, B, FCAB, GUA, HB, IAC, M, R, soldadas na base, reflexas na antese, estames RB, RBR, RFA, RFFP, RUSU (Holmgren et 8-10,unisseriados,perigíneos,filetesfiliformes al. 1990) e foram realizadas expedições a oucilíndricos,conatosaodisconabase,anteras váriosmunicípiosdoestadodoRiodeJaneiro rimosas, oblongas a globosas, geralmente emdiferentesépocasdoano.Alémdomaterial glândulasnoápice,lobosdodiscoclaviformes, para herborização, flores e frutos foram geralmente alternos aos estames, ovário conservadosemálcool70%comglicerinapara súpero, unilocular, tricarpelar, placentação observação,descriçãomorfológicaeilustração parietal, óvulos poucos a numerosos, estilete de suas estruturas. inteirooutrífido noápice,estigma simples ou Os desenhos de macromorfologia foram trilobado no ápice, globoso ou capitado; fruto realizadosemmicroscópioCariZeiss(equipado cápsula,globosa,obovadaaobovado-oblonga, com câmara clara) em diferentes escalas de trivalvar, sépalas persistentes. aumento.Paraobservaçãomorfológicaexterna foram utilizados os conceitos de Lawrence Este gênero distribui-se nas regiões (1951), Rizzini (1977)eStearn (1983). tropicaisdetodoomundo,possuindocercade Os pontos de coleta foram plotados em 180 espécies (Sleumer 1980). No Brasil, mapasdoestadodoRiodeJaneirocedidospelo encontramos cerca de 45 espécies, sendo 19 Programa Mata Atlântica do Jardim Botânico restritasaoterritóriobrasileiroe25comampla do Rio de Janeiro, utilizando-se a localização distribuição. No estado do Rio de Janeiro geográfica fornecida pelo sítio do IBGE: encontramos 12 espécies. www.ibge.gov.br/cidades/sat/. Paraasformações Rodriguésia 58 (4): 705-738. 2007 SciELO/JBRJ 13 14 15 16 17 18 19 . CasearianoestadodoRiodeJaneiro 107 Chave para identificação das espécies de Casearia no Rio de Janeiro 1 Inflorescências em glomérulos. 2. Lâminasfoliarescoriáceas;inflorescênciasmultifloras,florespediceladas,estiletetripartido C. selloana 4. 2’. Lâminas foliares membranáceas; inflorescências paucifloras, flores sésseis a subsésseis, 5. estileteinteiro C. sessiliflora 1’. Inflorescências em fascículos. 3. Inflorescências pedunculadas a curto-pedunculadas. Florescomestileteinteiro C. arbórea 4’ Florescomestiletetripartidooutrífido. . 6. Ramos densamente lenticelados; lâmina glabra, ápice da lâmina agudo, 7. subacuminado a levemente obtuso, pontos e traços translúcidos dispersos na lâmina; sementesvilosas,arilofibrosoglabro C. luetzelburgii 5\ Ramos esparsamente lenticelados; lâmina levemente puberulenta na nervura 8. primáriaaglabrescente,ápicedalâminalongo-acuminadoafalcado,pontosetraços translúcidos densamente dispersos nalâmina, mais densos nos bordos; semente esparsamentehirsuta, arilofibrosocom indumentoviloso C. obliqua 3’. Inflorescências sésseis. Folhas coriáceas, lâmina glabra ou levemente pilosa na nervuraprimária. 9. Ápicedalâminalargamenteacuminadoaatenuado;anterascomglândulaapical c diminuta •' oblongifolia 1’. Ápicedalâminaacuminado,agudoacurtamenteacuminado;anterasemglândula apical. 10. Lâmina com pontos e traços translúcidos não visíveis a olho nu; lobos do disco entre os filetes e o ovário; estilete trífido, esparsamente piloso C. commersoniana ; 8’. Lâminacompontosetraçostranslúcidosdispersos(maisvisíveisnosbordos d1a1.lâmina); lobos do disco intercalados com os filetes; estilete inteiro, esparsamente pubescente C- tnelliodora 6’. Folhas cartáceas ou membranáceas, lâmina glabra ou vilosa, raramente pubescente na nervura primária. Lâminamembranácea; ovárioglabro,estigmatrilobado C. sylvestris 9’ Lâminacartácea; ováriopiloso,estigmainteiro. . Lâminavilosaemambasasfaces;botõesvilosos;ovárioparcialmentepiloso, até a metade superior C. lasiophylla 10’. Lâmina glabra ou com indumento hirsuto-velutino sobre as nervuras ou raramente, pubescente sobre a nervura principal a glabrescente; botões tomentosos;ováriototalmentevilosoahíspido-viloso. Base da lâmina cuneada a^evemente assimétrica; brácteas glabras; filetes com base tomentosa, estilete esparsamente viloso C. decandra 11’. Basedalâminaatenuada;brácteaspilosas;filetesglabros,estileteglabro C. pauciflora Rodriguésia 58 (4): 705-738. 2007 SciELO/JBRJ 13 14 15 16 17 18 19 708 Marquete,R.& Vaz,A.M. S. F. 1. Casearia arbórea (Rich.) Urb., Symb. Nome vulgar: imbiú amarelo, canela, Antill.4(3):421. 1910. Figs. 1, 13a Materialselecionado:BRASIL.RIODEJANEIRO: Arvore (3—)5—14(—15) m alt., tronco CachoeiradeMacacu,INCRA, 16.XI.1983,fl.efr., com casca lisa a levemente estriada, marrom M. C. Viannaetal. 1631(GUA);DuasBarras,Faz. extemamente, amarela intemamente; ramos JucaMonerat, 13.XII.1988, bt.,/. P. P. Carautaet inermes,delgados,flexuosos,velutinosnoápice, al. 5689 (GUA); Duque de Caxias, Reserva da glabrescente na base, marrons, esparsamente Petrobrás, 17.X.2001,bt„S.J.SilvaNetoetal. 1497 lenticelados;estipulas4-6x0,5-1 mm,lineares b(tR.B,)M;.MLaechaém,anPiectoald.o2F5ra(dReB)d;eMMaagcéa/éC,ac22h.oXe.i1r9a8d5e, a estreitamente ovadas, caducas; velutinas. Macacu, Estação Ecológica Estadual de Paraíso, Folhas persistentes, pecíolo 2-6x 1-1,5 mm, 16.VII.1992,bt. efr., C. M. Vieiraetal. 227(RB); cilíndrico,velutino,delgado,lâmina4-11 x 1,6— Mangaratiba,IlhadeMarambaia,20.III.2001,bt.e 2,9 cm, cartácea, discolor verde, oblongo- fl.,L.F.T.Menezes806(RBR);NovaFriburgo,ign., lanceolada a oblongo-elíptica, tomentosa em 21.XI.1881, bt. e fl.,A. F. M. Glaziou 13404 (R); ambasasfaces,maisdensaabaxialmente,ápice Petrópolis, Retiro, XI.1943, bt., O. C. Góes & E. acuminado com ponta agudamente rostrada, Dionísio 713 (RB); Pirai, RepresadeRibeirãodas basearredondada-cuneadalevemente atenuada, Lages,5.1.1989,est.,M.R.Barbosas.n.(RBR6909); bordos serreados com dentes curtos, pontos RiodeJaneiro,Tijuca-Corcovado,X.1836,fl„Sello e traços translúcidos dispersos na lâmina, 5- 284405((RR));;CRoirocdoavsaOdsot,ra8s.,X.R1E8B65I,OflU.,nAi.ãoF.,M2.7.GIlXa.z2i0o0,u 8(—10) pares de nervuras secundárias bt.efl.,/.M.A.Braga6304(RB);SãoJosédoVale ascendentes, reticulado das veias e vênulas doRioPreto,FazendaBelém, 1.VIII.2000,bt.efl.,F. denso, mais proeminentes na face abaxial. M.B.Pereira29/24(RFA);SilvaJardim,REBIOde Inflorescências fasciculadas, multifloras, PoçodasAntas,5.IT.1993,bt.,A. Piratiningaetal. denso-tomentosas, pedunculadas, 2-4 mm 26(RB);Teresópolis,SerradosÓrgãos,20.X.1974, compr.;brácteasebractéolasdiminutaselivres bt.,fl.efr.,P. Occhioni6374(RFA);Valença,Barão nabasedospedicelos, subuladas,tomentosas; deJuparanã,9.V.2000,bt.efl.,M.L. C. V.Spolidoro pedicelos ca. 3 mm compr., cilíndricos e et al. 107 (RB); Varre-Sai, 8.VII.2004, bt., R. delgados, articulados noterço inferior, denso- Marqueteetal. 3503 (RB). Distribuição geográfica e habitat: desde a tomentosos; botões globosos a alongados, tomentosos;sépalas3-4x 1,5-2mm,soldadas GuatemalaatéaBolíviaeBrasil:AM,RR,RO, PA,AP, MG, GO, MA, CE, PE, BA, MG, ES, na base, ovadas, esverdeadas, extemamente RJ e SP. Encontradaemvegetação secundária tomentosas e internamente com tricomas adpressos, alvacentos em ambas as faces; emáreas deflorestaombrófiladensade terras mm baixas, na borda alterada sobre monte estames 10, filetes ca. 2 compr., livres, mamelonar em planície quaternária; floresta velutinos na base, anteras ovóides, glândula ombrófila densa baixo montana; floresta apical arredondada no dorso; lobos do disco mm ombrófila densa submontana; floresta ca. 1,5 compr., clavados, densamente estacionai semidecídual montana; floresta de velutinos no ápice e glabrescentes na base, galeria,florestasemidecídualemtransiçãopara soldados na base e alternados com os filetes; savana ou campo. Pode ocorrer desde baixas ováriooblongo-ovado,glabro;estileteinteiro, altitudes até cerca de 1600 m. No estado do espesso, densamente piloso na inserção do Rio de Janeiro, C. arbórea ocorre com maior ovário e glabrescente para o ápice; estilete freqüênciaemvegetaçãodeflorestaombrófda inteiro, estigma inteiro, capitado a levemente densa e floresta estacionai semidecídual com globoso,tricomashirsutos. Fruto7x3,5 mm, variação altitudinal e na composição do solo, imaturo ovóide, glabro, vinoso-esverdeado, sendo mais encontradano interiorda floresta. sementes2x 1,5mm,oblongas,testafoveolada Espécieheliófilaoudeluzdifusa. (escrobiculadas), arilo franjado, amarelado, Dados fenológicos: botões e flores de abril cobrindo parcialmente a semente. atédezembro,podendochegarajaneiro. Fruto Rodríguésia 58 (4): 705-738. 2007 JSciELO/JBRJ 13 14 15 16 17 18 19 CasearianoestadodoRiodeJaneiro 709 Figura1-Caseariaarbórea-a.ramocombotãoeflores;b.ramocomfloresefrutos;c.botõesflorais;d.floraberta;e. gineceucomcortelongitudinaldoovário;f.fruto;g. sementecomtestaescrobiculadaearilofranjado;h.estipula;i. detalhedamargemfoliar,(a-e,iMarquete2970\f,gMarquete3453;hMarquete3457) Rodriguésia 58 (4): 705-738. 2007 7]o Marquete, R.& Vaz,4. M. S. F. imaturo nosmesesdejaneiro,julho, setembro brácteas e bractéolas 2 x 2,5 mm, ovadas, mm e outubro. esparsamente velutinas, pedicelos 4—5 As árvores observadas apresentavam-se compr.,cilíndricos,delgados,articuladospróximo com o tronco único que se ramifica no ápice a base, tomentosos; botões subglobosos, ou em alguns casos, dividido deste a base em tomentosos; sépalas 2-5 x 2-2,5 mm, livres, quatro ou em três troncos que'se separam do ovadas, alvo-esverdeadas, tomentosas; m principal a ca. 3 de sua altura. estames 10,livres,alvo-esverdeadoseexterno® mm Casearia arbórea é próxima de C. ao disco; filetes 4-5 compr., levemente ulmifolia Vahl ex Ventenat pelo hábito, alargados na base, glabros, anteras oblongas, mm separando-se tenuemente pela pilosidade e sem glândula apical; lobos do disco 1,5 bordo das folhas. Sleumer (1980) menciona compr.,oblongo-clavados,intermediáriosentre que existem formas intermediárias, que às osfileteseoovário,alvo-amarelados,densamente vezes são difíceis de serem separadas. O pilososnoápiceeglabrescentesparabase;ovário mesmo é considerado para C. grandiflora levementeovadoasubgloboso,densamentepiloso; Cambess.,quequandoestérilouembotão,pode estiletecilíndrico,tripartidonoápice,esparsamente ser confundida com C. arbórea. Torres & piloso, estigmascapitados. Fruto7—10(—14) x Yamamoto (1986), estudando as espécies do 5(—9)mm,subovado,levementeoblongoaelíptico, estado de São Paulo, concordaram com imaturo verde, maduro negro a avermelhado, Sleumer(1980)quantoaomaterialvegetativo, esparsamente piloso; sementes 2 (—6)—3 mm, mas .as separaram principalmente pela esféricas a obovadas, amarelo-avermelhadas; inflorescência, florebractéolas,quandofértil. arilocarnoso,alvo. Nome vulgar: sapucainha 2. Casearia commersoniana Cambess. in Materialselecionado: BRASIL.RIODEJANEIRO: Saint-Hilaire, Fl. Bras. Merid. 2: 235. 1829. Angra dos Reis, Rebio Estadual da Praia do Sul, Figs. 2, 13b 14.V.1985,bt.efl.,R.Ribeiro628(GUA);BomJesus com Acravsocraetlaisoauaarlbeuvsetmoen1,t5e-8emstrailta.d,at,rocnocro fdlo.,ICt.abMa.poRainzaz,inciac1h5o0ei(raGUdaA.FRuFmAaç)a;,C2ac1.hVoIeIiI.ra19s8d2e, Macacu, fazendadoMatão, I8.IV.2000,bt.efl.,F. amarronzadaacinza,subcorticosa;ramosinermes, M.B. Pereira261 (RFA);Cantagalo,8.XII.1979,fi., superiorescomabaseglabraalevementepilosos L. E. Mello-Filho 5269 (R); Duque de Caxias, noápice,acinzentados,esparsamentelenticelados; 5.VII.1938,bt.,A.Passarelli125(R);Guapimirim, estipulas 2-5,5 x 1 mm, linear-lanceoladas a fazendaConsorciadas, 19.VIII.2000,fl.efr.,F.M.B. subuladas, caducas; tomentosas. Folhas Pereira 07/29 (RFA); Itaguaí, Coroa Grande, mm persistentes; pecíolo3-7 compr.,glabroa 26.VI.1957,bt.efl.,4.P.Duarte4461 (RB);Macaé, levemente piloso em alguns exemplares, distritodeFrade,5.VI.2000,bt.efl.,M. G.Boviniet espesso; lâmina 7-14,4.x 3-6 cm, coriácea, al. 1844. (RB,RUSU); Magé/Cachoeiras de quando jovem cartácea, discolor verde, às Macacu, Estação Ecológica Estadual de Paraíso, vezespoucodistinguívelnestatonalidade,nítida 16.X.1984, fr., H. C. Lima et al. 2196 (RB); adaxialmente, obovado-oblonga, cuneado- Mangaratiba,IlhadeMarambaia,5.1.1986,fl.efr., E. M. Occhioni 487 (RFA,RUSU); Niterói, áIpaincceeoalagduadoa alacrugratmaemnetnetelaancceuomliandaad,og;labbarsae; 20.VIII.1936,bt.efl.,LXaviers.n.(RBR6933);Nova Friburgo, 1.XII.1935,fr„B.Lutz985(R);Paracambi, obtusa a cuneada; bordos espaçadamente fazendadoSr.AntonioMoura,21.VI.1988,bt.,D. F. serrados; traços e pontuações não visíveis Lima et al. 79 (GUA); Petrópolis, estrada Rio- contraaluz,3-5paresdenervurassecundárias Petrópolis,27.IV.1938,est.,H.Monteiro-Filho1847 ascendentes, reticulado das veias e vênulas (RBR); Pirai, Represa de Ribeirão das Lages, densos, mais proeminente na face abaxial. 17.1V.1991,bL,/.M.Silva34b(RBR);RiodeJaneiro, Inllorescências fasciculadas, 6-1 1 flores ou ign. s.d., fi.efr.,A. St. HilaireC2. n. 45(Holótipo mais, sésseis, tomentosas, alvo-esverdeadas; P,fotoF34894);Corcovado, 15.IX.1867,fl.efr.,4. Rodriguésia 58 (4): 705-738. 2007 -SciELO/ JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. CasearianoestadodoRiodeJaneiro 711 Figura2-Caseariacommersoniana- a.ramoembotãoeflores; b. ramocomfrutosjovensemaduros;c. bráctea; d.botãofloral;e.floraberta;f.frutoaberto;g.semente;h.estipulas(ambasasfaces);i.detalhedamargemfoliar.(a,c- e, i Brade 18563;b, f,gMarquete 1991;hPeixoto33). Rodriguésia 58 (4): 705-738. 2007 1 712 Marquete, R.& Vaz,A. M. S. F. F. M. Glaziou 1507 (R); Seropédica, Itaguaí, observou-se que a maioria dos indivíduos 25.XI.1941, fr., L Barroso & H. Monteiro-Filho colecionados tinha tronco bifurcado desde a 2425(RBR);SilvaJardim,REBIOPoçodasAntas, base e, na maioria das vezes, se encontravam 16.VI.1994, bt., D. S. Faria et al. 258 (RB); em terreno de encosta levemente íngreme e Teresópolis, Serra dos Órgãos, 1.1976, bt., P. muito visitadas porformigas na antese. Occhioni 7875 (RFA). Distribuição geográfica e habitat; do 3. Casearia decandra Jacq., En. Pl. Carib. México até o Brasil: AM, RR, PA AP, MT, 21.1760. Figs.3, 13c MA,PI,PE,AL, BA,MG,ES eRJ.Vegetação Árvore (3—)8—18(—20) m alt.; tronco secundária, floresta ombrófila densa com casca lisa, cor acinzentada; ramos submontana ou de terras baixas degradadas, inermes, eretos, base glabrescente, ápice floresta ciliar, floresta de galeria, floresta puberulento,marrom-acinzentada,esparsamente semidecídual,florestadetransiçãocomsavana lenticelados; estipulas 7 x0,5 mm, subuladas, arbórea, savana (cerrado), savana estépica esparsamente pubescentes no ápice, (caatinga), vegetaçãocom influênciamarinha emergênciasglandularesnos bordos,caducas. (restinga): em beira de moita, ilhas de Folhas parcialmente decíduas na floração; vegetação ou em floresta. No estado do Rio pecíolo 2-5 mm compr., subcilíndrico, de Janeiro, Casearia commersoniana ocorre puberulento,delgado; lâmina5-7(-9)x2^4, commaiorfreqüênciaemvegetaçãodefloresta cm, cartácea (quando jovem membranácea), ombrófila densa e apresenta poucos discolor verde, raramente pubescente na representantes em floresta estacionai nervura primária a glabrescente, lanceolada a semidecídual e vegetação de influência oblongo-lanceolada; ápicelongoacuminadoa marinha.Apresentaumavariaçãoaltitudinale acuminado; base cuneada a levemente na composição do solo, mas ocorre também assimétrica; bordos serreados acrenados com em área degradada, geralmente em locais dentesde0,5mm,levementerevolutos,poucos íngremes. Espéciedeluzdifusa,nãoatingindo dentes na base; pontos e traços dispersos na o dossel da floresta. lâmina,4—6(—7)paresdenervurassecundárias Dados fenológicos: botões e flores são ascendentes, reticulado das veias e vênulas encontrados de janeiro a novembro e frutos laxos, pouco proeminenteem ambas as faces. imaturosemadurossãomaiscolecionadosnos Inflorescências fasciculadas, 4-8 flores, meses dejulho aoutubro. fortemente aromáticas, tomentosas, sésseis; Sleumer (1980) considerou Casearia brácteasebractéolas 1-1,5x 1 mm,coriáceas, commersoniana, C. javitensis H.B.K. e C. ovadas a escamosas (conchiformes), spruceana Benth. ex Eichler, como espécies bractéolas na base do pedicelo, glabras, próximas, separando-as somente por poucos pedicelos ca. 4 mm compr., cilíndricos, caracteresfloraisefrutíferos. Vegetativamente articulados na base, laxamente tomentosos. estes três táxons são muito difícies de serem Botões obovado-oblongos aoblongo-ovados, separados. Já Olson et al. (1999) trabalhou tomentosos, sépalas ca. 3 x 1 mm, curtamente essas espécies e separou-as com detalhes de soldadas na base, oblongo-lanceoladas, flores e frutos, mas confrontando as chaves esverdeadas, extemamente laxo-tomentosas; observamos, que este confundiu as mm estames 10, filetes 1(—2,5) compr., livres, características de C. commersoniana com C. base tomentosa, glabro para o ápice, anteras spruceana, no que concerne, principalmente globosas, sem glândulas apicais (amarelas ao número de estames. quando secas),lobosdodisco0,5 mmcompr., No material examinado, os frutos de C. oblongo-clavados, soldados na base, alternos commersonianaapresentamapenasumasemente com os filetes, amarelos quando secos, desenvolvidaeasoutrasatrofiadas.Nocampo. tomentosos, ovário ovado a oblongo-ovado, Rodriguésia 58 (4): 705-738. 2007 !scíelo/jbrj CasearianoestadodoRiodeJaneiro 713 Figura3-Caseariadecandra-a.ramocomintlorescênciaembotão;b. ramoemflorcomfolhasjovens;c.ramocom frutos;d.estipulas(ambasasfaces);e. inflorescênciaembotões;f.floraberta;g.gineceu;h.detalhedasépalacomlobos dodiscointercaladoscomosfiletes;i. fruto;j. sementecomarilo;k.embriãoreto. (c,i-kMarquete281; a, eMarquete 3377 b,d, f-h Vieira433) ; Rodriguésia 58 (4): 705-738. 2007 SciELO/ JBRJ cm 13 14 .. 4 71 Marquete,R.&Vaz,A. M.S.F. viloso; estilete inteiro, delgado, esparsamente floresaromáticas. Osexemplaresexaminados viloso,estigmainteiro,capitado,piloso.Fruto apresentaram apenas uma semente dentro da 1,3-1,5 x 1,3-1,5 cm, imaturo verde, maduro cápsula. Segundo Kuhlmann & Kuhn (1947), amareloavinoso,globoso,indumentopróximo as flores são muito visitadas por abelhas e aoestilete vestigial e nabasejunto às sépalas, outros insetose os frutosfazem parte dadieta sementes3-5,7x6,5mm,poliédricas,testalisa, dos macacos (guaribas), o que se confirmou ariloamarelo,delgado,cobrindoparcialmente noexamedas amostras dos seusescrementos. a semente, sendo mais crasso na parte reta; embrião5,5-7,5 x5,5-6,5 mm, reto, amarelo, 4 - Casearia lasiophyllaEichler in Mart. & cotilédonesfoliáceos,arredondadosacordados Eichler, Fl. bras. 13(1):468, t. 94. 1871. juntoaoeixo. Figs.4, 13d Nome vulgar: anavinga (SP) Arbusto a árvore pequena 2,5 a 3 m Materialselecionado:BRASIL.RIODEJANEIRO: alt.; ramos inermes, levemente estriados, Campos dos Goytacazes, 20.IX.2000, fl., J. M. A. glabrosnabase,pilososparaoápice, marrons, Braga &G.R.Rabelo 6248(RB);Itatiaia, 1918,P. denso-lenticelados; estipulas 5 x 1 mm, C. Porto s.n. (RB 10599); Mendes, Fazenda São estreitamente lanceoladas a subuladas, J6o3s1éd(aRsUPSaUin)e;iraNso,v1a1.IFXr.i1b9u9r3g,ob,t.Geifnl.á,sJi.oM.AnAc.hBireatga,a persitentesnosramosjovens,vilosas,caducas. 1.XII.1953, J.G. Kuhlmann s.n. (RB 102307); Folhmasmcom caducifolia na floração; pecíolo Petrópolis,Itaipava, 14.IX.1946, P. Danserean s.n. 4-6 compr.,semicilíndrico,viloso;lâmina (RB 58143); Pirai, Represado Ribeirão da Lages, 6-1 1(-15)x2-4,5cm,cartácea,discolorverde, 5.X.I988,est.,M. R.Barbosas.n.(RBR6918);Rio lanceolada, oblongo-lanceolada, vilosa em deJaneiro,Corcovado, 12.IX.1872,bt.cfl.,A.F.M. ambas as faces, sendo mais densa na face Glaziou6198(R);Saquarema,22.VIII.1986,fl.,C. abaxial; ápice agudo a acuminado; base Famey & M. Nadruz 1162 (GUA); Teresópolis, cuneada a levemente assimétrica; bordos 25.VIII.2002,bt.efl.,R.Marqueteetal.3377 (RB). esparsamente serrados; pontos translúcidos Materialadicional:MARTIN1CA:circavicumCase poucos e esparsos na lâmina, 5-8 pares de Pilote,IV.1755,fl.,J.F.Jacquins.n.(holótipoBM!). Distribuição geográfica e habitat: América nervuras secundários ascendentes, reticulado Central,AméricadoSul:Colômbia,Venezuela, das veias e vênulas denso, oculto pelos Trindade,Guiana,Suriname,GuianaFrancesa, tricomas, mais proeminente na face abaxial. Inflorescências fasciculadas, multifloras, Equador, Peru, Paraguai, Uruguai, Argentina mm e Brasil: AM, RR, MT, GO, DF, PE, MG, SP, sésseis, tomentosas; brácteas 1-1,5 RJ, PR, SC e RS. Ocorre em floresta seca de compr., ovadas a arredondadas envolvendo o planície,florestaombrófiladensaefiombrófila pedicelo, glabras a parcialmente pilosas; densa montana de encosta degradada. No pedicelos 4-7 mm, cilíndricos, articulados estado do Rio de Janeiro, Casearia decandra próximos à base, pilosos. Botões globosos a ocorre com maior freqüência em vegetação oblongos, vilosos; sépalas 5-6 x 1-1,5 mm, de floresta ombrófila densa da Serra do Mar soldadas próximo àbase, ovadas a subuladas, e com poucarepresentatividadeem vegetação esverdeadas, vilosas em ambas as faces; mm de influência marinha. Ocorreem diferentes estames 10,filetes 1,5 compr.,cilíndricos, altitudes e tipos de solo, em ambiente de luz pilosos na base, estames e discos soldados e difusae, ocasionalmente, atingindoodossel adnatos na base das sépalas; anteras oblongas da floresta. aoblongo-globosas,semglândulaapical;lobos mm Dados íenológicos: botões e flores em maio, dodisco 1-2,5 compr.,clavados,soldados agostoaoutubro; frutosnos mesesdeoutubro na base e alternos com os filetes, alvo- a dezembro. esverdeado, vilosos;ovárioovado,pilosoatéa Esta espécie ocorre próxima a rios e metadesuperior;estileteinteiro,delgado,piloso; córregos, apresenta caducifolia na floração e estigma inteiro, capitado, glabro. Fruto 6-10 Rodriguésia 58 (4): 705-738. 2007 SciELO/ JBRJ cm 13 14 ..

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