Copyright © Boris Johnson, 2014 Copyright © Editora Planeta do Brasil, 2015 Todos os direitos reservados. Título original: The Churchill Factor: how one man made history Preparação: Paula Jacobini Revisão: Iracy Borges e Maurício Katayama Diagramação: Futura Capa: Adaptada do projeto gráfico original Imagem de capa: © Yousuf Karsh/Camera Press/London Adaptação para eBook: Hondana CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ J65f Johnson, Boris O fator Churchill : como um homem fez história / Boris Johnson ; [tradução Renato Marques]. - 1. ed. - São Paulo : Planeta, 2015. Tradução de: The Churchill factor ISBN 978-85-422-0600-5 1. Churchill, Winston, 1874-1965. 2. Liderança. 3. Primeiros ministros - Grã-Bretanha - Biografia. I. Marques, Renato. II. Título. CDD: 923.241 15-26545 CDU: 929:32(410) 2016 Todos os direitos desta edição reservados à EDITORA PLANETA DO BRASIL LTDA. Rua Padre João Manuel, 100 – 21o andar Ed. Horsa II – Cerqueira César 01411-000 – São Paulo-SP www.planetadelivros.com.br [email protected] Para Leo F. Johnson SUMÁRIO INTRODUÇÃO — UM CÃO CHAMADO CHURCHILL 1 A OFERTA DE HITLER 2 O UNIVERSO SEM CHURCHILL 3 O ELEFANTE SEPARADO DA MANADA 4 O FATOR RANDOLPH 5 NÃO HÁ ATO OUSADO DEMAIS OU NOBRE DEMAIS 6 O GRANDE DITADOR 7 ELE MOBILIZOU A LÍNGUA INGLESA 8 UM CORAÇÃO HUMANO DE VERDADE 9 MINHA QUERIDA CLEMENTINE 10 A FABRICAÇÃO DE JOHN BULL 11 “O MAIS AVANÇADO POLÍTICO DE SUA ERA” 12 NÃO HÁ GLÓRIA NA CARNIFICINA 13 OS NAVIOS QUE ANDAVAM 14 O MOTOR MENTAL DE 100 CAVALOS-VAPOR 15 JOGANDO ROLETA COM A HISTÓRIA 16 UMA CRUELDADE GÉLIDA 17 SEDUZINDO OS ESTADOS UNIDOS 18 O GIGANTE DA ILHA ENCOLHIDA 19 A GUERRA FRIA E COMO ELE A VENCEU 20 CHURCHILL, O EUROPEU 21 O CRIADOR DO ORIENTE MÉDIO MODERNO 22 O SIGNIFICADO DE SEU NOME HOJE 23 O FATOR CHURCHILL CRONOLOGIA DOS EVENTOS AGRADECIMENTOS BIBLIOGRAFIA NOTAS SOBRE AS FONTES CRÉDITOS DAS IMAGENS ÍNDICE REMISSIVO INTRODUÇÃO UM CÃO CHAMADO CHURCHILL Quando eu era criança não havia a menor sombra de dúvida a respeito: Churchill era, de longe, o maior estadista que a Inglaterra já havia produzido. Desde a mais tenra idade, eu tinha uma ideia bastante clara acerca do que ele havia feito: a despeito de todas as probabilidades contrárias, Churchill conduzira meu país a uma vitória contra tudo e contra todos e contra uma das mais odiosas tiranias que o mundo já viu. Eu conhecia os aspectos essenciais da história dele. Meu irmão Leo e eu costumávamos nos debruçar sobre uma biografia escrita por Martin Gilbert, estudando-a com tanto afinco e atenção que chegamos ao ponto de memorizar as legendas das fotografias. Eu sabia que Churchill dominava com maestria a arte da retórica, e meu pai (como muitos dos nossos pais) recitava de cor algumas de suas frases mais famosas; e, já naquela época, eu sabia que essa arte estava agonizando. Eu sabia que Churchill era brincalhão e irreverente, e que, mesmo pelos padrões da nossa época, ele era politicamente incorreto. À mesa do jantar, ouvíamos as histórias apócrifas: aquela segundo a qual Churchill estava no banheiro e, informado de que o Lord Privy Seal (Lorde Guardião do Selo do Monarca)[1] queria falar com ele, alegou estar sealed (trancado) no privy (reservado) etc. Conhecíamos a anedota em que a parlamentar Elizabeth (Bessie) Braddock supostamente acusou Churchill de estar “bêbado”, e ele, com extraordinária grosseria, teria respondido: “Bessie, minha querida, você é feia. Amanhã pelo menos eu estarei sóbrio, você continuará feia”. Tenho a vaga impressão de que chegamos a ouvir também a história do ministro tóri e do soldado de regimento… Você, leitor, provavelmente, também deve conhecê-la, mas tudo bem. Outro dia ouvi a versão canônica da boca de Sir Nicholas Soames, neto de Churchill, durante um almoço no Savoy. Mesmo dando o crédito a Soames por sua habilidade como exímio contador de histórias, o relato tem um quê de verdade e nos mostra algo acerca de um dos temas fundamentais deste livro: a largueza de coração de Churchill. “Um dos ministros do Partido Conservador era um pederasta, se é que você entende o que eu digo…” disse Soames em alto e bom som, em um volume de voz suficiente para que a maior parte dos comensais do restaurante ouvisse, “mas também era um grande amigo do meu avô. Ele vivia sendo pego com a boca na botija, mas é claro que, naquela época, a imprensa não caía em cima de tudo, portanto ninguém dizia nada. Um dia, ele abusou da sorte, porque foi flagrado no rala-e-rola com um soldado de regimento em um banco do Hyde Park, às três da manhã — era fevereiro, aliás. “O episódio foi imediatamente levado ao conhecimento do Chief Whip[2], que telefonou para Jock Colville, secretário particular do meu pai.
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