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O Estado Novo PDF

35 Pages·1994·34.923 MB·Portuguese
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(J Estado Novo I~. .. I ~ ~ /snlomo Pedra Tola '--"'---~ 114 ,... , ... 10 de novembro de 1937. Emapenas um dia, muita coisa no Brasil mudou. Tropas policiais cercaram o Congresso, ospartidos políticos foram ;o, extintos, uma nova constituição, a "polaca", daramente inspirada nos regimes fascistas europeus, colocou.os poderes Legislativo e Judiciário sob controle. presidencial. Iniciava-se o 'Estado Novo, um dos momentos mais autoritários .erepressivos de toda a história nacional. Uma épocaem que o Brasil tinha um dono só: Getúlio Vargas. r :SlFaitl)JO[h .~ ISBN 95110:=1 IP IIII~IIIIIIIIIIII~~ 5~ 7HaC;t~""" 14 ~ brasiliense ISBN:-85-11-0~ ..••4.1 ediçc. Antonio Pedro Tota ~lIITURAS~~~~ @~~~ oAnti-Semitismo na Era Coleção Tudo éHistória Vargas Fantasmas de uma gerl1fiío ' Revolução de 30: A Dominação (1930-1945) Oculta Maria Luiza Tucci Carneiro Íralo Tronca o ESTADO NOVO História Econômica do Brasil Caio Prado Jr. S~edição 1930 -O Silêncio dos Vencidos Edgard S, de Decca Pequena História da República João Cruz Costa OPTB eoTrabalhismo Partido esindicato em São Paulo (1945-1964) Maria Victoria Benevides A'Questão Nacional na Primeira SBD-FFLCH-USP República Lúcia Lippi Oliveira A Revolução de 1930 1111111 11111111111111I 111111111111111111 314915 BorisFausto Vargas -'O Capitalismo em Construção Pedro Dutra Fonseca editora brasiliense '> (FFt-Y ~ Cf05 :9. ?- Copyright ©by Antonio Pedro Tota T912 Nenhuma parte desta publicação pode ser gravada, V \ 4~~ armazenada em sistemas eletrônicos, fotocopiada, Sul· reproduzida por meios mecânicos ou outros quaisquer sem autorização prévia do editor. ISBN: 85-11-02114-0 Primeira edição, 1987 5?edjção, 1994 ~ ÍNDICE Revisão: Femanda Teixeira e Tidori Rachi Shahara Capa: André Toral A Revolução de 1930: uma introdução . . ... . .. 7 Tendência aofortalecimento do Estado: ogolpe DEDALUS -Acervo - FFLCH de novembro 15 Estado elegitimação 26 Discurso elegitimação . . . .. . . . . . .. . . . . .. . . . 39 A Guerra Mundial e as primeiras fissuras do 1111111111111111111111111111111111111111111111111111 1IIIi IIli 1111 Estado Novo 50 20900042449 O último discurso de maio e o fim do Estado Jp Novo................. 62 Indicações para leitura. . . .. . . .. . . . . . . . .. . .. 68 "i •• .a Av. Marquês de São Vicente, 1771 01139-903 - São Paulo - SP Fone (011) 861-3366 - Fax 861-3024 lt IMPRESSO NO BRASIL I I m !" I , A REVOLUÇÃO DE 1930: m UMA INTRODUÇÃO Eis um dos momentos mais polêmicos da histó- ria recente deste país. Revolução? Reforma burgue- sa? Contra-revolução? Muito já foi escrito sobre tais questões. As conclusões são tantas quantas forem as questões feitas. Não é o objetivo principal da proposta deste es- crito polemizar em torno da Revolução de 1930. Al- guns leitores, apressadamente críticos, poderão dizer . que o autor já se posicionou teoricamente ao grafar Revolução de 1930com r maiúsculo. São apressada- ', . mente críticos. Apesar de não ser o principal objeti- vo, a polêmica acabará aflorando ao longo deste li- vrinho. O BraSilda década de 20 e início da de 30 era Agradecimento a um país bastante diferenciado do período anterior: a Magda Regina Pereira urbanização e a industrialização passaram .a fazer Ferreira pelas sugestões ecorreções. parte de um cenário social e economicamente, até :. 8 Antonio Pedro Tota oEstado Novo 9 então, de predominância agrária. Novos grupos so- A segunda tentativa importante que os "tenen- ciais surgiam e questionavam o equilíbrio· da Repú- tes" fizeram para desestabilizar o poder da oligar- blica dominada pela oligarquia decafeicultores. Ape- quia foiachamada Revolução de 1924em SãoPaulo. sar do dado inovador na economia e na sociedade do Entre os dias 5 e 27 de julho de 1924, os "tenentes" país, opoder da oligarquia cafeeira era praticamente tomaram a cidade de São Paulo. Foram atacados e inabalável. Toda a crise de poder dava-se muito quem mais sofreu foi a própria população da cidade. mais pelas cisões internas da oligarquia do que por Os"tenentes" abandonaram acidade e seembrenha- alguma força contestatôria deoposição. ram no interior do Paraná. Um ano depois encon- Na década de 20 esta situação política começou trar-se-iam com outros jovens militares rebelados, a sereverter, pelo menos emparte. A economia, uma vindos do Rio Grande do Sul, formando a chamada vezmais, se desestabilizava com a queda dos preços Coluna Prestes. do café no mercado internacional. A balança comer- AColuna Prestes, iniciada no ano de 1925sob a cial se desequilibrava. O quadro secomplicou com a liderança deLuís Carlos Prestes e Miguel Costa, pre- eleição de Arthur Bernardes, que acirrou os ânimos tendia despertar ointeresse dopovobrasileiro na luta nos setores mais jovens da oficialidade do Exército: contra o domínio da oligarquia cafeeira paulista. no dia 5 dejulho de 1922o protesto contra a eleição Percorreu ointerior dopaís até oano de 1927, lutan- de Bernardes tomou a forma de rebelião armada, no do contra as forças do governo, sem conseguir seu episódio do famoso Levante do Forte de Copaca- objetivo. Com isso, a única saída que restou aos "te- bana. Apesar da dura repressão, onde quase todos nentes" da Coluna Prestes foioexíliona Bolívia. foram mortos, o episódio marcou a presença destes A sucessão presidencial encontrou a oligarquia jovens militares na política, inaugurando o movi- mais uma vez cindida. Minas, liderada por Antônio mento genericamente conhecido como "Tenentis- Carlos, reivindicava a vez de ocupar o Palácio das mo". Laranjeiras, segundo oprincípio de sucessão estabe- Comum programa político bastante confuso, os lecido na política do "café com leite". Washington "tenentes", quase sempre oficiais oriundos das ca- Luís, o presidente, impôs, via máquina dominada madas médias urbanas, contestavam o domínio po- pelos paulistas, o nome de seu apaniguado, Júlio lítico da oligarquia cafeeira. Sentiam-se imbuídos de Prestes ligado àoligarquia paulista. A oligarquia gaú- uma missão salvacionista. Queriam salvar oBrasil da cha foi a primeira a protestar contra o rompimento corrupção eleitoral que dominava o cenário político do acordo de alternância do mais alto cargo do país. da República Velha, através de reformas feitas pela Dentro do próprio Partido Republicano Paulista força. houve desacordo e cisão: nasceu oPartido Democrá- 10 Antonio Pedra Tota oEstado Novo 11 tico. No nordeste, a pequena Paraíba também se para a classe operária. opôs ao domínio exclusivo dos paulistas. O Rio de Janeiro agitou-se com a campanha. O clima reanimou nos jovens militares a tenta- Uma ampla mobilização de vários setores da oposi- tiva de tomada do poder pela força. Os "tenentes" ção animava o clima político daquele final de 1929 e viram a oportunidade crescer. Mesmo alguns mem- começo de 1930. Em março de 1930, os resultados bros mais exaltados da oligarquia não descartavam a demonstraram, mais uma vez, que a máquina da via armada. O grosso da oligarquia dissidente, no corrupção eleitoral da velha oligarquia mostrou-se entanto, achava que a'via legal era a única para des- eficiente: Getúlio Vargas obteve aproximadamente tronar os paulistas da presidência da República. oitocentos mil votos, eocandidato oficial, Júlio Pres- Nasceu, em Minas Gerais, a Aliança Liberal. O ob- tes, foi eleito com cerca de um milhão de votos. jetivo era, com apoio de outras dissidências da oli- garquia, concorrer às eleições presidenciais como oposição. O apoio da oligarquia gaúcha foi impres- A Revolução e a "Nova Ordem" cindível: Getúlio Vargas foi escolhido como candida- to para concorrer à presidência da República pela Parte da oposição acatou os resultados. Outra, Aliança Liberal. \. ligada aos "tenentes" ea setores mais radicais da oli- Getúlio Vargas, político do Rio Grande do Sul, garquia, iniciou articulações visando ao levante ar- trazia em sua bagagem profissional a herança caudi- mado. . lhesca da região. Filho de grandes proprietários, fre- O clima do país era de tensão. As massas urba- quentou a Academia Militar, a faculdade de Direito e nas sentiam a tensão política agravada pela alta de ingressou na carreira pública. Enfim, seguiu o tra- preços, paralisação .deindústria e desemprego: refle- dicional caminho político de uma elite ilustrada até xos de 1929. ser indicado candidato ao mais alto cargo do país pe- A tensa situação chegou a ponto de explosão, la Aliança Liberal. com oconhecido episódio do assassinato de João Pes- A plataforma da Aliança Liberal não era muito soa, candidato a vice-presidente na chapa aliancista. diferente das propostas da oligarquia tradicional. No O levante político militar começou no dia 3 de outu- entanto, apresentava algumas inovações que iam ao bro. No dia 24 de outubro de 1930 a notícia de que Q encontro de. parte dos anseios e reivindicações das presidente Washington Luís havia sido deposto fez massas trabalhadoras urbanas: além do voto secreto cessar toda aluta militar no país. e feminino, os aliancistas propunham o estabeleci- Com a anuência de Goes Monteiro e Miguel mento de jornada -de oito horas de trabalho por dia Costa, chefes militares da rebelião, Getúlio Vargas -'- 12 Antonio Pedro Tola oEstado Novo 13 tomou posse, no dia 3 de novembro, como chefe do ver lentamente, recebeu um estímulo com o período novoregime. Não havia mais legislativo e Getúlio go- de recessão no início da década de 30: a desvaloriza- vernou com grandes poderes, auxiliado por um mi- ção de nossa moeda desestimulava a importação de nistério de "tenentes" civis:José Américo de Almei- certos bens, incentivando, em contrapartida, sua da, JoséMariaWhitaker,nos ministérios da Viação e produção nopaís. Aisso, seacrescente ocrescimento Obras e da Fazenda, respectivamente. Lindolfo Col- do mercado interno. Embora inicialmente a indús- lar ficou com o importante e recém-inaugurado mi- tria tivessesofrido osreflexos da recessão, a partir de nistério doTrabalho, Índústria eComércio. 1930o crescimento da indústria é bastante grande, -?Este último ministério foi um dos mais impore com um dos maiores índices do mundo. No dizer de tantes para a consolidação do Estado estabelecido CelsoFurtado: em 1930,por ser uma das principais vias de legitima- ção da "nova ordem". A legitimação do Estado fez- "A existência de capacidade ociosa em algumas in- se através de uma estrutura sindical atrelada a uma dústrias que trabalhavam para omercado interno eo legislação trabalhista apresentada como doação. fato de quejá existia nopaís um pequeno núcleo de apesar de ter sido fruto das lutas e conquistas ope- indústrias de bens de capital, explica a rápida as- rárias. .censão da produção industrial, que passa a ser o fa- ,-~ O mito da doação passou a ser um dos princi- tor dinâmico principal no processo de criação de pais instrumentos de cooptação do operariado brasi- renda", .leiro, principalmente depois da instauração do Esta- do Novo. As leis trabalhistas que começaram a ser Esse crescimento logo se colocava diante de um implantadas tinham por objetivo controlar o passado impasse: maior necessidade de bens de capitais, Ou combativo dosoperários, calcado na herança anarco- se importava, transação impossível ditada pelo défi- sindicalista, e. reprimir o movimento sindical. As cit da balança de pagamentos, ou se produziam os massas tornavam-se mais vulneráveis, na medida em bens necessários aqui, o que implicava numa maior que aumentava o contingente de trabalhadores mi- presença do Estado como guardião dos interesses da grantes semnenhuma tradição deluta sindical. industrialização. Essa última opção era insistente- mente defendida pelos altos escalões das Forças Ar- madas, queviam nissocondições para reequipar suas Tendências da industrialização forças, enquanto os escalões inferiores pensavam na industrialização como fator de independência econô- O setor industrial, com tendência a se desenvol- mica eautonomia política, i!"L t 14 Antonio Pedro Tota Lourdes Sola, em O Golpe de 37 e oEstado No- vo, sugere que: ••... industrialização em país semicolonial é sinô- nimo de progresso: ela era um programa popular di- fundido entre as classes médias urbanas, reivindi- cado pelos grupos políticos mais progressistas. Na década de 30 ela deixa de ser uma categoria econô- mica, já não designava apenas um processo, mas se TENDÊNCIA AO FORTALECIMENTO convertera numa ação ideológica: entrara para o do- mínio das representações coletivas". DO ESTADO: O GOLPE o DE NOVEMBRO processo deindustrialização exigia a presença cada vezmaior do Estado. Um Estado cada vezmais forte. Razões políticas também apontavam para uma tendência aofortalecimento doEstado. Aeleição de uma Assembléia Constituinte cons- tava doprograma dogovernorevolucionário. Eleita a Assembéia em maio de 1933, tevepor incumbência a elaboração da Carta Magna e a eleição indireta de Getúlio Vargas como presidente até 1938, quando então serealizariam eleiçõesdiretas. O surgimento da Aliança Nacional Libertadora (ANL), sob a presidência de Luís Carlos Prestes, por essa altura adepto da doutrina marxista, reunia se- tores operários, parcelas da classe média e setores do Exército da baixa oficialidade. Em sua plataforma política, notava-se o caráter progressista do progra- ma, quando pedia o fim dos latifúndios, o cancela- mento das dívidas externas (imperialistas), naciona- lização deempresas estrangeiras, salário mínimo etc. , ',lt , A.sadesões à ANL (mais de 1600 sedes) e o cresci- 16 Antonio Pedra Tota oEstado Novo 17 mento natural de sua popularidade começaram a eclipsados por movimentos nacionais mais ambicio- preocupar os setores mais conservadores do Exército, sos,mais disciplinados, debases mais amplas emais que já acariciavam a idéia de um golpe de Estado. radicais" . Representados principalmente pelos generais Dutra, Goes Monteiro eDaltro Filho, esse grupo pas- A 4 de abril de 1935, alguns dias depois de um sou a articular, juntamente com o presidente da Re- comício da ANL, Getúlio conseguiu do Congresso a pública, um golpe que estabelecesse "um Estado for- aprovação da Lei de Segurança Nacional. Como o te, com um Exército fofte", no dizer de Goes Mon- texto da lei era bastante vago, qualquer ato poderia teiro. ser considerado atentatório à segurança nacional e Se dentro do governo os setores conservadores passível de. severas penas. O movimento sindical pensavam em estabelecer um executivo forte, a extre- operário sentiu a violência da lei, com a extinção da ma-direita, que não compartilhava diretamente do Confederação Unitária Sindical. A lei não atingiu, poder, agitava-se no sentido de acabar com o Estado num primeiro momento, aAliança Nacional Liberta- li Liberal que ainda sobrevivia na figura jurídica da dora, mas visou principalmente o movimento operá- Carta de 1934. Tratava-se dos integralistas. Sob a di- rio e oPartido Comunista. reção de Plínio Salgado, os "camisas verdes" inspi- O decreto de 11 dejulho de 1935, finalmente, ravam-se na teoria e na ideologia do fascismo euro- determinou o fechamento da ANL. Criavam-se, des- ) peu para formar suas milícias e utilizar a violência t sa maneira, condições para um levante armado, que como arma política na exigência de um Estado forte se concretizou no dia 23 de novembro, quando, em eautoritário. Natal, teve início uma rebelião por parte de mili- Ainda que breve, a observação do historiador tares ligados à ANL. O levante armado foi rapida- Thomas Skidmore ajuda a entender o agitado mo- mente controlado e os militantes e simpatizantes da mento político da época: ANL foram perseguidos epresos. Em dezembro de 1935, numa reunião ministe- "Muito significativo ofato de que ointegralismo e a rial onde se .encontravam Agamenom Magalhães, Aliança Nacional Libertadora constituíam os pri- ) ministro do Trabalho, Vicente Rao, ministro da Jus- meiros movimentos políticos nacionais de aguda tiça, e Gustavo Capanema, ministro da Educação, . orientação ideológica. Os componentes da descosida discutiam-se as medidas a serem tomadas para endu- Aliança Liberal, que haviam feito a Revolução de 1930,não passavam de políticos locais,unidos ape- ) recer o regime em todos os níveis. Nesta reunião, en- nas pelo desejo comum de derrubar a.estreita elite contrava-se também o chefe da polícia, Filinto Mül- governante da República Velha. Agora tinham sido ler, Um dos maiores responsáveis pelo esmagamento 18 Antonio Pedra Tota o Estado Novo 19 do movimento de esquerda. "Nessa reunião ficaram explícito à formação da chamada Comissão de Re- plantadas várias sementes, duas das quais de fruti- pressão ao Comunismo. Com tudo isso, Armando de ficação rápida: o Tribunal de Segurança Nacional e o Salles Oliveira articulou, junto ao Partido Constitu- Departamento de Imprensa e Propaganda - o cionalista de São Paulo, sua candidatura à presidên- DIP", foi o que declarou Alzira Vargas, filha e secre- cia da República. Getúlio, que já estava a meio cami- tária do presidente. O ministro do Trabalho reco- nho da articulação do golpe, tentou dissuadí-lo. mendou a Getúlio Vargas que se tomassem não só Enquanto a candidatura de Salles Oliveira ia medidas punitivas, mas também se melhorassem as ganhando adeptos em vários Estados cujas lideran- condições sociais dos operários. ças estavam em desacordo com os caminhos da Re- Vargas começou a escalada para o golpe: o Con- volução, Getúlio ia, paulatinamente, aumentando gresso apoiava o estado de sítio; foram acrescidas seu poder pessoal. Um dos atos para o aumento deste três emendas à Lei de Segurança Nacional, tornan- poder foi a intervenção no Distrito Federal ea deposi- do-a mais dura, aumentando os poderes de Getúlio. ção e prisão do prefeito Pedro Ernesto, sob a acusa- A isso somou-se a repressão policial, onde os prisio- ção de manter ligações com o levante da ANL. Outro neiros, suspeitos e simpatizantes da ANL eram tra- importante ato foi a deposição do governador de Ma- tados com violência ebrutalidade. to Grosso, inimigo político do todo poderoso chefe da Os jornais ajudaram a propagar uma imagem polícia, Filinto Müller. bastante aterrorizante do Levante da ANL: fotos de As prisões de elementos da 'liderança sindical oficiais mortos, prédios dos quartéis bombardeados. autônoma continuavam. Fechava-se o que restava Apopulação mostrava-se assustada diante dessa ima- dos sindicatos livres., Preparava-se, dessa forma, o gem do levante, em especial as classes médias e os sindicalismo corporativista tutelado pelo Estado, dirigentes. Para o Governo, isto foi de grande valia, simpático aos empresários pela sua função "inibido- na medida em que a Carta Constitucional ia sendo ra ecoercitiva da vida associativa operária". superada por mecanismos de exceção. Enquanto isso, Getúlio Vargas tentava deixar o Mesmo sob o clima de instabilidade política, os ambiente político mais nebuloso: articulava, com o preparativos para a eleição do próximo presidente apoio do astuto político mineiro Benedito Valadares, continuavam sendo feitos como se nada estivesse uma candidatura oficial à presidência da República. acontecendo. Armando de Saltes Oliveira, que havia Apontava-se o nome do ministro da Viação e Obras, I rearticulado a política paulista depois da derrota de f José Amêrico de Almeida, como o escolhido. Em 1932, como governador de São Paulo, apoiava Getúlio maio de 1937, em meio a grandes festas, foi lançado na repressão do levante da ANL. Deu também apoio. oficialmente o nome de José Américo. Parecia que a.

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