Description:Índice
1 TOPOGRAFIA DA INVESTIGAÇÃO 6
2 PREFÁCIO 7
3 INTRODUÇÃO 9
4 I a PARTE – A Linguagem como Mediação 14
4.1 O problema de um conceito filosófico... . . . . . . . 14
4.2 A teoria do conhecimento no trânsito da crítica... . . 20
4.3 A linguagem na sua tridimensionalidade . . . . . . . 24
4.3.1 A análise sintáctica segundo R. Carnap . . . 24
4.3.2 A análise semântica segundo A.Tarsky . . . . 30
4.3.3 A análise semiótica segundo C. Morris . . . 34
5 II a PARTE – A Transformação da Filosofia 40
5.1 A desconstrução linguística da Metafísica . . . . . . 40
5.1.1 A transformação da filosofia na análise... . . 40
5.1.2 A transformação filosófica da analítica... . . . 63
5.1.3 A transformação da hermenêutica... . . . . . 96
5.2 A reconstrução metafísica da linguagem . . . . . . . 125
5.2.1 A re-transcendentalização da linguagem . . . 125
5.2.2 A linguagem como tema e via... . . . . . . . 141
6 III a PARTE – O a priori comunicacional e transformação...165
6.1 A dissolução da falácia cienticista do solipsismo... . . 166
6.1.1 Adiscussãoactualsobreoestatutodaciência...166
6.1.2 Crítica da falácia cienticista do ideal... . . . . 169
6.2 A transcendentalidade comunicacional... . . . . . . . 190
7 CONCLUSÃO 197
8 BIBLIOGRAFIA CITADA E REFERIDA 201
9 PROVENIÊNCIA ORIGINAL DOS TEXTOS 209
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PREFÁCIO
Partindo do projecto analítico, hermenêutico e pragmático de revisão dos pressupostos transcendentais do discurso filosófico, a filosofia de K.O. Apel procura situar-se ao nível de uma rigorosa fundamen- tação que intenta indeferir o discurso que certa apologética anti- racional canonizou de pós-moderno, e legitimar criticamente a re- flexão linguística, ilibando-a da suspeita transcendental que ilusoria- mente criou.
A “novidade” do pensamento apeleano, de resto, não reside tanto nafiliaçãoexplícitanumalinhagemfilosóficacujasraízesmergulham no pensamento de Wittgenstein, Heidegger e Peirce, mas sobretudo no propósito de sondar em termos justificacionais a possibilidade, a validade e os limites da mediação linguística.
A transformação da filosofia consiste assim em indagar acerca da consistência das apologias “linguisticistas” da “morte da filosofia”, e em reconduzir a crítica da linguagem a um vínculo transcendental, constituidor e legitimador da possibilidade do discurso científico e ético.
Esta investigação propõe-se dar conta do modo como se opera no pensamento de Apel essa “viragem transcendental” da linguagem, algumas décadas depois de ter sido consumada pela analítica, pela hermenêutica e pela pragmática a “viragem linguística” da filosofia. Procuraremos ensaiar uma exposição criteriosa do pensamento deste autor, tendo sobretudo em consideração aquele que consideramos ser o ponto medular da sua filosofia: a compreensão solidária, comunica- tiva e dialógica da verdade, e as respectivas implicações éticas.
Centrando-nos na ideia de transformação da filosofia, abordare- mos a pertinência histórica e a relevância filosófica de uma legiti- mação transcendental da razão comunicativa, e a consequente falá- cia abstractiva de três sofismas que se lhe opõem: a valência sub- jectiva do “eu penso”; o fundamento solipsta da racionalidade; e a apropriação monológica da verdade.
Deixaremos ainda o aceno à sugestão apeleana de uma ética dis- cursiva que, em nome da mesma razão comunicativa, tende de igual forma a obviar o “equívoco” das éticas que apelam, quer para a uni- lateralidade moral do foro privado da consciência, quer para a irre- dutibilidade pessoal da decisão íntima, quer ainda para a salvaguarda democrática da liberdade de expressão individual.