O direito à natureza na cidade Wendel Henrique SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros HENRIQUE, W. O direito à natureza na cidade. Salvador: EDUFBA, 2009. 186 p. ISBN 978-85- 232-0911-7. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this chapter, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste capítulo, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de este capítulo, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported. O DIREITO À NATUREZA NA CIDADE UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Reitor Naomar Monteiro de Almeida-Filho Vice-Reitor Francisco José Gomes Mesquita EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Diretora Flávia Goullart Mota Garcia Rosa Conselho Editorial Titulares Ângelo Szaniecki Perret Serpa Caiuby Alves da Costa Charbel Ninõ El-Hani Dante Eustachio Lucchesi Ramacciotti José Teixeira Cavalcante Filho Maria do Carmo Soares Freitas Suplentes Alberto Brum Novaes Antônio Fernando Guerreiro de Freitas Armindo Jorge de Carvalho Bião Evelina de Carvalho Sá Hoisel Cleise Furtado Mendes Maria Vidal de Negreiros Camargo Wendel Henrique O DIREITO À NATUREZA NA CIDADE Salvador Edufba 2009 ©2009, By Wendel Henrique. Direitos de edição cedidos à Editora da Universidade Federal da Bahia - EDUFBA Feito o depósito legal. Revisão Tânia Aragão Editoração Eletrônica e Capa Rodrigo Oyarzábal Schlabitz Sistema de Bibliotecas - UFBA Henrique, Wendel. O direito à natureza na cidade / Wendel Henrique. - Salvador : EDUFBA, 2009. 186 p. ISBN 978-85-232-0615-4 1. Geografia urbana. 2. Homem - Influência sobre a natureza. 3. Homem. 4. Ecologia humana. I. Título. CDD - 307.76 EDUFBA Rua Barão de Jeremoabo, s/n - Campus de Ondina, 40170-115 Salvador-BA Tel/fax: (71) 3283-6164 www.edufba.ufba.br [email protected] À minha mãe, Maria Leonilde Baumgartner Henrique, pelo amor, pela liberdade, pela coragem e pela independência. SUMÁRIO PREFÁCIO / 9 APRESENTAÇÃO / 13 I – A CIDADE E A NATUREZA / 17 II – UMA PERIODIZAÇÃO PARA COMPREENDER AS RELAÇÕES ENTRE A CIDADE E A NATUREZA / 29 UMA PROPOSTA / 31 PARTE I - A INCORPORAÇÃO DA NATUREZA À VIDA SOCIAL III - A NATUREZA E O HOMEM / 37 O PERÍODO CLÁSSICO / 37 INTERPRETAÇÃO E CONTEMPLAÇÃO DA NATUREZA / 40 A CRIAÇÃO DE UMA SEGUNDA NATUREZA – MARCUS TULLIUS CÍCERO E OS ESTÓICOS / 42 O PERÍODO TEOLÓGICO / 45 BASES TEOLÓGICAS / 46 O DOMÍNIO DO HOMEM SOBRE A NATUREZA / 50 IV - O HOMEM E A NATUREZA / 57 O PERÍODO DOS DESCOBRIMENTOS / 57 O INÍCIO DO PERÍODO DOS DESCOBRIMENTOS / 58 CONHECER, EXPERIMENTAR, REPRODUZIR E FABRICAR A NATUREZA / 60 A NATUREZA ORGANICISTA / 63 A ÉPOCA DO HOMEM NA HISTÓRIA DA NATUREZA / 64 O PERÍODO DA INCORPORAÇÃO / 67 A INCORPORAÇÃO DA NATUREZA PELO TRABALHO DO HOMEM – KARL MARX / 68 A DIALÉTICA DA NATUREZA – FRIEDRICH ENGELS / 74 A INCORPORAÇÃO GEOGRÁFICA DA NATUREZA. A AÇÃO DO HOMEM E UMA NOVA GEOGRAFIA FÍSICA - GEORGE MARSH / 76 O HOMEM, A TERRA E O SENTIMENTO DA NATUREZA - ÉLISÉE RECLUS / 80 V - O HOMEM E O TERRITÓRIO / 93 UMA NATUREZA TECNIFICADA / 97 AS REFERÊNCIAS À NATUREZA / 101 A “DISNEYFICAÇÃO” DA NATUREZA / 104 A VALORIZAÇÃO DA NATUREZA / 107 PARTE II - A NATUREZA NA CIDADE E SUA APROPRIAÇÃO PELOS EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS VI - A NATUREZA NA CIDADE / 117 DO JARDIM FORMAL AO JARDIM INGLÊS – A NATUREZA TOMA SEU LUGAR NA CIDADE / 119 A NATUREZA NA CIDADE COMO ATRATIVO IMOBILIÁRIO / 125 AS FORMAS DO URBANISMO E A QUESTÃO DA NATUREZA NA CIDADE / 129 VII - UM BOSQUE PARA CHAMAR DE MEU. A APROPRIAÇÃO DAS IDEIAS DE NATUREZA PELOS EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS / 139 SÃO PAULO – A SOFISTICAÇÃO DA NATUREZA / 141 A FELICIDADE NÃO TEM PREÇO, TEM ENDEREÇO – FLORIANÓPOLIS/SC / 147 VIVER COM ESTILO NO JARDIM TROPICAL – SALVADOR/BA / 151 VIII – O DIREITO À NATUREZA NA CIDADE. DA (DES)IDEOLOGIZAÇÃO DA PRÁTICA PARA A CONSCIÊNCIA CRÍTICA DA PRAXIS NA RELAÇÃO COM A NATUREZA / 165 A CRÍTICA – DESVELANDO A IDEOLOGIA DA PRÁTICA ALIENADA / 165 OS PRINCÍPIOS – PARA UMA NOVA PRÁXIS NA RELAÇÃO COM A NATUREZA, A NATUREZA PARA O CIDADÃO E NÃO PARA O CONSUMIDOR / 167 O PROJETO – UM NOVO DESÍGNIO: REPENSAR A CIDADE É REPENSAR O LUGAR DA NATUREZA NA CIDADE / 169 A AÇÃO – UM PARQUE URBANO PARA O USO COLETIVO DA NATUREZA NA CIDADE / 172 REFERÊNCIAS / 179 PREFÁCIO Ferreira Gullar, em as Coisas da Terra, fala que todas elas “estão na cidade entre o céu e a Terra. São todas elas coisas perecíveis[...] Mas é nelas que te vejo pulsando, mundo novo, ainda em estado de soluços e esperança”. Pessoas, nature- za, cidade, emancipação... Palavras... momentos, períodos. O autor deste livro, na busca de uma tessitura plural, adensa em frases e orações, caminhadas, mudanças, sonhos e desejos de uma natureza na cidade – onde se concentra a maioria da população no mundo contemporâneo – entrecruzada por outras possibilidades de uso que não somente aquela regulada pelo consumo e pelo individualismo. A in- vestigação em O Direito à Natureza na Cidade organiza-se em duas partes: “Incor- poração da natureza à vida social” e “A natureza na cidade e sua apropriação pelos empreendimentos imobiliários” – dimensões basilares na estruturação desta obra que traz, além de referências clássicas e contemporâneas vinculadas à Geografia, leituras outras, do campo da Filosofia e Sociologia. A primeira parte, “A incorporação da natureza à vida social”, apresenta e discute por meio de três grandes momentos – a saber: “A natureza e o homem”, “O homem e a natureza” e “O homem e o território”–, as modificações nas concepções de natureza pelos homens e mulheres e, por conseguinte, a apropriação que será feita desta natureza. O autor, ao discorrer sobre “A natureza e o homem”, subdivide- o em outros dois períodos: Clássico e Teológico. No primeiro, a concepção predo- minante de natureza refere-se ao mito, manifestada pela literatura através de um viés contemplativo. O período Teológico, marcado por uma natureza divina, terá na Bíblia a materialização da relação Homem/Natureza, associada ao temor. Em “O homem e a natureza”, o autor advoga em prol da ideia que o Homem regulará os entraves impostos pela natureza, fato que o leva a definir os períodos dos Descobri- mentos e da Incorporação. As concepções de natureza que alicerçarão o período dos Descobrimentos serão fisicoteológicas e mecânicas, ou seja, a natureza poderá ser dominada pelo Homem e passível de representação por meio de pinturas e xilogravuras. No que diz respeito ao período da Incorporação, a natureza será vista A cidade e a natureza / 9