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O “DÉJÀ VU” EDUCACIONAL: Pedagogia institucional e intervenções para a superação de conflitos na escola (Portuguese Edition) PDF

176 Pages·2019·0.567 MB·Portuguese
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O “DÉJÀ VU” EDUCACIONAL PEDAGOGIA INSTITUCIONAL E INTERVENÇÕES PARA A SUPERAÇÃO DE CONFLITOS NA ESCOLA Rosane Gumiero (Org.) O “DÉJÀ VU” EDUCACIONAL PEDAGOGIA INSTITUCIONAL E INTERVENÇÕES PARA A SUPERAÇÃO DE CONFLITOS NA ESCOLA MARINGÁ 2019 Copyright © 2019 para os autores Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo mecânico, eletrônico, reprográfico etc., sem a autorização, por escrito, dos autores. Todos os direitos reservados desta edição 2019 para os autores. Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Produção Editorial Sinergia Casa Editorial Carlos Alexandre Venancio [email protected] Diagramação Felipe Fernandes Gurgatz Bibliotecária Simone Rafael - CRB 9/1356 Gumiero, Rosane G370n O “déjà vu” educacional: pedagogia institucional e intervenções para a superação de conflitos na escola / Rosane Gumiero (Org.). – Maringá: Sinergia C1asa Editorial. 178 p., 22,5cm. ISBN 978-85-54087-34-0 (e-book) 1. Escola. 2. Pedagogia Institucional . 3. Experiência educacional. 4. Célestin Freinet. II. Título. CDD 22 ed. 380.098162 livros impressos e e-books Rua Pioneira Ana Cordeiro Dias, 820A - 87023-100 - Maringá/PR 44 3028-8840 / 44 99117- 9134 / [email protected] aos meus queridos filhos: Luisa, Letícia e Gabriel Sumário Prefácio ........................................................................................ 11 Apresentação ................................................................................ 13 Parte I Pedagogia Institucional: teoria e experiências educacionais ......... 27 A Pedagogia Institucional ............................................................ 29 Rosane Gumiero Avaliação de uma Prática de Pedagogia Institucional - Monografia – Lei e Singularidades ............................................... 55 Christelle Baron Pedagogia Institucional: o saber das vivências do cotidiano e a violência escolar ..................................................................... 73 Rosane Gumiero Caderno de Registros Disciplinares: análise de um livro de ocorrências na perspectiva da Pedagogia Institucional ................. 93 Anunciata Clara Lyra e Lima Fernando Cézar Bezerra de Andrade Parte II Estágios em Psicologia Educacional/Escolar e a Pedagogia Institucional ............................................................... 117 Em busca de uma Esperança Otimista: um exemplo da aplicação das Técnicas de Freinet e da Pedagogia Institucional ........................ 121 Guilherme Agulhon Nádia P. Da Cunha Taís K. Abado Emanoella Ruffo Indira Matias 8 No Coração da EsCola: PEdagogia iNstituCioNal E iNtErvENçõEs Para a suPEração dE CoNflitos Na EsCola A Psicologia Escolar por meio da Pedagogia Institucional e das Técnicas de Freinet: relato de uma experiência ........................... 133 Rafael F. Bissi Larissa M. Leitão Jordana M. Silveira Sérgio J. B. Gonçalves A Importância de Leis e Normas de Convivência no Contexto Escolar ......................................................................... 147 Rafael F. Bissi Larissa M. Leitão Jordana M. Silveira Sérgio J. B. Gonçalves Leandro Mendes (in memoriam) Referências .................................................................................. 164 Sobre os autores e autoras ............................................................ 175 Prefácio NO CORAÇÃO DA ESCOLA O titulo desta coletânea, “O “DÉJÀ VU” EDUCACIONAL: pedagogia institucional e intervenções para a superação de conflitos na escola”, é motivado por nossa inquietação constante com as queixas de professores a respeito da falta de interesse do aluno pela escola, da falta de disciplina, do pouco comprometimento com a leitura e a escrita, pelo desrespeito, a pouca participação em sala de aula e a insuficiência de investimentos do governo tanto na educação de forma geral quanto na formação dos docentes. É motivado também pela necessidade de compreender as razões pelas quais os alunos não conseguem aprender e se desenvolver, são agressivos e violentos, usam substâncias nocivas à saúde e evadem-se dos pátios escolares. É motivado, ainda, pela comprovada quantidade de alunos fora do processo pedagógico e de professores descréditos quanto aos resultados do seu próprio trabalho. Enfim, é motivado pela constatação de que a instituição em que alunos e professores atuam oferece poucas alternativas para a solução dos problemas mencionados em tais queixas. Assim, em nossas atividades como docentes ou pesquisadores da área de Psicologia Escolar e da Educação, diante desse mar de dificuldades e problemas, deparamo-nos com questões de ordem teórico-práticas, relacionadas à indisciplina, à violência escolar, entre outras, as quais muito preocupam os profissionais das instituições de ensino. Nas atividades de orientação psicológica e pedagógica observamos o ambiente escolar e ouvimos frequentes queixas dos professores a respeito do comportamento violento e inadequado dos alunos. Ora, sabemos que os conflitos que transparecem nesses fenômenos fazem parte do que reside no coração da escola: a necessidade de conviver em meio às diferenças e identidades que nos impele a buscar o outro e, paradoxalmente, fugir dele ou mesmo atacá-lo. Sob essa perspectiva, nas queixas que listamos, a violência dos alunos entre si ou contra os professores é tratada em suas várias dimensões – ativa ou passiva, física, verbal, moral, estrutural e simbólica – e em suas várias modalidades – roubo, assédio, , bullying ameaças, brincadeiras de mau gosto, indisciplina, falta de respeito, depredação dos bens públicos, entre outras que se materializam nas relações pedagógicas. As experiências e os conhecimentos obtidos como docente e orientadora de estágio na Universidade Estadual de Maringá e resultantes do estágio pós-doutoral realizado na França, com foco na pedagogia institucional, deram sustentação ao livro. A última experiência forneceu-nos o suporte teórico para discutirmos a ação do psicólogo e a questão da violência na escola. É o que nos propomos a fazer neste livro, que trata, também, do que está em nossos corações. Rosane Gumiero Apresentação “O “DÉJÀ VU” EDUCACIONAL: pedagogia institucional e intervenções para a superação de conflitos na escola” é inspirado na engrenagem de problemas vividos em nossas escolas, alguns deles sem respostas e soluções. Tais problemas, que tiveram suas raízes no processo de formação da educação brasileira, repetem-se ao longo da história e, portanto, fazem -se presentes neste século. Esta coletânea é resultado dos conhecimentos teóricos e práticos obtidos em nossa experiência docente: a indignação com o analfabetismo funcional e com a violência na escola levou-nos a direcionar nosso trabalho para o tema da Pedagogia Institucional, cujo objeto é, entre outras questões, a prevenção da violência em sala de aula pela adoção de práticas pedagógicas. Os princípios dessa pedagogia são a cooperação, o respeito à heterogeneidade, a inclusão e o estabelecimento de leis e normas de convivência e de linguagem para a solução dos conflitos escolares. Antes de apresentarmos a teoria da Pedagogia Institucional propriamente dita, considerando que os problemas apontados estão imbricados em nossa cultura, em nossa sociedade e em sua estrutura política e econômica, começaremos por identificar brevemente alguns dos desafios, muitos deles antigos, a serem enfrentados pelos educadores. Voltamos nosso olhar criterioso para as informações veiculadas nos jornais, nos documentos oficiais do Ministério da Educação e do Desporto, na mídia e nos trabalhos científicos. Neles, observamos os diferentes e sérios problemas que caracterizam o desenvolvimento educacional no Brasil e também algumas vergonhas nacionais concernentes ao tratamento dado aos nossos jovens e crianças. Dentre essas vergonhas, destacamos o uso e o abuso do trabalho infantil, que, em 2002, continuava atingindo a casa dos 5,5 milhões de crianças, dentre as quais 2,5 milhões estavam fora da escola. Outras vergonhas aparecem nas informações oficiais, a exemplo da exploração sexual de crianças e adolescentes e dos altos índices de reprovação, de baixa escolaridade e de evasão escolar no Ensino Médio (BRASIL, 2006, p. 6). Em 2000/2001, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) atualizou indicadores1 da educação no Brasil e publicou-os no documento Geografia Educacional Brasileira 2001. Constantino (2003, p. 4), ao analisá-lo, informa que, a cada 100 alunos que ingressavam no Ensino Médio, 26 não conseguiam terminá-lo. Essa proporção era menor do que a registrada no Ensino Fundamental: 41% dos estudantes não concluíram essa fase (1ª a 8ª séries) e 39% tinham idade superior à adequada, ou seja, a série era incompatível com a idade. Ou seja, de acordo com esses cálculos, no Ensino Médio, ocorria uma evasão de 26% de alunos dos nossos bancos escolares. A questão se torna ainda mais grave quando pesquisas recentes demonstraram que hoje essa situação pouco se modificou. Fleury e Mattos (apud MORENO, 1996, p. 20), comparando índices nacionais e internacionais sobre a escolaridade do Ensino Médio, frisam que a escolarização líquida é de 14% no âmbito nacional e de 25% no Estado de São Paulo, índices muito distantes quando comparados à países como Japão e Coreia (praticamente 100%) e Estados Unidos e França (em torno de 85%). No Brasil, apenas 3 milhões dos 8,5 milhões de alunos que frequentam esse grau de ensino ingressam no ensino superior; os 5,5 milhões restantes vão diretamente para o mercado de trabalho. Nos artigos veiculados pela imprensa diária os dados são assustadores e preocupantes: em reportagem da Folha de S. Paulo, Apesar dos elogios, Brasil ainda exibe desastre social, Clovis Rossi (2003, p. 1) afirma que “a taxa de alunos que completam o ensino básico (71%) é praticamente igual à de Bangladesh, um dos países mais miseráveis do planeta”. 1 Os indicadores apresentados nesse artigo referem-se a: expectativa de vida, renda per capita (em dólar) e morte de crianças com até 5 anos. Em 16 de janeiro de 2008, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou em seu site uma matéria sobre a baixa escolaridade brasileira no ano de 2007, mostrando que esta atinge mais da metade dos eleitores e chega a 70% na região Nordeste do país. Segundo o TSE, pouco mais da metade, 51,5% dos 127,4 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar até o final de 2007, não conseguiram completar o primeiro grau ou apenas liam e escreviam. O quadro é ainda mais dramático quando a ele se somam os 6,46% de eleitores analfabetos que existiam em todo o país à época. Mesmo sendo extensa, a citação vale ser relembrada: O Nordeste, sozinho, tem 4,2 milhões de eleitores analfabetos, número maior que a soma de 4 milhões de todas as demais regiões do país. Enquanto o percentual de eleitores analfabetos é de 3,51% e 3,84% nas regiões Sul e Sudeste, os estados da região Norte e Nordeste registram 8,74% e 12,22% de analfabetos em seu eleitorado. Na região Centro-Oeste, os iletrados somavam 4,76% no final do ano passado. Embora vote, todo esse contingente de eleitores é inelegível, de acordo com o § 4º, do artigo 14, da Constituição Federal. Apenas 3,43% dos eleitorados têm nível superior completo. Esse índice é de 3,8% e 4,4% nas regiões Sul e Sudeste, mas de apenas 1,73% e 1,79% no Norte e Nordeste. O Centro-Oeste registra 3,64% de eleitores com nível superior. Embora em menor percentual, esses eleitores somaram, nas eleições de 2004, 42,4% do total de candidatos a prefeito em todo país, resultado que pode se repetir nas eleições deste ano. O nível de escolaridade também confirma a grande disparidade educacional entre as regiões brasileiras e mostra um quadro parecido com o do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores utilizados pela ONU. No final de 2007, entre os 19

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