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O conceito de exotopia em Bakhtin: uma análise de O filho eterno, de Cristovão Tezza PDF

248 Pages·2014·2.05 MB·Portuguese
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Caibar Pereira Magalhães Júnior O conceito de exotopia em Bakhtin: uma análise de O filho eterno, de Cristovão Tezza Curitiba 2010 2 Caibar Pereira Magalhães Júnior O conceito de exotopia em Bakhtin: uma análise de O filho eterno, de Cristovão Tezza Dissertação apresentada como requisito para a obtenção do título de Mestre em Estudos Literários, pelo Programa de Pós-Graduação em Letras - Estudos Literários (Literatura e Construção da Alteridade), Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Caetano Waldrigues Galindo Curitiba – PR 2010 3 Catalogação na publicação Sirlei do Rocio Gdulla – CRB 9.ª/985 Biblioteca de Ciências Humanas e Educação - UFPR Magalhães Júnior, Caibar Pereira O conceito de exotopia em Bakthin: uma análise de O filho eterno, de Critovão Tezza / Caibar Pereira Magalhães Júnior. – Curitiba, 2010. 248 f. Orientador: Prof. Dr. Caetano Waldrigues Galindo Dissertação (Mestrado em Letras) – Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná. 1. O filho eterno – história e crítica. 2. Cristovão Tezza – crítica e interpretação. 3. Bakhtin, Mikhail Mikhailovich, 1895-1975. 4. Literatura brasileira – história e crítica. I. Título. CDD B869.309 4 5 6 Agradecimentos Se alguém quer uma boa prova de que o discurso é completamente povoado pelas vozes dos outros, está aqui um bom momento de se constatar isso: como agradecer a todos os que contribuíram para este trabalho senão por meio de um discurso cheio de omissões, mas pleno do reconhecimento de que muitos participaram direta ou indiretamente na construção deste texto? Sempre achei este espaço parecido com aquele momento em que o sujeito pede uma música no rádio e começa a dizer: “Eu queria aproveitar para mandar um abraço para...” ou meu avô, quando eu transcrevia as cartas ditadas por ele e que começavam sempre com “Em primeiro lugar, quero mandar um abraço para...”. Pois é, eu queria aproveitar então para, em primeiro lugar, mandar um abraço e dedicar este trabalho para Adriane e Víctor, que tiveram muita paciência comigo durante todo este trajeto e que sempre me apoiaram em todos os momentos. Queria agradecer a Carlos Alberto Faraco, que me inspirou a pensar o mundo humana e bakhtinianamente. Queria agradecer ao Caetano, sem cujo apoio, orientação e atenção eu nem teria começado este trabalho. Queria agradecer ao Cristovão, cuja obra me inspirou e me fez levantar diversas questões que há muito me incomodavam. Queria agradecer a Milton Schwambach, um amigo que, com seu olhar de fotógrafo, afiou e desafiou o meu olhar para o mundo diversas vezes. Queria agradecer a Roberto Candelori, que certamente tem aqui inscritas muitas linhas que a gente traduzia nas muitas cervejadas em que ele me ensinava (bem que tentou!) a filosofar. Queria agradecer a Venícius Telles, sem cujo apoio moral e material seria difícil ter seguido em frente. Queria agradecer ao Luís Bueno, pelas muitas dicas incomodantes que me deu na qualificação. Queria agradecer as críticas e o apoio de Paulo Venturelli (se um dia você quiser ler um livro bom, não tenha dúvida: pergunte pra ele). Queria agradecer ao Gilberto, pela grande dica e crítica sempre muito construtiva. Queria agradecer ao Lauro, que me apresentou Camus e Sartre no fundão das aulas de Direito e que sempre me incentivou intelectualmente. Queria agradecer as aulas maravilhosas da Marilene, do Borges, da Juril, da Ana Maria, do Mércer, do Padre Afonso e de tantos outros que tanto me encantaram. Queria agradecer à Nena, uma professora de português a quem muito devo até hoje. Queria agradecer ao Zeno, amigo de todas as horas, que muito me apoiou e a quem devo muitas dicas sobre a vida. Um abraço ao Pedro e Julião. Queria agradecer à Vilma, pela sua grande amizade. Queria agradecer à dona Regina e à Eloísa, mulheres fortes que sempre me apoiaram. Quero agradecer, enfim, a todos os que, de uma forma ou de outra, contribuíram para este trabalho. 7 Índice Aventuras Introdutórias..................................................................................11 I. Exotopia.........................................................................................................16 Exotopia: contatos mediados de primeiro grau..................................................16 Exotopia: os primeiros passos...........................................................................22 O que a exotopia tem a ver com o Neokantismo?.............................................32 Para uma Filosofia do Ato..................................................................................34 Empatia: o ponto zero da exotopia....................................................................36 Pequeno interlúdio exotópico.............................................................................36 De volta a Bakhtin..............................................................................................38 A empatia e o diálogo com Max Scheler...........................................................41 Exotopia e o conceito de verdade.....................................................................45 Prosaística.........................................................................................................48 Uma ética prosaica............................................................................................51 O prosaísmo de Cristovão Tezza......................................................................53 Heteroglossia, forças centrífugas e centrípetas................................................54 Não finalizabilidade...........................................................................................56 Exotopia e Dialogismo......................................................................................56 Exotopia e Tempo.............................................................................................59 Excedente de visão...........................................................................................61 Superendereçamento: o terceiro.......................................................................62 Espelhamento versus exotopia..........................................................................64 Espelhamento e identidade versus exotopia.....................................................66 Distanciamento versus catarse versus exotopia................................................68 Metodologia: caminhos e descaminhos.............................................................76 Interlúdio philosophicum....................................................................................78 Rizoma e exotopia.............................................................................................82 Breve espaço entre a dúvida e a exotopia........................................................84 II. Fragmentos de um discurso exotópico.....................................................89 Trapo: o Édipo exotópico...................................................................................89 Juliano Pavolini: os outros que me atravessam.................................................96 Aventuras provisórias: longa jornada exotopia adentro...................................102 A Suavidade do Vento: Josilei e seus monstrinhos exotópicos ou o olho que inventa o que vê...............................................................................................108 Fantasma da infância: o passado passado exotopicamente a limpo..............119 Uma noite em Curitiba: a vingança exotópica de Édipo..................................125 Breve espaço entre a cor e a sombra: o breve espaço entre o espelho e a exotopia...........................................................................................................134 O Fotógrafo: o jogo das interiluminações........................................................141 8 III. O filho eterno: o filho ternamente exotópico.........................................156 Deslocamento..................................................................................................158 A luta entre narrador e personagem................................................................160 O sentimentalismo...........................................................................................164 A mulher, a psicanálise e a exotopia...............................................................165 O Sistema........................................................................................................166 A ironia e a síntese exotópica..........................................................................166 Pequeno interlúdio cinematográfico.................................................................168 Tezza e Reggio................................................................................................170 Ironia como elemento exotópico......................................................................172 O diálogo e as vozes sociais...........................................................................173 Exotopia e antecipação....................................................................................175 Exotopia e panoptismo....................................................................................176 O tempo como elemento exotópico.................................................................176 Poesia..............................................................................................................178 O papel do narrador.........................................................................................179 O filho como espelho exotópico.......................................................................180 Viver versus ver-se..........................................................................................185 O estrangeiro e a exotopia...............................................................................191 Dialogismo e verdade......................................................................................193 Exotopia e epifania..........................................................................................199 Exotopia e álibi................................................................................................201 Autoconsciência e exotopia.............................................................................202 IV. Diálogos incontornáveis?........................................................................206 Nascer duas vezes..........................................................................................208 Uma questão pessoal......................................................................................214 Juventude........................................................................................................222 Conclusão.......................................................................................................230 Referências Bibliográficas............................................................................245 9 Resumo Esta dissertação tenta explorar e mostrar o potencial heurístico do conceito bakhtiniano de exotopia em análises que se relacionem à literatura. Para isso, analisaremos a obra O filho eterno, de Cristovão Tezza, mostrando como esse conceito pode entrar em funcionamento. Tentamos cumprir com esse objetivo tomando o cuidado de não isolar esse conceito a ponto de imaginá-lo completamente independente de todo o constructo bakhtiniano de que faz parte; por isso, ao falarmos em exotopia, colocamos também em movimento todos os outros elementos do pensamento de Bakhtin (como dialogismo, heteroglossia, vozes sociais, etc.), sobre os quais procuramos discutir. Para falar do conceito de exotopia em O filho eterno, fizemos também um balanço geral da obra de Cristovão Tezza, tentando descobrir a evolução dessa perspectiva em seus romances. Abstract This text tries to explore and to show the heuristic potential of the Bakhtinian concept of exotopy in analyses that involves literature. Thus, we will analyse the novel O filho eterno, by Cristovão Tezza, showing how this concept could work. We try to reach this objective being carefull for don’t isolate this concept and don’t imagine it completely independent from all bakhtinian building. So, when we talk about exotopy, we are doing to work all the others elements of Bakhtinian thought (like dialogism, heteroglossy, social voices, etc.). For talking about the concept of exotopy, we did a general balance of the Cristovão Tezza’s work, trying to discover the evolution of this perspective in his novels. 10 A leve pomba, ao sulcar livremente o ar, cuja resistência sente, poderia crer que no vácuo melhor ainda conseguiria desferir o seu voo. Foi precisamente assim que Platão abandonou o mundo dos sentidos, porque esse mundo opunha ao entendimento limites tão estreitos e, nas asas das ideias, abalançou-se no espaço vazio do entendimento puro. Não reparou que os seus esforços não logravam abrir caminho, porque não tinha um ponto de apoio, como que um suporte, em que se pudesse firmar e aplicar as suas forças para mover o entendimento. (KANT, 2001, p. 41/42)

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myself; i.e., it would lead to an abolition of the difference between self and other, to a negation of the alterity .. Muitos formalistas começaram a perceber então que condenar Anna. Karenina, Guerra e Paz e tantos outros grandes romances ao limbo da prosa tal qual vinha sendo pensada não era m
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