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O conceito de angústia (Vozes de Bolso) PDF

438 Pages·2017·1.04 MB·portuguese
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Kierkegaard, Søren O conceito de angú stia : uma simples reflexão psicológico- demonstrativa direcionada ao problema dogmático do pecado hereditário / Søren Aabye Kierkegaard ; tradução de Álvaro Luiz Montenegro Valls. – Petrópolis, RJ: Vozes ; 2017. (Vozes de Bolso) Título original: Begrebet Angest ISBN 978-85-326-5537-0 – Edição digital 1. Angústia – Aspectos religiosos 2. Cristianismo – História – Século 19 3. Filosofia dinamarquesa 4. Kierkegaard, Søren, 1813- 1855. O conceito de angústia 5. Pecado original – História das doutrinas – Século 19 6. Psicologia religiosa – História – Século 19 I. Título. II. Série. 09-13298 CDD-198.9 Índices para catálogo sistemático: 1. Kierkegaard : Filosofia dinamarquesa 198.9 Título original em dinamarquês: Begrebet Angest © 2010, Editora Vozes Ltda. Rua Frei Luís, 100 25689-900 Petrópolis , RJ www.vozes.com.br Brasil Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da editora. CONSELHO EDITORIAL Diretor Gilberto Gonçalv es Garcia Editores Aline dos Santos C arneiro Edrian Josué Pasini Marilac Loraine Oleni ki Welder Lancieri Marchin i Conselheiros Francisco Morá s Leonardo A.R.T. dos S antos Ludovico Garmus Teobaldo Heideman n Volney J. Berkenbrock Secretário executivo João Batista Kreuch _____________________ __ Diagramação: AG.SR Desenv. Gráfico Capa: visiva.com.br ISBN 978-85-326-5537-0 – Edição digital Editado conforme o novo acordo ortográfico. O tempo das distinções passou, o Sistema o superou. Quem ainda e m nossos dias o ama é um tipo raro, cu ja alma se prende a algo há muito tempo j á desaparecido. Pode ser que seja assim, todavia Sócrates continua a ser quem e le foi, o sábio simples, graças à sua singular distinção, que ele própri o enunciava e realizava perfeitamen te, e [1] que somente o excêntrico Hamann , dois milênios depois, retomou com admiração: “pois Sócrates foi g rande ‘porque distinguia entre aquilo que e le compreendia e aquilo que ele não compreendia’”. [1]. Johann Georg Hamann (1730-1788), filósofo de Königsberg. Citação de Sokratische Denkwürdigkeiten (1759). Ao falecido [2] Professor Poul Martin Møller , amante feliz do mundo grego, admirador de Homero, cúmplice de Sócrates, [3] intérprete de Aristóteles – alegria da Dinamarca em sua Alegria pela [4] Dinamarca , mesmo tendo “partido para longe” [5] sempre “recordado no verão dinamarquês” – m inha admiração, minha saudade, está dedicado este escrito. [2]. P.M. Møller (1794-1838), poeta, professor e tradutor, foi professor de moral de SK na Universidade de Copenhague e pode ser considerado seu grande amigo, mentor e inspirador [N.T.]. [3]. Moller traduziu o De Anima de Aristóteles. – Nos Diários (Pap. VB 46) a dedicatória ainda acrescentava aqui as afetuosas expressões: “min Ungdoms Begeistring; min Begyndens Fortrolige; min tabte Ven; min savnede Lœser”, ou seja: “entusiasmo de minha juventude; confidente de meus começos; meu amigo perdido; leitor de quem sinto falta”, expressões que estariam deslocadas na pena de um pseudônimo [N.T.]. [4]. Alusão ao poema de Møller: “Glœde over Danmark” [N.T.]. [5]. No esboço inicial que se encontra nos Diários (Pap. VB 46), a próxima linha da dedicatória apresentava outra redação, extremamente pessoal, que SK guardou para si, ao responsabilizar o pseudônimo Vigilius Haufniensis pelo livro: “min Opvaagnens mægtige Basune; min Stemnings forønskede Gjenstand”, ou seja: “poderosa trombeta do meu despertar; objeto desejado de meu ânimo”. Cf. a observação final da n. 3 [N.T.]. Sumário Prefácio Introdução – Em que sentido o objeto da nossa ponderação é uma tarefa que interessa à Psicologia, e em que sentido ele, depois de ter sido a tarefa e o interesse da Psicologia, aponta justamente para a Dogmática Caput I Angústia como pressuposição do pecado hereditário e como explicando de modo retroativo, na volta à sua origem, o pecado hereditário §1 Indicações históricas a respeito do conceito de “pecado hereditário” §2 O conceito de “o primeiro pecado” §3 O conceito de inocência §4 O conceito de queda §5 O conceito de angústia §6 Angústia como pressuposição do pecado hereditário e como explicando de modo retroativo, na volta à sua origem, o pecado hereditário Caput II Angústia na progressão do pecado hereditário §1 Angústia objetiva §2 Angústia subjetiva Caput III Angústia como consequência deste pecado que consiste na ausência da consciência do pecado §1 Angústia da falta de espírito §2 Angústia dialeticamente determinada no sentido de destino §3 Angústia dialeticamente no sentido de culpa Caput IV Angústia do pecado ou angústia como consequência do pecado no indivíduo §1 Angústia diante do mal § 2 Angústia diante do bem (o demoníaco) Caput V Angústia como o que salva pela fé Posfácio Prefácio Segundo o meu conceito, quem quiser escrever um livro fará bem em pensar de vários modos a respeito do tema sobre o qual quer escrever. Também não fará mal se, tanto quanto possível, tomar conhecimento do que já foi escrito sobre o mesmo tema. Se por acaso no caminho encontrar um indivíduo[6] que já tratou exaustiva e satisfatoriamente um ou outro aspecto, fará bem em se alegrar, assim como o amigo do noivo o faz quando está presente e ouve a voz do noivo. Se fizer isto no maior silêncio e com a euforia apaixonada do enamorado que busca sempre a solidão, nada mais lhe faltará. Que escreva, pois, o livro de uma penada, como o pássaro canta sua canção, e, se houver alguém que daí retira proveito ou alegria, quanto mais, tanto melhor; que o publique, então, sem cuidados e preocupações, sem atribuir-se tanta importância, como se estivesse dando uma conclusão para todas as coisas ou como se todas as gerações da terra fossem abençoadas com esse livro. Cada geração tem sua tarefa e não precisa incomodar-se tão extraordinariamente, tentando ser tudo para as anteriores e as posteriores. A cada indivíduo na geração, tal como a cada dia, basta o seu tormento, e basta que cada um cuide de si mesmo, e não é preciso abranger toda a contemporaneidade na sua preocupação patriarcal, nem fazer iniciar uma nova era e nova época com esse livro, e menos ainda com os fogos de Ano-Novo de seus votos ou as promessas de longo prazo que a sua pena sugere, ou com a indicação de suas garantias baseadas em valores duvidosos. Nem todo aquele que tem as costas encurvadas é por isso um Atlas, ou se tornou um por carregar um mundo; nem todo o que diz: Senhor! Senhor!, entra só por isso no Reino dos Céus; nem todo o que se oferece como fiador de toda a sua época prova, com isso, que é uma pessoa de confiança capaz de avalizar por si mesmo; nem todo o que exclama: Bravo, schwere Noth, Gottsblitz bravíssimo, já compreendeu, só por isso, a si mesmo e sua admiração. No que toca à minha humilde pessoa, confesso com toda a sinceridade que como autor sou um rei sem terra, mas também, em temor e muito tremor, um autor sem quaisquer pretensões. Se a alguma nobre inveja ou zelosa crítica parecer uma demasia que eu use um nome em latim, então com alegria passarei a chamar-me Christen Madsen[7], desejando acima de tudo ser considerado como um leigo que decerto especula, mas no entanto encontra-se bem fora da especulação, embora eu seja grande devoto em minha crença na autoridade, tal como o romano era tolerante em seu temor a Deus. No que toca à autoridade humana, sou um adorador de fetiches, e adoro com igual piedade seja quem for, desde que me seja bem anunciado com rufar de tambores que é a este que eu devo adorar, que é ele a autoridade e o Imprimatur este ano. A decisão está acima de meu entendimento, quer ela aconteça por sorteio ou por votação com bolas brancas e pretas, quer a dignidade faça rodízio e o indivíduo ocupe o cargo como autoridade da mesma forma que um representante dos cidadãos periodicamente faz parte de uma comissão de arbitragem. Nada mais tenho a acrescentar, a não ser desejar a cada um que compartilha de meus pontos de vista, assim como a cada um que não compartilha deles, a cada um que há de ler este livro, assim como àquele a quem bastará o prefácio – um bem-intencionado Passe bem! Copenhague. Mui respeitosamente, Vigilius Haufniensis [6]. en Enkelt [N.T.]. [7]. Madsen foi um carpinteiro, pregador leigo, líder popular do movimento do despertar religioso, preso em 1821 por seus discursos fortes e suas críticas à Igreja. Morreu na prisão em 1829, antes do veredicto que o condenou a uma multa [N.T.]. Introdução Em que sentido o objeto da nossa ponderação é uma tarefa que interessa à Psicologia, e em que sentido ele, depois de ter sido a tarefa e o interesse da Psicologia, aponta justamente para a Dogmática Que cada problema científico tenha, dentro do vasto âmbito da ciência, seu lugar determinado, sua medida e seus limites e, justamente por isso, sua harmônica ressonância no conjunto, sua legítima consonância naquilo que o todo exprime, essa noção é não apenas um pium desiderium[8] a enobrecer o homem da ciência com uma exaltação entusiasta ou melancólica, é não só um dever sagrado que o amarra ao serviço da totalidade e o força a renunciar à anarquia e ao prazer de, aventurosamente, perder de vista a terra firme; mas serve ao mesmo tempo ao interesse de toda consideração mais específica, porque basta uma delas esquecer o lugar a que pertence, para imediatamente – o que a ambiguidade da linguagem costuma exprimir com segura justeza pela mesma palavra – esquecer-se de si própria, tornar-se uma outra, adquirir a suspeitosa aptidão de poder tornar-se não importa o quê.

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