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O carrasco do amor PDF

330 Pages·2011·3.32 MB·Portuguese
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O carrasco do amor e outras histórias sobre psicoterapia Irvin D. Yalom TRADUÇÃO: Maria Adriana Veríssimo Veronese 1ª reimpressão http://groups.google.com.br/group/digitalsource Título original Love's Executioner Copyright © Irvin D. Yalom, 1989 Copyright da tradução © Ediouro Publicações S.A., 2007 Capa Ângelo Venosa Revisão de tradução Paulo Schiller Revisão Tais Monteiro Rebeca Bolite Produção editorial Cristiane Marinho CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ. Y17c Yalom, Irvin D., 1931- O carrasco do amor / Irvin D. Yalom ; tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese, — Rio de Janeiro : Ediouro, 2007. Tradução de: Loves Executioner ISBN 978-85-00-02107-7 1. Psicoterapia existencial — Estudo de casos. I. Título. 07-1839 CDD 616.8914 CDU 615.851 07 08 09 10 8 7 6 5 4 3 2 1 Todos os direitos reservados à Ediouro Publicações S.A. Rua Nova Jerusalém, 345 — Bonsucesso Rio de Janeiro — RJ — CEP 21042-235 Tel.: (21) 3882-8200 — Fax: (21) 3882-8212/3882-8313 www.ediouro.com.br Para a minha família: minha esposa, Marilyn, e meus filhos, Eve, Reid, Victor e Ben Sumário Agradecimentos Introdução 1. O carrasco do amor 2. "Se o estupro fosse legal..." 3.9 A mulher gorda 4. "Morreu o filho errado" 5. "Eu jamais pensei que isso aconteceria comigo" 6.1 "Não seja gentil" 7.1 Dois sorrisos 8.2 Três cartas fechadas 9.2 Monogamia terapêutica 10. Em busca do sonhador Agradecimentos Mais da metade deste livro foi escrita durante um ano sabático1 de muitas viagens. Agradeço às várias pessoas e instituições que me acolheram e facilitaram o meu trabalho: à Stanford University Humanities Center, ao Rockfeller Foundation Study Center, aos drs. Mikiko e Tsunehito Hasegawa, em Tóquio e no Havaí, ao Caffé Malvina, em São Francisco, e ao Bennington College Creative Writing Program. Sou grato à minha esposa, Marilyn (sempre minha mais severa crítica e meu mais sólido apoio), à minha editora da Basic Books, Phoebe Hoss, que publicou este, bem como meus livros anteriores, e à minha editora de projetos nessa casa editorial, Linda Carbone. Meus agradecimentos também a muitos e muitos colegas e amigos que não fugiam quando viam que eu me aproximava com uma nova história nas mãos e ofereceram críticas, encorajamento ou consolo. O processo foi longo e, sem dúvida, esqueci nomes durante o caminho. Mas expresso a minha gratidão a: Pat Baumgardner, Helen Blau, Michele Carter, Isabel Davis, Stanley Elkin, John Felstiner, Albert Guerard, Maclin Guerard, Ruthellen Josselson, Herant Katchadourian, Stina Katchadourian, Marguerite Ledeberg, John L'Heureux, Morton Lieberman, Dee Lum, K. Y. Lum, Mary Jane Moffatt, Nan Robinson, minha irmã, Jean Rose, Gena Sorensen, David Spiegel, Wmfried Weiss, meu filho, Benjamin Yalom, à turma de 1988 dos internos de Psicologia e residentes de Stanford, minha secretária, Bea Mitchell, que por dez anos datilografou as notas clínicas e idéias das quais se originaram estas histórias. Como sempre, sou grato à Stanford University, por proporcionar o apoio, 1 Licença para viagem de estudos concedida a cada sete anos a professores universitários nos Estados unidos (N.do T.) a liberdade acadêmica e a comunidade intelectual tão essenciais ao meu trabalho. Devo muito aos dez pacientes que ilustram estas páginas. Todos eles leram as suas histórias (exceto um deles, que morreu antes que eu acabasse) e autorizaram a publicação. Cada um avaliou e aprovou o projeto, muitos ofereceram ajuda editorial, um deles, Dave, me deu o título para a sua história, alguns comentaram que o disfarce era desnecessariamente grande e me sugeriram que eu fosse mais acurado, outros ficaram perturbados por minhas auto- revelações ou por certas falsas liberdades tomadas por mim, mas, ainda assim, na esperança de que a história pudesse ser útil a terapeutas e/ou outros pacientes, deram-me tanto seu consentimento quanto sua aprovação. A todos, a minha mais profunda gratidão. Estas são histórias verdadeiras, embora eu tenha precisado fazer muitas modificações para proteger a identidade dos pacientes. Freqüentemente, criei substitutos simbolicamente equivalentes para aspectos da identidade e circunstâncias de vida de um paciente; ocasionalmente, enxertei parte da identidade de um outro paciente no protagonista. Os diálogos com freqüência são imaginários, e minhas reflexões pessoais, post hoc. O disfarce é profundo, acessível em cada caso apenas ao próprio paciente. Quaisquer leitores que acreditarem reconhecer algum dos dez estarão, tenho certeza, enganados. Introdução Imaginem esta cena: trezentas ou quatrocentas pessoas, desconhecidas umas das outras, são solicitadas a formar par com alguém e formular ao parceiro uma única pergunta, "O que você quer?", repetidas vezes. Poderia haver algo mais simples? Uma pergunta inocente e sua resposta. E, no entanto, em inúmeras ocasiões, vi esse exercício grupai evocar sentimentos surpreendentemente fortes. Freqüentemente, em minutos, a sala estremece de emoção. Homens e mulheres — que não são, de forma alguma, desesperados ou carentes, e sim pessoas bem-sucedidas, com um bom desempenho e bem-vestidas — são sacudidos em suas profundezas. Eles gritam por aqueles que estão perdidos para sempre — pais, cônjuges, filhos, amigos mortos ou ausentes: "Eu quero vê-lo de novo". "Eu quero seu amor." "Eu quero que você se orgulhe de mim." "Eu quero que você saiba que o amo e como me arrependo de nunca ter dito isso." "Eu quero você de volta — eu estou tão só." "Eu quero a infância que nunca tive" "Eu quero ser saudável — ser jovem novamente." "Eu quero ser amado, ser respeitado." "Eu quero que a minha vida tenha significado." "Eu quero realizar alguma coisa." "Eu quero significar, ser importante, ser lembrado." Tanto querer. Tanta saudade. E tanta dor, tão perto da superfície, à profundidade de alguns poucos minutos. Dor do destino. Dor da existência. Dor que está sempre lá, sussurrando continuamente sob a película da vida. Dor acessível com excessiva facilidade. Muitas coisas — um simples exercício de grupo, alguns minutos de profunda reflexão, uma obra de arte, um sermão, uma crise pessoal, uma perda — nos lembram de que nossos desejos mais profundos jamais serão realizados: nossos desejos de juventude, de interromper o envelhecimento, do retorno das pessoas que desapareceram, de amor eterno, de proteção, de significado, da própria imortalidade. É quando esses desejos inalcançáveis chegam a dominar nossas vidas que buscamos ajuda na família, nos amigos, na religião — algumas vezes nos psicoterapeutas. Neste livro, conto a história de dez pacientes que buscaram terapia, e que no curso de seus trabalhos se debateram com a dor existencial. Esta não foi a razão pela qual eles buscaram a minha ajuda; pelo contrário, todos apresentavam os problemas comuns da vida cotidiana: solidão, autodesprezo, impotência, enxaquecas, compulsão sexual, obesidade, hipertensão, tristeza, uma obsessão amorosa consumidora, oscilações de humor, depressão. No entanto, de alguma forma (um "de alguma forma" que se desdobra diferentemente em cada história), a terapia descobriu as raízes profundas de todos esses problemas cotidianos — raízes que atingiam os fundamentos da existência. "Eu quero! Eu quero!" se escuta em todos estes contos. Uma paciente chorava: "Eu quero de volta a minha querida filha morta", enquanto negligenciava os dois filhos vivos. Um outro insistia: "Eu quero foder toda mulher que vejo", enquanto um câncer linfático invadia os espaços fervilhantes de seu corpo. E um outro suplicava: "Eu quero os pais, a infância que nunca tive", ao mesmo tempo que se torturava com três cartas que não conseguia abrir. E uma outra declarava: "Eu quero ser jovem para sempre", enquanto ela, uma mulher idosa, não conseguia renunciar ao seu amor obsessivo por um homem 35 anos mais jovem. Creio que o principal material da psicoterapia é sempre essa dor existencial — e não, como freqüentemente se afirma, as lutas instintivas reprimidas ou os fragmentos imperfeitamente enterrados de um passado pessoal trágico. Em minha terapia com cada um desses dez pacientes, minha suposição clínica primária — na qual baseei minha técnica — é que a angústia básica emerge dos esforços, conscientes ou inconscientes, do indivíduo para lidar com os fatos

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