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O Caderno Introdução à Teoria Geral de Administração Pública a la Administración Pública, da PDF

101 Pages·2014·3.79 MB·Portuguese
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APRESENTAÇÃO Ê com particular satisfaçüo que incluímos, na série de Cadernos de Administração Pública, o presente trabalho, de autoria do Prof. PEDRO MUNOZ AMATO, diretor da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Pôrto Rico. Tanto na origem, como na execução, êste ensaio constitui um depoimento expressivo em favor da ação pioneira da EBAP. O Caderno Introdução à Teoria Geral de Administração Pública abrange os dois primeiros capítulos da obra intitulada Introducción a la Administración Pública, da qual o Fundo de Cultura Económica do México, a.caba de publicar o primeiro volume. O Prof. M UNOZ AMATO escreveu-a em grande parte no Rio de Janeiro, por iniciati1'u da EBAP e para a EBAP. A fim de e.rPlicar as ra:::ões por que a EBAP se regozija, tifo particularmente, com o lançamento dêste ensaio, 'vale aqui referir, em linhas gerais, a história do li'l-'1"o com que o Prof. MUNOZ AMATO 'uai enriquecer a literatura latino-americana sôbre ciências políticas. E1n 1952, de passagem para Nova York, o autor destas linhas foi a Pôrto Rico especialJnente para convidar o Prof. MUNOZ AMATO a colaborar, durante algum tempo, nos trabalhos da EBAP. Dentre as tarefas que o Prof. AMATO deveria cumprir no Brasil, a principal seria a de escrever um livro introdut6rio sôbre administração pública. A Escola poria à sua disposição as facilidades requeridas, a fim de que pudesse acumular o trabalho de dirigir o seu curso de Introdução à Administração Pública com o de redigir a referida obra. Desde logo o ilustre cientista social pôrto-riquenho se sentiu seduzido pelo convite, que mais tarde seria endossa.do pela Divisão de Administração Pública das Nações Unidas, graças a cujo apoio foi possível ao mttor prosseguir na elaboração do livro em Pôrto Rico. 23 DuraJlte o primeiro semestre de 1953, em que estêve no Rio e teve a seu ca.rgo a regência da cadeira de Introdução à Administração Pública, o Prof. MUNOZ AMATO, trabalhando afanosamente, esta beleceu o plano geral da obra e escrc1/eu os dois primeiros capítulos, (( Que é Administração Pública?" e ((Sistematização da. Adminis tração Pública", os quais, fundidos neste Caderno, publicamos agora. O terceiro e quarto caPítulos, ((Planejamento" e « Orçamento", que integram o primeiro volume, também serão publicados separada mente na série dos Cadernos de Administração Pública, e repre sentam esforços de tratamento especializado dos respectivos assuntos. O fato de a Divisão de Administração Pública das Nações Unidas haver dado apoio a esta iniciativa da EBAP é mais um motivo de alegria para nós. Como é do conhecimento público, a EBAP surgiu e desenvolve o seu programa de trabalho sob os ausPícios diretos das Nações Unidas e com a colaboração financeira e técnica daquela Divisão. Ao encampar a iniciativa da EBAP, a Divisão de Administração Pública das Nações Unidas incentivou um jovem cientista polí tico, certamente digno, por todos os títulos, de animação e estímulo, contribuindo também, para quc a obra 'viesse a ter repercussão continental. Sob o mesmo título Introdução à Administração Pública, o livro scrá publicado, em versão portuguêsa, pela EBAP. Como, porém, a ta,refa de escrevê-lo foi solicitada ao Prof. MUNOZ AMAro precisamente porque tínhamos necessidade imediata de literatura em português e espanhol sôbre a matéria versada, a EBAP deliberou publicar os capítulos progressivamente, enquanto prepara a edição do primeiro '()olume da obra, único até agora concluído. Eis as razões por que a EBAP experimenta a mais legítima satisfação ao ver ca,nalizada para a prática, sob a forma de um tratado e de uma série de folhetos, a iniciativa, que em boa hora tomou, de provocar a elaboração da obra. Finalmente, algumas palavras sôbre o conteúdo dêste Caderno. Os leitores verão que o autor pensou maduramente no assunto. Coligiu e analisou copiosa. doc1lmentação para lançar as bases do trabalho (' foi bem sucedido em úl1pl'i111ir-lhe f/11t cunho de gra#d, utilidade, amplialldu, j)ur assim di~cr, as frullteiras da teoria geral da administração pública. COII! reunir e analisar a docutltentação euroPéia, norte-americana e latino-americalla e ao trabalhá-la com o cimento de sita experiência e as luzes de sua cultura especializada, o Prof. PEDRO lVIUNOZ A~IATO conseguiu uma síntese oportuna., destillada a contribuir, em larga mcdida, para a capacitação dos ad mi nistrad ore s latino-americanos. Rio de Janeiro, abril de 1955. BENEDICTO SILVA 23' Título do original espanhol (1.° e 2.° capítulos elo livro inti tulado Infroducción a la .1d11linislración Pública): - Qué es administración pública? - La sistematización de la adminis~ tración pública. Tradllçâo (' adaptação de HENElJICTO SILVA fNDICE I - QUE É ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA? 3 A - OS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DO GOVÊRNO •...•. 3 B - POLÍTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .••......•..•• 15 C - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DIREITO .•.••...••..•.. 23 D - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E CULTURA ......•••..•. 31 E - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ECONOMIA ..•....•.... 36 F - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E PRIVADA .•.....•...•.. 42 11 - A SISTEMATIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚ- BLICA ......................................... 47 A - ANTECEDENTES •.....••.••......•....•......•••. 47 B - O FUNDO HISTÓRICO DOS SÉCULOS XIX E XX ..... 50 C - As TENDÊNCIAS ATUAIS ••••••..•.••.•••••...••.. 53 1. O critério jurídico .........•................ 54 2. Administração científica ...•................ 56 3. Clenüficismo e especialização na administração pública ................................ 59 4. O CrItério político: científico e filosófico .... 60 5. O estudo científico das relações humanas .... 64 6. O critério antropológico .................... 69 7. N ürmativismo e relações humanas ........... 73 8. A atitude prática .......................... 74 D - RESUMO DAS ADVERTÊNCIAS METODOLÓGICAS .••.... 79 1. A utilidade dos métodos das ciências naturais 79 2. O problema dos valores éticos ............... 86 3. O objetivo final - teoria e prática .......... 88 4. A umficação dos estudos sociais ............ 89 INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS .................... 91 23' ,,'ror a:i,a~:;:~:;pr~~~~~~~~::: e~~:.--II' o nho, sublinhando, destac'lndo, re.?,·l'l~rrm10, cODl::,ntaEdo o que I lhe Jla:r~ce digno de at~ncão ou crítica. i A fim de criar ou es1imular nos IcHmrwl o hábito inteJi- gente da leitura anotada, os Cadernos dI? Administn:cão PÚ blica contêm. na parte final, quatro ou mais U?~i!:JlIS wn II branco, especialmente dcst'71adas a recolhe!' as a:wt,,~;;::s i!e cada leitor. - :fl;sse hábito capitali7.a () esfflr~o do !d1or e estimula o processo de fixaeão, no cabedal de co!;hecim~ntos de cada um, das coisas Ui{as e ar()!adas. Se ainda não o cultiva, Ilar qm~ não (,I'mc:.;ar a~ü:'::J, neste Caderno? INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO PúBLICA I - QUE É ADMINISTRAÇÃO PúBLICA '? A - Os processos adminis liticalllente organizada tem seu trativos do govêrno próprio universo de idéias, ati tudes, normas, processos, insti Que pessoas deverão ter a in t uições e outras formas de ex cu11lbência de, mediante o exer pressão hU111ana, para responder cício do Poder Público, dirigir a às indagações acima. No sentido conduta dos cidadãos e orientar mais amplo, a administração pú os processos sociais? Quais de hlica é o govêrno, isto é, o con vem ser os propósitos do Estado junto de condutas humanas que e as normas para realizá-los? determina a distribuição e o Como se devem ordenar os pro exercício da autoridade política. cessos e as instituições governa Em face desta realidade - o Es mentais? De que modo devem tado, o sistema de govêrno -, conduzir-se os governantes e os têm-se desenvolvido, desde a an governados em suas relações po tiguidade, diversos métodos de líticas? Sob que formas e em ~istematização. que graus devem ser fixados os N a situação contemporânea, limites da autoridade e os da li um dos métodos mais úteis é o berdade do povo? Tais são os que focaliza os problemas de problemas de natureza, justifica administração em meio às nor ção, fins, administração e limites mas políticas, definindo assim do govêrno. Cada sociedade po- administração pública de modo 4 CADERNOS DE ADM1NISTRAÇ'XO PÚBLICA ll1ais re:,tritu (1). Tal lIlétOlln Cunstitui um dos lenomenus distingue a administração das ou mais interessantes e prometedo tras fases do govêrno - a lcgis res do século XX. Em geral, lati'lia e a judicial - que consis ~(,11 etllos sintetiza-se no ideal tem, r'~spectivamente, na criação de aperfeiçoar as atividades go das normas jurídicas e em sua \·ernamentais para que sirvam aplicaçilo, para conferir e prote com maior intensidade aos ideais ger direitos. coletivos. Trata-se de um movi O estudo da fase administrati mento de ação, de reforma, que va elo govêrno tem prececlentes persegtce implacàvelmente a cor em épocas anteriores -- por rução e a ineficiência. Em cer exemplo, os "cameralista,," elos tos países, como os Estados Uni séculos XVII e X\'III -, mas dos, a Inglaterra e a França, o somente no séc;!lo XX adquire movimento manifesta-se através ímpeto e difusão. Êsse estudo de programas acadêmicos, litera supõe um esfôrço ;)ara analisar tura científica, associações pro os aspectos mais específicos e fissionais, programas de refor concretos do g(wêmo, a fi1l1 de ma, organizações cívicas, coope imprimir-lhes melhor qualidade. ração internacional e outros es Em vez ele atender às I!Uestõe~ j,)rços de grande valor. dos fins e da constitu ição do Es Ainda não existe, entretanto, tado, aplica-se principalmente a cntre os que se dedicam à prá problemas de planejamento, or tica e ao estudo da administra ganização, pessoal, direção, fi \ão pública, um grau razoável de nanças, métodos de trabalho c concordância em tôrno daquilo outros da mesma família. que constitui o âmbito de seu tra A corrente profissional que se balho. Vejamos as definições dos interessa por êste setor chamado principais comentaristas, selecio "administração pública" é, sem nados principalmente dentre os dúvida, uma fôrça importantís americanos, por serem os Esta sima no mundo hodierno. dos Unidos o país em que mais (1) Aqui se esboçam algumas noções gerais sôbre a evolução da disciplina e suas diferentes posiÇjões metodológicas. Apresentam-se em grandes traços e à marg-em do problema de delimitação do âmbito da administração pública. TEORIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 5 se desenvolveu a literatura sô rar que a política manipule as bre a teoria geral da administra repartições públicas ... ção pública. WOODROW WILSON, " . .. A administração pública em seu famoso artigo" O Estudo é a execução minuciosa e siste ela Administração", publicado em mática do Direito Público. Tô 1887, traçou rumos que têm da aplicação particular da lei ge exercido grande influência. ral é um ato de administração ... "A administração é a parte "Não se trata aqui, exatamen predominante do govêrno; é () te, c1e uma distinção entre von govêrno em ação; é o executivo, tade e ato correspondente, pois atuante, o aspecto mais proemi u administrador eleve ter e efe nente do go"êrno ... tivamente tem yontade própria "O campo da administração 11a c·:~"lha elos meios para rea é um campo de negócios, no sen l iz::r ~:ell j 1'a balho. Não é nem tido clássico da palavra. Estú deve ser mero instrumento pas afastado da balbúrdia e das lutas sivo. ;\ distinção refere-se a políticas e, em muitos aspectos, planos gerais e mei()~ específi- da controvertida arena do direi coso " to constitucional. Está para a O artigo de \ \'ll.'UN ilustra \'ida política assim como a ma jJc-rÍeitamentc algumas elas falhas quinaria para o produto manu teóricas, que têm caracterizado a faturado. 1\0 mesmo tempo, pu daLorac:iio da 110va disciplina. rém, situa-se muito acima do ní i ,'Ormltblll--,e, 1)ara justificar o vel enfadonho da simples minú empenhu ele reformar o govêrno cia técnica, por isso que está di c cle estimular () estudo mais sis retamente ligado, pelos elos de temático de seus problemas, ba seus princípios fundamentais, às ses teóricas ele valielez muito du máximas duradouras e às ver "idosa. dades permanentes da sabedoria i\S afirmações de que "a ad e elo progresso político ... ministração está fora da esfera " ... a administração está fora própria da política", de que "o <la esfera própria da política. As campo da ac1rnini~tra(;ão é um questões administrativas não são campo de negócios... afasta questões políticas. T':n:bora a po do ela ktlbúrdia c elas lutas lítica determine as tarefas ela políticas" e de que "as Cjues administração, nflO se deve tole- tiies administrativas não são 6 CADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (luestões políticas", estabelecem clE'finidos. A ciência da adminis como premissa uma distinção tração é, portanto, o sistema de que, por seus têrmos absolutos, conhecimento com o qual os ho llão se justifica. ::\ão l- aceitá mens podem desenvolver rela "el como interpretação descriti ções, predizer deitos e influir sô va, nem como preceito norma bre os resultados, em qualquer tivo; tão pouco dela necessitaria situação em que haja pessoas o autor para cimentar as suas trabalhando conjuntamente, de recomendações em favor de um forma organizada, para um fim sistema de administração de pes comum. A administração pública soal baseado no mérito e de ou é a parte da ciência de admir,is tras reformas práticas (2). tração que se refere ao govêrno, A mesma ambigüidade afeta e se ocupa por isso, principal- constantemente as tentativas de 1l1ente, do poder executivo, onde definição. Tomemos exemplos de outros tE'xtos. se faz ü tralJalho do govêrno, Em 1937 Lt:TIIER GCLIO:: ainda que haja evidentemente demarcou assim o âmbito da ao problemas administrativos que se ministração pública: relacionem aos poderes legislati .. A administração se destina a \'0 e judiciário, A administração [azer coisas, a realizar objetivos pública é, pois, uma divisão da (2) WOODROW WILSON, "The Study of Administration", l'olitical Science QuarteTly, II (1887), 197-222. Para demonstrar a proce dência de nO'SSa crítica, neste ponto, basta assinalar a contradição fundamental em que \VILSON incorre ao chegar, na parte final do ensaio, à seguinte conclusão: "Nossa própria política deve ser a pedra de toque de tôdas as teorias. Os princípios nos quais devemos basear uma ciência da administração para a América têm de ser prin cípios repassados, até o âmago, da aura democrática". Se é ne cessário adaptar cuidadosamente as generalizações aos fins e pro cessos fundamentais que caracterizam a política de um país, então não se justifica a distinção absoluta entre política e adminis tração. O problema exige respostas mais específicas sôbre quais sejam as formas desejáveis e indesejáveis de entrosar as distintas fases do govêrno. Frustra-se assim o intento de delimitar um setor "administrativo" com autonomia própria, dentro do cOntexto gover namental.

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seria a de escrever um livro introdut6rio sôbre administração pública. A Escola pouco e pouco, cedendo terreno damentos, surge a neces:'Íebele.
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