ebook img

O Brasil no Conselho de Segurança PDF

376 Pages·2001·0.75 MB·Portuguese
by  
Save to my drive
Quick download
Download
Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.

Preview O Brasil no Conselho de Segurança

O Brasil no Conselho de Segurança – 1998-1999 ÍÍÍÍÍnnnnndddddiiiiiccccceeeee Prefácio..................................................................................................5 I. Regiões e Temas Relacionados a Países na Agenda do Conselho de Segurança...................................................13 I.1 África................................................................................................14 Angola..............................................................................................40 República Centro-Africana...................................................................59 Etiópia/Eritréia...................................................................................67 República Democrática do Congo .......................................................71 Ruanda e Burundi ..............................................................................88 Guiné-Bissau......................................................................................100 Líbia .................................................................................................104 Serra Leoa .........................................................................................116 Saara Ocidental..................................................................................132 I.2 Américas...........................................................................................136 Haiti .................................................................................................136 I.3 Ásia ..................................................................................................142 Afeganistão .......................................................................................142 Timor Leste .......................................................................................151 I.4 Europa e Cáucaso ..............................................................................161 Bálcãs ...............................................................................................161 Bósnia e Herzegovina.........................................................................163 Tribunal Penal Internacional Para a Ex-Iugoslávia (ICTY)..........................171 Kosovo..............................................................................................177 Unpredep/Ex-República Iugoslava da Macedônia ..................................194 Chipre...............................................................................................198 Geórgia.............................................................................................200 I.5 Oriente Médio ...................................................................................204 Iraque ...............................................................................................204 Líbano ..............................................................................................232 República Árabe Síria..........................................................................234 Situação nos Territórios Árabes Ocupados.............................................236 II. Itens Temáticos..............................................................................239 Crianças em Conflitos Armados...........................................................240 Prevenção de Conflitos.......................................................................250 Terrorismo Internacional......................................................................256 Atividades Humanitárias e Refugiados..................................................261 Testes Nucleares no Sul da Ásia...........................................................284 Proteção de Civis em Conflitos Armados..............................................288 Construção da Paz Pós Conflito e Desarmamento, Desmobilização e Reintegração de Ex-Combatentes.........................................................302 Armas Pequenas.................................................................................315 III. Presidência Brasileira do Conselho de Segurança..........................321 Relatório da Presidência Brasileira no Conselho de Segurança...................321 Introdução.........................................................................................322 África................................................................................................323 Américas...........................................................................................329 Ásia/Oriente Médio/afeganistão...........................................................330 Europa..............................................................................................334 Trabalho dos Comitês de Sanções........................................................337 “Briefing” Humanitário.......................................................................337 Declarações à Imprensa do Presidente do Conselho de Segurança..........339 Resoluções e Declarações Presidenciais Adotadas Pelo Conselho de Segurança Em Janeiro de 1999 (Presidência Brasileira)...........................347 Resoluções ........................................................................................347 Declarações Presidenciais....................................................................360 Notas................................................................................................369 Anexo Delegação Brasileira ao Conselho de Segurança 1998-1999...................375 Pág. 4 Prefácio EMBAIXADOR GELSON FONSECA JR., Representante Permanente do Brasil junto às Nações Unidas No biênio 1998/1999, o Brasil serviu pela oitava vez como membro eleito do Conselho de Segurança. Com base nessa experiência, e pelo fato de estar situado numa região onde prevalecem a paz e a tolerância, o Brasil esteve mais uma vez numa posição privilegiada para desempenhar um papel construtivo no Conselho de Segurança. O Conselho de Segurança tem função crucial na garantia da paz e segurança internacionais. Nesse domínio, é o único órgão multilateral cuja legitimidade está fundada num instrumento legal aceito universalmente. Para um país como o Brasil, que não aspira à condição de potência militar e ampara sua presença internacional na diplomacia e na persuasão, o sistema de segurança coletiva estabelecido pela Carta das Nações Unidas representa a melhor esperança de uma ordem internacional equilibrada e dentro da lei. Nossa crença nos fundamentos do direito internacional inspira nossos esforços permanentes para o fortalecimento de uma ordem multilateral que fomente estabilidade e oportunidades para todos. Como membro do Conselho, o Brasil foi capaz de pôr em prática nosso tradicional apoio ao fortalecimento dos mecanismos de solução pacífica de disputas, à consideração de medidas coercitivas apenas em último recurso e à primazia dos princípios da Carta das Nações Unidas. Ao expressar nosso interesse nacional e regional, o foco central do Brasil sempre se manteve na necessidade de fortalecer o multilateralismo e torná-lo a pedra angular da estabilidade num mundo em transição. O Brasil acredita firmemente que apenas um Conselho de Segurança verdadeiramente representativo, transparente e democrático, que permita Pág. 5 um maior grau de participação dos Estados Membros, pode representar adequadamente os interesses da comunidade internacional. Como membro do Conselho, o Brasil teve não apenas a oportunidade de contribuir para o cumprimento das obrigações do órgão sob a Carta das Nações Unidas, mas também de trabalhar “de dentro” na tentativa de ajudar a corrigir os muitos desequilíbrios presentes nos procedimentos do Conselho. Este livro é uma compilação dos pronunciamentos feitos pela delegação brasileira em reuniões formais do Conselho de Segurança durante aquele período. Como os pronunciamentos por si só não podem oferecer um quadro exato do tema debatido, foi importante colocar cada discurso em perspectiva e explicar o contexto em que os debates foram realizados. Cada grupo de pronunciamentos é portanto precedido de um texto introdutório, que visa a uma explicação do tema e da razão do envolvimento do Conselho, descrevendo factualmente o tratamento do assunto durante o biênio 1998/1999 e, da mesma forma, antecipando as principais linhas da posição brasileira com relação àquele tópico. Para aqueles não familiarizados com os procedimentos do Conselho, vale explicar que esses pronunciamentos estão, em geral, relacionados a uma resolução a ser formalmente aprovada durante uma reunião do Conselho de Segurança, após haver sido negociada – longamente, por vezes – pelos membros do Conselho em discussões informais. O livro é dividido em três principais seções, a primeira dedicada a itens da agenda relacionados diretamente à situação em países, regiões e subregiões específicas. Nessa seção, os itens estão divididos em 5 capítulos, de acordo com os continentes, em ordem alfabética. Não por mera coincidência, o primeiro capítulo (África) é também o mais longo, o que demonstra a predominância dos temas africanos no Conselho de Segurança. A segunda seção principal contém os pronunciamentos realizados pelo Brasil durante reuniões abertas do Conselho de Segurança para a discussão de itens temáticos. A realização de encontros temáticos tem-se tornado uma tendência crescente nos trabalhos do CSNU nos últimos Pág. 6 anos. Na seção II, uma ampla gama de temas trabalhados pelo Conselho – que vão de considerações humanitárias e terrorismo até matérias relacionadas ao desarmamento – está apresentada em nove capítulos. Finalmente, a última seção reproduz o relatório da presidência brasileira do Conselho de Segurança em janeiro de 1999, os treze pronunciamentos à imprensa que o Brasil, na condição de Presidente, foi autorizado a fazer em nome do Conselho, bem como as sete resoluções, cinco declarações presidenciais e duas notas adotadas pelo Conselho durante aquele mês extremamente atarefado da presidência brasileira. O livro apresenta uma visão panorâmica das posições manifestadas pela delegação brasileira nos muitos temas tratados pelo Conselho em 1998 e 1999, da instabilidade e tragédia humana em diferentes pontos da África ao impasse no Iraque, do conflito no Kosovo até o referendo em Timor Leste. Não é intenção oferecer uma análise ampla e detalhada de cada situação, mas mostrar como os temas eram tratados pelo Conselho de Segurança e como as negociações e perspectivas distintas eram solucionadas. Pág. 7 EMBAIXADOR CELSO AMORIM Representante Permanente do Brasil junto às Nações Unidas e outras Organizações Internacionais em Genebra Na condição de Chefe da delegação brasileira ao Conselho de Segurança durante os dezesseis primeiros meses do biênio 98-99, quero cumprimentar meu sucessor, Embaixador Gelson Fonseca Jr., por organizar esta compilação e agradecer que me tenha gentilmente permitido oferecer à sua própria introdução algumas reflexões suplementares. A publicação de pronunciamentos feitos pela delegação brasileira em reuniões formais durante aquele intenso biênio oferecerá aos leitores interessados uma amostra representativa de como meu país vê temas trazidos à atenção dos Estados Membros num período particularmente atarefado e desafiador na história recente do Conselho de Segurança. Os pronunciamentos emitidos durante sessões abertas representam um componente essencial no trabalho do Conselho de Segurança, na medida em que captam a posição dos membros do Conselho em diferentes momentos do tratamento de temas específicos da agenda. Vale notar, ao mesmo tempo, que os pronunciamentos não contam toda a história. Como bem sabem aqueles que acompanham os trabalhos do Conselho, é nas consultas informais que se realizam os debates mais interativos, em que as delegações têm de investir seus recursos diplomáticos se quiserem influenciar os resultados. Num certo sentido, os pronunciamentos podem ser comparados a fotografias; ao passo que as consultas, com sua dinâmica por vezes imprevisível, poderia ser descrita com um drama que se desenrola, como no teatro ou num filme. Ainda assim, apesar das muitos pleitos por maior transparência, as consultas informais continuam a realizar-se em portas fechadas. É dizer, o “filme” infelizmente não está disponível ao público geral, o que apenas aumenta a importância das “fotografias”. A participação no Conselho de Segurança é uma atividade de trabalho intensivo, que consome tempo, e que deve ser abordada com uma série Pág. 8 de prioridades. Um primeiro conjunto de preocupações relacionava-se ao próprio sistema multilateral e seu embate com uma variedade de pressões que podem ser descritas como uma “desordem unipolar”, em que os elementos da unipolaridade coexistem com um certo grau de multipolaridade, ao passo que instantes de unilateralismo não excluem a negociação de soluções multilaterais para as crises. Essas circunstâncias, em razão de sua própria natureza, limitaram, por um lado, a abrangência do consenso, mas ofereceram também, por outro, oportunidade para uma diplomacia criativa. Valendo-se de sua vocação para o diálogo, o Brasil sublinhou o papel da diplomacia na promoção da paz e segurança, num momento por vezes marcado por suposições irrealistas quanto ao poder estabilizador da coerção – na forma de sanções ou ação militar. Em conformidade com a letra e o espírito da Carta, o Brasil consistentemente defendeu a exaustão dos meios diplomáticos antes de recorrer ao Capítulo VII. Isso não implicou uma indisposição em contemplar medidas vigorosas para situações graves, o que se ilustra por nossa posição quanto à UNITA em Angola. Não obstante a opção escolhida, nossa primeira consideração permaneceu sendo a preservação e o aperfeiçoamento da autoridade do Conselho de Segurança como o melhor caminho em direção a um sistema internacional coeso e à estabilidade duradoura. No contexto dessa preocupação mais ampla com a credibilidade e a legitimidade do Conselho, atenção particular foi devotada à questão das sanções. Uma Nota sobre o Trabalho dos Comitês de Sanções (documento S/1999/92) foi adotada durante a Presidência brasileira em janeiro de 1999 – que veio a culminar os esforços envidados por sucessivos Presidentes do Conselho e nossa coordenação prévia na forma de um Grupo de Trabalho da Assembléia Geral. Esse documento ofereceu uma plataforma de consenso há muito buscada para a introdução de melhorias nas práticas afetas aos regimes de sanções. O Brasil também assumiu papel de coordenação nas negociações sobre uma resolução voltada ao fortalecimento dos embargos de armas na África. Um segundo conjunto de preocupações relacionava-se com temas referentes a países ou regiões específicas, com ênfase colocada não apenas Pág. 9 na busca de soluções negociadas e equilibradas para problemas em partes do mundo de maior relevância para nosso interesse nacional, mas também nas posições de princípio. Para nossa satisfação, a América Latina esteve, no mais das vezes, ausente da agenda do Conselho, à exceção do Haiti. De nossa perspectiva, contudo, o caso haitiano tinha menos a ver com paz e segurança, e mais com a institucionalização e o desenvolvimento econômico e social. Ao defendermos a atribuição de um papel ao ECOSOC nas tarefas de reconstrução para as quais o Conselho de Segurança carece das ferramentas apropriadas e de especialistas, esperamos haver ajudado a estabelecer um precedente útil para manter-se o interesse intergovernamental no sofrimento de sociedades que emergem do conflito interno. Apesar de alguma resistência inicial da parte de alguns membros permanentes, reconheceu-se afinal que o artigo 65 da Carta abre a possibilidade, através do ECOSOC, para se tratar multilateralmente de situações que não se conformam claramente à competência do Conselho. Por iniciativa do Brasil, o parágrafo 8 da resolução 1212 abriu uma via para se encaminhar o tema da “construção da paz pós-conflito”, que merece evolução futura. De uma perspectiva brasileira, Angola singularizou-se dentre as numerosas questões africanas tratadas pelo Conselho. Dado o comportamento anti-democrático e belicoso da UNITA, em sistemática violação das resoluções do Conselho de Segurança, não poupamos esforços para persuadir os Estados Membros a estreitarem as sanções em torno de Jonas Savimbi e tivemos êxito na mobilização de apoio ao congelamento das contas bancárias dos rebeldes e no banimento de sua exportação de diamantes. Uma reunião informal na Missão do Brasil junto à ONU, que congregou membros do Conselho e representantes de ONGs que detinham informações sobre o vínculo entre o comércio de diamantes e a aquisição de armas por parte da UNITA, ajudou a pavimentar o caminho para o estabelecimento de dois painéis, presididos pelo Embaixador Robert Fowler, do Canadá – que representaram importante divisor de águas no tratamento por parte do Conselho da situação angolana. Pág. 10

Description:
contribuir para o cumprimento das obrigações do órgão sob a Carta das. Nações Unidas .. internacional para o fenômeno do “afro-pessimismo” e da “afro-fatiga”. Ele indicou que A contribuição dada pelo Embaixador Turk em.
See more

The list of books you might like

Most books are stored in the elastic cloud where traffic is expensive. For this reason, we have a limit on daily download.