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O Brasil na administração pombalina PDF

362 Pages·1940·7.375 MB·Portuguese
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O BRASIL NA ADMINISTRAÇÃO POMBALINA • * BRASILIANA* Serie 5.ª Vol. 192 BIBLIOTECA PEDAGOGICA BRASILEIRA VISCONDE DE CARNAXIDE (Antonio de Bouaa Ped.ro110 Carnaxide) O .. BRASIL NA ADMINISTR.AÇ.ÃO POMBALINA ( ECONOMIA E POLÍTICA EXTERNA) * Pre/6.cio de AFRANIO PEIXOTO * . ' -'\. ... ->-::, i / .•) ' ' (7 ·,.t,)-, " ' r -. ' COMPANHIA EDITORA NACIONAL Sio Paulo - Rio de Janeiro - Recife - P6rto-Aletrre 1940 tNDICE Pre/6.cio de Afra-nio Peireoto ....................· ........ 1 CAPITULO I INTRODUÇÃO Á MANEffiA DE ENSAIO 1 - Relance geral . • • • • • • • • • . • . • . . • . . . • . . . . . . . • • . • . . . . 18 · 2 - Pombal e as classes: A) Povo: tumultos do Pôrto; princípios de direito público; audiências régias . • • • 18 3 - B) Nobreza: o processo dos Távoras; casamentos po- lfticos • . . . . . . . . . . • • • • . . . • . . . . . . . . • . . . . . . • • • . • • • . • 21 4 - ·C ) Clero: luta contra a Companhia de Jesus e rela- ções com a Santa Sé • • • • • • • . • . . . . • • • . • . . • • • • . • • • • • 81 õ - D) Variações sobre o tema .. .. . .. . .. . . .. .. .. . .. . 41 6 - Pombal e o Soberano . • • • . . . . . . • . • . • • . . . . . . . • . • . . . • 4õ 7 - Pombal desterrado; "a viradeira"; os credores; "o li- belo famoso"; o processo político; a doença; a morte 47 8 - Pombal e a critica , .••••.••.•••••• , , • • . • • • • • • • • • 60 Y - Pombal e Salazar •••••••...•.••.•••.•• , • • • • • • • . • • 63 10 - Pombal e o destino • . . . • • • • • • . • • . • • . • . • • • • • • • • . • • • 64 CAPITULO II ECONOMIA 1 - Aspirações práticas e inclinações teóricas • • • . • . • • 67 2 - Realizações da primeira década de govêrno • • • • • . • • 70 8 - A crise económica do Brasil .. .. .. • .. . .. .. .. • .. .. • 76 4 - Expedientes de emergência. Aspect.o material da per- seguição aos Jesuitas . . • . . . . . . . . . • . . • • • • • . . • • • . • • • 82 6 - Inoportunidade da politica industrial e 11ituaçio eco- nómica em que findou o reinado • . • • • • • • . . • . . • • • • • 89 -VU- CAPITULO III FINANÇAS 1 - O lado financeiro da colonização portuguesa 99 2 - Fontes ordinárias da receita pública . . . . . . • • . • . . . . 106 3 - Referência é. organisação económico-financeira . . . • • • 108 4 - Legislação •.•........•.•••......•••••••••.•.•... , 113 6 - Divida de atrasados ... , ...............•.... , • . • . . • 120 6 - Divida flutuante . . . . . . . . . . . . . . . . • • • . . . • • . . . . . . . . . • 132 7 - Conclusão . . . • . . . . . . . . . . . . . . • • • . . . • • • . . • . • . • . • . • . • • 138 CAPtTULO IV AS GRANDES DESPESAS 1 - O Tratado de Limites, de 1 760 . . . . . . . . • • • . . . . . . . . . . • 143 2 - A Companhia de Jesus e o Tratado . . . . . . . • . . . . . . . • 160 3 - O factor económico ..•....•.......•...•...... ; . • . • 156 4 - O terremoto ...................•••••..•..•.••• ; • • • 161 6 - Preliminares do conflito de 1762 . . . . . . . . . • .. . . . .. 167 6 - A guerra na Europa e na América . .. • . . . . . .. . • • . . 171 7 - O fim das hostilidades ........ , • . . • . • • .. . .. • . . . . .. 180 8 - Rescaldo financeiro da guerra . • . . . . • . • . • . . • . . . . . • . • 187 CAPITULO V 'OLTIMOS ANOS DO REINADO 1 - Pombal e Grimaldi ...•.••.•..•.••.•.••.•••••.•..•.. , 198 2 - Prelúdio diplomático . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . • . . . . . . . . 196 3 - Agravam-se as guenilhas do Rio Grande e o Brasil põe-se etn pé de guerra ..•..•••.••.•••••..••• , . . • 199 · 4 - Politica desleal com a Espanha .••.••. , , , . • • . • . • • . • 208 . 5 - Solicitação da aliança inglêsa ..... , .....•••. , • • • • • 210 6 - Negociações com a Côrte de Madrid ...•... , . . • . . • . . 212 7 - A Inglaterra e a França passam a intervir nas ne- gociações luso-castelhanas . , ... , . . . .. . • . . • • . . . . . • .. . 217 8 - Entendimentos com o Conde de Lippe e com a oposi- ção inglêsa , .••...•••.••..• , .• , . . . • . • • • . . • • • • . . • •. • 221 - VIII.~ 9 - Os portugueses avançam no Rio Grande, recuam na consideração das Potências e por fim preparam-se desassombradamente para a guerra . . . . . . . . . . . . . . . . 226 10 - A derrocada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234 DOCUMENTOS 1 - Extracto de uma Memória sobre a economia do Bra- ,, sil, escrita em 1778 pelo Doutor João José Teixeira . . . . 289 2 - Carta dirigida em 9 de Julho de 1774 pelo Marquês de Pombal ao Marquês de Lavradio • . . . . • . . • . • . . • . . 258 3 - Relatório do Vice-Rei Marquês de Lavradio, apresen- tado ao Vice-Rei Luis de Va'Sconcelos e Sousa, seu su- cessor ••.................•• , . . • . . . . . . . . . . • . . . . . . . . 275 NOTAS PARA UMA BIBLIOGRAFIA POM- BALINA ................................ 838 úLTIMA PAGINA ....................... 366 -- IX última página No decorrer dêste livro reproduziram-se manus -critos originais, onde se respeitaram a ortografia e pontuação primitivas. Citaram-se também textos jâ publicados e adaptados às diversas maneiras de escre ver daqueles que os publicaram. A todos êstes últimos, e ainda aos documentos traduzidos, deu-se a ortografia moderna. Há aqui, portanto, uma dualidade ortográ f'ica, quanto a documentos da mesma época, que é uma pena não se poder emendar. Luís Norton, - querido Amigo, e Embaixador de Portugal por direito de nascença, enquanto o não fôr também por direito de conquista, - na "Notícia Sôbre o Arquivo Militar de Lisboa", revelou encontra rem-se no Ministério das Relações Exteriores nume rosas cartas inéditas de Pombal. Confirmam elas os pontos de vista do presente trabalho. Entretanto são poucas as transcrições que se fizeram dessas cartas, pela razão de não termos querido estragar o gôsto ao seu achador de ser êle a publicá-las em primeira mão. Aos funcionários do Ministério das Relações Ex teriores, Biblioteca Nacional, Arquivo Nacional, e Ins- tituto Histórico, muito agradecemos a amabilidade extraorrlinária com que nos acolheram, enquanto fa ziamO!!I as pesquisas necessárias ao nosso estudo. Rio, Ano doe Centenâr{os. PREFACIO O Século XVIII é a confluência de dois mundos: um que vai acabando, o outro que vai começar. . . Não seria tonto - e já se fez - quem acabasse o mundo antigo e começasse o moderno, em 1715, pela morte de Luís XIV, - o antigo regi men, o governo autocrático absolúto - e a dissolução monár quica, a agonia do privilégio, a reação fatal, a revolução ... Não apenas a "revoluçãozinha" francesa, s6 a que se quer ver, mas a Revolução Industrial, o comércio e a indústria imponentes, pela máquina a vapor e pelo tráfico livre, pela intercomunicação humana, que vão aparecendo e mudando o mundo ... Recordemos. Era a monarquia de direito divino. O pre juízo g6tico da herança nobre. Os povos separados como ' compartimentos estanques, apenas comunicantes pelos casamen tos dinásticos e acôrdos de familia. Não havia mais Pireneus, se havia casamento ou sucessão familiar, entre as Côrtes de França e Espanha. Os dotes de princesas eram pedaços da Nação, nas suas colónias. As colónias eram fazendas cerca- . das. O contrabando era pecado punido com a Inquisição. O comércio era mais ou menos impuro. O proveito dos outros era agravo pr6prio. Esse comércio era uma guerra. Enri quecer é. custa dos outros era dever cívico. Quanto mais oiro e prata acumulados, mais rica a Nação. Portanto, para não sair metal, exportar mercadoria, importando o menos possí vel, para se não privar da moeda metálica : a balança comer cial chega aos nossos dias ... Mas o mundo muda. A monarquia de Luís XIV acaba no descrédito militar e economico e moral. O Re>gente e Luís XV são a dissolução, ainda brilhante, mas envilecida. Com UNIVE~SIDADE 00 B"ASIL ( BIALIOTECA 2 VISCONDE DE CARNAXIDE isso, as ideias novas. Não há mais ideias inatas, com Descar tes; há, com Locke, a "tábua Tasa", onde a experiência das sensações se inscreve, ideias que se formam. E' a morte da tradição. Os economistas mudam tambêm de rumo, Quesnay e Adam Smith: oiro e prata não são riqueza, porêm símbolos, sinais dela: os objectos úteis é que são essa riqueza. Deixa andar, la1'.ssez faire. • . liberdade de tráfico, de produção, direito de vender e comprar... Daí virá a liberdade ... po lítica. Reformas, reformas... As letras e a filosofia se im põem. . . A ufkarung ... Cada soberano do velho regimen se procura adaptar aos tempos novos, ás "luzes" novas, donde o regime de transição, do "despotismo esclarecido", que é transigência. Catarina da Rússia pede uma reforma de ensino a Diderot e, a Montes quieu, licença para um plágio do "Espírito das leis", útil a vinte milhões de súditos. Frederico II instala Voltaire em Pots dam, nos seus aposentos: é a filosofia ao alcance da mão. José II, na Aui.tria; e Leopoldo, na Toscana, são soberanos "escla recidos". Os principes de Baden, Weimar, Moguncia vão pelo mesmo caminho. Como os Jesuítas representam a reação religio sa, caem-lhes em cima raios, de toda a parte, finalmente de .Roma. Escolhem os reis homens de talento e dêles · fazem seus ••esclarecidos" ministros: Tanucci, em Napoles; Mongelas, na Baviera; Turgot, em França ... Jorge III quer reagir á moda, em Inglaterra; reassume o poder pessoal, com quaesquer mi nistros medíocres, e perde os Estados Unidos, por incompe tência: quando chama Pitt, é tarde ... Entretanto, êsses teóricos do mundo livre, reis e minis tros "liberais", ou "espíritos fortes", sem a experiência real, querem adaptar o velho mundo ás ideias novas. . . Donde desastres e a oposição, partida mesmo da família real, da côr te, das classes privilegiadas, como ás reformas de Luís XVI e Turgot, e o retrocesso, o descontentamento e,. . . no fim, a Revolução ... • • •• Portugal estava na Europa e existia nêsse século XVIII. Nenhuma muralha da China o isolava, no tempo e no espaço. Ü BRASIL NA ADMINISTRAÇÃO POMBALINA 3 ( Contudo, os de hoje não querem saber disso: pensam num compartimento estanque e fora do tempo, segundo seus actuais sentimentos e ideias e conveniências) ... Dom João V, com o oiro de Minas, imita V ersailles e os concubinatos dos Lui ses: como era tradução, saíu apenas Mafra e amante.s freirá ticas. . . A justificativà era, havendo dinheiro, ocupar o de semprego. . . Mas, o facto é que ninguem vive sozinho, sem interações humanas, sem imitar ... Dom José chama para ministro um diplomata viajado, casado com estrangeira, que "esclarecerá" Portugal. Com êsse "esclarecimento", isto é reforma da Universidade, preo cupações industriais, coloniais, financeiras, reformas e refor mas - o despotismo mais arcaico. . . o "despotismo esclare cido", á portuguesa ... Sob o ponto de vista geral, o despo tismo apenas mudou, que agora se fazia, dêle responsavel, o ministro: o soberano começa apenas a reinar e não a gover nar ... o autocrata Dom José é inocentado de tudo o que fa rá Pombal ... Em França, Inglaterra, Russia, Austria, Toscana, Prus sia, Nápoles, Espanha ... é o mesmo. Mas em Portugal, não deve i::er. . . Como não querem ofender ao princípio monár quico, divino, hereditário, do rei, o culpado de tudo é apenas o ministro ... O rei nem sequer tem a culpa do ministro que escolheu e mantem. Daí Pombal bode-emissário. Como rea ção a essa reação, os liberais, que endeosam o ministro e, daí, o divino Pombal dos outros, a que erguem um monumento, mais alto do que o que êle erguera ao rei. . . É assim que, uns e outros, vêm escrevendo a historia, ha seculo e meio. . . Duas falsidades opostas ... Foi ao que chamei Pombal "causa" (1): ninguêm quer ver o tempo, nem os vizinhos, que, ignorância ou candura, esquecem ou suprimem. Não creio na má fé que, ao menos, na insinceridade, é inteligenté. E' que acreditamos: tudo o que se passa conosco é privativo. . . Ainda agora escrevemos (1) Afrinio Peixoto - Pombal - Revista do D-rui!, Rio, A1osttl, 1939, n.• 14; p, 1-6. 4 VISCONDE DE CARNAXIDE história, omitindo o resto do mundo. A do Brasil é daqui só, de 1500 a 1940, intra-muros, até sem os Portugueses ... A de Portugal independe da Europa, e do tempo, que, entre tanto, obriga a toda a gente ••. menos a nós ..• A "cau~a'' não nos dá nem juiz9, nem justiça. Pombal devia fugir á imensa pressão de seu tempo. . . Como, mais tarde, D. João VI á moda universal das Constituições. Como D. Pedro devia ter impedido, se era português, a indepen dência do Brasil. . . Como, a D. Miguel, era ou seria devido, o seu absolutismo ... E vão por aí. Que se façam, com essas ideias tortas, políticos, propagandistas, homens de sociedade, vá ... mas bistoriadore.-;, que não vêem acontecimentos, am biencia, determinação precisa, fatal, da ação. . . é o que es panta ... E, daí, desse erro mesquinho, o tempo perdido com ... a eloquência ... Michelet fez, dos revolucionarios de 89, semi deuses; Taine, dêsses me,smos homens, monstros fora da hu manidade. . . Nem tanto, nem tão pouco. Seignobos, com me nos literatura, mostra-os homens medíocres, sobre a gente so fredora e cançada e, á pressão do estrangeiro, que os emib'Ta dos açulavam, os desmandos, acções e reacções desencontra das, ferozes umas, outras heroicas. . . Tambêm Pombal "cau sa'' é Camilo Castelo Branco: um doésto de diatribe; ou Rui Barbosa: um hino de apologia. . . Emquanto houver uma, haverá a outra. Não é história: é outra coisa, é "causa'', "causa", s6 "causa" .. , • • • Hist6ria é compreensão dos acontecimentos e dos homens. A ambiência externa; o tempo a que não se foge; o reino e o rei; a nobreza e o clero e o povo; a necessidade, depois do de,sbarato; as minas exaustas e a administração onerosa; a guerra defensiva; a conspiração de nobres e perseguidos; o terremoto; a esperança do Brasil, que veio a ser pensão e cui dado. . . O homem, como tantos da Europa, no govêrno do tempo, servindo a um absolutismo que bruxoleava e ás massas que já soerguiam o colo de dragão, em nome de um liberalis-

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