O Brasil Imperial, 1808-1831

223 Pages·2009·120.954 MB·Portuguese

by  Keila Grinberg, Ricardo Salles

ORGANIZAÇÃO
J(eila Grinberg e Ricardo Salles
O BfaSIL
"Cabe perguntar se as mudanças na sociedade que. a partir de i8~~. seria
IIDPeriaL
chamada de brasileira corresponderam também a novas atitudes e cren -
ças por parte dos homens e das mulheres que a formavam ( ...) e analisar
como a religião foi aos poucos deixando de ser a principal explicação do
papel do homem no mundo para dar lugar a outras identidades, pouco
defmidas no século XIX. E que ainda estão em pleno processo de cons
trução."
Participam deste volume: Cecília Helena de Salles Oliveira, Iara Lis
Schiavinatto, Lucia Bastos P. Neves, Gladys Sabina Ribeiro, Vantuil Pe
reira, Patricia Melo Sampaio, Beatriz Galotti Mamigonian, Magno Fon
seca Borges, Eduardo França Paiva, Gabriela Nunes Ferreira, Piedade
Epstein Grinberg e Guilherme Pereira das Neves.
ISBN 978-85-200-0863-8
fia ;1i111Li 11ljlll'1·s111dar s11hn· 11<Ji101·1·111rn;1111
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O texto deste livro foi compasto em Sabon, !ll;1rt·11 11111·1,tl d11pr1111t·1r"11il111111· 1Li 1·1ilt·,·;I" Br;1sil
desenho tipagráfico de ]an Tschichold de 1964
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baseado nos estudos de Claude Garamond e
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Jacques Sabon no século XVI, em carpa 11/15.
Para títulos e destaques, foi utilizada a tipografia 1. t'Sf(' 11iltllllt' d1·d1l';I SI' ;1s 11ri1H·il'ais lfllt'Sl<'ws
Frutiger, desenhada por Adrian Frutiger em 1975.
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A impressão se deu sobre papel off-set 90g/m2
pelo Sistema Cameron da Divisão Gráfica d;t 1ndt'1't'lldt·1ll·1.1 . .is dt·f1111c1·lt', dt· 1·id;1tL111i;1
da Distribuidora Record.
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11111·r11;wi11f1;1i.s ,. a.s t·;1r;wt1·r1s111·;1.s Stll'i;1i.s.
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Organização
Keila Grinberg e Ricardo Salles
O Brasil Imperial -
1,
Vol. 1- 1808-1831
CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA
Rio de Janeiro
2009
1
COPYRIGHT © 2009, Keila Grinberg e Ricardo Salles (orgs.)
1 Sumário
CAPA
Sérgio Campante
PROJETO GRÁFICO DE MIOLO
Evelyn Grumach e joão de Souza Leite
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
APRESENTAÇÃO 7
B83 O Brasil Imperial, volume 1: 1808-1831 / organização Keila Grinberg e
Ricardo Salles. - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. josé Murilo de Carvalho
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-200-0863-8 PREFÁCIO
1. Brasil - História - D. João VI, 1808-1821. 2. Brasil - História - Império
1 Reinado, 1822-1831. 3. Brasil - História - Império, 1822-1889. CAPÍTULO 1
1. Grinberg, Keila, 1971-.11. Salles, Ricardo, 1950-.
Repercussões da revolução: delineamento do império do Brasil,
CDD: 981.05
1808/1831 15
09-3818 CDU: 94(81)"1822/1889"
Cecília Helena de Salles Oliveira
.. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, armazenamento ou
~..-··~ transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia CAPÍTULO li
t ' autorização por escrito. Entre histórias e historiografias: algumas tramas do
--.....•·a--~
governo joanino 55
""'-· ~/ Este livro foi revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua
EDITORA AFILIADA Portuguesa. Iara Lis Schiavinatto
CAPÍTULO Ili
Direitos desta edição adquiridos pela
EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA Estado e política na independência 95
Um selo da
Lúcia M. Bastos P. Neves
EDITORA JOSÉ OLYMPIO LTDA.
Rua Argentina 171-20921-380-Rio de Janeiro, RJ -Tel.: [phone]
CAPÍTULO IV
Seja um leitor preferencial Record.
O Primeiro Reinado em revisão 137
Cadastre-se e receba informações sobre nossos lançamentos e nossas pro
moções. Gladys Sabina Ribeiro e Vantuil Pereira
Atendimento e venda direta ao leitor:
[email protected] ou (21) 2585-2002 CAPÍTULO V
Política indigenista no Brasil imperial 175
Impresso no Brasil
2009 Patrícia Melo Sampaio
5
O BRASIL IMPERIAL - VOLUME 1
CAPÍTULO VI Apresentação
A proibição do tráfico atlântico e a manutenção da escravidão 207
Beatriz Gallotti Mamigonian José Murilo de Carvalho
CAPÍTULO VII 11
Rebeliões escravas antes da extinção do tráfico 235
Keila Grinberg
Magno Fonseca Borges
Ricardo Salles
1
CAPÍTULO VIII Por motivos que não são de todo claros, tem havido nos últimos 1 O ou
Minas depois da mineração [ou o século XIX mineiro] 271 15 anos grande incremento nos estudos sobre o século XIX brasileiro.
Eduardo França Paiva Não que nosso Oitocentos tivesse, em algum momento, deixado de atrair
1 a atenção dos estudiosos, historiadores ou não. Ele sempre despertou mais
CAPÍTULO IX atenção dos pesquisadores, por exemplo, do que o período que o suce
Conflitos no rio da Prata 309 deu, a Primeira República. Mas, seguramente, o interesse tem crescido
Gabriela Ferreira muito, pelo menos na historiografia produzida no Centro-Sul, sobretu
do no Rio de Janeiro e em São Paulo. A historiografia mineira também
se volta mais para o período, embora ainda mantenha forte ênfase na
CAPÍTULO X
Arte e arquitetura no início do século XIX e o ensino de arte colônia, sem dúvida a parte mais rica da história da região.
no Brasil 343 O aumento pode ser em parte atribuído à concentração de alunos de
Piedade Epstein Grinberg 11 pós-graduação nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
De fato, essa concentração é grande. Em 2005, por exemplo, o Sudeste
era responsável por 46% dos 50 programas de Doutorado e Mestrado
CAPÍTULO XI
A religião do império e a Igreja 377 em História existentes no país. Esses 46% produziram 45% das teses e
1 dissertações defendidas nesse mesmo ano. Restringindo o cálculo apenas
Guilherme Pereira das Neves
às teses de Doutorado, a porcentagem sobe para 66%. Mas imagino que
essa razão quantitativa não explique tudo. A efeméride dos 200 anos da
SOBRE OS AUTORES 429
chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro constituiu um poderoso
fator para chamar a atenção para o século XIX em geral e para a monar
quia em particular. Mas seu impacto na produção historiográfica, se
houver, deverá verificar-se principalmente a partir de 2008, não dando
conta de um fenômeno que teve origem anterior. O que a efeméride,
celebrada com grande visibilidade, pelo menos no Rio de Janeiro, pode-
6 7
O BRASIL IMPERIAL - VOLUME 1 APRESENTAÇÃO
rá fazer é aumentar ainda mais o interesse no século XIX. Outras razões de Mello. Todos publicaram suas primeiras obras nas décadas de 1970 e
haverá para o movimento anterior, cuja identificação, no entanto, deixo 1980 e já tinham, por sua vez, substituído a geração anterior de historia
a cargo da argúcia do leitor. dores do Oitocentos que não tinha formação universitária especializada.
Seja como for, há vários indicadores do aumento do interesse no sé Essa última predominou até a década de 1960 e incluía expoentes da
culo XIX. Um deles foi a criação em 2002 do Centro de Estudos do Oito historiografia do século XIX do calibre de Oliveira Lima, Tobias
centos (CEO), sediado na Universidade Federal Fluminense. O Centro Monteiro, Hélio Viana, José Honório Rodrigues, Pedro Calmon,
congrega hoje, entre permanentes e associados, cerca de 220 pesquisa Raimundo Faoro, Otávio Tarquínio de Sousa e João Camilo de Oliveira
dores de 12 estados, com predominância dos do Rio de Janeiro e de Minas Torres. Pode-se dizer, então, que os autores da Coleção Brasil Imperial
Gerais. A partir de 2003, graças a recursos de um programa de excelência constituem uma terceira geração de historiadores, se começarmos nossa
(Pronex) financiado pelo CNPq e pela Faperj, o Centro vem promoven contagem a partir do início do século XX.
do seminários e publicações voltados para o tema da nação e da cidada Não cabe aqui fazer um retrato dessa nova geração. Mas gostaria de
nia no século XIX. apontar o que julgo ser algumas de suas principais características. A pri
Outro claro indicador do bom momento dos estudos do Oitocentos meira tem a ver com o espaço. A melhor distribuição geográfica dos cursos
é a coleção Brasil Imperial que agora vem à luz. Composta de três robus de pós-graduação levou à maior nacionalização da pesquisa histórica. A
tos volumes, tem a organização de Keila Grinberg e Ricardo Salles, que nacionalização permitiu não apenas a multiplicação de bons estudos regio
também se responsabilizam por três capítulos. Ambos fazem parte do nais, como também a de estudos nacionais sob perspectivas menos mar
grupo de pesquisadores anteriormente mencionado, assim como o fa cadas pelo centro político e econômico do país. A segunda característica
zem vários outros colaboradores da coleção. Uma das principais marcas tem a ver com o tempo. A geração que a antecedeu foi muito marcada
da publicação é o fato de que, com poucas exceções, organizadores e auto pela luta ideológica, exacerbada durante os governos militares. Diver
res pertencem a uma nova geração de historiadores que chega à maturi gências de abordagens eram rapidamente transpostas para o campo po
dade já tendo conquistado o reconhecimento de seus pares. Trata-se de lítico-ideológico, com prejuízo do diálogo acadêmico e talvez mesmo
uma geração totalmente formada nos programas de pós-graduação em da qualidade dos trabalhos. A nova geração formou-se em ambiente me
História que se vêm difundindo por todo o país, ampliando e democra nos tenso e menos polarizado, beneficiando-se de maior liberdade de
tizando a pesquisa histórica entre nós. debate, de melhores condições de escolha, tanto de temas como de abor
Esses historiadores vêm construindo sua obra na sequência do traba dagens, e de ambiente intelectual mais produtivo.
lho de antecessores, dos quais muitas vezes foram alunos. Os antecessores Essas características, que não hesito chamar de virtudes, marcam os
constituíram a primeira geração de profissionais formados nos cursos de três volumes e 33 capítulos organizados por Keila Grinberg e Ricardo
pós-graduação em História, inicialmente na USP, depois nos outros cur Salles. A coleção segue a linha cronológica usada em histórias gerais do
sos que se iam criando, ou mesmo em universidades europeias e norte período, como a dos cinco volumes da Historia geral da civilização bra
americanas. No tocante aos estudos do século XIX, essa primeira geração sileira, organizados por Sérgio Buarque de Holanda, e como a dos capí
produziu historiadores como Fernando Novaes, Carlos Guilherme Mota, tulos sobre o Brasil-Império da Cambridge History of Latin America,
Emilia Viotti da Costa, Ilmar Rohloff de Mattos, Maria Odila da Silva organizada por Leslie Bethell. Mas, dentro da baliza cronológica, não
Dias, Maria leda Linhares, e o próprio autor desta apresentação. Fora vemos a tradicional narrativa linear típicas das histórias do período.
do circuito universitário, há que se mencionar também Evaldo Cabral Não vemos também a opção feita no livro sobre o século XIX publicado
8 9
11
O BRASIL IMPERIAL - VOLUME 1
li
em 2007 pelo grupo de pesquisadores do CEO/Pronex, que consistiu em Prefácio
tratar o período sob o ângulo de dois temas centrais fortemente relacio
nados, quais sejam, nação e cidadania. Antes, e aí reside talvez a maior
riqueza da coleção, os organizadores optaram por apostar na explora
ção de grande variedade de temas e abordagens.
Temas clássicos, como escravidão, nação, Estado, Igreja, Guerra do
Paraguai, são tratados de maneira inovadora graças à exploração de no i
vas fontes de dados ou ao uso de novas perspectivas de análise. Particu 1
larmente forte é a parte dedicada ao tráfico, à escravidão e à raça, que i O século XIX começou, no Brasil, em 1808, com a vinda da corte por
ocupa nada menos do que seis dos 33 capítulos da obra. Vê-se aí a marca tuguesa de Lisboa para o Rio de Janeiro. Embora ainda se passassem
1
dos organizadores, reconhecidos especialistas nesses temas. Além da re quatorze anos até que fosse proclamada a independência do país - e
tomada em termos novos de velhos tópicos, a coleção introduz assuntos 1 pelo menos mais duas décadas até que ela fosse consolidada-, a presen
pouco ou nada explorados anteriormente. Entre eles, salientam-se os da ça da corte em terras americanas é um daqueles acontecimentos históri
política indigenista, da língua nacional, da ecologia, da cultura popular. cos que, como poucos, marcam uma ruptura indiscutível: dali em diante,
Faz-se também um esforço, embora ainda incompleto, para cobrir a his tudo seria diferente. E foi.
tória regional. Não é por outro motivo que o ano de 1808 é o marco inicial do pri
O leitor da coleção terá, assim, diante de si uma rica oferta de novos 1 meiro volume da Coleção Brasil Imperial. Dedicado ao período de 1808 a
1
temas e novas ideias sobre o Oitocentos. O século continuará sendo um 1831, caracterizado genericamente como a época do governo joanino e
desafio para seus intérpretes e para os que por ele simplesmente se inte do reinado de d. Pedro I, esse volume dedica-se às principais questões
ressam. Mas os três volumes agora publicados servirão sem dúvida para políticas que marcaram a jovem nação - o processo de formação do Es
iluminar pontos obscuros, problematizar interpretações aceitas, abrir tado, a institucionalização da independência, as definições de cidadania
novos caminhos. Qual, a não ser essa, a tarefa do historiador de hoje? brasileira, a questão das fronteiras e as relações internacionais-, mas tam
1
bém às características sociais, econômicas e culturais que marcaram a so
ciedade brasileira de então: o incremento do comércio atlântico de escravos
e da própria escravidão, principalmente na região do Vale do Paraíba, as
relações entre indígenas e portugueses, a religião, a arte e a arquitetura.
As grandes questões políticas do período, e a maneira como vêm sendo
tratadas pela historiografia brasileira recente, são abordadas nos capítu
los: "Repercussões da Revolução: delineamento do Império do Brasil,
1808/1831 ",de Cecília Helena de Salles Oliveira, "Entre histórias e histo
riografias: algumas tramas do governo joanino'', de Iara Lis Schiavinatto,
"Estado e Política na Independência", de Lúcia Bastos Pereira das Ne
ves, e "O Primeiro Reinado em Revisão", de Gladys Sabina Ribeiro e
Vantuil Pereira.
10 11
O BRASIL IMPERIAL - VOLUME 1 PREFÁCIO
Se as questões políticas contemporâneas à independência motivaram períodos anteriores, como a política indigenista e a mineração, recebem
- e motivam - boa parte da pesquisa histórica sobre o período, que aqui abordagem renovada sob a pena, respectivamente, de Patrícia Sampaio
não restem dúvidas: o século XIX assistiu, a partir da vinda da corte e, e Eduardo França Paiva.
como ensina o clássico texto de Maria Odila da Silva Dias, a partir da O início do século XIX foi uma época de grandes transformações,
interiorização de interesses portugueses no Centro-Sul do Brasil,* ao au que não passariam despercebidas no plano das sensibilidades e de suas
mento da importação de africanos escravizados para o Brasil. Nesse sen representações. Analisar essas transformações na arte e na arquitetura
do período, que acompanharam a nova feição urbana assumida aos pou
tido, é verdade que o século XIX foi o século no qual se aboliu a
cos pela corte, é o objeto de "Arte e arquitetura no início do século XIX
escravidão, mas não é menos certo que foi, também, o período no qual
e o ensino de arte no Brasil", de Piedade Epstein Grinberg.
se reinventou a escravidão brasileira no quadro da expansão cafeeira e
Por fim, cabe perguntar se tais mudanças na sociedade que, a partir
da formação do Estado liberal monárquico. Como demonstram os capí 1
de 1822, seria chamada de brasileira corresponderam também a novas
tulos ''A proibição do tráfico atlântico e a manutenção da escravidão",
atitudes e crenças por parte dos homens e mulheres que a formavam. É
de Beatriz Gallotti Mamigonian, e "Rebeliões escravas antes da extinção j
o que faz Guilherme Pereira das Neves em "Religião do império e a Igreja",
do tráfico", de Keila Grinberg, Magno Fonseca Borges e Ricardo Salles,
ao analisar a forma pela qual a religião foi aos poucos deixando de ser a
o fortalecimento da escravidão no século XIX ocorreu a partir da vinda
principal matriz de explicação do lugar dos homens no mundo para dar
da corte e da independência, e não apesar dela.
lugar à formação de outras identidades, pouco definidas no século XIX.
Tendo ocorrido no quadro do início das negociações inglesas que visa 1
E que ainda estão em pleno processo de construção.
vam a acabar com o comércio atlântico de escravos, essa situação gerou
uma série de conflitos diplomáticos, que marcaram o início das relações
internacionais entre o Brasil e a Inglaterra e também entre o Brasil e seus
vizinhos de continente. Completando o quadro das discussões da políti
ca internacional do período, esse é o tema do capítulo de Gabriela Nunes
Ferreira, "Conflitos no Rio da Prata", que discute as diferenças entre as
trajetórias políticas das repúblicas originadas a partir do império espa
nhol e a do império do Brasil, principalmente por meio do grande foco
de tensão internacional da América do Sul ao longo do século XIX: a
questão do Prata, que seria desdobrada, posteriormente, na Guerra do
1
Paraguai, analisada no segundo volume desta coleção. i
Mas nem tudo, nesse período, diz respeito à grande política, à escra
d
vidão e às relações entre elas. Temas pouco frequentados na historiografia
brasileira sobre o Oitocentos, embora muito comuns nas análises dos li
li
li
1
•Maria Odila Leite da Silva Dias, "A interiorização da metrópole", in A interiorização da
]I
metrópole e outros estudos, São Paulo, Alameda, 2005; publicado pela primeira vez em 1972.
12 13
Repercussões da revolução:
CAPíruLo 1
delineamento do império
do Brasil, 1808/1831
Cecília Helena de Salles Oliveira