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O Avunculado na Antropologia Evolutiva PDF

221 Pages·2006·1.17 MB·Portuguese
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Instituto de Biociências – Universidade de São Paulo Antonio Carlos do Amaral Maia O Avunculado na Antropologia Evolutiva: Uma Abordagem Intercultural. São Paulo 2006 ii Antonio Carlos do Amaral Maia O Avunculado na Antropologia Evolutiva: Uma Abordagem Intercultural. Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, para a obtenção de Título de Mestre em Ciências, na Área de Genética e Biologia Evolutiva. Orientador: Prof. Dr. Walter Alves Neves São Paulo 2006 2 iii Ficha Catalográfica Maia, Antonio Carlos do Amaral O Avunculado na Antropologia Evolutiva: Uma Abordagem Intercultural. Número de páginas: 199 Dissertação (Mestrado) - Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo. Departamento de Genética e Biologia Evolutiva. 1. Investimento Parental Masculino (MPI) 2. Altruísmo Recíproco Humano 3. Seleção Sexual I. Universidade de São Paulo. Instituto de Biociências. Departamento de Genética e Biologia Evolutiva. Comissão Julgadora : ________________________ _______________________ Prof(a). Dr(a). Prof(a). Dr(a). ________________________ _______________________ Prof(a). Dr(a). Prof(a). Dr(a). ______________________ Prof. Dr. Walter Alves Neves Orientador 3 iv Dedico aos meus filhos, Eva e Levi, com muito amor. Para conhecer o papel do pai na evolução humana, Acabei negligenciando os meus deveres paternais Que vocês possam desculpar-me pela ausência À minha mulher Erica, pela paciência. Sem você não seria possível. Ou pelo menos não teria tanta graça. Dedico-o também a todas as pessoas da minha família. Meu pai Telmo Maia, e minha mãe Christina do Amaral Maia Por todo o investimento parental que me dedicaram. Minhas irmãs Márcia e Telma. Pelo amor fraterno e apoio incondicional. Dedico ainda este trabalho aos meus tios Tasso e Péricles. Tive muita saudade em vários momentos desse trabalho. E aos meus sobrinhos João Maia Ramos, Henrique e Felipe Maia Pollo. Por razões óbvias 4 v “Como um todo, o mundo está mal preparado para aceitar o estudo da vida humana como um ramo da ciência natural e para, num sentido amplo, seguir a exigência do poeta de ‘considerar a moral como as coisas naturais’. Para muitas mentes educadas, parece haver algo insolente e repulsivo na idéia de que a história da humanidade seja uma parte essencial da história da natureza; de que nossos pensamentos, desejos e ações funcionem de acordo com leis tão definidas quanto aquelas que governam o movimento das ondas, a combinação de ácidos e alcalinos e o crescimento de plantas e animais.” (Edward Burnett Tylor, A Ciência da Cultura, 1871) 5 vi Agradecimentos A Biologia foi uma vocação tardiamente despertada. Persigo-a quase obsessivamente. Hoje vejo que poucas coisas eu quis mais na vida, do que fazer este mestrado. Como no mito, vários foram os desafios: a prova de proficiência, os créditos e a dissertação. Algumas pessoas ajudaram muito e por isso quero registrar a gratidão. A minha colega de escritório, Janice Infanti Ribeiro Espallargas, ajudou incrivelmente, segurando o ‘rojão’ da advocacia enquanto eu podia dedicar-me à Ciência. Os colaboradores do ICED – Instituto Comportamento, Evolução e Direito foram fundamentais: Bianca Lisboa ajudou na organização das referências bibliográficas e com a obtenção de artigos e cópias de livro. Raul Marinho Gregorin foi fundamental na metodologia da pesquisa etnográfica, na revisão do texto e nas artes finais. Se a pesquisa foi bem feita e o texto aceitável, ele tem muito a ver com isso. Os erros que permaneceram se devem às minhas limitações. Além disso, os colegas do LEEH – Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos da USP foram grandes companheiros. Mark Oliver Hubbe, o cientista, foi fundamental no aconselhamento da estratégia de pesquisa e pela dica de ‘não colocar todas as fichas na ignorância da paternidade’. Como sempre, o Mark estava certo. João Paulo Atui ajudou para entrar e para sair do mestrado. Suas aulas de genética e biologia molecular foram essenciais para que eu me fosse admitido no Instituto de Biociências da USP. Ao ajudar com a estatística e com o trato quantitativo dos dados obtidos permitiu que eu terminasse o trabalho. Outros colegas do labs merecem minha lembrança: Astolfo, Mercedes, Pedro, Danilo, Diane, Max. As pessoas da secretaria do IB também merecem um agradecimento: Helder, Érika e Teresa do Setor de Pós-Graduação. Agradeço a Christine Kunnar, do HRAF-YALE, pela ajuda com a orientação na pesquisa etnográfica no grande banco de dados. Alguns professores foram, além de mestres, amigos. Ao Prof. Kabengele Munanga, da FFLCH, eu agradeço a idéia de tratar o problema do irmão da mãe sob a ótica evolutiva e pela sua imensa paciência nos meus primeiros passos na Antropologia. Foi inesquecível quando ele me defendeu de agressões dos biofóbicos 6 vii das ‘sociais’, embora tenha certeza que no mérito da discussão concordasse com eles e não comigo. Mostrou aos alunos que seu compromisso maior de mestre e humanista era defender a minha palavra. Por isso, pagou junto comigo o preço da raiva biofóbica, quando todos os demais alunos se retiraram da sala por minha causa. Ah se os antropólogos em geral fossem como o Kabê. O Prof. Fernando Portela Câmara, da UFRJ. Suas magias estatísticas permitiram que a interpretação dos resultados fosse a mais rica possível. Além disso, teve imensa paciência em horas de conversação telefônica, e me recebeu num fim de semana para discutir os resultados. Sua acolhida e as palavras carinhosas e de incentivo ainda reverberam em minha mente. Os Profs. Rui Sérgio Sereni Murrieta e Renato Kipinis do IB-USP sempre tiveram boa vontade comigo e não se furtaram em ajudar, embora céticos quanto à orientação teórica do meu trabalho. O Prof. Martin Daly, ‘father figure’ da Sociobiologia, foi gentil em discutir o tema central da dissertação, tendo fornecido importantes ‘dicas de leitura’. Ao Prof. Owen Jones, da Faculdade de Direito da Universidade do Tennessee, agradeço a discussão de temas importantes deste trabalho, e pela sugestão de usar exemplos vindos do direito para ilustrar os conflitos reprodutivos na família. Suas assistentes foram igualmente gentis em me enviar cópias dos artigos não localizados na biblioteca da USP. Por fim, agradeço ao meu orientador Prof. Walter Alves Neves, por ter me aceitado no mestrado, ajudado com a indicação de leitura e pelo diálogo sempre proveitoso. 7 viii ABSTRACT The present work proposes to account for cultural variability in connection to human family organization, through Darwin’s theories of natural selection and sexual selection. It is also founded on evidence based on the comparison of ethnographic data of diverse human societies. It intends to demonstrate that there is a significant alteration in the behavior of family members when the rules of inheritance of wealth change. These alterations are triggered because the rules of inheritance dictate the MPI – Male Parental Investment – sometimes in the nephew and sometimes in the son. The hypothesis is that this variation in MPI (male investment in either the nephew or the son) modifies family relations in matrilineal and patrilineal organizations in a predictable manner. The role played by MPI in determining family tensions will be shown by applying cross cultural analysis to the data obtained from HRAF (Human Relations Area Files), using PSF (Probability Sample Files). The results of the present work show that societies in which the uncle’s relation with his nephew is affectionate, the husband beats the wife; on the other hand, when the father’s relation with his son is indulgent and friendly, brother and sister avoid each other. This variability of behavior can be coherently explained by sociobiological theory. Cultural wealth: the innumerable customs, the traditions, the taboos, the manifest and hidden norms, the apparatus of coercion, the rules of inheritance, marriage, dowry, bride price, the division of labor, in short, all the rules observed in all human groups can be explained in the light of the following theories: a) ‘kinship selection’ (Hamilton, 1963); b) ‘reciprocal altruism’ (Trivers, 1971; Axelrod, 1981); c) ‘parental investment and sexual selection’ (Trivers, 1972); and d) ‘parent- offspring conflict’ (Trivers, 1974). 8 ix O presente trabalho se propõe a compreender a variabilidade cultural humana em relação à organização da família por meio das teorias darwinianas da seleção natural e da seleção sexual, e se encontra baseado em evidências vindas da comparação de dados etnográficos. Pretende-se demonstrar que existe uma alteração marcante no comportamento de todos os envolvidos nas relações familiares quando mudam as regras de herança. Essas alterações assim ocorrem porque as regras de herança direcionam o Investimento Parental Masculino (MPI), ora ao sobrinho, ora ao filho. A hipótese apresentada é a de que a variação do MPI modifica de maneira compreensível e previsível as relações familiares em organizações matrilineares e patrilineares. A prova da hipótese será feita por meio da aplicação do método intercultural com pesquisa etnográfica nos bancos de dados do HRAF, e utilizando-se da amostra PSF. Os resultados do presente trabalho indicarão que em sociedades em que o tio tem uma relação afetuosa com seu sobrinho, o marido espanca a mulher; e quando o pai se relaciona de maneira indulgente e amigável com seu filho, irmãos e irmãs se evitam, alinhando esses fatos de maneira que possam ser coerentemente entendidos com a teoria sociobiológica. A riqueza cultural, o sem número de costumes, as tradições, os tabus, as normas explícitas ou ocultas, os aparatos de coerção de toda sorte, as regras sobre herança, casamento, dote, preço da noiva, divisão de trabalho, enfim, todas as regras observadas em todos os agrupamentos humanos podem ser explicadas à luz das seguintes teorias: a) da “seleção de consangüíneos” (Hamilton, 1963), b) do “altruísmo recíproco” (Trivers, 1971), c) do “investimento parental e seleção sexual” (Trivers, 1972), e d) do “conflito entre prole e parentais” (Trivers, 1974). 9 x Índice INTRODUÇÃO ..................................................................................... Pág.1 CAPÍTULO 1: O AVUNCULADO NA ANTROPOLOGIA .................. Pág.12 CAPÍTULO 2 - CONSTRUÇÃO DE UMA EXPLICAÇÃO BIOLÓGICO-EVOLUTIVA PARA AS TENSÕES QUE COMPÕEM O ÁTOMO DE PARENTESCO ............................................................ Pág.85 CAPÍTULO 3 - TESTANDO UMA HIPÓTESE EXPLICATIVA PARA OS CONFLITOS FAMILIARES ................................................ Pág.140 CAPÍTULO 4 – RESULTADOS ........................................................... Pág.179 CAPÍTULO 5 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................. Pág.181 10

Description:
Neurociência Cognitiva (McCabe, 2005 - comunicação pessoal). O presente trabalho de certa 595 POLYGAMY. 596 EXTENDED FAMILIES.
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